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A ESTRATÉGIA DA INFORMAÇÃO NA PRÁTICA Professores: Dr. Giancarlo Lucca Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal DIREÇÃO NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; LUCCA, Giancarlo; VAN DAL, Jorge Luiz Garcia. Gestão Estratégica da Informação. Giancarlo Lucca; Jorge Luiz Garcia Van Dal. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 29 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Informação 2. Estratégica 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 650 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Pós-graduação e Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Pós-graduação e Extensão Fellipe de Assis Zaremba Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Designer Educacional Lilian Vespa Editoração Flávia Thaís Pedroso Qualidade Textual Monique Coloni Boer Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi 01 02 03 04 sumário 06| A EQUIPE DE TRABALHO 08| O PROJETO DE GESTÃO ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO 16| O PROCESSO DE MEDIÇÃO ESTRATÉGICA 20| AS AÇÕES E A RETROALIMENTAÇÃO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Explorar as etapas de construção do processo de gestão estratégica da informação. • Buscar a orientação estratégica. • Realizar o diagnóstico estratégico e conduzir ao seu direcionamento. • Medir o desempenho estratégico e desenvolver os planos de ação. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • A equipe de trabalho • O projeto de gestão estratégica da informação • O processo de medição estratégica • As ações e a retroalimentação A ESTRATÉGIA DA INFORMAÇÃO NA PRÁTICA INTRODUÇÃO introdução Segundo Lucca (2013), hoje é, praticamente, impossível pensar em gestão organizacional sem o apoio de sistemas de informação, suportados por tecnologias modernas e funcionais. Diante do atual contexto, de crises macroeconômicas, de recursos escassos e de diferenciação competitiva, as tecnologias assumiram a postura estratégica para integração, personalização e customização de serviços e de produtos voltados ao cliente. As três primeiras unidades construíram os conceitos teóricos necessários para que pudéssemos entender as ferramentas de gestão da informação, sendo que a informação é a matéria-prima do processo de geração de estratégias. Nesta unidade, apresentaremos o detalhamento das etapas da gestão estratégica: a definição da equipe de trabalho; o projeto de gestão estratégica da informação; o processo de medição estratégica; e os planos de ação estratégicos. Iniciaremos o nosso estudo com a perspectiva do pensamento estratégico, necessário ao desenvolvimento da empresa e para a formação da equipe de profissionais habilitada. Em seguida, com a equipe formada, conheceremos os processos de diretrizes estratégicas voltados à missão, à visão e aos valores. Essas informações serão base para a aplicação da análise de forças, de fraquezas, de oportunidades e de ameaças, conhecidas por análise SWOT. Na aula seguinte, teremos a medição de desempenho e seus indicadores, bem como os processos dessa medição e a criação de painéis de desempenho. Todas as indicações práticas são demonstradas por meio de formulários. Por fim, focaremos na materialização de todo o planejamento: o plano de ação, a parte prática do planejamento. Conheceremos a ferramenta 5W2H e a sua forma de uso. Encerrando o conteúdo, esta unidade abordará a síntese de todos os conteúdos anteriores, apresentando sua real aplicabilidade. Bom estudos! Pós-Universo 6 De acordo com Lucca (2013), o pensamento estratégico nasce com o empreendedor, quando este decide empreender um projeto. À medida que seu empreendimento cresce, as variáveis competitivas fogem do controle, o empreendedor passa a afastar- se da linha de frente da batalha e outros oficiais assumem postos importantes para as áreas estratégicas do empreendimento. Surge a figura do gerente financeiro, para cuidar dos fluxos de recebimentos e de pagamentos, e para focalizar o aumento da riqueza e do patrimônio da organização; do gerente comercial, para expandir a participação da organização no mercado, fortalecer a marca, captar novos clientes, fidelizar os clientes atuais e garantir a sua satisfação; do