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24/07/2021 lddkls212_int_bio_cel_des
https://conteudo.colaboraread.com.br/202102/INTERATIVAS_2_0/INTRODUCAO_A_BIOLOGIA_CELULAR_E_DO_DESENVOLVIMENTO/LIVRO_DIGITAL/npf_u4s1.html 1/12
NÃO PODE FALTAR
FECUNDAÇÃO, PRIMEIRA E SEGUNDA SEMANAS DO
DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO
Renata Morais dos Santos
CONVITE AO ESTUDO
Prezado aluno, seja bem-vindo! Estamos chegando em nossa última etapa da
disciplina Introdução à Biologia Celular e do Desenvolvimento. Até aqui pudemos
conhecer um pouco da citologia e sua importância, desvendando a estrutura e a
composição das células, como elas funcionam e o porquê de elas serem a unidade
fundamental da vida. Estudamos também um pouco sobre a genética, para
compreendermos como é estrutura do material genético que caracteriza os
diferentes tipos de organismos, e o mecanismo de transmissão deste material de
uma geração para a outra. Vimos ainda como ocorre a hereditariedade das
características e o comportamento da expressão gênica em diferentes situações,
de forma que seja possível, por meio destes estudos e do desenvolvimento de
tecnologias, a prevenção e o tratamento de doenças. 
Mas, a�nal, como ocorre o desenvolvimento dos organismos vivos? Nós vimos que
os seres vivos que se reproduzem de forma sexuada, passam pelos processos de
divisão celular (mitose e meiose) e a partir da gametogênese e espermatogênese
são formados os gametas femininos e masculinos, respectivamente. Partiremos
deste ponto, que será o tema desta unidade, para conhecer um pouco sobre a
embriologia básica. 
Embriologia se refere ao estudo do processo de desenvolvimento de embriões,
compreende o processo desde a fecundação (união dos gametas femininos e
masculinos – zigoto) até a formação dos seres vivos. Acompanha e analisa os
Fonte: Shutterstock.
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24/07/2021 lddkls212_int_bio_cel_des
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estágios do organismo, todas as mudanças que compõem o cenário evolutivo
embrionário até o momento do parto. Durante o desenvolvimento, é possível
identi�car possíveis anormalidades ou doenças congênitas, ocasionadas por
fatores genéticos ou ambientais, que impedem a evolução normal do feto.
Compreender os eventos da embriologia auxilia na otimização do conhecimento
das alterações pelas quais o corpo passa, compreendendo as mudanças que são
geradas ao feto, de modo a diminuir os riscos na gestação. A embriologia
compreende algumas especialidades, como a embriologia humana (dedicada ao
estudo de embriões humanos), embriologia comparada (dedicada ao estudo de
embriões de espécies animais diversi�cadas, de forma comparativa) e a
embriologia vegetal (dedicada ao desenvolvimento das plantas). 
Nesta unidade, abordaremos as etapas do desenvolvimento embrionário humano,
conhecendo passo a passo os principais eventos e transformações pelas quais o
embrião passa, desde a sua origem até a fase do nascimento. Você será capaz de
identi�car e diferenciar cada uma das etapas, semana a semana do
desenvolvimento, da primeira à nona semana, incluindo os anexos embrionários e
a formação da placenta. 
Na Seção 4.1, abordaremos o processo de fecundação e o início dos eventos que
ocorrem nas duas primeiras semanas do desenvolvimento embrionário. Na
sequência, a Seção 4.2 abordará o desenvolvimento do embrião da terceira à
oitava semana, elencando os principais eventos e formação de estruturas e
folhetos embrionários. Para �nalizarmos, na Seção 4.3, conheceremos as
transformações da última etapa do desenvolvimento embrionário, da nona
semana ao nascimento, e algumas estruturas importantes como a placenta e as
membranas fetais. 
Vamos juntos desvendar este fascinante mundo que origina a vida? 
Bons estudos!
