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MEDICINA VETERINÁRIA Principais sinais e sintomas Halitose Disfagia / odinofagia Regurgitação/vômito Hematêmese Anorexia e inapetência Incontinência fecal e diarreia Constipação Tenesmo/disquezia Hematoquezia e melena Dor, distensão abdominal Halitose Odor alterado, desagradável ou fétido do ar expirado. É comum Causas: Doença dental* Doenças bucais, faríngeas, esofágicas e gástricas Presença de corpo estranho Coprofagia (odor fétido) Dieta rica em proteína Uremia (hálito urêmico) – doenças renais lembra cheiro de urina. Exame físico da cavidade oral, nasal, faringe esófago, além de solicitar outros exames, principalmente em doenças renais primárias. Halitose É a dificuldade ou impossibilidade de deglutição. Importante fazer exame físico minucioso para diferenciar a origem da disfagia. A deglutição tem 3 fases: oral, laríngea e esofágica. A depender do local onde o paciente apresenta a alteração de deglutição ele apresenta sinais diferentes. Disfagia de origem bucal – - Dificuldade de preensão/mastigação. - Sialorreia. - Halitose. Disfagia de origem laríngea – - Engasgos - Movimentos de deglutição repetidos. - Odinofagia (dor a deglutição) - Distensão exagerada do pescoço. Disfagia de origem esofágica – - Regurgitação*/vômito - Apetite voraz. (tentam se alimentar, mas não conseguem, assim continuam com fome). Causas Fraturas de mandíbula Processos dolorosos (principalmente de cavidade oral) Obstruções (corpo estranho) Anomalias congênitas (megaesôfago – disfagia de origem esofágica). Deve ser investigada com inspeção da cavidade oral, palpação da região cervical (especialmente do lado esquerdo, onde passa o esôfago). Interessante oferecer alimento ao paciente e observar como ele o come. Vômito x regurgitação Vômito – é a ejeção forçada de conteúdo gástrico ou duodenal (forma ativa). Apresentam sinais que antecedem a ocorrência de determinado evento (prodrômicos): Inquietação Sialorreia MEDICINA VETERINÁRIA Lambedura dos lábios Repetidas deglutições Alteração do padrão respiratório Vômito ocorre por associação de vários acontecimentos. Causas – solicitar exames indiretos para descobrir a causa do vômito. Mudanças bruscas da dieta Indisposição alimentar Parvovirose Pancreatite Obstruções por corpo estranho Alimento parcialmente digerido a não digerido e o animal se alimentou em um intervalo de tempo um pouco maior. Regurgitação – É a eliminação retrógrada e passiva (sem esforço abdominal) de conteúdo esofágico. não chega ao estômago do paciente. Causas – Megaesôfago Obstruções esofágicas (corpos estranhos*) Neoplasias Alimento não é digerido. Paciente não apresenta sinais prévios. Hematêmese É a presença de sangue no vômito. É necessário entender a origem do sangue (gastrointestinal, cavidade oral ou trato respiratório -hemoptise). Causas: Gastrite Gastroenterite hemorrágica Neoplasia Ingestão de AINES* (úlceras) Corpos estranhos (a depender da conformação pode promover perfuração) Causas secundárias: Insuficiência renal ou hepática Importante diferenciar do sangue proveniente de outras regiões. Anorexia x inapetência A anorexia confere uma completa perda de apetite ou não interesse pelo alimento. É um estágio mais grave em relação ao interesse pelo alimento. A inapetência é a perda parcial do apetite ou diminuição do consumo de alimento. As causas são diferentes: Doenças sistêmicas Estresse Troca de ração/alimentação Fatores emocionais em geral Anamnese investigar se houve modificação na alimentação do paciente, a marca da ração, o tipo de alimento consumido, perguntar se o animal já apresenta apetite seletivo ou não, se o paciente vem apresentando perda progressiva de peso. É importante descartar a presença de disfagia O paciente perdeu interesse em se alimentar ou não consegue? MEDICINA VETERINÁRIA Constipação intestinal A passagem das fezes está dificuldade, menos frequente que o normal ou ausente. Os animais apresentam esforço ao defecar e ficam cada vez mais retidas, quanto mais retida, mais secas e endurecidas elas ficam no cólon e reto. Pode até levar a formação de um fecaloma em casos graves (em