gerente de operações, para cuidar da eficácia e da eficiência dos processos internos e, muitas vezes, a necessidade do gestor de pessoas, para garantir a competência e a produtividade do capital humano. Dessa forma, nasce, naturalmente, a equipe estratégica multifuncional, mas, infelizmente, muitas organizações não se atentam a isso. A EQUIPE DE TRABALHO Pós-Universo 7 Muitas organizações criam feudos, em vez de áreas estratégicas, por não considerarem a relação de causa e de efeito entre essas áreas, e sofrem com disputas internas, gerando perda considerável de energia. reflita Nossa sugestão é que a equipe estratégica não seja muito numerosa, pois quanto maior o número de pessoas, mais difícil será o processo de obtenção de harmonia e de sinergia do grupo. De acordo com Lucca (2013), cinco membros é um bom número, sendo: o líder da estratégia; o representante da área financeira; o representante da área comercial ou de marketing; o representante da área de operações; o representante da área de pessoas ou recursos humanos. A Figura 1 mostra o Formulário 1, para formação da equipe estratégica. O Formulário 1, é útil para identificar cada participante da equipe estratégica pelo registro do nome, da área de atuação e do cargo na organização. FORMULÁRIO 01 - EQUIPE ESTRATÉGICA LÍDER DO PROJETO Nome: Área de Atuação: Cargo na Organização: REPRESENTANTE DA ÁREA FINANCEIRA Nome: Área de Atuação: Cargo na Organização: REPRESENTANTE DA ÁREA DE MARKETING Nome: Área de Atuação: Cargo na Organização: REPRESENTANTE DA ÁREA DE OPERAÇÕES Nome: Área de Atuação: Cargo na Organização: REPRESENTANTE DA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS Nome: Área de Atuação: Cargo na Organização: Figura 1: Formulário 1 - Formação da Equipe Estratégica Fonte: adaptado de Lucca (2013, p. 186) Pós-Universo 8 Após a constituição da equipe estratégica, o próximo passo é conduzir o projeto de gestão estratégica da informação. Esse processo consiste em definir as diretrizes estratégicas: missão, visão e valores. Em seguida, realizar a análise de SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças) da organização. A Figura 2 mostra o Formulário 2 de identificação das diretrizes: FORMULÁRIO 02 - DIRETRIZES ESTRATÉGICAS Missão Visão Valores “Escreva a missão da organização aqui” “Escreva a visão da organização aqui” Valor 1. Valor 2. Valor 3. Valor 4. Valor 5. Fonte: Adaptado de Lucca (2013. p. 188)Figura 2: Formulário 2 – Diretrizes Estratégicas Fonte: adaptada de Lucca (2013, p. 188). O PROJETO DE GESTÃO ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO Pós-Universo 9 A matriz forças, fraquezas, oportunidades e ameaças (SWOT), proposta pelo consultor de negócios e gestão Albert Humphrey, no início da década de 60, é prática que passa por décadas e continua a ser uma das mais importantes ferramentas de avaliação estratégica. O projeto de gestão estratégica da informação precisa dessa ferramenta para o entendimento dos fatores estratégicos, que precisam ser impulsionados,minimizados, aproveitados ou neutralizados. atenção O desenvolvimento da matriz SWOT pela equipe estratégica deverá ocorrer em reuniões específicas para trabalhar as forças, as fraquezas, as oportunidade e as ameaças (LUCCA, 2013). Estudo das Forças Para Lucca (2013), o primeiro estudo a ser realizado é o das forças e deverá responder os seguintes questionamentos: 1. Em linhas gerais, quais áreas estratégicas apresentam avanço em relação ao principal concorrente na atualidade? 2. Quais são as principais competências distintivas da organização? 3. Quais são os pontos fortes da organização? 4. Qual é o peso de cada um dos pontos fortes (0-10), considerando “0” para menor intensidade da força e “10” para maior intensidade? 5. Qual é o peso de cada uma das forças (0-10), para cada um dos três principais concorrentes atualmente (A, B, C)? 6. Quais são os fatores críticos para impulsionar as forças da organização? 7. Quais são as forças da organização com menor peso relativo aos concorrentes? Quais são os fatores críticos para mudar essa realidade? Pós-Universo 10 8. Quais são os diferenciais dos concorrentes referentes aos pontos fortes destacados? 