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POLÍTICAS E PROGRAMAS VOLTADOS AO ADOLESCENTE PROFª. ENFª. MA. KEYLANE DE OLIVEIRA CAVALCANTE EMAIL: KEYLANE.CAVALCANTE@UNP.BR O QUE É ADOLESCÊNCIA ? A adolescência é uma época de descobertas, onde as pessoas geralmente buscam autonomia sobre decisões, emoções e ações. Trata-se, dessa forma, de um momento de exploração intensa das identidades sexuais e de gênero. OMS-faixa etária entre 10 e 19 anos de idade. Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Dados da OMS revelam que a população mundial é composta por 1,2 bilhão de adolescentes. LEI Nº 9.263, DE 12 DE JANEIRO DE 1996 (PLANEJAMENTO FAMILIAR) Não constitui uma barreira para o acesso aos serviços de saúde; ao contrario, é direito do adolescente o atendimento integral e incondicional, decorrente dos princípios e diretrizes adotados pela Constituição Federal, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, pelo Sistema Único de Saúde e pela própria lei sobre o tema. O COMITÊ DE DIREITOS DA CRIANÇA O direito à preservação da autonomia, do sigilo e da privacidade do adolescente e ao seu acesso aos serviços, independente da anuência ou presença dos pais e responsáveis, para o enfrentamento das suas questões, inclusive de saúde sexual e saúde reprodutiva. ATIVIDADES BÁSICAS I. a assistência a concepção e contracepção; II. o atendimento pré-natal; III. a assistência ao parto, ao puerpério e ao neonato; IV. o controle das infecções sexualmente transmissíveis; V. o controle e prevenção do câncer cervico-uterino, do câncer de mama e do câncer de pênis. IMAN- Integração de manejo dos adolescentes e suas necessidades Perguntar; Observar; Avaliar, determinar ou diagnosticar; Tratar; Acompanhar; Aconselhar ou orientar. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não- governamental, é vedado trabalho: I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte; II - perigoso, insalubre ou penoso; III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; IV - realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola. DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO TRABALHO SEXUALIDADE DO ADOLESCENTE A Organização Mundial de Saúde (OMS) entende a sexualidade como sendo influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, legais, históricos, religiosos e espirituais. A sexualidade, por sua vez, é um aspecto central do ser humano ao longo de toda sua vida e nela estão circunscritos elementos relativos ao sexo, às identidades e aos papéis de gênero, à orientação sexual, ao prazer, à intimidade e à reprodução. SEXUALIDADE DO ADOLESCENTE Sexo biológico: A pessoa pode ser macho, fêmea e não ter sexo. Pode ser homem, mulher ou nenhuma. Gênero: que é como a pessoa se expressa a partir de sua aparência. Ela pode ser masculina, andrógina, feminina ou não . Orientação sexual: refere-se à atração sexual do sujeito em termos de heterossexualidade, bissexualidade, pansexualidade e homossexualidade. A orientação sexual relaciona-se aos desejos de intimidade e sensibilidade dos sujeitos. SEXUALIDADE DO ADOLESCENTE Âmbito da saúde, é fundamental trabalhar a sexualidade em suas diferentes expressões e vivências, em especial no tocante à orientação sexual e de gênero, pois, no caso dos adolescentes, esses elementos têm forte impacto em seu desenvolvimento psicossocial. A identificação pelo nome social em todos os documentos dos usuários, o que inclui o cartão SUS, é um direito garantido desde 2009 pela Carta de Direitos dos Usuários do SUS (Portaria nº 1.820, de 13 de agosto de 2009) ESTATÍSTICAS No Brasil, existem muitas violências contra a população LGBT, violência física, psicológica e sexual. No ano de 2015, segundo o Disque Denúncia 