Prévia do material em texto
24/07/2021 lddkls212_int_bio_cel_des https://conteudo.colaboraread.com.br/202102/INTERATIVAS_2_0/INTRODUCAO_A_BIOLOGIA_CELULAR_E_DO_DESENVOLVIMENTO/LIVRO_DIGITAL/npf_u4s1.html 1/12 NÃO PODE FALTAR FECUNDAÇÃO, PRIMEIRA E SEGUNDA SEMANAS DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO Renata Morais dos Santos CONVITE AO ESTUDO Prezado aluno, seja bem-vindo! Estamos chegando em nossa última etapa da disciplina Introdução à Biologia Celular e do Desenvolvimento. Até aqui pudemos conhecer um pouco da citologia e sua importância, desvendando a estrutura e a composição das células, como elas funcionam e o porquê de elas serem a unidade fundamental da vida. Estudamos também um pouco sobre a genética, para compreendermos como é estrutura do material genético que caracteriza os diferentes tipos de organismos, e o mecanismo de transmissão deste material de uma geração para a outra. Vimos ainda como ocorre a hereditariedade das características e o comportamento da expressão gênica em diferentes situações, de forma que seja possível, por meio destes estudos e do desenvolvimento de tecnologias, a prevenção e o tratamento de doenças. Mas, a�nal, como ocorre o desenvolvimento dos organismos vivos? Nós vimos que os seres vivos que se reproduzem de forma sexuada, passam pelos processos de divisão celular (mitose e meiose) e a partir da gametogênese e espermatogênese são formados os gametas femininos e masculinos, respectivamente. Partiremos deste ponto, que será o tema desta unidade, para conhecer um pouco sobre a embriologia básica. Embriologia se refere ao estudo do processo de desenvolvimento de embriões, compreende o processo desde a fecundação (união dos gametas femininos e masculinos – zigoto) até a formação dos seres vivos. Acompanha e analisa os Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 Ve r an ot aç õe s 24/07/2021 lddkls212_int_bio_cel_des https://conteudo.colaboraread.com.br/202102/INTERATIVAS_2_0/INTRODUCAO_A_BIOLOGIA_CELULAR_E_DO_DESENVOLVIMENTO/LIVRO_DIGITAL/npf_u4s1.html 2/12 estágios do organismo, todas as mudanças que compõem o cenário evolutivo embrionário até o momento do parto. Durante o desenvolvimento, é possível identi�car possíveis anormalidades ou doenças congênitas, ocasionadas por fatores genéticos ou ambientais, que impedem a evolução normal do feto. Compreender os eventos da embriologia auxilia na otimização do conhecimento das alterações pelas quais o corpo passa, compreendendo as mudanças que são geradas ao feto, de modo a diminuir os riscos na gestação. A embriologia compreende algumas especialidades, como a embriologia humana (dedicada ao estudo de embriões humanos), embriologia comparada (dedicada ao estudo de embriões de espécies animais diversi�cadas, de forma comparativa) e a embriologia vegetal (dedicada ao desenvolvimento das plantas). Nesta unidade, abordaremos as etapas do desenvolvimento embrionário humano, conhecendo passo a passo os principais eventos e transformações pelas quais o embrião passa, desde a sua origem até a fase do nascimento. Você será capaz de identi�car e diferenciar cada uma das etapas, semana a semana do desenvolvimento, da primeira à nona semana, incluindo os anexos embrionários e a formação da placenta. Na Seção 4.1, abordaremos o processo de fecundação e o início dos eventos que ocorrem nas duas primeiras semanas do desenvolvimento embrionário. Na sequência, a Seção 4.2 abordará o desenvolvimento do embrião da terceira à oitava semana, elencando os principais eventos e formação de estruturas e folhetos embrionários. Para �nalizarmos, na Seção 4.3, conheceremos as transformações da última etapa do desenvolvimento embrionário, da nona semana ao nascimento, e algumas estruturas