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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR RELATOR DA APELAÇÃO CÍVEL Nº XXXX-XXX
Embargos de Declaração na Apelação Cível nº xxxx-xxx
Embargante: Procuradoria Geral de São Paulo
Embargado: Tribunal de Justiça de São Paulo
 Os embargantes, já devidamente qualificados, vêm perante Vossa Excelência, interpor o recurso de:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PARA EFEITOS DE PREQUESTIONAMENTO
em face da decisão do acórdão proferido nos presentes autos em epígrafe, com base nos seguintes fundamentos fáticos e jurídicos a serem expostos a seguir:
I – DOS FATOS
 Foi ajuizado uma Ação Civil Pública nº xxxx-xxx, visando a criação de vagas para o ensino fundamental de um município no interior paulista. Foi requerida tutela de urgência em razão das crianças não terem acesso à escola e correrem o risco de perderem o ano letivo.
 O magistrado de primeiro grau indeferiu a tutela liminar, bem como sentenciou improvida a Ação Civil Pública supracitada, fundamentando a sua decisão no fato de o direito à educação ser um direito social e, por isso, teria natureza de norma programática. Assim, não caberia ao judiciário interferir na Administração Pública para concretizar tais direitos. Após, essa Procuradoria ingressou com o recurso à apelação, os autos foram remetidos para o Tribunal de Justiça.
 Este tribunal julgou o recurso de Apelação improvido, sob a fundamentação de que os direitos fundamentais em discussão, apesar de previstos na constituição, devem se submeter à “reserva do possível”. Sem analisar qualquer dispositivo constitucional indicado na apelação, o Acórdão do Tribunal apenas apontou que a realidade enfrentada pelo município não permite que o judiciário estabeleça deveres de criação de vagas, tudo em razão da estrutura e as condições econômicas insuficientes alegadas pela municipalidade.
 A turma de desembargadores entendeu que a realidade do município não pode ser ignorada pelo Poder Judiciário. Assim, não poderia o Poder Judiciário impelir o Executivo a criar vagas para todos os alunos em idade escolar quando não há orçamento para tanto.
II - DO DIREITO
DA TEMPESTIVIDADE
 A intimação da Sentença ocorreu em 15/02/2018, iniciando o prazo em 16/02/2018, cujo término se dá em 01/03/2018, destarte os presentes embargos são cabíveis e tempestivos. Conforme dispõe o artigo 1023 do CPC:
Art. 1.023 – Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão e não se sujeitam a preparo.
DO CABIMENTO
 De acordo com o artigo 1.022 do CPC cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I – esclarecer obscuridade ou eliminar contradição.
 Na hipótese, impõe-se a interposição de embargos declaratórios para fins de esclarecimento existente no Acórdão, bem como para atender ao pressuposto recursal do prequestionamento, ressaltando que a interposição dos presentes embargos com tal finalidade é figura consolidada na jurisprudência, sendo objeto da Súmula 98, do STJ, não tendo aqui qualquer caráter protelatório e sim o nítido propósito de prequestionar matéria não decidida corretamente por este Tribunal.
III - DO PREQUESTIONAMENTO
 Pede-se que, com base nesse recurso, sejam prequestionados os direitos alegados de início na ACP e nesse recurso de embargos de declaração quais sejam a educação, igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, liberdade de aprendizagem, ensino, privação do saber, educação obrigatória dos 4 anos de idade aos 17, de forma gratuita, educação infantil em creche e pré-escola para crianças de até 5 anos de idade.
 E, principalmente, que sejam prequestionados os artigos constitucionais e legais seguintes: A) artigos constitucionais:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, nos termos do plano nacional de educação.
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários.
§ 5º O ensino fundamental público terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de ensino. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
 É incontestável e inadmissível que o órgão julgador tenha improvido uma Ação Civil Pública que visa tão somente garantir direitos das crianças não terem acesso à escola ocorrendo o risco de perder o ano letivo, tais direitos expressamente contidos na Constituição Federal.
IV – REPERCUSSÃO GERAL
 O mérito é bastante difundido como tema de repercussão geral, como veremos um exemplo a seguir:
Art. 208, I, CF: A educação é um direito fundamental relacionado à dignidade da pessoa humana e à própria cidadania, pois exerce dupla função: de um lado, qualifica a comunidade como um todo, tornando-a esclarecida, politizada, desenvolvida (CIDADANIA); de outro, dignifica o indivíduo, verdadeiro titular desse direito subjetivo fundamental (DIGNIDADE DA PESSOA HUMANDA). No caso da educação básica obrigatória (CF, art. 208, I), ostitulares desse direito indisponível à educação são as crianças e adolescentes em idade escolar. É dever da família, sociedade e o Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, a educação. A Constituição Federal consagrou o dever de solidariedade entre a família e o Estado como núcleo principal à formação educacional das crianças, jovens e adolescentes com a dupla finalidade de defesa integral dos direitos das crianças e dos adolescentes e sua formação em cidadania, para que o Brasil possa vencer o grande desafio de uma educação melhor para as novas gerações, imprescindível para os países que se querem ver desenvolvidos. A Constituição Federal não veda de forma absoluta o ensino domiciliar, mas proíbe qualquer de suas espécies que não respeite o dever de solidariedade entre a família e o Estado como núcleo principal à formação educacional das crianças, jovens e adolescentes. São inconstitucionais, portanto, as espécies de unschooling radical (desescolarização radical), unschooling moderado (desescolarização moderada) e homeschooling puro, em qualquer de suas variações. O ensino domiciliar não é um direito público subjetivo do aluno ou de sua família, porém, não é vedada constitucionalmente sua criação por meio de lei federal, editada pelo Congresso Nacional, na modalidade “utilitarista” ou “por conveniência circunstancial”, desde que se cumpra a obrigatoriedade, de 4 a 17 anos, e se respeite o dever solidário Família/Estado, o núcleo básico de matérias acadêmicas, a supervisão, avaliação e fiscalização pelo Poder Público; bem como as demais previsões impostas diretamente pelo texto constitucional, inclusive no tocante às finalidades e objetivos do ensino; em especial, evitar a evasão escolar e garantir a socialização do indivíduo, por meio de ampla convivência familiar e comunitária (CF, art. 227). [RE 888.815, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 12-9-2018, P, DJE de 21-3-2019, Tema 822.]
V – DOS PEDIDOS
Diante o exposto, requer:
a) Que seja recebido e processado esse recurso de embargos de declaração para fins de prequestionamento reformando o acórdão;
b) Que sejam sanadas as violações da decisão do acórdão proferido, no sentido de enfrentarem o mérito da questão; no sentido de explicarem o porquê não encontraram a verossimilhança das alegações no tocante a análise individualizada das provas juntadas aos autos; no sentido de prequestionar o direito em tese nesse caso concreto juntamente com os artigos constitucionais e legais pertinentes ao presente caso, quais sejam: educação, igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, liberdade de aprendizagem, ensino, privação do saber, educação infantil em creche e pré-escola para crianças de até 5 anos de idade, principalmente no tocante a verossimilhança das alegações e do risco de ocorrência de dano irreparável, e principalmente que sejam prequestionados os artigos constitucionais e legais seguintes: Arts. 205, 206, 208, 211, 212, da Constituição Federal.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento para que os embargos sejam providos.
Local_________, data__/__/____.
Isabella
Procuradora de Justiça

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