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Antimicrobianos: Tipos e Doses

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Antimicrobianos
Dose medicamentosa
Quantidade adequada de um fármaco para produzir certo grau de resposta em determinado paciente.
Dose deve ser determinada em termos de resposta escolhida, um exemplo é o AAS a medida que você varia a dose, ele tem uma função: o,1g- anti agregante plaquetária, analgésico- 0,3 a 0,6g e anti-inflamatório 3 a 6g. Uma função engloba a outra.
Tipos de doses 
Dose de ataque: dose suficiente para elevar rapidamente a quantidade de fármaco no organismo atingindo a concentração terapêutica, conjunto de concentrações que devem estar disponíveis no corpo para obter o resultado esperado.
Dose de manutenção: dose menor que a de ataque e que mantem as concentrações no corpo no nível terapêutico. Sempre menores que a de ataque, em concentração, 
Dose letal: causa morte.
Dose única: não há acumulo de fármaco pois o intervalo decorrido entre as doses de administração é igual ou maior a 10 meia vidas de eliminação.Eliminação (metabolização): não está mais no sangue 
Excreção: saída do corpo 
Dose múltipla: há acumulo de fármaco pois o intervalo decorrido entre duas doses administradas consecutivamente é menor a 10 meia vidas de eliminação. 
Tipos de antibióticos 
- Bacteriostáticos : impede proliferação, mas não matam, permitindo o sistema imunológico a tarefa de eliminar a infecção .
Alvos: vias metabólicas necessárias para crescimento.
Eficácia <-> integridade do sistema imunológico do hospedeiro.
- Bactericida : matam as bactérias 
Exemplo de alvo: parede celular 
A associação entre fármacos bacteriostáticos e bactericidas pode resultar em efeitos antagonistas. Em contrapartida, a associação de dois fármacos bactericidas pode ser sinérgica, isto é, o efeito da associação é maior que a soma dos efeitos de cada fármaco isoladamente. 
Obs.: somente bacteriostáticos não são indicados para indivíduos imunocomprometidos.
Antibioticos 
Inibidores de toposoimerase 
Mecanismo de ação é inibição de toposoimerase, ao inibir essa enzima, a molécula de DNA passa a ocupar grande espaço no interior da bactéria e suas extremidades livres determinam síntese descontrolada de RNA mensageiro e de proteínas, determinando a morte das bactérias.  é utilizado para infecções urinarias. BACTERICIDA.
Pode ter resistência se tiver mutações cromossômicas, alterações nas expressões de porinas e bomba de potássio. S. aureus. 
Ex: acido nalidixico, ciprofloxacina, levofloxacina, norfloxacina... 
Inibição da síntese da parede celular
PENICILINAS
As penicilinas e cefalosporinas atuam inibindo as transpeptidases, enzimas que catalisam a etapa final das ligações cruzadas durante a síntese de peptideoglicano. 
A penicilina se ligam a receptores da membrana celular e parede celular bacterianas, chamadas PBPs, e ativam enzimas autolíticas, denominadas mureína hidrolases. Dessa forma, células tratadas com penicilina morrem por ruptura resultante do influxo de água para o interior da célula bacteriana.
A penicilina é bactericida, entretanto mata as células apenas quando as células se encontram em fase de crescimento (penicilina é mais ativa na fase LOG), uma vez que há a síntese de peptideoglicano e ocorre a transpeptidação.
No caso de hiperssensilidade à penicilina, pode-se utilizar Eritromicina.
CEFALOSPORINAS
Atuam da mesma maneira que as penicilinas, diferindo apenas estruturalmente. 
As de primeira geração são ativas principalmente contra cocos gram-positivos. As cefalosporinas são bem toleradas, produzindo menos reações de hipersensibilidade que as penicilinas.
As penicilinas e as cefalosportinas são denominados fármacos beta-lactâmicos, devido à importância do anel beta-lactâmico. Eles agem na síntese dos proteoglicanos componentes da parede celular, através da ligação e inibição da transpeptidase.
Inibição da síntese proteica
As bactérias apresentam ribossomos 70S com as subunidades 50S e 30S, enquanto as células humanas exibem ribossomos 80S, com subunidades 60S e 40S.
Cloranfenicol, eritromicina, clindamicina e linezolide atuam sobre a unidade 50S, enquanto as tetraciclinas e aminoglicosídeos atuam sobre a subunidade 30S.
AMINOGLICOSÍDEOS
São fármacos bactericidas úteis contra bacilos gram-negativos. Inibem a síntese de proteínas bacterianas ( transdução) , bloqueando a fase inicial do processo. Possui 3 mecanismos de ação que dependem da sua concentração:
1. Inibem a formação do primeiro AA;
1. Inibem a ligação de AAs subsequentes ao primeiro;
1. Formam AAs incorretos a serem incorporados na parede da bactéria, formando poros em sua membrana.
São ineficazes contra organismos anaeróbios, uma vez que seu transporte para o interior da célula bacteriana requer oxigênio. ÚNICO QUE BACTERICIDA dentre os inibidores de síntese proteica.
