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História da África e da Cultura Afro-brasileira

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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
1. “A grande maioria dos estudiosos africanos e europeus
concorda que a escravidão era uma atividade implantada na
África, antes da chegada dos mercadores europeus no final
do século XV. Mas que tipo de escravidão havia até então
naquele continente? Alguns especialistas no assunto
afirmam que, por aquela época, o que havia era um sistema
interno, cuja configuração não se pode identificar,
propriamente, como uma forma de exploração do trabalho,
seria uma escravidão não devidamente institucionalizada.” 
(SOUZA, Talita T. B. A. Escravidão interna na África, antes
do Tráfico Negreiro. Vértices. ano 5. nº 2, MAIO/AGO.,
2003, p. 16) 
Com base no trecho acima e dos seus conhecimentos sobre
a escravidão na África, é correto afirmar:
Normalmente, os escravos
eram prisioneiros de guerra,
portanto, os escravos na
grande parte das vezes eram
inimigos de uma cidade e
estrangeiros.
2. “A partir da segunda metade do século XX as “coisas”
pareciam seguir um novo rumo. O aparecimento dos
movimentos de independência e o aumento das pesquisas
históricas sobre o continente, fizeram com que, para os
africanos e alguns especialistas ocidentais, a África passasse
a ser vista com outros olhos. O que antes era reconhecido
como símbolo da inferioridade – a cor da pele – agora
passava a ser elemento de orgulho e distinção positiva. Os
estudos historiográficos e arqueológicos revelavam uma
África com um passado recheado de sociedades ricas e
complexas. O continente passava a ser valorizado. Porém,
os desvios nas formas de perceber a África continuavam.
Parte dessas novas pesquisas, conduzidas por um crescente
corpo de historiadores africanos e africanistas, que
reivindicava o reconhecimento da importância do papel da
África na história da humanidade e tentava inverter os
olhares preconceituosos e imagens negativas relacionadas
aos africanos, acabou por incorrer em uma série de
desacertos. Muitas vezes, influenciados pelas ideologias ou
teorias do pan-africanismo e da negritude, assim como pela
onda nacionalista que varria o continente, esses estudos
seriam marcados por certa dose de desequilíbrio e ufanismo
acerca das identidades e histórias africanas.” OLIVA,
Anderson R. Os africanos entre representações: viagens
reveladoras, olhares imprecisos e a invenção da África no
imaginário Ocidental. Em Tempo de Histórias. Publicação
do Programa de Pós-Graduação em História PPG-HIS/UnB,
n.9, Brasília, 2005, p.110. I. Muito dessa visão sobre a
África que o trecho relata foi influenciada pelas
independências africanas, que defendiam ideais muitas
vezes de imposição de uma etnia ou de construções de
identidade nacionais que não respeitavam as diferenças
I e III. 
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
étnicas e culturais entre os povos africanos. II. O resultado
desse tipo de historiografia da África é que, até hoje, a
História da África produzida por africanos não é
considerada uma historiografia relevante, pois é tendenciosa
e partidária. A História da África reconhecida é a produzida
por historiadores europeus e americanos. III. Apesar desse
primeiro momento de uma historiografia ufanista, a História
da África escrita e estudada por africanos trouxe novas
leituras para a historiografia como um todo. Além disso, ela
também renovou e apresentou novos elementos sobre a
África. Sobre o trecho acima e essa nova fase de produção
da historiografia sobre a África, é correto afirmar:
3. “A partir dos anos 80, podemos afirmar que houve uma
lenta mas progressiva ascensão do negro na dramaturgia da
teleficção. Mesmo assim, identificamos que em um terço
das telenovelas produzidas pela Rede Globo até o final dos
anos 90 não havia nenhum personagem afrodescendente.
Apenas em outro terço o número de atores negros
contratados conseguiu ultrapassar levemente a marca de
10% do total do elenco. Considerando que somos um país
que tem uma população de cerca de 50% de
afrodescendentes, essa é uma demonstração contundente de
que a telenovela nunca respeitou as definições étnicoraciais
que os brasileiros fazem de si mesmos.” ARAÚJO, Joel Z.
O negro na dramaturgia, um caso exemplar da decadência
do mito da democracia racial brasileira. Estudos Feministas,
Florianópolis, 16(3): 979-985, setembro-dezembro/2008, p.
980-981. A partir do trecho acima e do movimento negro no
Brasil, é correto afirmar: I. Uma das lutas dos movimentos
negros foi pelo reconhecimento e pela valorização dos
elementos estéticos dos negros, inclusive nos meios de
comunicação em massa, como telenovelas. II. Essa baixa
representatividade dos negros em telenovelas se dá, pois é
recente a luta dos movimentos pela participação dos negros
em novelas. Antes disso, havia uma resistência dos
movimentos a ter espaço em meios de comunicação em
massa. III. Os movimentos negros nunca se importaram
muito com espaços na mídia, pois acreditavam existir
questões mais prementes a serem resolvidas, como as
desigualdades sociais e econômicas e as violências
decorrentes do preconceito e discriminação. É correto
apenas o que se afirma em:
I
4. “A pretexto da incapacidade nacional, quando da falência
da Companhia União Mercantil, que tinha uma carreira
marítima entre Lisboa e Luanda, o Governo Português
passou a subsidiar, desde 1864, uma companhia de
O trecho é do contexto da
Segunda Revolução Industrial,
a partir de 1870, quando a
industrialização se expandiu, e
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
navegação inglesa que estabeleceu uma ligação marítima
entre Lisboa e as colônias da África ocidental. Mais tarde,
nos anos de 1890, o Governo Português subsidiou outras
companhias inglesas e até alemãs que faziam escala em
Lisboa e Moçambique, passando por Angola e cidade do
Cabo. Simultaneamente, lançavam-se grandes
empreendimentos de engenharia, sobretudo portos e
caminhos-de-ferro, financiados por capitais portugueses,
mas sobretudo ingleses. Portanto, a mais-valia extraída aos
miseráveis trabalhadores rurais portugueses estava servindo
para financiar o desenvolvimento econômico nas colônias,
onde os principais beneficiários eram os meios capitalistas
estrangeiros, embora a grande burguesia nacional a eles
estivesse associada.” (RATO, Maria Helena da C. O
colonialismo português, factos de subdesenvolvimento
nacional. Análise Social, vol. XIX (77-78-79), 1983-3.º, 4.º
5.º, 1121-1129, p. 1124) Com base no trecho acima e sobre
o contexto que ele aborda, é correto afirmar:
também expandiu a busca por
matérias-primas e mercados de
consumo, alcançando a África.
5. “A vitória de Afonso I marcou o início do mais longo
reinado do Congo, ou seja, de 1506 a 1543. O papel desse
rei foi fundamental abriu o país a Portugal, acarretando
assim uma considerável reorganização política e econômica,
bem como uma assimilação voluntária de elementos do
cristianismo que acabou por se implantar ali de forma
definitiva. Cristão desde 1491 e protetor dos raros
missionários antes de 1506, esse chefe de facção, uma vez
rei, transformou rapidamente a Igreja católica em religião
de Estado. Seu filho Henrique, como bispo consagrado em
Roma, esteve à frente da Igreja do Congo de 1518 a 1536.
Em seguida, o controle do bispado caiu nas mãos dos
portugueses. O tráfico negreiro intensificou-se a partir de
1514. Da mesma forma que o soberano de Portugal, Afonso
I quis controlar o tráfico graças à organização de
monopólios reais antes de tentar aboli-lo em 1526. Não
funcionoue os monopólios reais foram constantemente
desrespeitados pelos afro-portugueses de São Tomé e os
vizinhos do reino, tanto na costa do Loango quanto no
Ndongo, e até mesmo em Luanda, parte integrante do reino.