9. Quais são as forças da organização com maior peso relativo aos concorrentes? Quais são os fatores críticos para manter essa realidade? O Formulário 3 auxilia no processo de apresentação da análise das forças da organização, conforme ilustra a Figura 3: FORMULÁRIO 03 - ANÁLISE DAS FORÇAS Pontos Fortes Concorrentes Peso (0-10)Empresa Peso (0-10) Fonte: Adaptado de Lucca (2013. p. 192) A B C Figura 3: Formulário 3 - Análise das Forças Fonte: adaptada de Lucca (2013, p. 192). Estudo das Fraquezas Após o estudo das forças, o próximo a ser realizado é o das fraquezas da organização. Estas tendem a ser mais difícil para a equipe estratégica do que o as forças, devido à natural dificuldade do ser humano em reconhecer suas falhas, mas é por meio desse estudo que se espera melhoria significativa no desempenho da organização. Seguindo o mesmo padrão de trabalho do estudo das forças, de acordo com Lucca (2013), a equipe estratégica deve realizar a reunião de Brainstorming, para a análise das fraquezas, e responder os seguintes questionamentos: 1. Em linhas gerais, quais são as áreas estratégicas que apresentam atraso em relação ao principal concorrente atualmente? 2. Quais são os pontos fracos da organização? 3. Qual é o peso de cada um dos pontos fracos (0-10), considerando “0” para menor intensidade da força e “10” para maior intensidade? Pós-Universo 11 4. Quais pontos fracos impactam diretamente na satisfação dos clientes da organização? 5. Qual é o peso de cada um dos pontos fracos (0-10) para cada um dos três principais concorrentes na atualidade (A, B, C)? 6. Quais são os fatores críticos para minimizar os pontos fracos da organização? 7. Quais são os pontos fracos da organização com maior peso relativo aos concorrentes? Quais são os fatores críticos para mudar essa realidade? 8. Quais são os diferenciais dos concorrentes referentes aos pontos fracos destacados? 9. Quais são os pontos fracos da organização com menor peso relativo aos concorrentes? Quais são os fatores críticos para manter essa realidade? O Formulário 4 é destinado à compilação dos dados obtidos com a análise das forças, e deve ser preenchido conforme demonstra a Figura 4: FORMULÁRIO 04 - ANÁLISE DAS FRAQUEZAS Pontos Fracos Concorrentes Peso (0-10)Empresa Peso (0-10) Fonte: Adaptado de Lucca (2013. p. 198) A B C Figura 4: Formulário 4 - Análise das Fraquezas Fonte: adaptada de Lucca (2013, p. 198). O estudo das forças e das fraquezas pertence ao diagnóstico do ambiente interno da organização. São fatores que podem ser controlados pelos gestores, ao contrário dos fatores externos (oportunidades e ameaças), que ocorrem independentemente da vontade dos gestores. O dois próximos tópicos avaliam o ambiente externo da organização. Pós-Universo 12 Estudo das Oportunidades O estudo das oportunidades está ligado aos eventos positivos que podem ocorrer no ambiente externo e podem trazer benefícios competitivos à organização. As oportunidades estão ligadas aos fatores como: mudanças econômicas, governamentais, reguladoras, legislativas, climáticas, demográficas etc. Alguns exemplos de oportunidades podem ser vistos a seguir, de acordo com Lucca (2013): • Economia favorável. • Abertura de mercados internacionais. • Redução de impostos e subsídios governamentais. • Clima favorável. • Aumento da população e do público-alvo da organização. • Aumento na demanda dos produtos. • Mudanças favoráveis nas necessidades e nas expectativas dos clientes. Geralmente, as oportunidades ocorrem para todo o segmento competitivo da organização e, sendo assim, todos são beneficiados em maior ou em menor grau. O estudo das oportunidades pela equipe estratégica, também seguirá o mesmo padrão de trabalho dos estudos das forças e das fraquezas. A equipe estratégica precisa realizar a reunião de Brainstorming, para analisar as oportunidades, e deve responder os seguintes questionamentos: 1. Quais são as oportunidades que se apresentam no atual cenário em que a organização está inserida? 2. Qual é o peso de cada uma das oportunidades identificadas (0-10), considerando “0” para menor intensidade e “10” para maior intensidade? 3. Qual é o peso de cada uma das oportunidades (0-10), para cada um dos três principais concorrentes atualmente (A, B, C)? 