Para que uma nova vida seja gerada é necessário que uma série de etapas sejam
percorridas e bem-sucedidas. A fecundação marca o início do desenvolvimento
embrionário, mas ela só ocorre quando há o encontro de um óvulo maduro e
saudável com um espermatozoide que consiga penetrar nesse óvulo, seja de
forma natural, através da relação sexual, seja através de técnicas de reprodução
assistida, como a fertilização in vitro ou a inseminação arti�cial. São milhões de
espermatozoides e somente um deles será capaz de dar início a uma nova vida. 
As duas primeiras semanas de desenvolvimento são marcadas por vários eventos
e alterações das células – nesse estágio, na maioria dos casos, a mulher ainda não
sabe que está grávida. A embriologia trouxe uma in�nidade de benefícios,
permitindo a identi�cação de possíveis anomalias que possam ocorrer durante o
desenvolvimento e doenças genéticas, diminuindo com isso a probabilidade de
riscos durante a gestação, tanto para a mãe quanto para o feto. Além disso, a
ciência permitiu que mulheres pudessem engravidar por meio de técnicas
especializadas, quando a fecundação natural não é possível. As células-tronco
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embrionárias são de grande interesse da área médica, visto que elas têm grande
capacidade de se tornar outros tipos celulares, por serem pluripotentes com
capacidade de se multiplicar.
Caro aluno, você consegue imaginar a complexidade de eventos que são
necessários para que a fecundação ocorra? Quantas etapas são necessárias? E o
que ocorre nas duas primeiras semanas do desenvolvimento embrionário? 
Nesta seção, daremos foco ao desenvolvimento humano, descrevendo os
principais eventos que ocorrem para que a fecundação seja bem-sucedida e o
zigoto seja gerado. Todas as transformações pelas quais o zigoto passará durante
a clivagem, a formação do blastocisto até o início de sua implantação no útero,
caracterizando a primeira semana do desenvolvimento. Já a segunda semana é
caracterizada pela implantação completa do blastocisto que irá se desenvolver
para formar o futuro bebê. Esta fase é marcada ainda pela formação e pelo
desenvolvimento de algumas estruturas consideradas anexos extraembrionários,
que irão desempenhar diferentes funções para o desenvolvimento do embrião.
Caso ocorra algum problema na implantação do blastocisto, quais são as
consequências? Como evitar a implantação, para que não ocorra uma gravidez? 
A embriologia nada mais é do que o estudo e o acompanhamento de todas as
etapas do desenvolvimento dos embriões, desde quando ocorre a fecundação até
a formação de uma nova vida. No entanto, a natureza sozinha às vezes não
consegue iniciar uma nova vida e graças à tecnologia e às pesquisas, hoje, muitos
casais, mulheres que desejam ter uma gestação independente, entre outros casos
– como de indivíduos que desejam ser pais em um futuro, mesmo com a idade
mais avançada, e optam por congelar os gametas –, podem ser auxiliados pela
medicina, através da reprodução assistida. Segundo a Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária), a reprodução assistida vem crescendo no Brasil e em 2018
foram realizados 43.093 ciclos de fertilização in vitro, resultando em um
crescimento de 18,7% na realização de procedimentos (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2019).
Um casal, ambos com mais de 35 anos, apresenta di�culdade para engravidar há
mais de dois anos de tentativas. Após fazerem uma série de exames, investigarem
a fertilidade de ambos, foram instruídos a realizar uma fertilização in vitro, para
alcançar o sonho de ter um bebê. Apesar de ser uma das técnicas de reprodução
assistida mais e�cazes, ainda assim não é possível garantir que a gravidez
ocorrerá. Apesar de as chances serem grandes nessa técnica, o sucesso depende
da implantação do embrião. Imagine que você, como pro�ssional da saúde,
trabalha para a clínica especializada em reprodução humana utilizando técnicas dereprodução assistida, com médicos e especialistas altamente quali�cados. O casal
procura pela clínica e inicia o procedimento para a FIV (fertilização in vitro). Como
você explicaria a relação entre a endometriose detectada na mulher e a indicação
da técnica FIV ao invés da inseminação arti�cial? Em qual caso seria usada a técnica
de inseminação arti�cial? Realizado o processo de fertilização dos gametas, o
embrião �ca em incubadora sendo acompanhado por 3 a 5 dias até ser transferido
para o útero. O que ocorre durante este período com o embrião? 
