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Natália Furlaneto INTRODUÇÃO O sistema urogenital é dividido funcionalmente em: sistema urinário e sistema genital. 4ª SEMANA Desenvolve-se na 4ª semana a partir do mesênquima/ mesoderma intermediário, durante o dobramento do embrião, a partir da crista urogenital (1ª estrutura). CRISTA UROGENITAL Cada parte da crista urogenital se diferencia em 2 estruturas: Cordão nefrogênito: origina o sistema urinário. Crista gonadal: origina o sistema genital. INTRODUÇÃO Começa a se desenvolver antes do sistema genital. Consiste em: rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. OBS: mesoderme gera TC, músculos; endoderme gera epitélio de revestimento e glandular. DESENVOLVIMENTO DE RINS E URETERES 3 conjuntos de rins sucessivos se desenvolvem em embriões humanos: 1. PRONEFRO: não funcional. Dura só durante a 4ª semana (surge no início da 4ª semana e degenera no final da 4ª semana mesmo). Presença do ducto pronéfrico, que desemboca na cloaca. Parte dos ductos persistem e são usados pelo 2º conjunto de rins. 2. MESONEFRO: órgãos excretores temporários. Surge no final da 4ª semana. É funcional: funcionam por 4 semanas após seu surgimento. Consiste em glomérulos e túbulos mesonéfricos que abrem para dentro de ductos mesonéfricos (originalmente os ductos pronéfricos) abrem-se na cloaca. Degenera em torno do final da 12ª semana. Urina, mas não é tóxico (metabólitos tóxicos são liberados para a placenta). 3. METANEFRO: primórdios dos rins permanentes/verdadeiros. Consistem em glomérulos e túbulos mesonéfricos. Os túbulos se abrem em ductos, que se abrem na cloaca. Começa a se desenvolver no início da 5ª semana. Tornam-se funcionais 4 semanas mais tarde. Estruturas importantes para o desenvolvimento dos metanefros: – Broto uretérico (ureteral) divertículo metanéfrico. – Blastema metanefro massa metanéfrica do mesênquima. Natália Furlaneto Broto uretérico (divertículo metanéfrico) primórdio das seguintes estruturas: – Ureter, pelve renal, cálices (subdivisões da pelve renal) e túbulos coletores. Pedúnculo do broto uretérico transforma-se em ureter. Parte cranial do divertículo ramifica-se várias vezes e diferencia-se nos túbulos coletores. Cordão nefrogênico (túbulo)↓(ducto) ------------cloaca. Blastema metanefrogênico: origina néfrons. Broto uretérico: ureteres e túbulos coletores. POSIÇÃO DO RIM Inicialmente pélvica desloca-se para uma posição mais cranial no abdome. Causas: diminuição na curvatura corporal e crescimento do corpo nas regiões lombar e sacral. DESENVOLVIMENTO DA BEXIGA E DA URETRA Eventos importantes: Septação da cloaca (6ª e 7ª semana): septo urorretal (projeção do mesênquima) divide a cloaca em 2 partes. O septo urorretal vai avançando e divide a cloaca em: 1. Reto e canal anal. 2. Seio urogenital (parte de cima da cloaca). O SEIO UROGENITAL SE DIVIDE EM 3 PARTES: Parte vesical: forma a maior parte da bexiga (continua no alantoide). Parte pélvica: forma uretra no colo da bexiga, a parte prostática da uretra nos homens e toda a uretra em mulheres. Parte fálica: cresce em direção ao tubérculo genital (primórdio do pênis ou do clitóris). DESENVOLVIMENTO DA BEXIGA URINÁRIA Desenvolve-se a partir do seio urogenital e do mesênquima esplâncnico circundante. Epitélio: originado do endoderma. Demais tecidos (ex: TC): originados do mesoderma/mesênquima. DESENVOLVIMENTO DA URETRA Parte pélvica do seio urogenital Em mulheres: forma toda a uretra. Nos homens: forma a uretra no colo da bexiga, a parte prostática da uretra. URETRA NOS HOMENS Parte distal da uretra da glande deriva de um cordão de células ectodérmicas. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA GENITAL Sexo cromossômico de um embrião: determinação na fecundação (XX e XY). Características morfológicas masculina e feminina. Não começam a se desenvolver até a 7ª semana (mais tardio que o urinário iniciou na 4ª). Natália Furlaneto Sistemas genitais precoces nos 2 sexos são similares. Estágio indiferenciado do desenvolvimento sexual. ''Não significa que todos foram meninas um dia só porque ainda não havia testículo e pênis, porque ainda também não existia vagina'' – Cervelatti. Testes moleculares que detectam o cromossomo Y na 8ª semana indicam que o sexo do embrião é masculino. Se não detectar, é feminino. DESENVOLVIMENTO DAS GÔNADAS GÔNADAS INDIFERENCIADAS Desenvolvimento gonadal: início na 5ª semana, a partir da crista gonadal/genital (origina o sistema genital). Células germinativas primordiais (células sexuais indiferenciadas primordiais ainda não se transformaram em oócitos e nem em espermatozoides). – Formadas na parede da vesícula umbilical (na 4ª semana), migram para as gônadas em desenvolvimento e diferenciam-se em células germinativas (oogônias ou espermatogônias). O QUE EXISTE NO CROMOSSOMO Y - DETERMINAÇÃO DO SEXO O sexo gonadal é determinado pelo fator determinante de testículos (localizado no cromossomo Y). Gene SRY (região determinante do sexo do Y) Codifica o fator determinante do testículo (FDT) interruptor gonada indiferenciada testículo hormônios. DESENVOLVIMENTO DOS TESTÍCULOS Células intersticiais (células de Leydig): surgem por volta da 8ª semana, degeneram entre a 17ª e 18ª semana e reaparecem só na puberdade. Se localizam entre os túbulos seminíferos, na parte intersticial. Produzem testosterona, que estimula os ductos mesonéfricos (Wolff) a se transformarem nos ductos genitais masculinos e a genitália externa indiferenciada a se transformar em pênis e escroto. Células de Sertolli: produzem o hormônio anti-mulleriano, que inibe o desenvolvimento dos ductos paramesonéfricos (que formariam os primórdios dos ductos genitais femininos tuba uterina, útero, vagina). O ducto de Muller degenera. NA 20ª SEMANA: Testículos começam a descer, mas ainda estão localizados na cavidade abdominal. DESENVOLVIMENTO DOS OVÁRIOS Ausência do cromossomo Y. Ductor mesonéfricos de wolff regridem. Ductos paramesonéfricos (muller) originam útero e tubas uterinas. RESUMO GENITÁLIA EXTERNA Indiferenciadas até a 7ª semana. Na 9ª semana começam a se diferenciar. Características de distinção sexual começam a aparecer. Genitália externa não está totalmente diferenciada até a 12ª semana. ESTÁGIO INDIFERENCIADO Início da 4ª semana surgem no exterior do assoalho pélvico: Tubérculo genital: primórdio do pênis ou clitóris. 2 saliências/protuberâncias genitais. 2 pregas cloacais. GENITÁLIA EXTERNA MASCULINA Tubérculo genital cresce e passa a ser chamado de falo. Conforme o Falo aumenta União das pregas uretrais Formação do corpo do pênis. As saliências genitais crescem para formar saliências escrotais, se unem e se fundem na linha média, formando o escroto. Natália Furlaneto GENITÁLIA EXTERNA FEMININA Nas mulheres há ausência de fusão das estruturas primordiais. Tubérculo genital: forma o clitóris. Pregas uretrais: pequenos lábios. Saliências genitais: grandes lábios. ATIVIDADES AULA 1- Mariana, 19 anos, mãe de primeira viagem, percebeu hoje, durante o banho, que seu filho Cauã de 11 meses apresenta o oríficio da uretra na região ventral do pênis. Outro fato que chamou sua atenção foi a ausência de testículo na bolsa testicular à esquerda. Resposta: criptorquidia. 