importantes como a placenta e as membranas fetais. Vamos juntos desvendar este fascinante mundo que origina a vida? Bons estudos! Para que uma nova vida seja gerada é necessário que uma série de etapas sejam percorridas e bem-sucedidas. A fecundação marca o início do desenvolvimento embrionário, mas ela só ocorre quando há o encontro de um óvulo maduro e saudável com um espermatozoide que consiga penetrar nesse óvulo, seja de forma natural, através da relação sexual, seja através de técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro ou a inseminação arti�cial. São milhões de espermatozoides e somente um deles será capaz de dar início a uma nova vida. As duas primeiras semanas de desenvolvimento são marcadas por vários eventos e alterações das células – nesse estágio, na maioria dos casos, a mulher ainda não sabe que está grávida. A embriologia trouxe uma in�nidade de benefícios, permitindo a identi�cação de possíveis anomalias que possam ocorrer durante o desenvolvimento e doenças genéticas, diminuindo com isso a probabilidade de riscos durante a gestação, tanto para a mãe quanto para o feto. Além disso, a ciência permitiu que mulheres pudessem engravidar por meio de técnicas especializadas, quando a fecundação natural não é possível. As células-tronco 0 Ve r an ot aç õe s 24/07/2021 lddkls212_int_bio_cel_des https://conteudo.colaboraread.com.br/202102/INTERATIVAS_2_0/INTRODUCAO_A_BIOLOGIA_CELULAR_E_DO_DESENVOLVIMENTO/LIVRO_DIGITAL/npf_u4s1.html 3/12 embrionárias são de grande interesse da área médica, visto que elas têm grande capacidade de se tornar outros tipos celulares, por serem pluripotentes com capacidade de se multiplicar. Caro aluno, você consegue imaginar a complexidade de eventos que são necessários para que a fecundação ocorra? Quantas etapas são necessárias? E o que ocorre nas duas primeiras semanas do desenvolvimento embrionário? Nesta seção, daremos foco ao desenvolvimento humano, descrevendo os principais eventos que ocorrem para que a fecundação seja bem-sucedida e o zigoto seja gerado. Todas as transformações pelas quais o zigoto passará durante a clivagem, a formação do blastocisto até o início de sua implantação no útero, caracterizando a primeira semana do desenvolvimento. Já a segunda semana é caracterizada pela implantação completa do blastocisto que irá se desenvolver para formar o futuro bebê. Esta fase é marcada ainda pela formação e pelo desenvolvimento de algumas estruturas consideradas anexos extraembrionários, que irão desempenhar diferentes funções para o desenvolvimento do embrião. Caso ocorra algum problema na implantação do blastocisto, quais são as consequências? Como evitar a implantação, para que não ocorra uma gravidez? A embriologia nada mais é do que o estudo e o acompanhamento de todas as etapas do desenvolvimento dos embriões, desde quando ocorre a fecundação até a formação de uma nova vida. No entanto, a natureza sozinha às vezes não consegue iniciar uma nova vida e graças à tecnologia e às pesquisas, hoje, muitos casais, mulheres que desejam ter uma gestação independente, entre outros casos – como de indivíduos que desejam ser pais em um futuro, mesmo com a idade mais avançada, e optam por congelar os gametas –, podem ser auxiliados pela medicina, através da reprodução assistida. Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a reprodução assistida vem crescendo no Brasil e em 2018 foram realizados 43.093 ciclos de fertilização in vitro, resultando em um crescimento de 18,7% na realização de procedimentos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019). Um casal, ambos com mais de 35 anos, apresenta di�culdade para engravidar há mais de dois anos de tentativas. Após fazerem uma série de exames, investigarem a fertilidade de ambos, foram instruídos a realizar uma fertilização in vitro, para alcançar o sonho de ter um bebê. Apesar de ser uma das técnicas de reprodução assistida mais e�cazes, ainda assim não é possível garantir que a gravidez ocorrerá. Apesar de as chances serem grandes nessa técnica, o sucesso depende da implantação do embrião. Imagine que você, como pro�ssional da saúde, trabalha para a clínica especializada em reprodução humana utilizando técnicas dereprodução assistida, com médicos e especialistas altamente quali�cados. O casal procura pela clínica e inicia o procedimento para a FIV (fertilização in vitro). Como você explicaria a relação entre a endometriose detectada na mulher e a indicação da técnica FIV ao invés da inseminação arti�cial? Em qual caso seria usada a técnica de inseminação arti�cial? Realizado o processo de fertilização dos gametas, o embrião �ca em incubadora sendo acompanhado por 3 a 5 dias até ser transferido para o útero. O que ocorre durante este período com o embrião? 0 Ve r an ot aç õe s 24/07/2021 lddkls212_int_bio_cel_des https://conteudo.colaboraread.com.br/202102/INTERATIVAS_2_0/INTRODUCAO_A_BIOLOGIA_CELULAR_E_DO_DESENVOLVIMENTO/LIVRO_DIGITAL/npf_u4s1.html 4/12 Vamos continuar ampliando os nossos conhecimentos e compreender o fenômeno que inicia a geração de uma nova vida. CONCEITO-CHAVE O desenvolvimento embrionário humano é composto por uma série de eventos coordenados para produzir um bebê saudável após semanas de gestação. A primeira semana de desenvolvimento embrionário é marcada por muitas mudanças físicas e bioquímicas no corpo feminino. A gestação depende de acontecimentos prévios, para que o corpo crie um ambiente ideal para que ocorra a fecundação e a implantação do zigoto, o futuro feto. Você se lembra da formação dos gametas? Ao �nal da espermatogênese, através da meiose, são formados os gametas masculinos (espermatozoides), e ao �nal da ovogênese, é formado o gameta feminino (óvulo). A ovulação no corpo da mulher é marcada pelo seu período fértil, em que um ovócito secundário (presente na metáfase da segunda divisão meiótica), também chamado de óvulo, é liberado pelo ovário. O óvulo, quando liberado, migra em direção ao útero, por meio das contrações da tuba uterina, pois esta célula não tem estruturas locomotoras como os espermatozoides. O percurso do óvulo até o útero leva em torno de oito dias. Quando o óvulo maduro, geralmente ainda na tuba uterina, entra em contato com um espermatozoide e este consegue nele penetrar, ocorre a fecundação, o começo de uma possível gravidez. 1. FECUNDAÇÃO A fecundação ou fertilização marca o início da primeira semana do desenvolvimento humano. O processo ocorre com o encontro do óvulo e do espermatozoide, através da relação sexual (quando ocorre de forma natural), quando os milhares de espermatozoides lançados por meio da ejaculação dentro do corpo da mulher percorrem o útero até a tuba uterina para encontrar o óvulo, e apenas um deles irá conseguir penetrar no óvulo (salvo os casos de gêmeos). REFLITA Para penetrar no óvulo, os espermatozoides contam com a sua estrutura, o acrossomo, se lembra dela? Essa estrutura possui enzimas digestivas que auxiliam na decomposição da membrana externa do ovócito (zona pelúcida) permitindo a penetração no óvulo.s A célula haploide do espermatozoide se junta à célula haploide do ovócito, formando o zigoto (célula diploide, contendo cromossomos maternos e paternos), ou o início da formação de um novo ser, encerrando a fertilização. Todo este processo, apesar de rápido, é complexo e envolve várias fases, vamos conhecê-las a seguir. A primeira fase é marcada pela passagem do espermatozoide através das células da corona radiata do oócito ou óvulo. Nesta