alguns casos é tratamento cirúrgico com tratamento químico). Causas: Drogas (anti-histamínicos e opioides que diminuem a motilidade intestinal) Comportamentais (limpeza inadequada da caixa sanitária) Dietéticas (alimentação rica em fibra para animais desidratados) Obstruções intraluminais (tumores e CE) Obstruções extraluminais (prostatomegalia) Doenças muscoesqueléticas (fratura pélvica não consolidada corretamente, displasia coxofemoral, doença do disco intervertebral ou alterações na coluna). Perguntar ao tutor se ele avaliou as fezes do animal e o que ele poderia ter encontrado. Palpação, toque retal e exames indiretos, principalmente exames de imagem. Incontinência fecal x diarreia A incontinência fecal é a incapacidade de controlar a eliminação das fezes em função de um relaxamento do esfíncter anal. Causas: Prostatite irritativa Lesão em esfíncter anal Lesões em nervos espinhais com raiz em S1 a S3. Animal não adota a postura de defecação. A diarreia é o aumento anormal do volume fecal, frequência de defecação e do conteúdo líquido das fezes. geralmente está associada a urgência fecal. Causas: Parasitismo Neoplasias Insuficiência renal Distúrbios pancreáticos e hepáticos Antibióticos Reações a dieta A urgência fecal tem a eliminação das fezes de forma rápida e sem preparo, muitas vezes o tutor relata que o animal defecou em diferentes locais da casa que não são usuais, mas ele adota uma postura de defecação. Tenesmo x disquezia O tenesmo é quando o paciente tem esforços improdutivos e repetidos de defecação. Tem postura de defecação Defeca pouco Permanece na posição de defecação na tentativa de continuar evacuando. Em alguns casos as fezes podem sair com muco e em casos mais graves com sangue. A disquezia é a defecação dolorosa. O paciente pode ter tenesmo, mas não tem dor, apesar de que na maioria dos casos de tenesmo há disquezia. Causas: Colites Obstrução de cólon e reto MEDICINA VETERINÁRIA Hérnias perianais (geralmente em idosos inteiros que apresentam doença prostática) Doença prostática (geralmente primária) Obstrução uretral em gatos (pode apresentar grandes distensões da vesícula urinária que pode promover obstrução de cólon descendente e reto) Hematoquezia x melena A hematoquezia é a presença de sangue vivo nas fezes que se apresenta como estrias ou misturado ao bolo fecal. Geralmente em pacientes com lesões em reto ou na região de cólon descendente, ou seja, o paciente tem lesão no final do trato digestório. Quando misturado ao bolo fecal, a presença de lesões é mais distal ao trato digestivo, mas um pouco mais cranial em relação a distribuição do sangue em estrias. Causas: Lesões hemorrágicas focais mais distais ao TGI A melena é a presença de sangue digerido nas fezes, sendo de coloração escura. Assim, os sangramentos são mais craniais ao TGI. Causas: Sangramentos gástricos e duodenais É fundamental pensar que quando ocorre a melena, seja descartado que as fezes escurecidas não sejam em função de outras causas como: paciente que deglute sangue (paciente com trauma prévio ou hematêmese), uma dieta rica em ferro ou até histórico de ingestão de carvão ativado. Dor abdominal É frequente na rotina de atendimento. Tem origem no TGI ou outros órgãos. As causas são diversas, assim, realizar exame físico minucioso. A dor referida é a dor que ocorre em um determinado local, mas que a suaorigem é em outra região que não aquela que está doendo. Causas: Distensão de vísceras ocas Peritonites Ruptura de vísceras Tromboses Inflamação e/ou distensão do fígado, pâncreas e rins Afecções da coluna. Animais com dor aguda são candidatos a laparotomia exploratória se não há diagnóstico conclusivo com exames complementares. Distensão abdominal Facilmente identificada a depender do grau de distensão. É o aumento do contorno abdominal. Causas: Prenhez Hepatomegalia/esplenomegalia Cistos abdominais Dilatação gástrica Peritonite MEDICINA VETERINÁRIA Obesidade Retenção de fezes a depender do grau de distensão. Na grande maioria dos casos a inspeção indireta por exame ultrassonográfico é excelente para determinar diagnostico e nortear o tratamento para os pacientes. Exame