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Vamos continuar ampliando os nossos conhecimentos e compreender o fenômeno
que inicia a geração de uma nova vida.
CONCEITO-CHAVE
O desenvolvimento embrionário humano é composto por uma série de eventos
coordenados para produzir um bebê saudável após semanas de gestação. A
primeira semana de desenvolvimento embrionário é marcada por muitas
mudanças físicas e bioquímicas no corpo feminino. A gestação depende de
acontecimentos prévios, para que o corpo crie um ambiente ideal para que ocorra
a fecundação e a implantação do zigoto, o futuro feto. Você se lembra da formação
dos gametas? Ao �nal da espermatogênese, através da meiose, são formados os
gametas masculinos (espermatozoides), e ao �nal da ovogênese, é formado o
gameta feminino (óvulo).
A ovulação no corpo da mulher é marcada pelo seu período fértil, em que um
ovócito secundário (presente na metáfase da segunda divisão meiótica), também
chamado de óvulo, é liberado pelo ovário. O óvulo, quando liberado, migra em
direção ao útero, por meio das contrações da tuba uterina, pois esta célula não
tem estruturas locomotoras como os espermatozoides. O percurso do óvulo até o
útero leva em torno de oito dias. 
Quando o óvulo maduro, geralmente ainda na tuba uterina, entra em contato com
um espermatozoide e este consegue nele penetrar, ocorre a fecundação, o começo
de uma possível gravidez.
1. FECUNDAÇÃO
A fecundação ou fertilização marca o início da primeira semana do
desenvolvimento humano. O processo ocorre com o encontro do óvulo e do
espermatozoide, através da relação sexual (quando ocorre de forma natural),
quando os milhares de espermatozoides lançados por meio da ejaculação dentro
do corpo da mulher percorrem o útero até a tuba uterina para encontrar o óvulo, e
apenas um deles irá conseguir penetrar no óvulo (salvo os casos de gêmeos).
REFLITA 
Para penetrar no óvulo, os espermatozoides contam com a sua estrutura, o
acrossomo, se lembra dela? Essa estrutura possui enzimas digestivas que
auxiliam na decomposição da membrana externa do ovócito (zona
pelúcida) permitindo a penetração no óvulo.s
A célula haploide do espermatozoide se junta à célula haploide do ovócito,
formando o zigoto (célula diploide, contendo cromossomos maternos e paternos),
ou o início da formação de um novo ser, encerrando a fertilização. Todo este
processo, apesar de rápido, é complexo e envolve várias fases, vamos conhecê-las
a seguir.
A primeira fase é marcada pela passagem do espermatozoide através das
células da corona radiata do oócito ou óvulo. Nesta fase, o óvulo é liberado junto
de uma camada que o envolve, a corona radiata, que emite sinais químicos
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responsáveis por atrair os espermatozoides até o óvulo. O primeiro obstáculo do
espermatozoide é atravessar esta camada, assim, o acrossomo libera enzimas que
são auxiliadas por enzimas liberadas pela mucosa da tuba uterina e juntamente
com os movimentos da cauda do espermatozoide provocam a movimentação das
células da corona, permitindo que o espermatozoide entre em contato com a zona
pelúcida. É iniciada a segunda fase, a penetração da zona pelúcida. A zona
pelúcida é uma camada glicoproteica, que protege o óvulo envolvendo a sua parte
externa, esta camada não contém células. Para penetrar nesta camada, o
acrossomo libera enzimas como a acrosina, neuraminidase e esterase, e juntas
estas enzimas causam a lise da zona pelúcida, permitindo a penetração do
espermatozoide ao alcance do óvulo.
ATENÇÃO
Assim que um espermatozoide penetra na zona pelúcida, ela impossibilita a
penetração de outros espermatozoides, uma vez que se torna
impermeável, formando a membrana de fecundação.