fase, o óvulo é liberado junto de uma camada que o envolve, a corona radiata, que emite sinais químicos 0 Ve r an ot aç õe s 24/07/2021 lddkls212_int_bio_cel_des https://conteudo.colaboraread.com.br/202102/INTERATIVAS_2_0/INTRODUCAO_A_BIOLOGIA_CELULAR_E_DO_DESENVOLVIMENTO/LIVRO_DIGITAL/npf_u4s1.html 5/12 responsáveis por atrair os espermatozoides até o óvulo. O primeiro obstáculo do espermatozoide é atravessar esta camada, assim, o acrossomo libera enzimas que são auxiliadas por enzimas liberadas pela mucosa da tuba uterina e juntamente com os movimentos da cauda do espermatozoide provocam a movimentação das células da corona, permitindo que o espermatozoide entre em contato com a zona pelúcida. É iniciada a segunda fase, a penetração da zona pelúcida. A zona pelúcida é uma camada glicoproteica, que protege o óvulo envolvendo a sua parte externa, esta camada não contém células. Para penetrar nesta camada, o acrossomo libera enzimas como a acrosina, neuraminidase e esterase, e juntas estas enzimas causam a lise da zona pelúcida, permitindo a penetração do espermatozoide ao alcance do óvulo. ATENÇÃO Assim que um espermatozoide penetra na zona pelúcida, ela impossibilita a penetração de outros espermatozoides, uma vez que se torna impermeável, formando a membrana de fecundação. Após a penetração do espermatozoide, ocorre a fusão de membranas, as membranas plasmáticas do óvulo e do espermatozoide se unem, e a cabeça e a cauda do espermatozoide entram no citoplasma do óvulo. A membrana do espermatozoide e as mitocôndrias não entram no óvulo, são destruídas. Com isso, ocorre o término da segunda divisão meiótica do ovócito. Nesta etapa, é necessário se lembrar do processo de ovogênese, no qual o ovócito ao sofrer a segunda divisão da meiose origina um ovócito maduro e um segundo corpo polar. Ocorre a descondensação dos cromossomos do núcleo do óvulo e é formado o pronúcleo feminino. O pronúcleo masculino é formado na fase seguinte com a degeneração da cauda do espermatozoide e o aumento do volume do núcleo. Os pronúcleos, durante o crescimento, replicam o material genético (DNA), quando ocorre a fusão dos pronúcleos. A última fase da fertilização é marcada pela união dos dois pronúcleos, formando uma única estrutura que contém informações dos genitores. A nova célula formada é conhecida como zigoto ou célula-ovo, que se deslocará até o útero para dar início a nova vida que será desenvolvida. É importante lembrar que o zigoto é uma célula totipotente, com capacidade de se diferenciar em qualquer tipo de célula, composto por 46 cromossomos (23 cromossomos do gameta masculino e 23 cromossomos do gameta feminino), sendo, portanto, uma célula diploide. Neste instante, ocorre também a determinação cromossômica do sexo (XX ou XY). ASSIMILE Para que a fecundação ocorra é necessário que a mulher esteja no período fértil, ou seja, esteja ovulando. Além disso, é necessário que o espermatozoide alcance o óvulo e ambos se unam dando origem ao zigoto. O óvulo se mantém viável para a fertilização por 24 horas e os espermatozoides se mantém viáveis no corpo feminino nas primeiras 48 horas após a relação. 0 Ve r an ot aç õe s 24/07/2021 lddkls212_int_bio_cel_des https://conteudo.colaboraread.com.br/202102/INTERATIVAS_2_0/INTRODUCAO_A_BIOLOGIA_CELULAR_E_DO_DESENVOLVIMENTO/LIVRO_DIGITAL/npf_u4s1.html 6/12 2. CLIVAGEM DO ZIGOTO E FORMAÇÃO DO BLASTOCISTO Formado o zigoto, o que ocorre antes de ele chegar ao útero? É iniciado o processo de clivagem, ou segmentação, que consiste em múltiplas divisões celulares, resultando em células chamadas blastômeros. Aproximadamente 30 horas após a fertilização, é iniciada a primeira divisão do zigoto, formando dois blastômeros. A zona pelúcida segue envolvendo o