4. Quais são os fatores críticos para aproveitar as oportunidades em maior grau que a concorrência? Pós-Universo 13 5. Quais as oportunidades com maior peso relativo aos concorrentes? Quais são os fatores críticos para aproveitar essa realidade? 6. Quais são as vantagens dos concorrentes referentes às oportunidades identificadas? 7. Quais são as oportunidades da organização com menor peso relativo aos concorrentes? Quais são os fatores críticos para mudar essa realidade? O Formulário 5 é destinado à análise dos dados obtidos com a análise das oportunidades, cujo principal objetivo é encontrar os meios para transformar as oportunidades em futuros pontos fortes. O Formulário 5 - Análise das Oportunidades deve ser preenchido conforme demonstra a Figura 5: FORMULÁRIO 05 - ANÁLISE DAS OPORTUNIDADES Oportunidades Concorrentes Peso (0-10)Empresa Peso (0-10) Fonte: Adaptado de Lucca (2013. p. 201) A B C Figura 5: Formulário 05 - Análise das Oportunidades Fonte: adaptada de Lucca (2013, p. 201). Estudo das Ameaças O estudo das ameaças do ambiente externo está ligado aos eventos negativos, que podem atrasar o alcance dos objetivos estratégicos e trazer prejuízos competitivos à organização. As ameaças, da mesma forma que as oportunidades, estão ligadas a fatores como mudanças econômicas, governamentais, reguladoras, legislativas, climáticas, demográficas etc., quando ocorrerem sob o ponto de vista negativo do desempenho da organização. Lucca (2013) apresenta exemplos de ameaças que podem ser observados a seguir: Pós-Universo 14 • Economia desfavorável. • Aumento da concorrência no segmento de atuação. • Invasão de produtos oriundos mercados internacionais. • Aumento de impostos e retirada de subsídios governamentais. • Clima desfavorável, catástrofes naturais etc. • Redução da população e do público-alvo da organização. • Redução na demanda dos produtos. • Mudanças desfavoráveis nas necessidades e nas expectativas dos clientes, Da mesma forma com que ocorre com as oportunidades, normalmente, as ameaças ocorrem para todo o segmento competitivo da organização e, sendo assim, todos são prejudicados em maior ou em menor grau. A equipe estratégica precisa realizar a reunião de Brainstorming, para analisar as ameaças e deve responder os seguintes questionamentos: 1. Quais são as ameaças que se apresentam no atual cenário em que a organizaçãoestá inserida? 2. Qual é o peso de cada uma das ameaças identificadas (0-10), considerando “0” para menor intensidade e “10” para maior intensidade? 3. Qual é o peso de cada uma das ameaças (0-10), para cada um dos três principais concorrentes atualmente (A, B, C)? 4. Quais são os fatores críticos para neutralizar as ameaças em maior grau que a concorrência? 5. Quais são as ameaças com maior peso relativo aos concorrentes? Quais os fatores críticos para mudar essa realidade? 6. Quais são as vantagens dos concorrentes referentes às ameaças identificadas? 7. Quais são as ameaças da organização, com menor peso relativo aos concorrentes? Quais são os fatores críticos para explorar essa realidade? Pós-Universo 15 O Formulário 6, conforme demonstra a Figura 6, é destinado à análise dos dados obtidos com a análise das ameaças. O principal objetivo é encontrar os meios para eliminar ou, pelo menos, minimizar os efeitos das ameaças do ambiente externo. FORMULÁRIO 06 - ANÁLISE DAS AMEAÇAS Ameaças Concorrentes Peso (0-10)Empresa Peso (0-10) Fonte: Adaptado de Lucca (2013. p. 204) A B C Figura 6: Formulário 6 - Análise das Ameaças. Fonte: adaptada de Lucca (2013, p. 204). Após o estudo das forças, das fraquezas, das oportunidades e das ameaças, individualmente, a equipe estratégica deverá reunir-se para revisar todos os formulários utilizados e verificar a validade com a realização da missão, o alcance da visão e o respeito aos valores organizacionais. Pós-Universo 16 Segundo Lucca (2013), há muito tempo se acredita que não é possível gerenciar algo que não se tem controle, e este depende da medição do desempenho. De certa forma, a medição do desempenho já iniciou no momento da definição dos indicadores de desempenho e suas características: unidades de medida, periodicidade, metas, valores máximos e mínimos, responsáveis etc. O processo de medição depende da análise das forças, das fraquezas, as oportunidades e das ameaças, pois, a