Após a penetração do espermatozoide, ocorre a fusão de membranas, as
membranas plasmáticas do óvulo e do espermatozoide se unem, e a cabeça e a
cauda do espermatozoide entram no citoplasma do óvulo. A membrana do
espermatozoide e as mitocôndrias não entram no óvulo, são destruídas. Com isso,
ocorre o término da segunda divisão meiótica do ovócito. Nesta etapa, é
necessário se lembrar do processo de ovogênese, no qual o ovócito ao sofrer a
segunda divisão da meiose origina um ovócito maduro e um segundo corpo polar.
Ocorre a descondensação dos cromossomos do núcleo do óvulo e é formado o
pronúcleo feminino. O pronúcleo masculino é formado na fase seguinte com a
degeneração da cauda do espermatozoide e o aumento do volume do núcleo. Os
pronúcleos, durante o crescimento, replicam o material genético (DNA), quando
ocorre a fusão dos pronúcleos. A última fase da fertilização é marcada pela união
dos dois pronúcleos, formando uma única estrutura que contém informações dos
genitores. A nova célula formada é conhecida como zigoto ou célula-ovo, que se
deslocará até o útero para dar início a nova vida que será desenvolvida. 
É importante lembrar que o zigoto é uma célula totipotente, com capacidade de se
diferenciar em qualquer tipo de célula, composto por 46 cromossomos (23
cromossomos do gameta masculino e 23 cromossomos do gameta feminino),
sendo, portanto, uma célula diploide. Neste instante, ocorre também a
determinação cromossômica do sexo (XX ou XY).
ASSIMILE
Para que a fecundação ocorra é necessário que a mulher esteja no período
fértil, ou seja, esteja ovulando. Além disso, é necessário que o
espermatozoide alcance o óvulo e ambos se unam dando origem ao zigoto.
O óvulo se mantém viável para a fertilização por 24 horas e os
espermatozoides se mantém viáveis no corpo feminino nas primeiras 48
horas após a relação.
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2.  CLIVAGEM DO ZIGOTO E FORMAÇÃO DO BLASTOCISTO
Formado o zigoto, o que ocorre antes de ele chegar ao útero? É iniciado o processo
de clivagem, ou segmentação, que consiste em múltiplas divisões celulares,
resultando em células chamadas blastômeros. Aproximadamente 30 horas após a
fertilização, é iniciada a primeira divisão do zigoto, formando dois blastômeros. A
zona pelúcida segue envolvendo o zigoto e conforme os blastômeros seguem em
divisão, a cada divisão têm o seu tamanho reduzido e migram para o útero, local
onde ocorrererá o processo de implantação que veremos mais adiante. Os
blastômeros vão se unindo em uma espécie de complexo e quando já foram
formados de 12 a 32 blastômeros, ainda envolvidos pela zona pelúcida, o concepto
(embrião) passa a ser chamado de mórula (parecido com uma amora),
encaminhada para a cavidade uterina, cerca de três a quatro dias após a
fecundação. 
A zona pelúcida neste estágio começa a ser digerida por enzimas, um �uido é
secretado pela tuba uterina, formando uma cavidade entre os blastômeros,
conhecida por blastocele, que separa as células em dois grupos: trofoblasto
(células mais periféricas – formarão a parte embrionária da placenta) e
embrioblasto (massa celular interna – dará origem ao embrião). Nesta fase do
desenvolvimento, oconcepto recebe o nome de blastocisto, que aumenta de
tamanho rapidamente e “�utua” pela cavidade uterina até alcançar o útero. Após
aproximadamente seis dias da fecundação, o blastocisto é aderido ao epitélio
endometrial, em um processo implantação também conhecido por nidação. O
trofoblasto começa a proliferar, diferenciando em duas camadas: o citotrofoblasto
(cama interna de células) e o sinciciotrofoblasto (camada externa de células).