zigoto e conforme os blastômeros seguem em divisão, a cada divisão têm o seu tamanho reduzido e migram para o útero, local onde ocorrererá o processo de implantação que veremos mais adiante. Os blastômeros vão se unindo em uma espécie de complexo e quando já foram formados de 12 a 32 blastômeros, ainda envolvidos pela zona pelúcida, o concepto (embrião) passa a ser chamado de mórula (parecido com uma amora), encaminhada para a cavidade uterina, cerca de três a quatro dias após a fecundação. A zona pelúcida neste estágio começa a ser digerida por enzimas, um �uido é secretado pela tuba uterina, formando uma cavidade entre os blastômeros, conhecida por blastocele, que separa as células em dois grupos: trofoblasto (células mais periféricas – formarão a parte embrionária da placenta) e embrioblasto (massa celular interna – dará origem ao embrião). Nesta fase do desenvolvimento, oconcepto recebe o nome de blastocisto, que aumenta de tamanho rapidamente e “�utua” pela cavidade uterina até alcançar o útero. Após aproximadamente seis dias da fecundação, o blastocisto é aderido ao epitélio endometrial, em um processo implantação também conhecido por nidação. O trofoblasto começa a proliferar, diferenciando em duas camadas: o citotrofoblasto (cama interna de células) e o sinciciotrofoblasto (camada externa de células). No �nal da primeira semana, a implantação do blastocisto na camada do endométrio (região póstero-superior do útero) ainda é super�cial, mas já é possível a nutrição através dos tecidos maternos. Considerado altamente invasivo, o sinciciotrofoblasto se expande rapidamente, atravessa o endométrio, atinge glândulas e vasos sanguíneos. Além disso, produz enzimas que possibilitam ao blastocisto se implantar no endométrio do útero. Figura 4.1 | Esquema da clivagem do zigoto e formação do blastocisto 0 Ve r an ot aç õe s 24/07/2021 lddkls212_int_bio_cel_des https://conteudo.colaboraread.com.br/202102/INTERATIVAS_2_0/INTRODUCAO_A_BIOLOGIA_CELULAR_E_DO_DESENVOLVIMENTO/LIVRO_DIGITAL/npf_u4s1.html 7/12 Nota: A-D representam os estágios da clivagem. E e F representam cortes de blastocistos. Fonte: Moore et al. (2016, p. 23). Estudamos até aqui a primeira semana do desenvolvimento e, ao �nal desta, o blastocisto ainda se encontra parcialmente implantado no endométrio. A implantação completa ocorre durante a segunda semana, junto da formação de outras estruturas extraembrionárias. 3. FORMAÇÃO DE CAVIDADE AMNIÓTICA, SACO VITELINO E DISCO EMBRIONÁRIO Durante o processo de implantação do blastocisto, ele passa por mudanças morfológicas que alteram o embrioblasto, ocasionando a formação do disco embrionário, em forma de placa achatada e circular, composta por duas camadas bilaminares de células (epiblasto – mais espessa –, e hipoblasto – mais �na). O disco embrionário será responsável posteriormente pela formação de tecidos e órgãos do embrião. As células do epiblasto formam o assoalho da cavidade amniótica, revestida por uma membrana, o âmnio. Dentro desta cavidade encontramos o líquido amniótico (responsável pela proteção do embrião contra choques mecânicos, patógenos e 0 Ve r an ot aç õe s 24/07/2021 lddkls212_int_bio_cel_des https://conteudo.colaboraread.com.br/202102/INTERATIVAS_2_0/INTRODUCAO_A_BIOLOGIA_CELULAR_E_DO_DESENVOLVIMENTO/LIVRO_DIGITAL/npf_u4s1.html 8/12 desidratação. Já as células do hipoblasto formam o teto da cavidade exocelômica, que em conjunto com a membrana exocelômica, ambas formadas a partir do hipoblasto, originam o saco vitelino primário ou primitivo. Ainda na segunda semana de desenvolvimento, o disco embrionário se interpõe entre a cavidade amniótica e o saco vitelino primário. Células do endoderma do saco vitelino formam uma camada de tecido conjuntivo