O rei usou os recursos obtidos com o tráfico de escravos e
com o comércio de marfim e de tecidos de ráfia para trazer
técnicos e, sobretudo, missionários portugueses. Antes do
fim de seu reinado, a vida sociopolítica transformara-se
completamente. A diferença entre nobreza e os plebeus
acentuara-se, à medida que a nobreza se tornava letrada e
cristã, além de tomar parte no tráfico de escravos. As
pessoas comuns eram duramente exploradas. A casa real foi
reforçada pela importação de escravos do Pool e de outras
I
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
regiões para a guarda real, assim como pelo crescimento da
descendência de Afonso, a ponto de comprometer sua
sucessão. Todos os reis a seguir seriam descendentes de
Afonso, oriundos de uma ou outra de suas três principais
filhas. O número sempre crescente de pretendentes ao trono
levou a uma cisão da casa real em casas inimigas e, por fim,
após 1665, a uma guerra civil que destruiu o reino tal como
era antes dessa data. A presença de portugueses na cidade
introduziu uma nova dimensão política. Ligados por
casamento a diversas casas nobres, eram divididos entre
afro-portugueses e enviados metropolitanos que animaram
partidos opostos na corte até 1665 e intervieram em todas as
lutas de sucessão”. 
(VANSINA, J. O Reino do Congo e seus vizinhos. OGOT,
Bethwell A. História Geral da África V: África do século
XVI ao XVIII, Brasília: UNESCO, 2010, p. 657-659) 
A partir do trecho acima e sobre a relação de portugueses e
africanos, é correto afirmar: 
I. O trecho deixa claro que a influência de Portugal sobre os
reinos africanos foi imensa. Uma delas foi a grande
conversão dos africanos ao catolicismo. Todavia, um dos
fatores que Portugal não influenciou completamente foi na
escravidão. A escravidão já existia na África. O que
Portugal fez foi torná-la uma atividade comercial e um
elemento econômico, justamente após chegar ao Congo, em
1483. 
II. Uma das práticas comuns de Portugal, como o trecho
bem ilustra, foi converter ao cristianismo os povos das
regiões onde chegava. A finalidade, com isso, era facilitar o
comércio de escravos. Os africanos cristianizados eram
preferidos e, logo, mais fáceis de vender. 
III. A grande quantidade de africanos trazidos ao Brasil foi
determinante para a formação de uma cultura brasileira
possuidora de elementos africanos. Todavia, como os
africanos eram cristianizados, não houve impacto das
religiões africanas na formação da cultura brasileira. 
Assinale a alternativa que indique os itens corretos acima:
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
6. “Após os processos de independência ocorridos entre os
anos 1950 e 1970, a África passou a ser sacudida por uma
série de conflitos internos, principalmente a partir da década
de 1980. A situação econômica do continente que não era
muito favorável tendeu a piorar. A repetição dos golpes
políticos, o aparecimento de surtos epidêmicos, os focos de
fome aguda, as rivalidades inter-étnicas, passaram a ser
apresentadas e divulgadas não apenas nos textos dos
teóricos e nos discursos dos políticos locais, preocupados
com a solução de seus problemas, mas, também em alguns
dos mais potentes meios de comunicação de massa que a
humanidade já se deparou: a Televisão, o cinema e os
jornais. Esses problemas, frutos das diásporas da
escravidão, das presenças colonialistas e das contingências
internas da própria África após a Segunda Guerra,
transformaram-se em imagens que inundam nossas mentes
de forma cotidiana. Quase sempre elas se limitam a
representar os estereótipos e deixam de revelar tanto suas
histórias como outras faces do continente. É a África da
fome, das misérias, das guerras, das epidemias, dos
massacres, da Aids, da desesperança. Como se não
existissem outras imagens, nas quais a fome, as guerras e a
instabilidade política não fossem regras. No Ocidente, a
televisão, com seu noticiário centrado no eixo Nova York –
Londres - Paris - Tóquio, apenas abre espaço para a África
para divulgar suas misérias e epidemias. É claro que não
estamos desconsiderando as emissoras africanas que
concentram sua programação nos eventos locais, e nem os
programas especiais – como a CNN Africa – e emissoras
específicas – como a portuguesa RTP África. Porém de uma
forma geral, nos jornais impressos essa realidade se repete.
Tornam-se elementos comuns no imaginário elaborado
sobre a África, as imagens de sociedades “tribais” em
conflito permanente; cidades desorganizadas e sujas;
natureza selvagem e incontrolável; padrões culturais
ritualizados e folclorizados; doenças misteriosas e temidas –
como o vírus ebola –; e comportamentos “primitivos”,
como a crença de alguns grupos sul-africanos de que a
violência sexual praticada contra meninas virgens
possibilitaria a cura da Aids, ou ainda de algumas
sociedades islamizadas do norte da África que praticam a
clitoridectomia.” OLIVA, Anderson R. Os africanos entre
representações: viagens reveladoras, olhares imprecisos e a
invenção da África no imaginário Ocidental. Em Tempo de
Histórias. Publicação do Programa de Pós-Graduação em
História PPG-HIS/UnB, n.9, Brasília, 2005 (p. 111-112)
A partir do trecho acima e sobre o período após as
II e III
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
independências da África, é correto afirmar
I. O trecho deixa claro que, desde as independências das
nações africanas, o país é terreno de uma série de desgraças,
como a miséria, a fome, doenças e guerras e que,
infelizmente, é só isso que a África consegue apresentar.
II. A opinião pública mundial ainda vê a África de uma
maneira esteriotipada e geral, e muito dessa visão é
produzida ainda por uma mídia com valores centrados no
ocidente e que poucou absorvem sobre as particularidades
culturais da África.
III. Desde as independências africanas, problemas políticos
assolam alguns países africanos, como as guerras e os
governos militares e militarizados. Por exemplo, em 1976,
em torno de 50% das nações aficanas eram governadas por
militares, direta ou indiretamente.
Marque, abaixo, a alternativa que indica o(s) item(ns)
correto(s) acima:
7. “As coisas ocorreram diferentemente no Magreb. Por um
lado, podemos dizer que houve um constante esforço para
integrar o Magreb (em particular, o Marrocos) na
economia-mundo capitalista, desde suas origens, ou seja,
desde o final do século XV. Por outro lado, parece que a
região não tinha conhecido grandes mudanças nas relações
de produção até a metade do século XIX, ou mesmo mais
tarde. Entre 1450 e 1830, uma boa parte (mas não a
totalidade) das relações entre o Magreb e a Europa, através
do Mediterrâneo, era condicionada pela atividade dos
corsários; essa, do ponto de vista econômico, pode ser
assimilada, de alguma forma, ao comércio de luxo com os
países longínquos, mediante ambiguidades análogas àquelas
que apresentavam o tráfico de escravos setecentista na
África Ocidental. Todavia, contrariamente ao tráfico de
escravos, as expedições corsárias começaram a desaparecer
no século XVIII, cedendo espaço a trocas comerciais mais
regulares, em particular no Marrocos e na Tunísia. Desde a
segunda metade do século XVIII, o Marrocos cultivava
gêneros industriais e alimentícios, os quais eramexportados
para a Europa junto a produtos de origem animal e
minerais. Essas atividades foram consideravelmente
estendidas após 1820. A maior resistência da Argélia a tal
integração econômica explica, na verdade, sua conquista
relativamente precoce, sobrevinda em uma época em que a
dominação política da Europa sobre a África ainda não se
encontrava generalizada.” WALLERSTEIN, Immanuel. A
África e a economia-mundo. AJAYI, J.F. Ade. História geral
da África VI: África do século XIX à década de 1880.