partir desse diagnóstico, a equipe estratégica estabelecerá os objetivos, as metas e os respectivos indicadores de desempenho para acompanhá-los. Esse modelo de análise além de ser relativamente simples e objetivo, pode ser utilizado como premissa do plano de negócios ou como importante complemento ao planejamento estratégico ou de marketing, auxiliando na redução de riscos e aumentando as chances de sucesso de forma propositiva. O PROCESSO DE MEDIÇÃO ESTRATÉGICA Pós-Universo 17 Trata-se portanto, de ferramenta simples, em termos, que pode ser utilizada para verificar ou posicionar a posição estratégica da empresa no ambiente em questão. É usada como base para gestão e para planejamento estratégico da organização, pois permite compor e analisar cenários (ou análise de ambiente). Essas análises de cenário se dividem em ambientes interno e externo. Para facilitar o processo de medição, segue o Formulário 7 – Medição do Desempenho, que deverá ser utilizado para cada um dos indicadores estabelecidos, de acordo com a Figura 7: Fonte: Adaptado de Lucca (2013. p. 209) FORMULÁRIO 07 - MEDIÇÃO DE DESEMPENHO Nome do Indicador: Periodicidade: Unidade de Medida: Objetivo: Meta: Valor Aceitável: Responsável: Dados da Medição Período ou Data e Hora da Medição Origem/Forma de Coleta dos Dados Valor Medido Observações/ Ocorrências Figura 7 – Formulário 7 – Medição de Desempenho Fonte: adaptada de Lucca (2013, p. 209). No formulário de medição de desempenho é preciso estabelecer os dados dos indicadores de desempenho: nome do indicador; periodicidade da medição; unidade de medida; objetivo (aumentar/reduzir); meta; valor aceitável; responsável pela medição. Em seguida, proceder preenchendo as colunas: período ou data e hora da medição; origem ou forma de coleta dos dados; valor medido; observações ou ocorrências, se houverem. O próximo passo será elaborar o gráfico de tendências, para acompanhar a evolução do indicador e verificar, visualmente, sua proximidade da meta e do valor aceitável. Pós-Universo 18 A Figura 8 ilustra o exemplo de medição com o indicador “índice de inadimplência”: Índice de Inadimplência Dados da Medição Período Janeiro Sistema de cobrança Sistema de cobrança Sistema de cobrança Sistema de cobrança Valor médido no décimo dia útil Valor médido no décimo dia útil Valor médido no décimo dia útil Valor médido no décimo dia útil 11% 9% 8% 7% Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Origem / Forma de Coleta dos Dados Valor Medido Observações/Ocorrências Nome do Indicador: Periodicidade: Unidade de Medida: Objetivo: Meta: Valor Aceitável: Responsável: Índice de Inadimplência Mensal % Reduzir 5% 10% Supervisor de Crédito e Cobrança 0% Janeiro Fevereiro Março Abril 2% 4% 6% 8% 10% 12% Valor Medido Meta Valor Aceitável Figura 8: Exemplo de Medição de Desempenho Fonte: adaptada de Lucca (2013, p. 215). O apoio da área de tecnologia da informação é muito importante nessa etapa do processo de gestão estratégica. Isso ocorre porque a origem dos dados dos indicadores poderá ser o próprio sistema de informação ERP da empresa e, nesse caso, a medição será, praticamente, automática, no momento em que o colaborador alimenta os dados operacionais diariamente. A criação de painéis de desempenho, que contenham os indicadores com os respectivos gráficos de tendência, poderá ser feita pelo profissional de TI da empresa ou com a utilização de planilhas eletrônicas e ter acesso exclusivo da equipe estratégica multifuncional. Pós-Universo 19 Na gestão pública, a medição de desempenho é constantemente mensurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em suas mais diversas vertentes. O índice a seguir se refere ao desempenho da produção industrial no Brasil. -10 -3.7 7.5 7.6 1.8 1.7 3.9 6.6 1.6 2.7 0 6 8.3 3.1 2.8 3.1 10.5 0.4 1.2 -2 -0.7 -7.4 -2.5 1992 2000 2010 2013 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 Produção industrial no Brasil Variação anual (%) Figura 1: Índice de Desempenho da Produção Industrial no Brasil (1992-2013) Fonte: IBGE (2013). fatos e dados Pós-Universo 20 As definições dos objetivos e das metas para as áreas estratégicas da organização, bem como a criação dos indicadores de desempenho para o acompanhamento desses direcionamentos, são