No �nal da primeira semana, a implantação do blastocisto na camada do
endométrio (região póstero-superior do útero) ainda é super�cial, mas já é possível
a nutrição através dos tecidos maternos. Considerado altamente invasivo, o
sinciciotrofoblasto se expande rapidamente, atravessa o endométrio, atinge
glândulas e vasos sanguíneos. Além disso, produz enzimas que possibilitam ao
blastocisto se implantar no endométrio do útero.
Figura 4.1 | Esquema da clivagem do zigoto e formação do blastocisto
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Nota: A-D representam os estágios da clivagem. E e F representam cortes de blastocistos.
Fonte: Moore et al. (2016, p. 23).
Estudamos até aqui a primeira semana do desenvolvimento e, ao �nal desta, o
blastocisto ainda se encontra parcialmente implantado no endométrio. A
implantação completa ocorre durante a segunda semana, junto da formação de
outras estruturas extraembrionárias.
3.  FORMAÇÃO DE CAVIDADE AMNIÓTICA, SACO VITELINO E DISCO
EMBRIONÁRIO 
Durante o processo de implantação do blastocisto, ele passa por mudanças
morfológicas que alteram o embrioblasto, ocasionando a formação do disco
embrionário, em forma de placa achatada e circular, composta por duas camadas
bilaminares de células (epiblasto – mais espessa –, e hipoblasto – mais �na). O
disco embrionário será responsável posteriormente pela formação de tecidos e
órgãos do embrião.
As células do epiblasto formam o assoalho da cavidade amniótica, revestida por
uma membrana, o âmnio. Dentro desta cavidade encontramos o líquido amniótico
(responsável pela proteção do embrião contra choques mecânicos, patógenos e
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desidratação. Já as células do hipoblasto formam o teto da cavidade exocelômica,
que em conjunto com a membrana exocelômica, ambas formadas a partir do
hipoblasto, originam o saco vitelino primário ou primitivo.
Ainda na segunda semana de desenvolvimento, o disco embrionário se interpõe
entre a cavidade amniótica e o saco vitelino primário. Células do endoderma do
saco vitelino formam uma camada de tecido conjuntivo frouxo (mesoderma
extraembrionário), que envolve o âmnio e o saco vitelino. A partir do momento que
o âmnio, o disco embrionário e o caso vitelino primário se formam, alguns espaços
aparecem no sinciciotrofoblasto e rapidamente são preenchidos por uma mistura
de sangue materno, que irá nutrir o embrião. 
No 10º dia, o embrião já está completamente implantado no endométrio. Por volta
do 12º dia, os espaços do sinciciotrofoblasto adjacentes se unem para formar as
redes lacunares. O mesoderma extraembrionário sofre um aumento e em
consequência surgem espaços que se fundem formando uma cavidade grande,
conhecida por celoma extraembrionário. Esta nova cavidade é composta por
líquido e envolve o âmnio e o saco vitelino e conforme o celoma extraembrionário
cresce, o saco vitelino primário tem o seu tamanho reduzido, formando o saco
vitelino secundário (ausência de vitelo).
O disco embrionário forma o embrião com seus folhetos primitivos e os outros
componentes são os anexos embrionários: saco vitelino, cavidade amniótica e saco
coriônico (Figura 4.2).
ASSIMILE 
O sinciciotrofoblasto, além de permitir a implantação do blastocisto, secreta
na corrente sanguínea a gonadotro�na coriônica humana (hCG), que
mantém a atividade do ovário durante a gravidez, e serve também como
base dos testes de gravidez. Após 24 a 48 horas após a fecundação, já é
detectado nos testes de gravidez o fator inicial da gravidez, através de uma
proteína secretada pelo trofoblasto e encontrada no soro materno, durante
os 10 primeiros dias de desenvolvimento. Ao �nal da segunda semana de
desenvolvimento, o hCG já é detectado na corrente sanguínea da mãe, em
quantidade su�ciente, através de anticorpos marcados, para indicar um
resultado positivo de gravidez (SHOLL-FRANCO et al., 2010).