físico geral 1- Identificação do paciente. Dados do tutor (nome, endereço, telefone, profissão – os formados na área de saúde podem ter facilidade de acesso a variadas medicações e isso impacta na avaliação do exame físico geral em função da medicação indevida). Data de consulta Nome do paciente Espécie, raça, idade, sexo Temperamento (pacientes agressivos podem ser mais perigosos no momento de avaliação semiológica). Espécies – cães tem maior propensão a ingerir CE. Raça – pastor alemão com maior propensão a problemas esofágicos. Gatos siameses mais propensos a doença inflamatória intestinal. Idade – animais mais jovens coma afecções mais associadas a ordens congênitas, infecciosas e virais. Sexo - Os machos adultos inteiros geralmente têm constipação e tenesmo associados a hiperplasia prostática benigna ou cística. 2- Anamnese Queixa principal? Duração e frequência dos sintomas? Relaciona o quadro com algum evento ocorrido? Qual a dieta principal? Houve mudança? Ingestão de água? Apetite? Características e frequência de defecação? Tratamentos anteriores? Quais? Houve melhora? Vacinação/vermifugação? Acesso a rua? Ambiente higienizado? Frequencia? Considerações no exame físico geral Avaliar: Condição corporal/peso Comportamento Atitude/postura Posicionamento ortopneico = quando apresenta abertura dos membros e extensão do pescoço normalmente associada a dificuldades respiratórias. Posicionamento anti-álgico = presença de dor Ritmo cardiorrespiratório Temperatura Coloração das mucosas Secreções. Exame físico específico Envolve diferentes estruturas: Cavidade oral e faringe Esôfago Abdome o Estômago o Intestinos o Fígado o Pâncreas MEDICINA VETERINÁRIA Exame físico específico Solicitados de forma mais direcionada. Laboratoriais o Hemograma o Bioquímico o Urinálise Parasitológico Liquido peritoneal o Coleta melhor feita monitorado por técnicas de imagem. Imagem o Raio x o Ultrassom o Endoscopia Laparotomia exploratória (biópsias) Meios semiológicos Inspeção Palpação Percussão Auscultação Olfação Avaliação da cavidade oral e faringe Compreende da região dos lábios até a orofaringe. Geralmente em felinos na região de frênulo lingual são encontrados corpos estranhos lineares. Os principais sinais clínicos esperados em afecções orais: Halitose Sialorreia Hemorragia oral Distúrbios de preensão/mastigação Disfagia/odinofagia A avaliação é feita primeiramente pela elevação dos lábios superiores. Mucosa oral Observar se há simetria dos lábios superiores e a região superior e inferior. Observar coloração Se há presença de úlceras e lesões Presente de CE e massas Avaliar a umidade Gengiva Inflamação Ulceração CE e massas Dentes Característica dos dentes Cor do dente Área de fratura Calculo dentário MEDICINA VETERINÁRIA Após a avaliação por elevação dos lábios superiores é necessário fazer a abertura da boca do paciente e aqueles que não permitem podem serem contidos quimicamente, se necessário. Com o dedo indicador e o dedo polegar colocar a mão na região superior da maxila e encaixar os dedos na região caudal aos caninos e com a outra mão livro é tracionado ventralmente a mandíbula abrir a boca. Fazer com delicadeza, para não causar dor ao paciente. O que avaliar? Dentes – Posicionamento Coloração Oclusão Presença de fraturas ou cálculos Qualidade do esmalte Língua – Mobilidade Coloração Tipo de superfície Presença de lesões Massas Edema CE em sua base Palato duro e mole – Presença de lesões CE Palato mole alongado (cães braquicefálicos) Anomalias congênitas Faringe e tonsilas – sedação e anestesia para haver abertura de boca efetiva e deslocamento ventral da língua Inflamação Secreção purulenta Simetria CE Massas Presença de massa ulcerada. Laceração da região da base da língua onde havia presença de CE linear. As glândulas salivares são 4 pares (parótidas, mandibulares, sublinguais e zigomáticas). MEDICINA VETERINÁRIA Apenas as glândulas mandibulares podem ser possíveis de palpar no exame semiológico em aspecto de normalidade, porque só elas têm uma cápsula fibrosa. Quando há aspecto patológico, todas as glândulas podem ser palpadas e há também a identificação