100, a maior parte das pessoas LGBT, entre os casos registrados, tinha idade entre 19 a 24 anos, ou seja, a população de adolescentes e jovens LGBT está entre as principais populações que sofrem violência. Os dados epidemiológicos identificam essa população jovem como fonte da maioria dos novos casos de HIV no Brasil. INICIAÇÃO SEXUAL Iniciação sexual. A maioria das pessoas tem sua iniciação sexual na adolescência. A adolescência é uma fase de experimentação, de conhecimento do próprio corpo. Podem ocorrer desejos sexuais entre pessoas do mesmo sexo que estão se descobrindo, experimentando o que é ser homem, o que é ser mulher. PROBLEMAS DE SAÚDE MAIS RELEVANTES Prevalência maior de IST entre adolescentes com práticas homossexuais; na faixa etária de 13 a 19 anos; Aumento do número de casos de Aids entre HSH, ao contrário das outras faixas etárias; Índice de suicídio maior entre adolescentes homossexuais; consumo abusivo de álcool e outras drogas. AS BARREIRAS A formação médica inclui poucos conteúdos relacionados à sexualidade. A atuação baseia-se, em geral, nos próprios valores do profissional. Exemplos: julgamento moral, ignorar ou negar a prática sexual do indivíduo, fixar-se apenas em questões técnicas. A maioria dos profissionais de saúde não sabe das especificidades dessa população, bem como a diversidade, a trajetória de vida, como ela se forma, como se mobiliza e como cuida de sua saúde. CONCLUSÕES SOBRE A SEXUALIDADE Os serviços de saúde não estão oferecendo atendimento adequado aos adolescentes no que diz respeito à sexualidade; Não é necessário ter um serviço específico para LGBT; Sugere-se que o tema sexualidade e diversidade sexual faça parte dos currículos escolares do ensino fundamental ao universitário. PATERNIDADE X MATERNIDADE E GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA PROFª. ENFª. MA. KEYLANE DE OLIVEIRA CAVALCANTE EMAIL: KEYLANE.CAVALCANTE@UNP.BR PATERNIDADE E MATERNIDADE A ausência de dados sobre a paternidade reflete e constrói uma sociedade regida pela divisão de trabalho por gênero, onde historicamente foi delegada a mulher a atribuição (muitas vezes o fardo) do cuidado infantil e a responsabilidade pela vida reprodutiva. E ainda forte no ideário social a concepção de que ele esta menos apto para tal tarefa, assim como a ideia de que o pai nunca poderá ter uma condição igual a da mãe, justificada principalmente pelo viés biologizante do vinculo no nascimento. PATERNIDADE “Pré-natal do Parceiro” voltada para a inclusão dos homens nas consultas medicas periódicas do pré-natal de suas parceiras, para a oferta de exames de rotina e de testes rápidos de prevenção as doenças sexualmente transmissíveis, além da atualização da carteira vacinal, e para a participação nas atividades educativas realizadas nos servicos de saúde com o objetivo de engaja-los na divisão das tarefas de cuidado e no exercício saudável da paternidade ativa. GRAVIDEZ NA DOLESCÊNCIA A ocorrência da gravidez na adolescência e enfocada como não planejada, indesejada e decorrente do desconhecimento de métodos anticoncepcionais. Para a saúde publica, a gravidez na adolescência tem sido um desafio. Para as adolescentes de 10 a 14 anos que engravidam, é imprescindível um olhar diferenciado que resguarde seus direitos e garanta o acesso a instrumentos de proteção e de apoio institucional e social. GRAVIDEZ NA DOLESCÊNCIA Para que a gravidez na adolescência transcorra sem intercorrências é importante que a captação para o inicio do pré-natal seja realizada o mais precocemente possível. Para facilitar a captação precoce da adolescente gestante no pré-natal (primeiro trimestre) deve-se ter disponível o TRG. No caso de TRG negativo, é importante enfatizara