etapas muito importantes, pois representam a materialização da estratégia. Definir apenas os objetivos e as metas não é suficiente, pois é necessário colocá-los em prática, reunindo esses objetivos no plano de ação especificado. A ferramenta 5W2H (What, Why, Where, When, Who, How e How Much) é muito utilizada para realizar planos de ação, e será utilizada nesse modelo de gestão estratégica da informação pela equipe de trabalho, para formalizar a realização dos objetivos propostos. AS AÇÕES E A RETROALIMENTAÇÃO Pós-Universo 21 O modelo de plano de ação é ilustrado pela Figura 9, por meio do Formulário 9. FORMULÁRIO 09 - PLANO DE AÇÃO 5W2H WHAT Objetivos Por quê? Previsão Responsável Ações Custo Estimado Local de Aplicação WHY WHERE WHEN WHO HOW HOW MUCH Fonte: Adaptado de Lucca (2013. p. 220)Figura 9: Formulário 9 – Plano de Ação 5W2H Fonte: adaptada de Lucca (2013, p. 220). No Formulário 9 é possível visualizar sete colunas, respectivamente: • What (objetivos): apresenta todos os objetivos que terão linha correspondente no plano de ação. Em suma, essa coluna deverá dizer o que precisa ser feito. • Why (por quê?): apresenta a justificativa do objetivo apresentado na coluna anterior e deverá responder por qual motivo o objetivo é importante. • Where (local de aplicação): informa o local de aplicação do objetivo, por exemplo: no departamento de vendas, na filial da região sul, na equipe de desenvolvimento de sistemas. • When (previsão): atribui prazo para realização do objetivo proposto na primeira coluna. • Who (responsável): atribui umou mais responsáveis pela execução do objetivo proposto na primeira coluna. • How (ações): inclui o detalhamento do processo para atingir o objetivo predefinido, ou seja, as atividades necessárias para realizar o objetivo. • How Much (custo estimado): atribui-se o valor estimado a ser gasto na realização do objetivo. Pós-Universo 22 Nesse ponto, a equipe estratégica formalizará as ações necessárias para o alcance dos objetivos estabelecidos e, consequentemente, dará um passo em direção à visão estratégica estabelecida. Os desvios na realização das ações estratégicas devem ser retroalimentados, isto é, informados à equipe estratégica de forma que se possa ajustar ou adaptar as ações para o alcance dos objetivos e das metas que serão monitoradas pelos indicadores de desempenho. O Modelo de Plano de Ação é proposto para ajudar os representantes de estabelecimentos de saúde na elaboração do plano de ação local, para a implementação da Estratégia Multimodal da OMS, para a Melhoria da Higiene das Mãos. Para ver outros modelos de plano de ação, acesse: <http:// proqualis.net/sites/proqualis.net/files/Modelo_de_Plano_de_Ao.pdf>. saiba mais atividades de estudo 1. Quando a empresa tem postura ou filosifia de gestão estratégica, surge, entre outros fatores, a necessidade do gestor de pessoas para garantir a competência e a produtividade do capital humano. Dessa forma, nasce, naturalmente, a equipe estratégica. O detalhe é que muitas organizações não se atentam a isso. Com relação à formação da equipe estratégica, assinale a única alternativa correta: a) Quanto maior o número de pessoas para a composição da equipe estratégica melhor. b) O ideal é a formação de equipe multifuncional, de no máximo cinco pessoas, envolvendo visões das áreas de finanças, de marketing, de operações e de recursos humanos, com a supervisão do líder da equipe estratégica. c) Não é interessante envolver pessoas com visões diferentes, pois isso gerar conflitos no desenvolvimento das estratégias da empresa. d) É preciso escolher precisamente os membros da equipe, de forma a evitar a relação de causa e de efeito entre as áreas de recursos humanos, de operações, de marketing e de finanças. e) A equipe deve ser composta de, no máximo, quatro pessoas, dentre elas o líder do projeto. 