por inspeção direta da localização de cada uma. Mucocele, sialocele ou rânula é o acúmulo de saliva no tecido subcutâneo causado por bloqueio do ducto/ruptura da glândula. Aumento de volume na região onde a glândula está localizada e normalmente é unilateral. Hiperplasia pode estar relacionada a abscessos ou neoformações. Palpação Inspeção direta Inspeção indireta Avaliação do esôfago Anatomicamente é dividido em 3 regiões: Cervical (vai desde o final da cartilagem cricóide até a entrada do tórax). Torácico (entrada do tórax até o hiato diafragmático). Abdominal (mais curto – hiato diafragmático até o cárdia). Esôfago cervical Inspeção direta Considerar que o esôfago cervical está localizado do lado esquerdo do paciente. Afecções relacionadas a motilidade são a maioria dos casos de patologias no esôfago (megaesôfago). Doenças de origem obstrutivas (principalmente em cães filhotes). o Estenose o Neoplasias locais ou adjacentes o Anomalias de anel vascular Doenças inflamatórias o Esofagite o Hérnia de hiato o Fistulas o Ulcerações Sinais clínicos – geralmente apresentam um ou mais: Regurgitação Disfagia/odinofagia Engasgos Salivação excessiva Emagrecimento com apetite voraz Sinais respiratórios (secundários). Necessário que se haja a certeza que o animal não tenha afecções de preensão e mastigação. Palpação Geralmente quando há aumento de volume. Palpar na região esquerda, próximo ao suco jugular. Descolar a cabeça do animal dorsalmente para melhorar a visualização e palpação das estruturas. Pode fechar a narina e comprimir o tórax para evidenciar a dilatação esofágica. Auscultação Pode auscultar sons de movimento de fluidos. Esôfago torácico/abdominal Não pode ser feita uma avaliação por inspeção direta. Rx Rx contrastado Endoscopia MEDICINA VETERINÁRIA Avaliação do abdome Precisa ser dividido em 3 regiões: Epigástrica (cranial): delimitado cranialmente no diafragma e final no ultimo par de costelas. o Fígado o Estômago o Pâncreas o Rins (a depender da espécie) o Baço Mesogástrica (meio): ultimo par de costelas até a crista ilíaca. o Alças intestinais (delgado) o Ovários o Ureter Hipogástrica (caudal): da crista ilíaca até a região mais caudal do abdome. o Vesícula urinária o Próstata o Uretra o Reta o Cólon descendente Além disso, deve ser feita a divisão em: Dorsal Media Ventral É importante fazera divisão para saber os aspectos da anatomia topográfica que norteiam o exame. Inspeção direta e indireta, palpação, percussão e auscultação. Inspeção direto Avaliar forma e perímetro Simétrico Proporcional ao tórax Levar em consideração o aspecto anatômico esperado para cada raça e espécie. Paciente com aumento de volume mais localizado na região ventral é o chamado abdome com aspecto de sapo. o Pode estar associado com acúmulo de líquido que esteja mais concentrado na região ventral em função da gravidade. Paciente com aumento de volume na região dorsal o Pode ser gás livre (pneumoperitoneo) que se desloca para região mais dorsal por ser mais leve. Acúmulo de fluido e gás: Abaulamentos assimétricos (cães de grande porte que recebeu grande quantidade de alimento e foi submetido a exercício extenuante – dilatação ou vólvulo gástrico). Aumento fisiológico Gestação Alimentação Palpação Paciente em estação ou decúbito lateral. O tutor pode segurar os membros toráxicos do paciente de forma elevado em animais mais agressivos (lembrar que os órgãos irão se projetar mais caudalmente em função do levantamento do animal). Iniciar com as pontas dos dedos de forma suave e depois mais profundamente e com as duas mãos (dedos e palmas). Vai da região epigástrica até a hipogástrica. Avaliar sensibilidade MEDICINA VETERINÁRIA Tônus Presença ou ausência de sensibilidade dolorosa Observar delimitação de órgãos o Formato o Volume o Sensibilidade o Consistência Nem todas as estruturas serão palpáveis. Zona epigástrica: Intestino delgado, Fígado (mais facilmente quando está distendido) Estômago apenas distendido. Zona mesogástrica Intestino delgado e grosso Linfonodos mesentéricos (aumentados) Rins (especialmente em gatos) Baço Estômago (distendido) Zona hipogástrica Cólon descendente