2- Colocando-se como médico da família procurado pela família, tente explicar do ponto de vista embriológico as alterações observadas e dê nome a essas alterações. Resposta: hipospádia. Ausência de canalização na parte distal da uretra. LIVRO MOORE 1. Em geral, um rim em ferradura funciona normalmente? Quais problemas podem ocorrer com esta anomalia e como eles podem ser corrigidos? Resposta: A maioria das pessoas com um rim em ferradura nãotem problemas urinários. A posição anormal dos rins fusionados geralmente é descoberta após a morte ou durante os procedimentos de diagnóstico por imagem. Nada precisa ser feito com o rim anormal, a menos que a pessoa tenha uma infecção descontrolada do trato urinário. Em alguns casos, o urologista pode dividir o rim em duas partes e fixá-las em posições que não resultem na estagnação urinária. 2. Um médico afirmou que um homem tem dois rins de um lado e nenhum do outro. Como provavelmente ocorre este defeito congênito? É provável que algum problema esteja associado a tal condição? Resposta: Seus rins em desenvolvimento provavelmente se fundiram entre a sexta e a oitava semana à medida que “migraram” da pélvis. Os rins fusionados, então, subiram para a posição normal de um lado ou do outro. Geralmente, não há problemas associados a rins fusionados, mas os cirurgiões devem estar conscientes da possibilidade dessa condição e reconhecê-la pelo que ela é. Tal anomalia é chamada de ectopia renal cruzada. 3. Os indivíduos com DDS ovotesticular são sempre férteis? Resposta: Os indivíduos afetados têm tanto o tecido ovariano quanto o testicular. Embora a espermatogênese seja incomum, a ovulação não é. Gestação e parto foram observados em alguns pacientes, mas são casos raros. 4. Quando um bebê nasce com genitália externa ambígua, quanto tempo leva para atribuir o sexo apropriado? O que o médico diz aos pais? Como o sexo adequado é determinado? Resposta: Por volta de 48 horas após o nascimento, uma atribuição definitiva do sexo pode ser feita na maioria dos casos. Os pais são informados de que o desenvolvimento da genitália do bebê está incompleto e que os testículos são necessários para determinar se a criança é menino ou menina. Eles costumam ser desaconselhados a anunciar o nascimento do bebê para os amigos até que o sexo tenha sido atribuído. A cariotipagem — coloração, visualização e contagem cromossômica — a partir de linfócitos do sangue total é conduzida, bem como a identificação do gene SRY (região determinante do sexo do cromossomo Y), ou por hibridização in situ fluorescente, ou por reação de amplificação em cadeia da polimerase. Estudos hormonais também podem ser necessários. 5. Qual é o tipo mais comum de disfunção que produz genitália externa ambígua? Hormônios administrados durante o período fetal de desenvolvimento podem masculinizar ou androgenizar, causando a ambiguidade da genitália externa em fetos do sexo feminino? Resposta: A virilização (masculinização) de um feto do sexo feminino, como resultado da hiperplasia suprarrenal congênita, é a causa mais comum de genitália externa ambígua. Em outros casos, os andrógenos entram na circulação fetal após ingestão materna de hormônios androgênicos. Em casos raros, esses hormônios são produzidos por um tumor numa das glândulas suprarrenais da mãe. A fusão parcial ou completa das pregas urogenitais ou saliências labioscrotais é o resultado da exposição aos andrógenos antes da 12ª semana do desenvolvimento. O aumento clitoriano ocorre após esse ponto. Entretanto, os andrógenos não causam ambiguidade sexual, pois os outros órgãos genitais externos estão totalmente formados nesse momento.