2. As diretrizes estratégicas fornecem informações que serão basilares para a aplicação da análise de forças, de fraquezas, de oportunidades e de ameaças. Assinale a única alternativa correta, que corresponde às principais diretrizes estratégicas: a) As diretrizes estratégicas são definidas pela visão empresarial. b) A missão, a visão e os valores são as diretrizes estratégicas, pois definem a linha estratégica adotada pela organização, em termos de sua razão de existir, da posição desejada no futuro e dos aspectos relevantes de sua cultura. c) As diretrizes estratégicas só poderão ser definidas depois das definições dos objetivos, das metas e dos indicadores; d) As forças e as fraquezas são um tipo de diretriz estratégica. e) As oportunidades e as ameaças são um tipo de diretriz estratégica. atividades de estudo 3. Os processos de diretrizes estratégicas são voltados à missão, à visão e aos valores. Essas informações serão basilares para a aplicação da análise de forças, de fraquezas, de oportunidades e de ameaças, conhecidas por análise SWOT. Com relação ao processo de medição estratégica, assinale a única alternativa correta: a) A medição de desempenho é processo independente do sistema de informação da organização. b) A medição estratégica significa medir as ações operacionais no dia a dia das organizações. c) A medição estratégica deve ser conduzida pelo conjunto de indicadores obtidos a partir de objetivos estratégicos e de metas que têm relação direta com o alcance da visão estratégica e com a realização da missão estratégica. d) A medição estratégica deve ser conduzida pelo conjunto de indicadores obtidos a partir de objetivos estratégicos e de metas que não têm relação direta com o alcance da visão estratégica e com a realização da missão estratégica. e) O modelo ERP é suficiente para a medição estratégica do desempenho das organizações. 4. A ferramenta 5W2H (What, Why, Where, When, Who, How e How Much) é muito utilizada para realizar planos de ação e será utilizada nesse modelo de gestão estratégica da informação pela equipe de trabalho, para formalizar a realização dos objetivos propostos. Com relação ao modelo 5W2H, assinale a única alternativa correta: a) É o modelo de plano de ação desvinculado das demais etapas do processo de gestão estratégica da informação. b) É o modelo de plano de ação vinculado apenas aos indicadores de desempenho propostos para o processo de gestão estratégica da informação. c) Tem o objetivo de tornar os indicadores de desempenho mais claros para os gestores organizacionais. d) É a ferramenta para elaboração de planos de ação que abrange: what (o que fazer?); why (por que fazer?); when (quando fazer?); who (quem faz?); where (onde fazer?); how (como fazer?); e how much (quanto custa?). e) Nenhuma das alternativas. resumo Pois bem, prezado (a) acadêmico(a), chegamos ao final desta obra, que tratou da gestão estratégica da informação. Nesta última unidade, tivemos a oportunidade de avaliar algumas variáveis estratégicas que compõem a identidade da organização. No início da unidade, enfocamos a composição da equipe estratégica, pois sua definição pode garantir o sucesso ou o fracasso das demais etapas da gestão estratégica da informação. Entendemos que essa equipe deve ser multifuncional, composta por, no máximo, cinco pessoas, sendo o líder do projeto e os representantes das principais áreas funcionais da organização: finanças, marketing, operações e recursos humanos. O projeto de gestão estratégica da informação deve seguir as etapas de identificação das diretrizes estratégicas: missão, visão e valores. Em seguida, deve seguir para o diagnóstico dos ambientes interno e externo da organização, com os estudos das forças, das fraquezas, das oportunidades e das ameaças. A partir dessas etapas (diretrizes e diagnóstico), a organização deve definir objetivos e metas estratégicas com indicadores de desempenho associados. Esses indicadores poderão estar vinculados aos sistemas de informação legados da organização (ERP, CRM, SCM, ferramentas OLAP, mineração de dados etc). Após o mapeamento dos indicadores estratégicos que acompanharão a realização dos objetivos, que devem contribuir para o alcance da visão, da submissão à missão e aos valores da empresa, entendemos que é necessário criarmos o plano de ação para materializarmos as ideias estratégicas da organização. Com o andamento do processo estratégico, a equipe deve realimentar o processo com as informações de sucesso ou insucesso das ações, de forma que elas possam ser adaptadas ou alteradas, e os objetivos e metas sejam devidamente alcançados. material complementar Gestão Estratégica