ou reto Útero (distendido) Vesícula urinária (distendida) Próstata (muito aumentada) Prova de ondulação ou baloteamento (observar líquido livre): Clínico por trás do paciente, colocar uma das mãos apoiada em um dos lados da cavidade abdominal e a outra mão livre do outro lado do abdome é feito pequenas batidas para promover o líquido faça ondulações que batem na outra mão do outro lado do abdome. Cuidado com pacientes obesos e com vesícula muito cheia. Percussão Paciente em decúbito dorsal ou lateral. Percussão dígito digital Útil na orientação sobre conteúdo abdominal se dá pelo tipo de som Ponta dos dedos indicador ou médio bate na falange média do dedo médio ou indicador. É feito em todos os locais da cavidade abdominal, especialmente naqueles que há suspeita de afecção. Observar tipo de som produzido o Claro Com ar o Timpânico Meteorismo Pneumoperitoneo o Maciço Órgãos densos Estase fecal Fluidos Auscultação Auscultar ruídos característicos do TGI – borborigmos (deslocamento de gás e líquido). Higidez: ruídos leves e difíceis de serem percebidos. Patologia: ruídos frequentes, fortes e variáveis: motilidade intensa. Gestação: ruídos cardíacos fetais. Sons de capoteio – acúmulo de gás e de líquido na cavidade abdominal ou dentro de um órgão. Uma das mãos situada em um lado do abdome e a outra do lado. Se promove um movimento laterolateral do conteúdo abdominal para sentir o deslocamento das MEDICINA VETERINÁRIA estruturas e auscultar o som de capoteio. Na região epigástrica normalmente se trata de dilatação no estômago Em todo o abdome normalmente é os dois conteúdos acumulados no estômago. Inspeção indireta Geralmente utilizado na análise de fluidos. Fazer exame físico detalhado Geralmente são solicitados US ou RX. Coleta de líquidos há possibilidade de avaliação das características físicas e citológicas desse líquido. Como a coleta é feita? Abdominocentese o Risco mínimo o Técnica invasiva o Pode ser eco guiado o Acesso mesogástrico (cicatriz umbilical) Tipos de líquidos: Exsudato Transudato Transudato modificado Quilo Hemorrágico Estômago Os principais sinais clínicos relacionados são: Inapetência Anorexia Vômito Dor abdominal Hematêmese São inespecíficos. Quais os meios semiológicos para sua avaliação? Inspeção – animais debilitados e desidratados em função do vômito. Palpação – Na região epigástrica quando repleto e em distensões graves na região mesogástrica. - Conteúdo, CE e dilatação - Observação de dor e desconforto Percussão – som timpânico: dilatação gástrica por gás. Auscultação – borborigmos evidentes em região epigástrica. Inspeção indireta: RX, US, endoscopia (padrão outro para identificação e remoção de CE) e exames laboratoriais (urinálise, coprofágico, dosagem de LT). Intestino delgado (absorção dos nutrientes) Os principais sinais clínicos são: Diarreia* Vomito (quanto mais proximal o processo inflamatório, mais frequente será o vômito). desidratação. Caquexia e perda de peso Pelame de má qualidade Apatia Melena/hematoquezia Inspeção direta – palpação Massas (neoplasias, granulomas, CE) Conteúdo (gases, fluidos, alimento, CE) Espessamento da parede Intussuscepção (formato salsicha ou dedo de luva) Pontos dolorosos Obstruções Inspeção indireta – parasitológico de fezes, laparotomia exploratória. MEDICINA VETERINÁRIA Endoscopia (coleta de material, remoção de CE e excelente de vermifugação), RX (principalmente gasoso) e US. Intestino grosso Entre os principais sinais clínicos: Diarreia / constipação o Fezes tem consistência mais pastosa/aquosa o Animal defeca em pequenas quantidades o Fezes associadas com presença de muco ou sangue vivo. Disquesia Tenesmo Hematoquezia Vômito (30% dos casos) Grau de desidratação não é tão evidente como no intestino delgado. É importante observar a região perianal. Aumento de volume o Pólipo retal o Hérnia. Palpação: CE intraluminais Impactação Intussuscepção ileocólica Toque retal: Pode ser realizado com o paciente em decúbito lateral ou quadrupedal (a depender da permissão do paciente). Calcar luvas, usar lubrificante e unhas cortadas (evitar laceração). Deve ser feito a depender do porte do paciente: dedo indicador a dedo mindinho. Como fazer o toque retal? Introduz parcialmente o dedo e avalia o esfíncter anal (tónus, estenose, irregularidade). Introduzir um pouco mais o dedo (estenose, CE, massas intraluminais e alterações da parede) Ao retirar o dedo pode observar as fezes (aparência, coloração, sangue, muco, fragmentos ósseos) Inspeção indireta Colonoscopia retal priorizando o segmento intestinal no sentido caudocranial Chegando até o duodeno a depender do porte do animal e do aparelho utilizado Fígado Os principais sinais clínicos são: Vômito Diarreia Melena Hematêmese Ascite Icterícia Perda de peso Anorexia e depressão As alterações físicas são muito variadas e a manifestação digestiva de pacientes hepatopatas sugere estado avançado da doença hepática. Palpação: Deve ser feita de forma delicada, introduzindo os dedos entre a arcada costal. Manipular em diferentes decúbitos para conseguir palpar diferentes lobos hepáticos. MEDICINA VETERINÁRIA Avaliar o tamanho hepático o Hepatomegalia: neoplasia, congestão, lipidose. Abcessos, hepatite o Micro-hepatia: cirrose, necrose, desvios portossistêmicos Avaliar a superfície, a consistência e a sensibilidade o Superfície lisa e regular o Consistência não pode ser mole ou dura. Prova de baloteamento – informação sobre a presença de fluidos. Inspeção indireta Laboratoriais o Hemograma o Dosagem de proteínas o ALT US para avaliação deparênquima hepático. UD doppler o Desvios portossistêmicos. Pâncreas Geralmente sinais clínicos associados a uma pancreatite aguda, que pode ser variável de acordo com a idade dos pacientes. Em pacientes idosos: alimentação com alto índice de gordura ou mudanças bruscas na alimentação. Em pacientes jovens: pancreatite causada por insuficiência pancreática. Os sinais clínicos são pouco específicos: Depressão Anorexia Febre Vomito Diarreia Dor abdominal (síndrome do abdômen agudo) É uma difícil exploração semiológica, assim é necessário a inspeção indireta. Análise de enzimas pancreáticas US* TC em casos mais complexos Laparotomia exploratória Principais exames complementares Hemograma/bioquímico/urinálise Parasitológico de fezes Exame dos líquidos peritoneais RX/US/Endoscopia Laparotomia exploratória Procedimentos intervencionistas Intubação orogástrica Intubação nasogástrica Punção aspirativa Biópsia transabdominal Abdominocentese Necessário conhecimento básico para realizar os procedimentos sem auxílio de técnicas imaginológicas. Intubação orogástrica Estabelece um acesso direto ao estômago. Indicado para: Administração de medicamento Contraste radiográfico Pacientes com anorexia ou vômitos repetitivos Realizar lavagem ou descompressão gástrica. Principais materiais: MEDICINA VETERINÁRIA Sonda (varia em comprimento e espessura a depender da espécie e porte) Abre-boca Rolo de fita Caneta marcação (delimitar o comprimento da sonda até o ponto que será introduzida) Gel lubrificante Seringas/funil Técnica: Estimar o tamanho da sonda (não introduzir uma maior ou menor). Estimar desde a entrada da boca até o ultimo par de costelas ou alguns centímetros a menos. Lubrificar a sonda Contenção do paciente (pode ser feito em pacientes sentados ou em cima da mesa. Para cães maiores, um auxiliar posiciona o cão na frente de uma parede e passa as pernas de cada lado do animal). Contenções químicas podem ser indicadas. Introdução da sonda até o limite demarcado. Checar a posição da sonda* Importante saber se ela chegou ao estômago e não foi pela traqueia. o Pequenos animais: Administrar quantidade pequena de água e observar de o animal apresente tosse. o Pequenos animais: US. o Grandes animais: palpação da região cervical onde é possível palpar a sonda e a tranqueia. Administrar medicações/alimentos. Fechar a extremidade final após a aplicação do medicamento ou alimento para que o mesmo não volte. Intubação nasogástrica É indicada para administração de medicamentos, contraste radiográfico ou para administração de alimentos. Mais utilizada para felinos o Pós cirúrgico o Doentes Materiais: Sonda de tamanho adequado que varia de acordo com a espécie e porte. o Se o paciente fica internado por