frouxo (mesoderma extraembrionário), que envolve o âmnio e o saco vitelino. A partir do momento que o âmnio, o disco embrionário e o caso vitelino primário se formam, alguns espaços aparecem no sinciciotrofoblasto e rapidamente são preenchidos por uma mistura de sangue materno, que irá nutrir o embrião. No 10º dia, o embrião já está completamente implantado no endométrio. Por volta do 12º dia, os espaços do sinciciotrofoblasto adjacentes se unem para formar as redes lacunares. O mesoderma extraembrionário sofre um aumento e em consequência surgem espaços que se fundem formando uma cavidade grande, conhecida por celoma extraembrionário. Esta nova cavidade é composta por líquido e envolve o âmnio e o saco vitelino e conforme o celoma extraembrionário cresce, o saco vitelino primário tem o seu tamanho reduzido, formando o saco vitelino secundário (ausência de vitelo). O disco embrionário forma o embrião com seus folhetos primitivos e os outros componentes são os anexos embrionários: saco vitelino, cavidade amniótica e saco coriônico (Figura 4.2). ASSIMILE O sinciciotrofoblasto, além de permitir a implantação do blastocisto, secreta na corrente sanguínea a gonadotro�na coriônica humana (hCG), que mantém a atividade do ovário durante a gravidez, e serve também como base dos testes de gravidez. Após 24 a 48 horas após a fecundação, já é detectado nos testes de gravidez o fator inicial da gravidez, através de uma proteína secretada pelo trofoblasto e encontrada no soro materno, durante os 10 primeiros dias de desenvolvimento. Ao �nal da segunda semana de desenvolvimento, o hCG já é detectado na corrente sanguínea da mãe, em quantidade su�ciente, através de anticorpos marcados, para indicar um resultado positivo de gravidez (SHOLL-FRANCO et al., 2010). 4. DESENVOLVIMENTO DO SACO CORIÔNICO Ao �nal da segunda semana do desenvolvimento embrionário, surgem vilosidades coriônicas primárias da placenta, formadas a partir da proliferação das células do sinciciotrofoblasto e do citotrofoblasto. E o mesoderma extramebrionário é dividido pelo celoma extramebrionário em duas camadas: mesoderma somático extraembrionário (lâmina que reveste o âmnio e o trofoblasto); e o mesoderma esplâncnico extraembrionário (lâmina que envolve o saco vitelino). Outra estrutura aparece ao �nal desta semana, o córion, composto pelo mesoderma somático extraembrionário e as duas camadas do trofoblasto. O córion forma o saco coriônico ou saco gestacional, cuja função é transportar oxigênio e nutrientes da circulação materna para o embrião. Os anexos 0 Ve r an ot aç õe s 24/07/2021 lddkls212_int_bio_cel_des https://conteudo.colaboraread.com.br/202102/INTERATIVAS_2_0/INTRODUCAO_A_BIOLOGIA_CELULAR_E_DO_DESENVOLVIMENTO/LIVRO_DIGITAL/npf_u4s1.html 9/12 embrionários (saco amniótico e saco vitelino), juntamente com o embrião, �cam suspensos no saco coriônico por um pedúnculo de conexão (futuro cordão umbilical). Figura 4.2 | Esquema ilustrando a origem dos anexos embrionários Nota: – Blastocisto tardio. B – Início da implantação. C e D – Blastocisto implantado entre 7-8 dias. E – Embrião em 9 dias. F – Após a segunda semana. Fonte: Carlson (2014, p. 75). Algumas células do hipoblasto se modi�cam em uma determinada região do disco embrionário e formam a placa precordal. Esta placa marca o local onde será originada a boca, na região da cabeça. Assim, caracterizamos os principais eventos que ocorrem durante a segunda semana deste novo indivíduo que ganha vida. 5. LOCAIS DE IMPLANTAÇÃO DOS BLASTOCISTOS Em geral, o blastocisto é implantado no endométrio uterino, na parte superior do corpo do útero. Com menor frequência, o blastocisto é implantado na parede posterior a do corpo do útero. Mas em ambos os casos, a gravidez é dita