Brasília: UNESCO, 2010, p. 34-35. Sobre o trecho acima e
I e III
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
a relação econômica da África com a Europa, é correto
afirmar I. Grande parte da relação da Europa com o
Marrocos e o Magreb, discutida no texto, se deu durante o
período colonialista, por meio de atividades de pirataria. II.
O norte da África se manteve ileso das políticas
neocoloniais europeias nos séculos XIX e XX. Isso ocorreu,
porque o norte da África já mantinha um comércio bem
constituído com a Europa. III. Como o trecho ressalta, foi
só após 1820 que a integração econômica ficou mais
intensa, caracterizando já os novos momentos da Revolução
Industrial. Selecione, abaixo, a alternativa que indique os
itens corretos acima:
8. “Com efeito, na década de 1870, a luta entre as grandes
potências europeias desloca-se para o continente africano.
Nessa altura, a Inglaterra põe em marcha um plano de
expansão a que a França e a Prússia, enfraquecidas pela
guerra de 1870 e pelas convulsões sociais que se lhe
seguiram, procuram neutralizar. Assim, sob a égide do rei
Leopoldo II da Bélgica, efetua-se em Bruxelas a
conferência internacional de 1876, que ficou conhecida pelo
nome de Conferência Geográfica, para a qual Portugal não
foi convidado. Deste modo, ignoravam-se deliberadamente
as pretensões coloniais de Portugal, cujos territórios
africanos iam de facto servir como moeda de troca entre as
grandes potências. Prova disso são os sucessivos tratados
que alternativamente atribuem vantagens e desvantagens a
Portugal. Esta diplomacia culmina com o Ultimato Inglês
de 11 de Janeiro de 1890, a que o Governo Português foi
obrigado a ceder, apesar de ter tentado obter ajuda quer da
Alemanha, quer da França”. (RATO, Maria Helena da C. O
colonialismo português, factos de subdesenvolvimento
nacional. Análise Social, vol. XIX (77-78-79), 1983-3.º, 4.º
5.º, 1121-1129, p. 1125) Sobre o trecho acima e as disputas
dos países europeus pelos territórios africanos, é correto
afirmar: I. A exclusão de Portugal ocorreu, pois ela ainda
era uma nação poderosa e detentora de diversos territórios
na África. Essa exclusão funcionou, pois, já em 1890,
Portugal tem que ceder seus territórios. II. As principais
nações neocoloniais europeias que desempenharam as ações
na África no século XIX e XX que caracterizaram o
imperialismo do período foram Alemanha, Inglaterra,
Bélgica e França. III. As reuniões e conferências
organizadas para discutir as ações e os direitos europeus
sobre a África só reuniam países europeus, excluindo países
africanos e da América. Assinale, abaixo, a alternativa que
indica os itens corretos:
II
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
9. “Contudo, e neste apartado em que pós-colônia ainda
implica a nação, e na sequência de tratar da forma como a
Europa conquistou territórios, racializou as realidades e
impôs a sua hegemonia epistémica aos povos sem história.
Pius Adesanmi revela os discursos de resistência que
emergem do que ele trata como “global South” (Adesanmi,
2004: 42). Para ele, a pós-colônia africana falhou, devido às
exclusões no quadro do Estado, às disfuncionalidades
devidas ao neocolonialismo e a formas internas de
colonialismo, como o domínio violento da etnicidade e a
prevalência de narrativas de violência (Adesanmi, 2004: 50-
52). A associação entre o domínio do mercado e a
globalização operada a partir do Norte conjugam-se
igualmente no embranquecimento da história associado ao
privilégio branco e ao predomínio das línguas de
colonização (Adesanmi, 2004: 54). É neste apartado que à
pós-colônia se associa a subsistência do discurso colonial.”
SÁ, Ana Lúcia. A ideia de pós-colônia em cientistas sociais
africanos na diáspora. Anais do 7.º CONGRESSO
IBÉRICO DE ESTUDOS AFRICANOS, 2010, p. 5. A
partir do trecho acima e dos processos de independência das
nações africanas, é correto afirmar:
As independências africanas
foram cercadas de esperança
de que resolveriam os
problemas africanos, porém,
logo as permanências do
colonialismo e do
neocolonialismo se mostraram
problemáticas
10. “Da rala pátria portuguesa, poucos homens, muito poucos,
não mais de 2 mil por ano, saíram, no século XVI, para
velejar nos cinco mares. Madeira, Açores, Cabo Verde,
Bissau, Cacheu, Bisiguiche, Mina, São Tomé. Luanda,
Benguela, Quelimane, Moçambique, Goa, Diu, Ormuz,
Colombo, Malaca, Macau, Laguna, Piratininga, Rio de
Janeiro, Salvador, Pernambuco, Maranhão. Os
desclassificados do reino — deserdados, marginais urbanos,
comerciantes cripto-judeus bastardos da pequena nobreza,
funcionários, militares, baixo clero secular — se
deslocavam até a periferia para colonizar as conquistas,
enquanto cativos asiáticos, americanos e, sobretudo,
africanos, eram deslocados para o centro para serem
explorados colonialmente nos campos e cidades
metropolitanas. De fato, no século XVI, o número de
escravos introduzidos no reino se aproxima do número de
portugueses partindo para os três continentes.” 
(ALENCASTRO, Luiz Felipe de. A economia política dos
descobrimentos. NOVAES, Adauto (org.). A descoberta do
homem e do mundo. São Paulo: Companhia das Letras,
1998, p. 193-207, p. 198) 
A partir do trecho acima e considerando a escravidão
praticada por Portugal, é correto afirmar:
Ao chegar na África, Portugal
encontrou já uma prática de
escravidão, a qual era, no
entanto, fruto de guerras ou de
formas de estabelecimento de
laços de dependência, que
demonstravam o poder de
quem tinha escravos. Portanto,
a escravidão não era a base da
economia da África.
11. “Da rala pátria portuguesa, poucos homens, muito poucos, Ao chegar na África, Portugal
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
não mais de 2 mil por ano, saíram, no século XVI, para
velejar nos cinco mares. Madeira, Açores, Cabo Verde,
Bissau, Cacheu, Bisiguiche, Mina, São Tomé. Luanda,
Benguela, Quelimane, Moçambique, Goa, Diu, Ormuz,
Colombo, Malaca, Macau, Laguna, Piratininga, Rio de
Janeiro, Salvador, Pernambuco, Maranhão. Os
desclassificados do reino — deserdados, marginais urbanos,
comerciantes cripto-judeus bastardos da pequena nobreza,
funcionários, militares, baixo clero secular — se
deslocavam até a periferia para colonizar as conquistas,
enquanto cativos asiáticos, americanos e, sobretudo,
africanos, eram deslocados para o centro para serem
explorados colonialmente nos campos e cidades
metropolitanas. De fato, no século XVI, o número de
escravos introduzidos no reino se aproxima do número de
portugueses partindo para os três continentes.”
(ALENCASTRO, Luiz Felipe de. A economia política dos
descobrimentos. NOVAES, Adauto (org.). A descoberta do
homem e do mundo. São Paulo: Companhia das Letras,
1998, p. 193-207, p. 198) A partir do trecho acima e
considerando a escravidão praticada por Portugal, é correto
afirmar:
encontrou já uma prática de
escravidão, a qual era, no
entanto, fruto de guerras ou de
formas de estabelecimento delaços de dependência, que
demonstravam o poder de
quem tinha escravos. Portanto,
a escravidão não era a base da
economia da África.