4.  DESENVOLVIMENTO DO SACO CORIÔNICO
Ao �nal da segunda semana do desenvolvimento embrionário, surgem vilosidades
coriônicas primárias da placenta, formadas a partir da proliferação das células do
sinciciotrofoblasto e do citotrofoblasto. E o mesoderma extramebrionário é
dividido pelo celoma extramebrionário em duas camadas: mesoderma somático
extraembrionário (lâmina que reveste o âmnio e o trofoblasto); e o mesoderma
esplâncnico extraembrionário (lâmina que envolve o saco vitelino). 
Outra estrutura aparece ao �nal desta semana, o córion, composto pelo
mesoderma somático extraembrionário e as duas camadas do trofoblasto. O
córion forma o saco coriônico ou saco gestacional, cuja função é transportar
oxigênio e nutrientes da circulação materna para o embrião. Os anexos
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embrionários (saco amniótico e saco vitelino), juntamente com o embrião, �cam
suspensos no saco coriônico por um pedúnculo de conexão (futuro cordão
umbilical).
Figura 4.2 | Esquema ilustrando a origem dos anexos embrionários
Nota: – Blastocisto tardio. B – Início da implantação. C e D – Blastocisto implantado entre 7-8 dias. E –
Embrião em 9 dias. F – Após a segunda semana.
Fonte: Carlson (2014, p. 75).
Algumas células do hipoblasto se modi�cam em uma determinada região do disco
embrionário e formam a placa precordal. Esta placa marca o local onde será
originada a boca, na região da cabeça. Assim, caracterizamos os principais eventos
que ocorrem durante a segunda semana deste novo indivíduo que ganha vida.
5.  LOCAIS DE IMPLANTAÇÃO DOS BLASTOCISTOS
Em geral, o blastocisto é implantado no endométrio uterino, na parte superior do
corpo do útero. Com menor frequência, o blastocisto é implantado na parede
posterior a do corpo do útero. Mas em ambos os casos, a gravidez é dita como
gravidez tópica, em que ocorre no interior da cavidade uterina. O desenvolvimento
do embrião se dá dentro do útero, local em que há trocas de oxigênio e nutrientes
de forma adequada entre a mãe e o feto. Nestes casos, o óvulo foi fecundado
ainda dentro da trompa e percorreu durante alguns dias a trompa até alcançar o
útero e se �xar, ainda na primeira semana de desenvolvimento. Ao �nal da
segunda semana de gestação, muitas vezes, as mulheres ainda não sabem que
estão grávidas e a implantação do blastocisto pode ser visualizada na
ultrassonogra�a.
REFLITA 
Algumas mulheres podem apresentar endometriose, doença crônica, em
que o tecido endometrial encontrado normalmente no interior do útero,
revestindo-o, cresce para fora do útero. A endometriose pode causar dores
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e inclusive comprometer a fertilidade da mulher, apesar de que, em muitos
casos, não há sintomas, por isso a importância de realizar exames
regulares. Uma vez diagnosticado, o médico poderá indicar o melhor
método para desacelerar o crescimento do tecido inapropriado, que pode
ser desde medicamentos até cirurgias.
A implantaçãodo blastocisto, no entanto, pode ocorrer fora do útero, conhecida
por implantações extrauterinas ou gravidez ectópica. Em cerca em 95% dos casos,
ela ocorre nas tubas uterinas, podendo ocorrer também na cérvice, em cicatrizes
uterinas, cavidade pélvica ou abdominal e nos ovários.
EXEMPLIFICANDO 
Quando a gravidez ocorre na tuba uterina, uma das possíveis causas está
relacionada com o atraso ou o impedimento do zigoto até o útero. Por
exemplo o bloqueio da tuba uterina (ou trompa) durante a fase de clivagem
do desenvolvimento.