necessidade de acompanhamento de contracepção e prevenção da gravidez não planejada. GRAVIDEZ NA DOLESCÊNCIA No caso de TRG positivo e a adolescente deseja a gravidez: Iniciar a rotina de pré-natal e reforçar o convite para participação da parceria sexual durante as consultas. No caso de TRG positivo e a adolescente não deseja a gravidez: Orientar sobre os direitos acerca da gestação; Ofertar mediação de conflitos familiares; Orientar sobre possibilidades de adoção; Informar acerca do risco de praticas caseiras para a interrupção da gravidez; Orientar sinais e sintomas de alerta, caso haja interrupção da gravidez de modo inseguro: febre, calafrios, hemorragia, dor abdominal, dor no baixo ventre, secreção vaginal com odor fétido, dor ao urinar. Ressaltar a importância de procurar o hospital mais próximo caso apresente quaisquer desses sintomas. FATORES PREDISPONENTES PARA UMA GRAVIDEZ NA ADOLESCENCIA Iniciação sexual precoce. Gravidez precoce anterior na família. Gravidez precoce anterior na própria adolescente. Nível socioeconômico desfavorável Pouca escolaridade Desejo inconsciente de engravidar e pressão do grupo de amigos para se iniciar no sexo. Uso incorreto (ou não-uso) dos métodos anticoncepcionais. CONSEQUÊNCIAS A adolescente parar de estudar limitar a sua escala da de independência financeira em relação à família Maior incidência da doença hipertensiva específica da gestação chegada tardia ao atendimento pré-natal, nem sempre realizado Manter a gestação e assumir o filho na condição de pais solteiros Risco de separação em curto prazo LEI Nº 6.202, DE 17 DE ABRIL DE 1975 Estabelece que a gestante estudante tem direito de receber o conteúdo das matérias escolares em casa a partir do oitavo mês de gestação e durante os três meses após o parto, podendo, de acordo com indicação médica, esse período ser prolongado. A prestação dos exames escolares é garantida por “regime de exercícios domiciliares”, e seu aproveitamento escolar poderá ser aferido por meio de trabalhos feitos em casa. PREVENÇÃO DE IST’S EM CASO DE VIOLÊNCIA SEXUAL IST’s Medicação Adultos e adolescentes com mais de 45 kg, incluindo gestantes Crianças e adolescentes com menos de 45 kg Sífilis Penicilina G benzatina 2,4 milhões UI, IM, (1,2 milhão UI em cada glúteo), dose única 50 mil UI/kg, IM, dose única (dose máxima total: 2,4 milhões UI) Gonorreia Ceftriaxona 500 mg, 1 ampola, IM, dose única 125 mg, IM, dose única Infecção por clamídia Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, VO, dose única (dose total 1g) 20 mg/kg peso, VO, dose única (dose máxima total 1 g) Tricomoníase Metronidazol 500 mg, 4 comprimidos VO, dose única (dose total 2g) 15 mg/kg/dia, divididos em 3 doses/dia, por 7 dias (dose diária máxima 2g) PEP PREVENÇÃO DE USO DE DROGAS, DEPRESSÃO E SUICÍDIO. PROFª. ENFª. MA. KEYLANE DE OLIVEIRA CAVALCANTE EMAIL: KEYLANE.CAVALCANTE@UNP.BR USO DE DROGAS A ideia mais importante é que ‘drogas’ são substâncias químicas que produzem satisfação ao usuário. Porque os adolescentes usam drogas? Para experimentar sensações diferentes. Para se sentirem melhor. Para alívio de emoções desagradáveis. Por insegurança. Para ser aceito pelo grupo de amigos. Devido à baixa autoestima. Para questionar os valores dos pais e/ou adultos responsáveis. Em busca de mudanças de humor, nível de consciência ou na percepção de mundo USO DE DROGAS O consumo abusivo de bebida alcoólica pode causar problemas psicossociais, emocionais e orgânicos. É uma das queixas mais frequentes na Unidade Básica de Saúde, sendo a oportunidade para detectar o risco de uso crescente e o padrão de uso, como rotina, em adolescentes (BRASIL, 2013h, p. 95). Deve-se ressaltar que o álcool é um dos responsáveis