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Patologia� d� Esôfag�: Esofagite� – Acalási� – DRGE O esôfago é um tubo muscular oco, altamente distensível, que se estende da epiglote, na faringe, até a junção gastroesofágica TGI – Trato gastrointestinal O trato TGI é o único que vai abrigar o sistema nervoso intrínseco composto de plexos mioentéricos e submucoso.O sistema nervoso entérico (SNE) é o único que vai funcionar de forma independente ● Esôfago cervical, torácico e junção gastroesofágica (JEG) – separado pelo diafragma – esôfago abdominal. ● Plexo submucoso (de Meissner) – localizado entre a musculatura circular e a submucosa, que possui como função controlar as secreções ● Plexo mioentérico (de Auerbach) tem como função a contração e o relaxamento da musculatura Histologi� esofágic� Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado, apoiado sobre uma lâmina própria e seguida de uma camada muscular da mucosa ● A mucosa é a camada mais interna do órgão, revestindo a sua luz, composta por um epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado sobre a lâmina própria. ● Lâmina própria: tecido conjuntivo rico em vasos sanguíneos e é separada da submucosa pela camada muscular da mucosa. ● Camada muscular da mucosa: células musculares lisas ● Submucosa: tecido conjuntivo que contém glândulas esofágicas com ácinos mucosos Estági�� d� deglutiçã� Oral: voluntário, em que o bolo alimentar chega na região laríngea e estimula receptores de toque que iniciam a deglutição Faríngea: a fase faríngea consiste de contração peristáltica dos constritores faríngeos para propulsionar o bolo através da faringe. Simultaneamente, a laringe é fechada para proteger a via aérea Esofágica: a fase esofágica, consiste em uma onda peristáltica automática a qual leva o bolo para o estômago, consequentemente reduzindo o risco de refluxo gastro esofágico ou reentrada de material alimentar do esôfago para dentro da faringe Significado das sintomatologias Pirose: queimação Odinofagia: dor ao deglutir Disfagia: dificuldade em deglutir Hematêmese: vômito com sangue Caso clínico Mulher 40 anos natural de Virgem da Lapa-MG, há dois anos iniciou quadro de dor torácica, tosse, dificuldade de eructar, disfagia inicialmente após ingestão de alimentos sólidos e nos últimos meses também de líquidos. Relata moderada perda de peso (4 kg) desde o início dos sintomas e dois episódios de pneumonia no último ano. Foi diagnosticada recentemente de Doença de Chagas. Foi realizado raio x. Doença de chagas: o agente etiológico Trypanossoma cruzi Mecanismo fisiopatológico: o agente etiológico tem tropismo pelo plexo mioentérico do esôfago levando a destruição dos mesmos levando a falha no peristaltismo e dilatação esofágica – acalasia secundária. Acalási� ● É um distúrbio de motilidade de onde temos o tônus aumentado do esfíncter esofágico inferior (EEI), ou seja, vai estar muito ‘’apertado’’ fazendo com que dificulte a passagem do bolo alimentar. ● Pode ser primária ou secundária. Patogenia primária – idiopática – degeneração neuronal (células ganglionares). Sem a inervação, ele perde a capacidade de estender e relaxar, fazendo com que o tônus fique cada vez mais aumentado. Patogenia secundária – doença de chagas – causa destruição do plexo mioentérico, falha de peristaltismo e dilatação esofágica. Tríade: relaxamento incompleto do EEI, aperistalse e tônus aumentado. Consequentemente, o alimento vai acumular no tubo esofágico, causando uma dilatação esofágica (megaesôfago) Por que aumenta o tônus? - porque tem a destruição da inervação, não fazendo a contração e o relaxamento, fica mais contraído, perde a capacidade, ficando cada vez mais com o tônus aumentado. Megaesôfago: dilatação com balão pneumático - o balão é utilizado para dilatar e aumentar a luz e posteriormente o balão é retirado. Caso clínico 2 Mulher 50 anos portadora do vírus HIV foi atendida no ambulatório do posto de saúde relatando odinofagia, disfagia há uma semana. Realizou endoscopia digestiva alta sendo observado como segue na figura abaixo 