As trompas não estão preparadas para desenvolver o embrião, não há nutrientes
su�cientes e todo o restante do desenvolvimento acaba sendo prejudicado. Ocorre
muitas vezes o aborto tubário, em que o próprio organismo encontra uma forma
de expulsar o embrião, identi�cado como um corpo estranho. Em outros casos
mais graves, o desenvolvimento continua dentro da trompa, e próximo à 6ª ou 7ª
semana há o risco de rompimento desta trompa, o sangramento pode inclusive
colocar em risco a vida da gestante.
FAÇA VALER A PENA
Questão 1
O processo de desenvolvimento embrionário inicia com a fertilização. Mas antes
que a célula haploide (gameta masculino) consiga se unir a outra célula haploide
(gameta feminino) e formar o zigoto, acontece uma série de fases.
Para que ocorra a fertilização são necessárias algumas etapas, são elas:
1. Fusão de membranas.
2. Término da segunda divisão meiótica do ovócito.
3. Passagem do espermatozoide através das células da corona radiata.
4. Pronúcleo masculino.
5. Penetração da zona pelúcida.
6. Fusão dos pronúcleos.
Assinale a opção que apresenta a ordem correta dos passos realizados.
a.  1 – 3 – 5 – 2 – 6 – 4. 
b.  3 – 5 – 1 – 2 – 4 – 6.
c.  2 – 5 – 3 – 6 – 1 – 4. 
d.  2 – 5 – 3 – 1 – 4 – 6. 
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24/07/2021 lddkls212_int_bio_cel_des
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REFERÊNCIAS
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FAMEMA – Faculdade de Medicina de Marília. Disciplina de Embriologia Humana.
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CARMO, L. Ken Hub. Embriologia – 1ª Semana do Desenvolvimento. 29 out. 2020.
Disponível em: https://bit.ly/3blvRqA. Acesso em: 13 jan. 2021.
e.  5 – 3 – 1 – 4 – 2 – 6. 
Questão 2
Em uma das etapas do processo de fertilização, ocorre a formação da membrana
de fecundação. Esta membrana é formada, após sofrer várias alterações, para
impedir a penetração de outros espermatozoides no ovócito.
Com base no texto e em relação à membrana de fecundação, assinale a alternativa
correta.
a.  Assim que o espermatozoide passa através das células da corona radiata do óvulo, as células formam a
membrana de fecundação.
b.  Após o término da segunda divisão meiótica, surge a membrana de fecundação, após a fusão dos
pronúcleos. 
c.  A zona pelúcida sofre várias alterações, após a penetração do espermatozoide nela, e forma a membrana
de fecundação. 
d.  A membrana de fecundação é formada após a fusão de membranas, que unem a cabeça e a cauda do
espermatozoide ao óvulo. 
e.  A membrana de fecundação é facilmente rompida com as enzimas liberadas pelo acrossomo dos
espermatozoides. 
Questão 3
As primeiras semanas do desenvolvimento embrionário após a fecundação até a
nidação, duram em torno de 10 dias. O zigoto passa por uma série de
transformações, sendo chamado de concepto. Ao �nal da primeira semana, o
concepto já está pronto para ser implantado no útero.
Em relação ao zigoto e aos estágios do concepto, assinale a alternativa correta.
a.  Na fase de blastocisto, o concepto já inicia com três folhetos embrionários (ectoderma, mesoderma e
endoderma).
b.  Na fase de clivagem, o zigoto passa por múltiplas divisões celulares e resulta no embrioblasto.
c.  O concepto quando chamado de blastocisto, durante a segunda semana, já é caracterizado pela presença
da placa neural. 
d.  Durante a formação do blastocisto, o concepto recebe o nome de trofoblasto, se diferenciando depois
em citrofoblasto e sinsiciotrofoblasto. 
e.  Na segmentação, a estrutura do concepto é similar a uma amora, formada por um conjunto de
blastômeros. 
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https://www.fag.edu.br/upload/arquivo/1381778773.pdf
https://www.famema.br/ensino/embriologia/primeirassemanas1.php
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/embriologia-1-semana-do-desenvolvimento
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http://professor.ufrgs.br/tatianamontanari/publications/embriologia-texto-atlas-e-roteiro-de-aulas-pr%C3%A1ticas

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