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Leia o soneto abaixo, primeiro da série “Minima poetica”, de Paulo Henriques Britto (2013, p. 100):   Poesia como forma de dizer o que de outras fo...

Leia o soneto abaixo, primeiro da série “Minima poetica”, de Paulo Henriques Britto (2013, p. 100):

 

Poesia como forma de dizer

o que de outras formas é omitido –

não de calar o que se vive e vê

e sente por vergonha do sentido.

Poesia como discurso completo,

ao mesmo tempo trama de fonemas,

artesanato de éter, e projeto

sobre a coisa que transborda o poema

(se bem que dele próprio projetada).

Palavra como lâmina só gume

que pelo que recorta é recortada,

cinzel de mármore, obra e tapume:

a fala – esquiva, oblíqua, angulosa –

do que resiste à retidão da prosa.

 

Sobre o poema, é INCORRETO afirmar:

Escolha uma opção:

a. Reivindica maior clareza e rigor ao texto poético, considerado esquivo, oblíquo, inexpressivo e, por isso, desprovido da autonomia que caracteriza a prosa. 

b. Trata-se de um metapoema, uma vez que discute o propósito e o alcance do fazer poético. 

c. Faz alusões intertextuais a João Cabral de Melo Neto (“lâmina só gume”) e Olavo Bilac (“cinzel de mármore”), por exemplo.

d. Dialoga com a tradição poética ocidental por meio, por exemplo, do emprego do verso decassílabo e do poema de 14 versos.

e. Afirma a especificidade do discurso poético, por meio do qual é possível expressar aquilo que outros discursos não alcançam.

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O soneto "Poesia como forma de dizer" de Paulo Henriques Britto é um metapoema que discute o propósito e o alcance do fazer poético. Ele apresenta a poesia como uma forma de dizer o que de outras formas é omitido, e que não se cala o que se vive e vê e sente por vergonha do sentido. A poesia é vista como um discurso completo, que é ao mesmo tempo uma trama de fonemas, artesanato de éter e projeto sobre a coisa que transborda o poema. A palavra é comparada a uma lâmina só gume que pelo que recorta é recortada, cinzel de mármore, obra e tapume. O poema dialoga com a tradição poética ocidental por meio do emprego do verso decassílabo e do poema de 14 versos, além de fazer alusões intertextuais a João Cabral de Melo Neto (“lâmina só gume”) e Olavo Bilac (“cinzel de mármore”), por exemplo. Sendo assim, a alternativa que apresenta uma afirmação INCORRETA sobre o poema é a letra a) Reivindica maior clareza e rigor ao texto poético, considerado esquivo, oblíquo, inexpressivo e, por isso, desprovido da autonomia que caracteriza a prosa. O poema não reivindica maior clareza e rigor ao texto poético, mas sim apresenta a poesia como uma forma de dizer o que de outras formas é omitido, e que não se cala o que se vive e vê e sente por vergonha do sentido.

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