Balanceada – Um Enfoque nas Boas Práticas Estratégicas Autor: Giancarlo Lucca Editora: Atlas Ano: 2013 Sinopse: esse livro apresenta o conjunto de técnicas e de ferramentas para o sucesso da implantação da gestão estratégica balanceada, bem como aborda os conceitos básicos necessários ao seu pleno entendimento. A gestão estratégica balanceada é a visão moderna da administração estratégica e promove a integração dos principais processos de gestão: finanças, marketing, operações e pessoas. A organização da obra foi feita com base na ferramenta estratégica 5W2H (What, Why, Where, When, Who, How e How Much), de forma que o leitor possa compreender: what – o que é gestão estratégica balanceada?; why – por que gestão estratégica balanceada?; where – onde aplicar a gestão estratégica balanceada?; when – quando aplicar a gestão estratégica balanceada?; who – quem deve aplicar a gestão estratégica balanceada?; how – comoimplantar a gestão estratégica balanceada?; how much – quanto custa um projeto de gestão estratégica balanceada?. A fuga das galinhas Ano: 2000 Diretores: Nick Park e Peter Lord Sinopse: o filme A Fuga das Galinhas conta a história de um grupo de galinhas, que enquanto ficam na sinistra granja da Sra. Tweedy, sempre sonham com uma vida melhor. Com isso, temos a inteligente galinha Ginger, que tece uma série de planos para escapar voando da cooperativa. O grande problema da história, porém, é que as galinhas não podem voar, ou podem? Todas as tentativas de fuga acabam em morte ou em ensopados de frango, até que chega, um dia, o galo Rocky, que, com alto poder de persuasão, aterrissa no local e tenta ensinar Ginger e suas amigas a voarem. Isso tudo com trabalho em equipe, determinação e, ainda, um pouco de sorte. Elas começam, então, a tramar a última e ousada tentativa de realizar um lance completamente espetacular, para que consigam a tão sonhada liberdade. Comentário: o filme aborda a questão da orientação estratégica (missão, visão e valores) e também o diagnóstico das forças, das fraquezas, das oportunidades e das ameaças. referências LUCCA, G. Gestão Estratégica Balanceada – Um Enfoque nas boas práticas estratégicas. São Paulo: Atlas, 2013. resolução de exercícios 1. b) O ideal é a formação de equipe multifuncional, de no máximo cinco pessoas, envolvendo visões das áreas de finanças, de marketing, de operações e de recursos humanos, com a supervisão do líder da equipe estratégica. Essa é a alternativa correta, pois é a única que aborda corretamente a formação da equipe estratégica, a partir do conceito ideal. Sendo uma equipe multifuncional, de no máximo cinco pessoas, envolvendo pessoas com visões das áreas de finanças, de marketing, de operações e de recursos humanos, com a supervisão do líder da equipe estratégica. 2. b) A missão, a visão e os valores são as diretrizes estratégicas, pois definem a linha estratégica adotada pela organização, em termos de sua razão de existir, da posição desejada no futuro e dos aspectos relevantes de sua cultura. Essa é a alternativa correta, pois é a única que aponta a missão, a visão e os valores como diretrizes estratégicas e explica corretamente sua aplicação. 3. c) A medição estratégica deve ser conduzida pelo conjunto de indicadores obtidos a partir de objetivos estratégicos e de metas que têm relação direta com o alcance da visão estratégica e com a realização da missão estratégica. Essa é a alternativa correta, pois é a única que aponta a missão, a visão e os valores como diretrizes estratégicas e explica que devem ser conduzidas pelo conjunto de indicadores obtidos a partir de objetivos estratégicos e de metas que têm relação direta com o alcance da visão estratégica e com a realização da missão estratégica. 4. d) É a ferramenta para elaboração de planos de ação que abrange: what (o que fazer?); why (por que fazer?); when (quando fazer?); who (quem faz?); where (onde fazer?); how (como fazer?); e how much (quanto custa?). Essa é a alternativa correta, pois é a única que descreve corretamente o modelo 5W2H, explicando o significado de cada um dos termos: what (o que fazer?); why (por que fazer?); when (quando fazer?); who (quem faz?); where (onde fazer?); how (como fazer?); e how much (quanto custa?). A EQUIPE DE TRABALHO