1.Qual a suspeita clínica? esofagite por cândida albicans 2. Qual a etiopatogenia? imunossupressão, dessa forma, vai ocorrer um crescimento do agente etiológico que é presente na nossa microbiota. Esofagite� Pode ser agudas ou crônicas ● Esofagite fúngica – causada principalmente pela cândida albicans, que é chamada de Monilíase; Morfologia: mucosa pseudomembranosas aderentes esbranquiçadas ou acinzentadas, placas elevadas nodulares. Microscopia: hifas fúngicas densamente entrelaçadas, células inflamatórias, material necrótico e restos epiteliais. Esofagite por Herpes vírus simples (HSV) HSV tipo 1: transmissão oral – saliva HSV tipo 2 : transmissão sexual Esse vírus fica latente e pode ser reativado em situações de imunossupressão. Morfologia: úlceras em saca-bocadas, células, células com inclusões virais nucleares dentro de um halo de células epiteliais em degeneração com borda em úlcera. Histologia: Células escamosas multinucleadas contendo inclusões nucleares do herpesvírus. Histologia: muitos leucócitos presentes, nas setas - células epiteliais descamativas (restos celulares). No círculo - são células gigantes sinciciais. Esofagite por citomegalovírus ● Família do herpes vírus simples ● A infecção geralmente é assintomática ● O vírus fica latente e pode ser reativado em situações de deficiência imunológica ● A preocupação é principalmente com gestantes ● Transmissão do citomegalovírus: tosse, espirro, fala, saliva, por transfusão sanguínea e por via sexual ● Quadro clínico: odinofagia intensa, mal-estar, Ex: paciente com HIV, em quimioterapia Histologia: células endoteliais infectadas pelo citomegalovírus, com inclusões nucleares e citoplasmáticas. Esofagite corrosiva A mucosa é menos resistente a substâncias alcalinas – provocam necrose por liquefação, mais intensa em extensão e profundidade (são mais viscosas e lentos) Os ácidos são causados por necrose de coagulação Tanto os ácidos como bases, dependendo da sua natureza, da quantidade, da concentração e do tempo de exposição, podem produzir lesões graves, às vezes mortais. Processo de cura e reparo: o processo inflamatório intenso, começa a formar os tecidos de granulação e o tecido necrosado começa a ser substituído por fibrina e colágeno, fazendo com que perca a elasticidade (processo de fibrose). Assim, vai ocorrer a estenose. Esofagite eosinofílica ● Doença crônica mediada pelo sistema imune. ● A maioria dos indivíduos é atópico – possui rinite alérgica, asma, dermatite atópica. Histologia: eosinófilos intraepiteliais dispersos Morfologia: ‘’processo de traqueização’’ – grande aumento da mucosa esofágica, com grande infiltrado de eosinófilos. DRGE – Doenç� d� Reflux� Gastr� esofágic� ● Sinais: azia, disfagia, pirose, regurgitação do conteúdo ácido do estômago e rara dor torácica. ● Complicações: ulcerações, hematêmese, melena, estenose e esôfago de Barret; Etiopatogenia do DRGE - Relaxamento transitório do esfíncter esofágico inferior (EEI) – causado por distensão gástrica por alimentos, aumento repentino da pressão abdominal na tosse, esforço. - Hipotonia (diminuição do tônus do esfíncter esofágico) - que pode ser causado pelo álcool, tabaco, obesidade e gravidez - Ruptura anatômica da junção gastroesofágica - frequentemente associada a hérnia de hiato Esôfag� d� Barre� Metaplasia intestinal dentro da mucosa escamosa esofágica (epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado devido à agressão forte e constante epitélio intestinal rico em células caliciformes produtoras de muco (obtivo: proteção contra o ácido na DRGE). Fator de risco para adenocarcinoma. Neoplasias do esôfago Benignas: - Lemioma: acomete a camada muscular interna - Papiloma escamosa: lesão polipoide na luz Malignas (mais comuns): - Carcinoma de células escamosas - Adenocarcinomas Neoplasias malignas do esôfago Fatores etiológicos: - Refluxo gastroesofágico e epitélio de Barret, em adenocarcinomas; - Baixo consumo de frutas e vegetais, com deficiênciade vitaminas A, B e C Síndrome de li-fraumeni (supressão de p53 e passa pros familiares)