12. “Dada a estreita relação identificada entre a integração da
África à economia imperial e o desenvolvimento das
cidades, devemos agora nos perguntar qual o destino do
urbanismo e da economia urbana na região após sua
conquista pelos Vândalos. Ora, a partir das primeiras
décadas do século V, as cidades africanas conhecem
mudanças significativas nas formas tradicionais do
urbanismo, com a perda de importância do fórum em
benefício do complexo episcopal, o abandono de alguns
lugares de espetáculo e a conversão de muitos edifícios
públicos em igrejas. Constata-se uma menor
regulamentação da malha urbana pelas autoridades
municipais, com a ocupação de ruas e de outros espaços
públicos por casebres, lojas e oficinas. Mas, apesar disso, as
escavações em Cartago e em outros sítios urbanos não
mostram nenhuma diminuição da área habitada. Com a
reconquista bizantina, no segundo quarto do século VI,
inúmeros trabalhos de construção são empreendidos em
diversas cidades. Em geral, trata-se da edificação de igrejas
e fortificações, mas em Cartago verificam-se também
restaurações das ruas e dos edifícios de habitação, além de
importantes trabalhos de reconstrução dos portos. A
organização dessas cidades, porém, havia-se modificado em
profundidade, já que não se organizavam mais em torno do
fórum, mas da fortaleza e das igrejas. Pode-se, portanto,
Os bizantinos foram que
conseguiram expulsar os
vândalos, no ano de 533 d.C.,
após um período longo de
pacificação entre vândalos e
bizantinos
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Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
afirmar que, por essa época, as formas tradicionais de vida
cívica haviam desaparecido, mas não, certamente, a vida
urbana em si.” OLIVEIRA, Julio César M. de. O conceito
de Antiguidade Tardia e as transformações da cidade antiga:
o caso da África do Norte. Revista de E. F. e H. da
Antiguidade, Campinas, nº 24, jul. 2007/jun.2008, p. 131. A
partir do trecho acima e dos seus conhecimentos sobre a
presença vândala e bizantina no norte da África, é correto
afirmar:
13. “Desde aproximadamente os anos 1960 – a década da
aceleração do processo de independência das colônias
europeias, da derrubada da segregação racial nos Estados
Unidos, dos movimentos estudantis de 1968 – desmoronou-
se boa parte do mundo que as ciências humanas haviam
construído. Mais precisamente, houve um profundo
“descentramento” (decentering) desse mundo na academia –
isto é, uma mudança dos paradigmas que guiam a pesquisa.
A experiência europeia/norteamericana deixou de ser o
padrão para se pensar a história do restante da humanidade.
A relação entre “centro” e “periferia” no mundo moderno
foi radicalmente re-definida a partir de uma perspectiva
dialética, enfatizando a profunda interação e interpenetração
entre esses dois “extremos”. Paralelamente, no imaginário
dos pesquisadores, os “subalternos” (os “de baixo” na
pirâmide social) ganharam voz, pensamento estratégico e
participação ativa no processo histórico.” SLENES, Robert
W. A importância da África para as Ciências Humanas.
História Social, n. 19, segundo semestre de 2010, p. 20.
Sobre o trecho acima, é correto afirmar: I. O trecho deixa
claro que os processos de independência da África
ocorreram totalmente isolados do resto do mundo. Em
outras palavras, o mundo virou as costas para as nações
africanas e as independências pouco refletiram no mundo
ocidental. II. As independências dos países africanos
trouxeram um novo problema global, que era a oposição
entre países desenvolvidos e países subdesenvolvidos, ou da
oposição entre 1º e 3º mundos, por exemplo. III. As
independências africanas trouxeram novos elementos para
interpretar o mundo, já que junto delas estava a discussão
da situação da África, agora independente e autônoma, e
das culturas que ali existiam e existiram. Indique a
alternativa que apresenta os itens corretos:
II e III. 
14. “Escravos provenientes das regiões subequatoriais,
embarcados através de Luanda, Cabinda e Benguela,
chegariam à Bahia até o final da vigência do tráfico (1850).
Entretanto, a proporção deste contingente foi bem mais
II
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
significativa durante o século XVII do que nos períodos
subseqüentes, porquanto, a partir da segunda metade do
século, a abertura do comércio direto com a Costa da Mina
transformaria alguns portos desta região em importantes
entrepostos para o abastecimento de escravos à Bahia. As
nações da Costa da Mina, a partir de então, suplantariam,
em muito, os contingentes que saíam de Angola." Alguns
fatores se conjugaram para determinar a alteração nos
rumos do tráfico baiano. Como necessitaremos fazer
constantes referências ao processo que engendrou esta
mudança, abriremos aqui um breve parêntese para ordenar
alguns de seus principais fatos, antes de analisarmos os
chamados Ciclos de Angola, no século XVII e o da Costa da
Mina, que o seguiu no século XVIII.” OLIVEIRA, Maria
Inês C. de. Quem era os “Negros da Guiné”? A origem dos
africanos da Bahia. Afro-Ásia, 19/20, (1997), 37-73, p. 42
Com base no trecho acima e sabendo que a Costa da Mina
são partes que hoje pertencem a Gana, Togo, Benin e
Nigéria, é correto afirmar: I. Essa mudança de região de
obtenção de escravos significou a busca de escravos no
Norte da África, onde estava a Costa da Mina. II. Em
Angola, os povos que ali habitavam eram do tronco banto,
enquanto que os da Costa da Mina, eram de descendência
iorubá. III. Essa mudança pouco significou, a não ser
administrativamente para Portugal, pois os povos de Angola
e da Costa da Mina eram de um mesmo reino. Indique a
alternativa abaixo que indica os itens corretos acima:
15. “Estes agentes operaram através da identificação, dentro da
complexidade de traços da cultura afro-brasileira, daqueles
aspectos considerados “puros”, que supostamente
expressassem a contribuição mais sofisticada das nobres
culturas africanas para a cultura e a nação brasileiras. A
estes traços “puros” foram contrapostos os traços
supostamente “menos nobres” e “impuros”, que
representavam tanto as culturas africanas menos
sofisticadas como aspectos que haviam sido corrompidos
por um sincretismo exagerado e se identificavam com uma
série de “forças negativas” na cultura brasileira, tais como a
mentalidade do “malandro”, a mágica dos índios
“civilizados”, o catolicismo popular e, por último, a magia
negra africana e não-africana. Nesta dicotomia de
influências africanas, o lado bom era associado com o que
era alternativamente definido como culturas “mina”,
“nagô”, “sudanesa” e até mesmo “iorubá”, vindas dos
escravos deportados da África Ocidental sub-saariana. De
acordo com uma longa linhagem de intelectuais, começando
no final do século XIX, os escravos desta “sofisticada”
II e III. 
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
parte da África, acima do Equador, seriam a grande maioria
dos africanos na Bahia e em outras partes do Brasil, onde as
formas “mais puras” do candomblé emergiram, tais como o
Maranhão. Onde o sistema religioso africano se tornou,
como se dizia, abastardado, isto tinha a ver com a suposta
origem “bantu” dos africanos. Os “bantus” eram
freqüentemente descritos como rudes e sem nenhuma
habilidade particular, se comparados aos “iorubá”. Ou seja,
eles eram mais fáceis tantode se submeterem aos senhores
de escravos, como para combatê-los através da malfadada
magia negra. A pesquisa histórica mostra que a idéia de que
os “mina” eram mais civilizados, mas também mais
passíveis de se revoltarem, estava presente na opinião
pública e entre os donos de escravos em fins do século XIX.