pelos elevados índices de mortalidade por acidentes entre adolescentes e jovens. REDUÇÃO DE DANOS A redução de danos postula intervenções singulares que podem envolver o uso protegido, a diminuição desse uso, a substituição por substâncias que causem menos problemas, e até a abstinência das drogas que criam problemas aos usuários (VIVA COMUNIDADE; CRRD, 2010). Por meio da redução de danos é possível cuidar dos problemas de saúde de maneira menos normalizadora e prescritiva, evitando ditar quais seriam os comportamentos adequados ou não. ESTRATÉGIAS DE REDUÇÃO No caso de pessoas com problema em relação ao álcool, podem se sugerir cuidados de praxe como não beber e dirigir; alternar o consumo de bebida alcoólica com alimentos e bebidas não alcoólicas; evitar beber de barriga vazia; beber bastante água, optar por bebidas fermentadas às destiladas, entre outras sugestões. Usuários de crack podem ser orientados a não compartilhar cachimbos, pois possuem maior risco de contrair doenças infectocontagiosas caso tenham feridas nos lábios, geralmente ressecados pelo uso do crack e queimados pelo cachimbo SAÚDE MENTAL Durante a adolescência, alguns transtornos da saúde mental podem ocorrer e devem ser detectados precocemente para uma intervenção eficaz. Nesse sentido, os Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Capsi), foram criados em 2002 com a função de prover atenção em saúde mental. É uma síndrome clínica caracterizada por um distúrbio persistente do humor e um comportamento disfuncional. Geralmente inclui tristeza, infelicidade, retraimento social, dificuldade de concentração, problemas alimentares, perturbação do sono e perda de interesse nas atividades habituais. Cerca de 60% dos adolescentes abordados em consulta médica relatam ter sentimentos de depressão, com frequência maior entre as mulheres do que os homens VIOLÊNCIA AUTO INFLIGIDA/SUICÍDIO É a terceira causa mais comum de morte entre adolescentes e jovens do sexo masculino. As tentativas de suicídio, principalmente em mulheres, correspondem à principal causa de procura de atendimento de urgência por adolescentes e jovens. Mais da metade dos adolescentes e jovens que morreram por suicídio já haviam experimentado a tentativa de suicídio pelo menos uma vez. A ingestão de altas doses de medicamentos constitui o método mais comum de se tentar suicídio entre as mulheres. Os adolescentes do sexo masculino usam mais as armas de fogo e o enforcamento. DEVE-SE AVALIAR O GRAU DE RISCO PARA SUICÍDIO POR INTERMÉDIO DOS SEGUINTES INDICADORES: Individuais; Familiares; Sociais. Conduta: Quando necessário, realizar interconsulta, ou atenção conjunta aos profissionais da Saúde Mental dos Nasf, e/ou referenciar para centro de especialidades em saúde mental. PNAISARI Politica Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em Conflito com a Lei –Portaria de consolidação MS/GM nº 02 E nº 06 de 03/10/2017. Princípios: Articular e integrar os serviços de saúde dentro dos princípios do SUS e do SINASE. EQUIPE DE SAÚDE Composição da equipe de saúde: médico, enfermeiro, dentista e 1, 2 ou 3 profissionais de saúde mental. Referências Brasil. Ministerio da Saude. Secretaria de Atencao a Saude. Departamento de Acoes Programaticas e Estrategicas. Proteger e cuidar da saude de adolescentes na atencao basica [recurso eletronico] / Ministerio da Saude, Secretaria de Atencao a Saude, Departamento de Acoes Programaticas e Estrategicas. – Brasilia : Ministerio da Saude, 2017. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. – Brasília : Ministério da Saúde, 2018. Organização Pan-Americana da Saúde. Ministério da Saúde.Saúde e sexualidade de adolescentes. Construindo equidade no SUS. Brasília, DF: OPAS, MS, 2017.