Não são absorvidos pelo trato gastrointestinal por serem policátions, sendo administrados usualmente via intramuscular ou intravenosa. Atravessam a barreira placentária, mas não a hematoencefálica.
Exemplos: gentamicina, estreptomicina, amicacina, tobromicina e neomicina.
TETRACICLINAS
Atividade bacteriostática contra uma variedade de bactérias gram-negativas e gram-positivas, micoplasmas, clamídias e riquétsias. Inibem a síntese proteica ligando-se à subunidade ribossomal 30S e bloqueando a entrada do aminoacil RNA de transferência no sítio aceptor do ribossomo. Sua seletividade baseia-se em sua captação significativamente aumentada em células bacterianas suscetíveis em comparação às células humanas.
EA: supressão da microbiota normal do trato gastrointestinal, podendo levar à diarreia, e formação de manchas marrons na dentição de fetos e crianças. 
São contraindicadas para mulheres gravidas e crianças com menos de 8 anos.
CLORANFENICOL
Tem efeito bacteriostático contra certos organismos como Salmonella typhi, entretanto exibe atividade bactericida contra os três importantes organismos capsulados que causam meningite: Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae e Neisseria meningitidis.
Ele inibe a síntese proteica ligando-se a subunidade ribossomal 50S e bloqueando a ação da peptidiltransferase, o que impede a síntese de novas ligações peptídicas.
EA: toxicidade para a medula óssea. Uma manifestação específica do cloranfenicol é a Síndrome do “bebê cinza”, na qual a pele da criança apresenta coloração cinza, ocorrendo vômitos e choque. Isso decorre da atividade reduzida em crianças da enzima responsável pela destoxificação do cloranfenicol.
ERITROMICINA
É um fármaco bacteriostático de amplo espectro. Juntamente com Azitromicina e claritromicina, faz parte dos chamados macrolídeos. Estes, inibem a síntese proteica bacteriana por efeito na translocação, bloqueando o túnel de saída dos peptídeos nascentes. Possuem ótima penetração no tecido pulmonar, sendo utilizados no tratamento de pneumonia.
Inibição da síntese de ácido nucleico
SULFONAMIDAS
São fármacos bacteriostáticos. Competem com o ácido p-aminobenzoico, um precursor essencial da síntese de ácido fólico necessário para a síntese do DNA e do RNA nas bactérias, logo, bloqueiam a síntese do DNA bacteriano.
A maioria das sulfonamidas é administrada oralmente, e diferentemente da sulfadiazida, é bem absorvida e amplamente distribuída no corpo.
Atravessam tanto a barreira placentária quanto a hematoencefálica.
questões sobre antibióticos
CASO CLÍNICO: O Sr. Rodrigo, homem de 30 anos, procura ajuda médica e queixa-se de faringite, febre e cansaço. Ao exame físico o médico verifica a presença de linfadenopatia cervical bilateral um achado compatível com gripe. Também possibilita a possibilidade de infecção na garganta. Frente aos achados, o médico prescreve azitromicina por sete dias e um analgésico. Após um mês, o paciente retorna ao médico com os mesmos sintomas. Frente a infecção de garganta persistente, o médico prescreve amoxicilina com clavulonato e o caso é resolvido.
1- Qual o mecanismo de ação da azitromicina? Por que ela foi preferida em relação a eritromicina que é mais conhecida?
Inibição da síntese proteica bacteriana, impedindo a translocação de peptídeos. A eritromicina envolve efeitos adversos relacionadosao TGI e ao fígado, gerando intolerância (vômitos e diarreia) e hepatite colestática aguda. A azitromicina é melhor tolerada.
2- Qual o mecanismo de ação da amoxicilina e explique a associação com o clavulonato.
A amoxilina é limitada por sua sensibilidade à maioria das betalactamases, porém o clavulonato é um inibidor da betalactamase.
CASO CLÍNICO 2: Paciente de 30 anos dá entrada em hospital devido a uma infecção causada por Chlamydia trachomatis e lhe é receitado o antibiótico tetraciclina. O paciente faz uso do fármaco com leite ou mesmo concomitantemente com algum antiácido, pois relata que sente ardência estomacal devido ao uso da tetraciclina. A administração realizada dessa forma está correta? Justifique a resposta.
As tetraciclinas apresentam como efeitos adversos: queimação, cólica, etc. O uso com leite não é indicado uma vez que este tem caráter ácido e prejudica a absorção. O uso com antiácido também não é indicado, pois este torna o meio menos ácido, deixando o fármaco na forma ionizada, prejudicando também a absorção. É indicado o uso de tetraciclinas em jejum.

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