A rebelião dos malês, em 1835, em Salvador, que foi
encarada como uma conspiração liderada por escravos
islâmicos, certamente, contribuiu para esta reputação. No
entanto, foi apenas depois que viajantes estrangeiros
relataram o orgulho “iorubá”, e seus finos traços, em seus
escritos, que muitas vezes foram best sellers no Brasil, que
tal estereótipo popular ganhou status e se tornou parte da
auto-imagem da nova nação.” (SANSONE, Livio. Da
África ao Afro: uso e abuso da África entre os intelectuais e
na cultura popular brasileira durante o século XX. Afro-
Ásia, 27 (2002), 249-269, p. 260-261) Sobre o trecho acima
e a imigração de africanos para o Brasil, é possível afirmar:
I. Conforme o texto acima, podemos afirmar que vieram
três grupos principais de africanos para o Brasil: os bantos,
da costa ocidental, os iorubás, da região do Golfo da Guiné
e os berberes, islamizados pelas invasões árabes. II. O
trecho mostra que a definição dos africanos trazidos ao
Brasil eram muito gerais e não compreendiam as
complexidades dos diversos povos africanos. Tanto que o
nome iorubá é uma identidade construída sobre os povos
africanos de uma região e que, no entanto, serviu para
definir todo um conjunto de negros traficados para o Brasil.
III. A compreensão dos negros no Brasil, como o trecho
indica, era construída a partir do olhar e das categorias
cunhadas e utilizadas pelos europeus. Portanto, mesmo no
Brasil, a elite colonial, imperial e republicana, na maioria
branca, nunca teve como finalidade entender a origem da
grande população negra que compunha o país. Assinale a
alternativa correta:
16. “Negro da Guiné e gentio da Guiné’ foram as primeiras
designações utilizadas para marcar a origem dos escravos
africanos chegados à Bahia no século XVI. Mais do que um
registro de procedência, estas expressões queriam significar
II
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
a condição mesma de escravo na linguagem corrente da
época. Seu uso se generalizara em Portugal, desde o final do
século anterior, quando o tráfico de escravos começou a se
transformar na mais potente empresa comercial daquele
país. A multiplicidade cultural da África passava a ser
ignorada pelos portugueses na razão direta em que o caráter
de mercadoria se incorporava ao conjunto de sua população.
Mas não linha sido sempre assim (p. 37). 
E o que era a Guiné, nos primeiros tempos do tráfico? No
início, para os portugueses, a Guiné teria se restringido ao
litoral da costa ocidental africana, que tinha como centro
comercial a feitoria de Cachéu, subordinada às ilhas de
Cabo Verde. Esta era a área descrita nos contratos de
arrendamento do século XV. Entretanto, à medida em que a
expansão do comércio português avançou para o sul, o
termo passou a ser também utilizado para designar as partes
do litoral então conhecidas como Costa da Pimenta, Costa
do Marfim, Costa do Ouro e Costa dos Escravos. Assim,
toda a África Ocidental ao norte do Equador, do Rio
Senegal ao Gabão, era conhecida então como a Guiné (p.
39). OLIVEIRA, Maria Inês C. de. Quem era os “Negros da
Guiné”? A origem dos africanos da Bahia. Afro-Ásia, 19/20,
(1997), 37-73. 
I. Os portugueses tiveram uma preocupação bastante grande
em definir claramente quem eram os africanos com quem se
relacionavam, pois, assim, conseguiriam definir as
características de cada um para vender no tráfico. 
II. Os portugueses não se preocupavam em entender quais
eram os povos africanos. Assim, os negros acabavam sendo
organizados conforme o porto de origem e, então,
misturava-se muitos rivais e povos que não falavam o
mesmo idioma. 
III. A presença portuguesa na África auxiliou na
reorganização do território e na pacificação dos conflitos
entre grupos inimigos, pois, ao delimitar territórios novos,
Portugal acabou unindos os rivais. 
Com base no trecho acima e no impacto da escravidão e da
presença europeia na África, é correto afirmar:
17. “Neste momento, da montagem e afirmação do
colonialismo europeu, houve uma migração da imagem do
africano confundido anteriormente com o escravo para o
reforço do estigma do selvagem, primitivo e infantil. Todos
esses elementos seriam selos antagônicos às imagens
divulgadas sobre os europeus, associadas ao progresso
tecnológico, à crença de que suas civilizações seriam
superiores, ou ainda à divulgada teoria de que as mentes e
estruturas europeias eram as mais complexas do orbe.
Uma das bases para o
preconceito com os africanos
foi a influência da teoria da
evolução das espécies de
Darwin, pela qual espécies
menos aptas não
sobreviveriam
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
Tachados de preguiçosos e inábeis ao trabalho sofisticado,
os africanos deveriam ser disciplinados e ensinados pelos
serviços braçais, mesmo que compulsórios. Os africanos
eram considerados povos que se encontravam ainda na
infância da humanidade. Aos preconceitos anteriores
articulam-se, no século XIX, as crenças científicas, oriundas
das concepções do Evolucionismo Social e do
Determinismo Racial, que alocaram os africanos nos
últimos degraus da evolução das “raças” humanas. Infantis,
primitivos, tribais, incapazes de aprender ou evoluir, os
africanos deveriam receber, portanto, a benfazeja ajuda
europeia por meio das intervenções imperialistas no
continente.” OLIVA, Anderson R. Os africanos entre
representações: viagens reveladoras, olhares imprecisos e a
invenção da África no imaginário Ocidental. Em Tempo de
Histórias. Publicação do Programa de Pós-Graduação em
História PPG-HIS/UnB, n.9, Brasília, 2005, p. 103. A partir
do trecho acima e da ação europeia na África, é correto
afirmar:
18. “No entanto, a escravidão oriental e ocidental, tanto sob sua
forma mais antiga, quanto sob a forma colonial que se
expandiu na África no século XVIII, visava, em sua
essência, estabelecer um modo de produção que fizesse do
escravo, praticamente privado de direitos, um bem
imobiliário ou uma mercadoria negociável e cedível. Os
escravos formavam, por muitas vezes, o grosso da
população ativa de uma sociedade, como ocorria no sistema
ateniense e nas plantações coloniais da Arábia medieval, ou
mesmo na América pós-colombiana. Esse fenômeno
engendrou um conflito que continuaria a afligir o continente
africano até o século XX.” (DIAGNE, P. As estruturas
políticas, econômicas e sociais africanas durante o período
considerado. OGOT, Bethwell A. História geral da África
V: África do século XVI ao XVIII, Brasília; UNESCO,
2010, p. 28-29) Sobre o trecho acima e a escravidão
praticada entre os séculos XVI e XIX, é correto afirmar:
Os africanos saíam de diversos
portos portugueses na África,
como os de Guiné, da Costa da
Mina e de Daomé
19. “No século I D.C., surgiu o reino de Axum que conseguiu
unificar a região. Herdando uma parte da cultura do sul da
Arábia engrandeceu a sua capital com importantes
monumentos. O seu prestígio e poderio foram atestados
pela cunhagem de moedas, seguindo os modelos romanos.
A introdução do Cristianismo em Axum ficou a dever-se a
Frumêncio, jovem mercador cristão. Ele foi tutor do futuro
rei Ezana. Consagrado em Alexandria como primeiro bispo
de Axum, influenciou o referido rei para adotar oficialmente
o Cristianismo, o que veio aacontecer em 333 D.C.”
I e III
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
(BRANCO, Alberto Manuel Vara. Do Reino de Axum ao
Reino da Etiópia (Século I D.C. ao século XVII): A Força e
o Isolamento do Cristianismo na África do Norte e
Nordeste. Millenium, 48 (jan/jun), 2015. Pp. 63-74 p. 65-
66)
Sobre o reino de Axum, é correto afirmar:
I. Um dos principais ícones do Reino de Axum são as
estelas que servem como lápides enormes que rememoram
os chefes e líderes.
II. Axum foi sempre um reino dominante na região e só foi
derrotado com a chegada dos franceses, no século XIX.
III. O Reino de Axum foi um importante polo de comércio
no século I d.C. Seu principal contato e comércio era com o
Oriente Médio.