muitos dias, a sonda pode ir até o 7º ou 8º espaço intercostal (esôfago caudal) porque existe possibilidade de refluxo se a sonda for até o estômago do paciente por um longo período de tempo. Anestésico oftálmico Gel lubrificante Seringa com solução estéril Material para curativo (prender a sonda). É sempre importante e necessário avaliar a localização da sonda. RX e US. Técnica: Paciente pode estar em decúbito esternal ou sentado sobre a mesa. Estimar o comprimento da sonda: da narina até a região do ultimo par de costelas (estômago) ou 7º-8º EI (esôfago caudal). MEDICINA VETERINÁRIA Anestésico tópico (oftálmico) que é feito na narina onde será introduzido a sonda 3-4 gotas, espera um tempo certo e mais 2-3 gotas e espera um pouco mais. Gel lubrificante da sonda. Inserir sonda delicadamente Conferir localização Administrar medicamentos/alimentos Lavagem da sonda sempre ao fazer a administração de qualquer medicamento/alimento. Fechar região final e retirar sonda. Para pacientes que irão continuar com a sonda, utilizar materiais para prender a sonda. o Prender a sonda com esparadrapo ou sutura. o Colar elizabetano para o paciente não retirar a sonda. Cuidado na administração incorreta. Cuidado em traumas esofágicos e estomacais. Punção aspirativa transabdominal - fígado É necessário uma agulha, seringa e lâminas de vidro. Paciente sedado Paciente em decúbito dorsal lateralizado a direita fígado com exposição maior e diminuição da punção biliar. Tricotomia e antissepsia Procedimento guiado por US (mais seguro) localiza parênquima hepático e lesão, acompanha deslocamento da agulha, avalia a profundidade e acompanha movimento em leque ao alcançar o local desejado. Também pode ser feito “às cegas”. o Indicado apenas para pacientes com suspeita de afecções difusas. Técnica às cegas: Posicionamento do animal Com agulha procura a região da cartilagem xifoide e introduz a agulha. Avançar a agulha craniodorsalmente discretamente angulada a esquerda (30º E) Remover mandril Avançar agulha, girando-a em movimento de leque. Remover a agulha e conectar a seringa Depositar o material na lâmina Fazer esfregaço e corar. Cuidado com hemorragias, peritonites e punção da vesícula biliar. Biópsia transabdominal É mais invasivo e requer um pouco mais de cuidado. Pode ser às cegas (difusa) ou guiada por US. É contraindicado para alguns animais: sempre verificar se o paciente apresenta anormalidades hemostáticas, distúrbios de coagulação, hemangiossarcoma hepático (sangramento excessivo), cistos e abcessos. Materiais: Agulha tru-cut (específica para biópsias) Lâmina de bisturi Anestésico local Seringas Luvas e material para antissepsia. MEDICINA VETERINÁRIA Considerações gerais: Sedação leve e anestesia local Decúbito dorsal com tórax elevado em relação ao abdômen com inclinação a direita. Técnica: Sedação Posicionamento Tricotomia e antissepsia + luvas Anestesia local + incisão da cartilagem xifoide Introdução da agulha tru-cut inclinada no sentido craniodorsal levemente inclinada a esquerda Avançar agulha do fígado Empurrar o obturador Avançar a cânula externa Retirar a agulha. Encaminhar material para patologia. Complicações: Hemorragia Punção de vesícula biliar Peritonite Laceração de vísceras Pneumotórax Abdominocentese Sempre pensar em realizar quando o animal possui coleções líquidas no abdômen. Coletar amostra de líquido para análise. Materiais: Cateter Seringa Tubos Técnica: Paciente pode estar em decúbito dorsal ou em estação (mais colaborativos). A punção é de local variável, mas é dado preferência a: o Punção caudal a cicatriz umbilical, na linha média (grandes efusões). Em pacientes com menos quantidade de líquido a abdominocentese pode não ser muito efetiva. Fazer tricotomia e antissepsia + luvas Fixar o cateter ou aguda (2-3 cm abaixo da cicatriz umbilical). Leve sucção (se não sair líquido, retirar agulha e redirecionar ela na cavidade ou até mesmo mudar o decúbito do paciente). Coletar líquido Análise macroscópica do líquido Enviar amostra para análise macroscópica do líquido. Análise citológica/bioquímica/microbiológica Avaliar os parâmetros clínicos do paciente.