como gravidez tópica, em que ocorre no interior da cavidade uterina. O desenvolvimento do embrião se dá dentro do útero, local em que há trocas de oxigênio e nutrientes de forma adequada entre a mãe e o feto. Nestes casos, o óvulo foi fecundado ainda dentro da trompa e percorreu durante alguns dias a trompa até alcançar o útero e se �xar, ainda na primeira semana de desenvolvimento. Ao �nal da segunda semana de gestação, muitas vezes, as mulheres ainda não sabem que estão grávidas e a implantação do blastocisto pode ser visualizada na ultrassonogra�a. REFLITA Algumas mulheres podem apresentar endometriose, doença crônica, em que o tecido endometrial encontrado normalmente no interior do útero, revestindo-o, cresce para fora do útero. A endometriose pode causar dores 0 Ve r an ot aç õe s 24/07/2021 lddkls212_int_bio_cel_des https://conteudo.colaboraread.com.br/202102/INTERATIVAS_2_0/INTRODUCAO_A_BIOLOGIA_CELULAR_E_DO_DESENVOLVIMENTO/LIVRO_DIGITAL/npf_u4s1.html 10/12 e inclusive comprometer a fertilidade da mulher, apesar de que, em muitos casos, não há sintomas, por isso a importância de realizar exames regulares. Uma vez diagnosticado, o médico poderá indicar o melhor método para desacelerar o crescimento do tecido inapropriado, que pode ser desde medicamentos até cirurgias. A implantaçãodo blastocisto, no entanto, pode ocorrer fora do útero, conhecida por implantações extrauterinas ou gravidez ectópica. Em cerca em 95% dos casos, ela ocorre nas tubas uterinas, podendo ocorrer também na cérvice, em cicatrizes uterinas, cavidade pélvica ou abdominal e nos ovários. EXEMPLIFICANDO Quando a gravidez ocorre na tuba uterina, uma das possíveis causas está relacionada com o atraso ou o impedimento do zigoto até o útero. Por exemplo o bloqueio da tuba uterina (ou trompa) durante a fase de clivagem do desenvolvimento. As trompas não estão preparadas para desenvolver o embrião, não há nutrientes su�cientes e todo o restante do desenvolvimento acaba sendo prejudicado. Ocorre muitas vezes o aborto tubário, em que o próprio organismo encontra uma forma de expulsar o embrião, identi�cado como um corpo estranho. Em outros casos mais graves, o desenvolvimento continua dentro da trompa, e próximo à 6ª ou 7ª semana há o risco de rompimento desta trompa, o sangramento pode inclusive colocar em risco a vida da gestante. FAÇA VALER A PENA Questão 1 O processo de desenvolvimento embrionário inicia com a fertilização. Mas antes que a célula haploide (gameta masculino) consiga se unir a outra célula haploide (gameta feminino) e formar o zigoto, acontece uma série de fases. Para que ocorra a fertilização são necessárias algumas etapas, são elas: 1. Fusão de membranas. 2. Término da segunda divisão meiótica do ovócito. 3. Passagem do espermatozoide através das células da corona radiata. 4. Pronúcleo masculino. 5. Penetração da zona pelúcida. 6. Fusão dos pronúcleos. Assinale a opção que apresenta a ordem correta dos passos realizados. a. 1 – 3 – 5 – 2 – 6 – 4. b. 3 – 5 – 1 – 2 – 4 – 6. c. 2 – 5 – 3 – 6 – 1 – 4. d. 2 – 5 – 3 – 1 – 4 – 6. 0 Ve r an ot aç õe s 24/07/2021 lddkls212_int_bio_cel_des https://conteudo.colaboraread.com.br/202102/INTERATIVAS_2_0/INTRODUCAO_A_BIOLOGIA_CELULAR_E_DO_DESENVOLVIMENTO/LIVRO_DIGITAL/npf_u4s1.html 11/12 REFERÊNCIAS CAMPANHA, J. T. P. et al. Pílula do dia seguinte: uma alternativa segura. Revista Thêma et Scientia, v. 2, n. 2, jul/dez. 2012. Disponível em: https://bit.ly/2SPxiaf. Acesso em: 19 jan. 2021. CARLSON, B.. M. Embriologia humana e biologia do desenvolvimento. 5 ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2014. FAMEMA – Faculdade de Medicina de Marília. Disciplina de Embriologia Humana. Atlas Embriologia. Disponível em: https://bit.ly/2SPxjLl. Acesso em: 13 jan. 2021. CARMO, L. Ken Hub. Embriologia – 1ª Semana do Desenvolvimento. 