Assinale a alternativa que representa os itens corretos:
20. “O confronto entre a participação da população
negromestiça nestes primeiros carnavais e o caráter
"civilizado" que as elites brancas desejavam imprimir à
festa, vai gerar o que pode ser denominado de "colaboração
competitiva de protagonistas negros e brancos",
ritualizando, cada grupo, "suas identidades etnicamente
específicas." Dessa forma, "a festa dramatiza duas
oposições axiais: Civilização (riqueza) versus Barbárie
(pobreza); e Europa versus África. No cruzamento desses
dois eixos, os brancos ocupam sempre o primeiro termo
(Civilização/Europa). Os negros ocupam ora o segundo
(Civilização/ África), ora o terceiro (Barbárie/ África),
dependendo, ao que tudo indica, do seu status
socioeconômico" (Fry et al., 1988, p. 251-252). Entretanto,
já nos primeiros carnavais desse século, o afrancesamento
acentuado dos festejos tornou a presença dos negros, que
além da participação no desfile dos préstitos - legitimando
as regras do carnaval "civilizado", demonstrando uma
estratégia "conformista" - ocupava as ruas da cidade com
seus batuques, grupos de mascarados e afoxés , algo
incômodo e por demais semelhante ao velho entrudo, dando
lugar a uma sistemática intolerância racial e cultural das
elites, seja através dos seus jornais , seja pela via da
repressão policial (Risério, 1981; Menezes, 1994; Guerreiro
, 1994). Em 1905, por exemplo, após insistentes pedidos
através dos jornais, uma portaria do chefe de polícia,
reeditada nos anos seguintes, proibia expressamente "a
exibição de costumes africanos com batuques" durante os
festejos carnavalescos (Fry et al., 1988, p. 253).
Reafirmava-se, assim, uma vez mais, a segmentação sócio-
étnica dos espaços , o caráter aristocrático e elitista da
sociedade.” MIGUEZ, Paulo. A cor da festa – cooptação e
O trecho acima relata uma
prática bastante comum da
República, que era impedir as
manifestações da cultura
africana e afro-brasileira, além
de criminalizá-las e perseguí-
las. 
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
resistência: espaço de construção da cidadania negra no
carnaval baiano. Estudos Ibero-Americanos. PUCRS, v.
XXV, n. 1, p. 161-170, junho 1999, p. 164-165. Sobre o
trecho acima e a constituição do elemento negro na
sociedade ao longo do século XX, é correto afirmar:
21. “O confronto entre a participação da população
negromestiça nestes primeiros carnavais e o caráter
"civilizado" que as elites brancas desejavam imprimir à
festa, vai gerar o que pode ser denominado de "colaboração
competitiva de protagonistas negros e brancos",
ritualizando, cada grupo, "suas identidades etnicamente
específicas." Dessa forma, "a festa dramatiza duas
oposições axiais: Civilização (riqueza) versus Barbárie
(pobreza); e Europa versus África. No cruzamento desses
dois eixos, os brancos ocupam sempre o primeiro termo
(Civilização/Europa). Os negros ocupam ora o segundo
(Civilização/ África), ora o terceiro (Barbárie/ África),
dependendo, ao que tudo indica, do seu status
socioeconômico" (Fry et al., 1988, p. 251-252). Entretanto,
já nos primeiros carnavais desse século, o afrancesamento
acentuado dos festejos tornou a presença dos negros, que
além da participação no desfile dos préstitos - legitimando
as regras do carnaval "civilizado", demonstrando uma
estratégia "conformista" - ocupava as ruas da cidade com
seus batuques, grupos de mascarados e afoxés , algo
incômodo e por demais semelhante ao velho entrudo, dando
lugar a uma sistemática intolerância racial e cultural das
elites, seja através dos seus jornais , seja pela via da
repressão policial (Risério, 1981; Menezes, 1994; Guerreiro
, 1994). Em 1905, por exemplo, após insistentes pedidos
através dos jornais, uma portaria do chefe de polícia,
reeditada nos anos seguintes, proibia expressamente "a
exibição de costumes africanos com batuques" durante os
festejos carnavalescos (Fry et al., 1988, p. 253).
Reafirmava-se, assim, uma vez mais, a segmentação sócio-
étnica dos espaços , o caráter aristocrático e elitista da
sociedade.” MIGUEZ, Paulo. A cor da festa – cooptação e
resistência: espaço de construção da cidadania negra no
carnaval baiano. Estudos Ibero-Americanos. PUCRS, v.
XXV, n. 1, p. 161-170, junho 1999, p. 164-165. Sobre o
trecho acima e a constituição do elemento negro na
sociedade ao longo do século XX, é correto afirmar:
O trecho acima relata uma
prática bastante comum da
República, que era impedir as
manifestações da cultura
africana e afro-brasileira, além
de criminalizá-las e perseguí-
las. 
22. “O domínio romano na África remonta ao período
republicano, quando em 146 a.C. foi criada a África
Proconsular, correspondente ao estado africano cartaginês.
César e, definitivamente, Augusto anexaram a Numídia.
II, III e IV
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
Calígula e depois Cláudio acrescentaram as duas
Mauritânias. Sob Septímio Severo, que era africano
originário de Léptis, a urbanização e a civilização da África
romana chegaram ao ápice. 
Após as etapas iniciais de conquista e o estabelecimento de
colônias, ocorreu o processo de romanização, quando se
operou uma transferência de cultura, isto é, quando
instituições, religião e língua dos romanos se difundiram
entre a população nativa. Tal processo, no entanto, afetou
em diferentes graus um conjunto humano que na África do
Norte, era desprovido de homogeneidade.” 
CORASSIN, Maria Luiza. Romanização e marginalidade na
África do Norte. Revista Brasileira de História. N.5, p. 157-
165, 1985, p. 158. 
Sobre o domínio romano no norte da África, é correto
afirmar: 
23. “O neo, portanto, traduz o status político do Estado
“explorado” e ao mesmo tempo distingue através das ações
das “novas metrópoles” o lugar dos novos-colonizadores
promovendo uma ruptura entre o passado e o presente. Não
existiria uma permanência do colonialismo uma vez que o
Estado subjugado encontra-se agora numa situação de
interferência financeira, econômica e política, mas não de
dependência. As “novas metrópoles” distintas das antigas
não se configuram mais em sedes governamentais com
políticas de Estado empreendedoras, mas em empresas e
empreendimentos que têm entre seus investidores chefes de
Estado, financiadores de campanhas políticas e interesses
disseminados que não equacionam as necessidades dos
espaços ocupados nem necessitam de uma legislação
unificadora. Com isso, esse sistema perde uma referência
fixa, um nome, se torna mais perverso.” LOPES, Ana
Mónica H. Neocolonialismo na África. Sankofa. Revista de
História da África e de Estudos da Diáspora Africana Ano
IV, Nº 8, Dezembro/2011, p. 14-15. (adaptado)O trecho
acima trata de que fenômeno histórico do século XIX?
Neocolonialismo
24. “O resultado desse êxodo foi o declínio, quando não a
completa paralisação de inúmeros serviços essenciais
anteriormente a cargo dos europeus. Em certos casos, como
no Senegal, africanos foram especialmente treinados para
ocupar as funções vagas. Na África Ocidental Inglesa,
postos até então reservados aos brancos foram ocupados por
africanos instruídos, o que, conforme salientou Richard
Rathbone, explica em parte a lealdade da elite durante a
guerra. Na África Ocidental Francesa, o governador-geral
queixava-se de que os britânicos, os quais, contrariamente
A Primeira Guerra Mundial se
iniciou pelas disputas
imperialistas dos países
europeus, as quais se
transferiram para todos os
domínios dos países, inclusive
a África.
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
aos franceses, não estavam sujeitos à mobilização geral em
suas colônias, aproveitavam-se da situação para ocupar o
terreno vago deixado pela partida dos agentes comerciais
franceses. A presença europeia somente se reforçaria
notadamente no Egito, onde desembarcaram vastos
contingentes britânicos para a ofensiva aliada no Oriente
Médio. Aos olhos dos africanos, o espetáculo inédito de
europeus combatendo-se entre si – coisa que jamais haviam
feito durante a ocupação colonial – talvez tenha sido ainda
mais chocante do que o aparente êxodo. Pior ainda, os
colonizadores incitavam os súditos uniformizados a matar o
“inimigo” branco, até então pertencente a um grupo
considerado sacrossanto dada a cor de sua pele, sendo todo
ataque a qualquer de seus membros punido com a máxima
severidade.” CROWDER, Michael. A Primeira Guerra
Mundial e suas consequências. BOAHEN, Albert A.
História geral da África VII: África sob a dominação
colonial, 1880-1935, Brasília: UNESCO, 2010, p. 328-330.
Com base no trecho acima e da situação na África, é correto
afirmar:
25. “O terceiro grupo era o dos Getulos, nome dado aos
verdadeiros nômades dos limites setentrionais do Saara”.
(WARMINGTON, B.H. O período cartaginês. MOKHTAR,
Gamal. História geral da África II: África Antiga. Brasília:
UNESCO, 2010. p. 474) Sobre os Getulos, é correto
afirmar:
Os nomes Getulos, Mouros e
Númidas são designações
gerais de grupos diversos. Isso
demonstra a grande variedade
cultural do norte da África. 
26. “O tráfico atlântico de escravos teve um profundo impacto
sobre o crescimento da população brasileira. No espaço de
trezentos anos, navios negreiros trouxeram mais de quatro
milhões de africanos para os portos brasileiros e, por
ocasião do primeiro censo nacional em 1872, africanos e
seus descendentes, Iivres e escravos, perfaziam 58% do
total da população do país. Entretanto, apesar da
importância do tráfico de escravos para a evolução
demográfica da população brasileira, até bem pouco tempo
o conhecimento sobre o assunto era relativamente
pequeno”. 
(KLEIN, Herbert S. A demografia do tráfico atlântico de
escravos para o Brasil. Estudos Econômicos, São Paulo,
17(2): 129-149, maio/ago. p. 129-130) 
Sobre o trecho acima e sobre os africanos trazidos à força
para o Brasil, é correto afirmar: 
I. Apesar do elevado contigente de africanos trazidos ao
Brasil, pouca influência cultural africana pode ser detectada
na formação da cultura brasileira. 
II. Os africanos tiveram uma grande influência na formação
III
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
da cultura brasileira, todavia, não influeciaram a religão,
pois todos tiveram que se tornar cristãos e abdicar de suas
religiões 
III. Os africanos vinham principalmente de regiões que hoje
correspondem a Angola, Guiné, Congo, Moçambique e do
Golfo da Guiné, vindo, assim, negros de origem banto e
iorubá. 
Assinale a alternativa alternativa com a sequência correta:
27. “Paulo Dias de Novaes empenhou-se tão bem quando da
sua estadia na corte do Ndongo que obteve da corte de
Portugal um contrato de conquista e de colonização. Essa
colônia receberia o nome de Angola, nome este inspirado do
título do rei do Ndongo. Paulo Dias chegou em 1575 e
fundou Luanda no ano seguinte. Ali se consagrou ao tráfico
de escravos e tentou sobrepujar uma comunidade de
afro-portugueses oriunda de São Tomé que o havia
precedido na região. Esse grupo cedeu-lhe o lugar e
instalou-se na corte do ngola. Porém, em 1579, pressões
metropolitanas obrigaram Dias a executar seu contrato. O
rei do Ndongo, após ter sido informado de tal fato, mandou
massacrar preventivamente todos os portugueses de sua
corte e forneceu assim o pretexto para uma guerra que iria
durar quase um século, até 1671. No início, a situação
militar variava muito já que as alianças locais se dividiam
entre os adversários. Entretanto, os portugueses
conseguiram, não sem esforço, erguer algumas fortificações
no interior das terras. A partir de 1612, contudo, uma
aliança se criou entre os portugueses e os mbangala
(chamados jaga), comunidades de guerreiros nômades que
já viviam de rapina na região antes de 1600. Com a ajuda
deles, e principalmente a dos jaga kasanje, os portugueses
ocuparam uma boa parte do reino de 1617 a 1621, e o rei se
refugiou no Leste do país. Os aliados arrasaram a região
conquistada, causando a ruína de todo o país. Mesmo o
tráfico de escravos se interrompeu e a fome se alastrou. Um
tratado de paz foi então elaborado em 1622 e 1623, sendo o
ngola representado por sua irmã, Nzinga Mbande, que foi
batizada em Luanda com o nome de Anna. Todavia,
colocou-se à frente de um partido antiportuguês. O rei
morreu no início do ano de 1624 (homicídio ou suicídio?),
Nzinga tornou-se regente, e depois rainha em 1626.
Enquanto isso, os jaga kasanje ocupavam sempre a melhor
parte do Ndongo. Portanto, a partir de 1626, os portugueses
retomaram a guerra contra Nzinga, mas também contra
Kasanje, e tentaram impor um rei fantoche. No decorrer das
operações, Kasanje fundou uma base no vale do Cuango em
1626, a partir da qual edificou o Estado imbangala na
II e III
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
década de 1630, ao passo que Nzinga conquistou o reino de
Matamba que ela transformou em um formidável centro de
oposição ao regime português. Quando os holandeses
ocuparam Luanda, Nzinga aliou-se a eles contra Portugal”
(VANSINA, J. O Reino do Congo e seus vizinhos. OGOT,
Bethwell A. História Geral da África V: África do século
XVI ao XVIII, Brasília: UNESCO, 2010, p. 662) A partir do
trecho acima e sobre a relação de portugueses e africanos, é
correto afirmar: I. Quando o trecho fala que o tráfico de
escravos foi interrompido. Não foi somente pela guerra,
mas também pela Lei Feijó, que tornava ilegal o tráfico de
escravos. Isso fez com que Portugal tentasse rapidamente
acabar com as guerras, já que elas se tornavam caras e não
tinham mais a lucratividade de antes. II. Grande parte da
compreensão que temos dos africanos é que formavam
tribos desorganizadas e que aceitavam trocas desvantajosas,
de conterrâneos por fumo ou pinga. Todavia, o trecho acima
desmente isso ao mostrar que os africanos possuíam
organização e consciência política e que conseguiam
entender e jogar os jogos de poder contra os europeus. III.
Apesar de os portugueses, por meio dos traficantes e da
Igreja, reduzirem as diferenças entre os africanos que saíam
da África e chegavam às colônias, tratando suas origens de
forma genérica, a atuação dos portugueses em territórios
africanos conhecia os diferentes grupos e buscava alianças e
explorar asrivalidades. Indique a alternativa que apresenta
os itens corretos:
28. “Percebe-se, portanto que, entre 1870 e 1950, ocorreu um
significativo reforço da carga negativa na maneira como os
europeus representavam aos africanos. Os domínios
territoriais e políticos ganharam dimensões até então não
imaginadas, sendo a África subsaariana efetivamente
ocupada pelos homens brancos, com a exceção da Libéria e
da Etiópia. As vitórias militares e a imposição dos padrões
tecnológicos europeus fizeram com que a crença da
superioridade europeia ganhasse força. Ainda embalados
pelas teorias de que eram superiores, os europeus tentaram
justificar teoricamente sua dominação sobre os africanos.
Ninguém se tornou mais célebre nessa tarefa do que o
prêmio Nobel de literatura de 1907, o escritor britânico
Rudyard Kipling, que definiu a presença europeia em
África como uma prova de altruísmo do homem civilizado.