29 out. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3blvRqA. Acesso em: 13 jan. 2021. e. 5 – 3 – 1 – 4 – 2 – 6. Questão 2 Em uma das etapas do processo de fertilização, ocorre a formação da membrana de fecundação. Esta membrana é formada, após sofrer várias alterações, para impedir a penetração de outros espermatozoides no ovócito. Com base no texto e em relação à membrana de fecundação, assinale a alternativa correta. a. Assim que o espermatozoide passa através das células da corona radiata do óvulo, as células formam a membrana de fecundação. b. Após o término da segunda divisão meiótica, surge a membrana de fecundação, após a fusão dos pronúcleos. c. A zona pelúcida sofre várias alterações, após a penetração do espermatozoide nela, e forma a membrana de fecundação. d. A membrana de fecundação é formada após a fusão de membranas, que unem a cabeça e a cauda do espermatozoide ao óvulo. e. A membrana de fecundação é facilmente rompida com as enzimas liberadas pelo acrossomo dos espermatozoides. Questão 3 As primeiras semanas do desenvolvimento embrionário após a fecundação até a nidação, duram em torno de 10 dias. O zigoto passa por uma série de transformações, sendo chamado de concepto. Ao �nal da primeira semana, o concepto já está pronto para ser implantado no útero. Em relação ao zigoto e aos estágios do concepto, assinale a alternativa correta. a. Na fase de blastocisto, o concepto já inicia com três folhetos embrionários (ectoderma, mesoderma e endoderma). b. Na fase de clivagem, o zigoto passa por múltiplas divisões celulares e resulta no embrioblasto. c. O concepto quando chamado de blastocisto, durante a segunda semana, já é caracterizado pela presença da placa neural. d. Durante a formação do blastocisto, o concepto recebe o nome de trofoblasto, se diferenciando depois em citrofoblasto e sinsiciotrofoblasto. e. Na segmentação, a estrutura do concepto é similar a uma amora, formada por um conjunto de blastômeros. 0 Ve r an ot aç õe s https://www.fag.edu.br/upload/arquivo/1381778773.pdf https://www.famema.br/ensino/embriologia/primeirassemanas1.php https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/embriologia-1-semana-do-desenvolvimento 24/07/2021 lddkls212_int_bio_cel_des https://conteudo.colaboraread.com.br/202102/INTERATIVAS_2_0/INTRODUCAO_A_BIOLOGIA_CELULAR_E_DO_DESENVOLVIMENTO/LIVRO_DIGITAL/npf_u4s1.html 12/12 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Reprodução humana assistida cresce 18,7% em 2018. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Reprodução Assistida. Notícias, 24/7/2019. Disponível em: https://bit.ly/3feblcj. Acesso em: 18 jan. 2021. MONTANARI, T. Embriologia – Texto, atlas e roteiro de aulas práticas. Porto Alegre: Editora da Autora, 2013. Disponível em: https://bit.ly/3w3Vy6I. Acesso em: 14 jan. 2021. MOORE, K. L.; PERSAUD, T.V.N.; TORCHIA, M. G. Embriologia básica. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda., 2016. MOORE, K. L.; PERSAUD, T.V.N.; TORCHIA, M. G. Embriologia básica. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. SHOLL-FRANCO, A.; THOLE, A. A.; UZIEL, D.; AZEVEDO, N. L. Corpo Humano I. Vol.1. 2 ed. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010. SOUZA, K. K. P. C.; ALVES, O. F. As principais técnicas de reprodução humana assistida. Saúde & Ciência em Ação: Revista Acadêmica do Instituto de Ciências da Saúde, [s. l], v. 2, n. 1, p. 26-37, jul. 2016. 0 Ve r an ot aç õe s https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2019/reproducao-humana-assistida-cresce-187-em-2018 http://professor.ufrgs.br/tatianamontanari/publications/embriologia-texto-atlas-e-roteiro-de-aulas-pr%C3%A1ticas