Os europeus, em sua argumentação, apareciam como
missionários que deveriam se sacrificar para levar a
civilização aos africanos bárbaros.” OLIVA, Anderson R.
Os africanos entre representações: viagens reveladoras,
olhares imprecisos e a invenção da África no imaginário
I, II e III. Todos os itens
apresentam afirmações
corretas
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
Ocidental. Em Tempo de Histórias. Publicação do Programa
de Pós-Graduação em História PPG-HIS/UnB, n.9, Brasília,
2005, p. 108. A partir do trecho acima, é correto afirmar: I.
O sentimento de superioridade europeia descrito no trecho
acima, principalmente a crença de que estavam
desenvolvendo algo benéfico, é uma das características do
Imperialismo, que caracterizou a ação europeia na África
entre os séculos XVIII e XIX. II. O altruísmo europeu gerou
uma série de contrariedades, como, por exemplo, guerras e
massacres para tentar “salvar” as populações africanas que
não aceitavam ou resistiam ao cristianismo, às formas
econômicas e sociais europeias e à cultura ocidental. III. Os
europeus, no período que aborda o trecho acima, sentiam-se
tão superiores aos africanos que, em 1884 e 1885, reuniram-
se, com a presença de apenas uma representante africana (a
Abissínia), para decidir sobre a divisão territorial da África.
Identifique, abaixo, a alternativa que indica os itens corretos
acima:
29. “Retomando a perspectiva africana duas questões advêm
dessa afirmativa realista, mas parcial da presença
neocolonial. A primeira diz respeito ao fato dos países
africanos não investirem sistematicamente em educação,
pesquisa e desenvolvimento tecnológico.
Consequentemente, a maior parte deles continua, como no
período colonial, na posição de fornecedor de matéria-
prima. É importante pensarmos que o Estado colonial
deixou sequelas graves para serem suplantadas a curto ou
médio prazo; que as guerras civis e os problemas de
governabilidade dificultaram a implementação de políticas
que viabilizassem o desenvolvimento e aquisição de
tecnologias. No entanto, é necessário lembrarmos também
que a existência de conflitos internos não é apenas
resultante de ações internacionais, mas em alguns casos da
desigualdade social e da ausência de políticas públicas
inclusivas que levam a revolta e ao questionamento do
Estado. Quando equacionamos o PIB per capta, o IDH e as
taxas de desigualdade social têm-se a impressão de
estarmos imersos numa esquizofrenia. Temos situações
como a Guiné Equatorial que devido à exportação de
Petróleo tem um PIB per capta de 17 608 USD, mas a maior
parte da população vive na linha da pobreza, com
expectativa de vida de 51,1 anos e a oferta educacional é de
apenas 7,7 anos. Estranhamente, o governo deste país não
procurou usar seu estoque petrolífero como forma de
embargo contra a invasão de seus mares e despejo de lixo
tóxico.” LOPES, Ana Mónica H. Neocolonialismo na
África. Sankofa. Revista de História da África e de Estudos
I
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
da Diáspora Africana Ano IV, Nº 8, Dezembro/2011, p. 16-
17. I. Muitos dos conflitos que existem hoje na África são
frutos da desigualdade oriunda das próprias políticas de
governos que hoje administram os países, os quais, apesar
de possuir recursos financeiros e materiais, optam por
políticas que resultam na concentração de renda. II. Os
problemas que existem até hoje na África são todos frutos
da colonização europeia e da forma escusa e pouco ética
que os países europeus ainda agem na África, buscando
matérias-primas baratas e fomentando a guerra entre os
povos. III. Os países africanos têm grandes problemas para
obter recursos financeiros e capital, pois seus recursos
foram todos exauridos e os países só são explorados pelas
outras nações. Por isso, os países africanos não conseguem
investir no desenvolvimento das nações. A partir do trecho
acima e da situação da África após as independências, é
correto afirmar:
30. (ENADE 2008) O TRÁFICO NEGREIRO.
Mapa baseado no original: PÉTRÉ-GRENOVILLEAN,
Olivier. La documentation photographique. In: Les traites
negrières. Paris: 2003. p. 29.
Na análise do mapa e do gráfico sobre o ritmo do tráfico
negreiro, conclui-se que:
Nos séculos XVIII e XIX, o
fluxo de escravos africanos
para regiões de colonização
portuguesa na América sofreu
pouca oscilação.
31. A historiografia atual sobre o processo de independência
das colônias ibéricas, trouxe novas questões e olhares para
pensarmos esse cenário de maneira mais ampla. Nesse
sentido, para essa nova perspectiva é correto afirmar que:
A historiografia atual sobre os
processos de independência
nas colônias ibéricas, defende
que é necessário estar atento as
especificidades desses
processos, pois cada contexto
apresenta particularidades
próprias.
32. A Historiografia sobre a Colonização na América passou
por várias interpretações ao longo dos anos. Essas
mudanças paradigmáticas da historiografia foram
fomentadas por um deslocamento central de análise das
grandes sínteses e modelos que enfatizam também aspectos
do cotidiano, da cultura e da sociedade. Nesse sentido, a
respeito do pensamento marxista sobre a Colonização, é
correto afirmar que:
A interpretação marxista sobre
a Colonização da América foi
predominante na primeira
metade do século XX e
acreditava que a América
Latina serviria apenas para
acumulação e exploração por
parte das metrópoles
europeias.
33. A historiografia sobre a independência das colônias ibéricas
durante a primeira metade do século XX tentou trazer
comparações entre essas independências com a
independência das treze colônias. As questões apresentadas
por essa corrente de pensamento sobre o processo ocorrido
Segundo a historiografia sobre
a independência das colônias
ibéricas durante a primeira
metade do século XX, esse
processo foi marcado por mais
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
na América Latina, perdurou até a segunda metade do
século XX, quantos outras interpretações começaram a
questionar a primeira proposta. De acordo com a
historiografia sobre a independência dos países latino
americanos escrita na primeira metade do século XX, é
corretor afirmar que:
continuidades do modelo
colonial do que rupturas de
fato, chegando a acreditar que
nem as ideias de liberdade se
concretizaram efetivamente,
diferente do que aconteceu nos
EUA.
34. Abaixo, você poderá ler trecho do Decreto nº 487 do
Código Penal de 1890 que, em seu Capítulo XIII, tratava
dos “vadios e capoeiras”: Art. 402 – Fazer nas ruas e praças
públicas exercícios de agilidade e destrezacorporal,
conhecidos pela denominação de capoeiragem, andar em
correrias com armas ou instrumentos capazes de produzir
uma lesão corporal, provocando tumulto ou desordens,
ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de
algum mal: Pena de prisão celular de dois a seis meses.
Parágrafo único: É considerada circunstância agravante
pertencer o capoeira a algum bando ou malta. Aos chefes ou
cabeças se imporá a pena em dobro.
FONTE: História e cultura africana e afro-brasileira na
Educação Infantil. Brasília: Ministério da Educação, 2014.
p. 88.
Sobre esta lei e seus significados no contexto de sua
produção, avalie as afirmativas a seguir.
I. O objetivo da lei era o de buscar preservar a cultura
brasileira, ameaçada pela presença de técnicas de luta
importadas de outros países.
II. A perseguição à prática da capoeira associava-se à
criminalização da identidade cultural africana, vista como
socialmente indesejável.
III. A capoeira era temida pela sociedade por ter sido uma
forma de luta desenvolvida pelos escravos como forma de
resistência e defesa.
IV. Apesar da lei ser de 1890, ainda existia no Brasil a
crença da inferioridade racial dos negros oriunda da herança
escravista do país.
Assinale a alternativa correta.
Estão corretas apenas as
afirmativas I, II e III
35. Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e
médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino
sobre História e Cultura Afro-Brasileira. § 1o O conteúdo
programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o
estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos
negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na
formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição
do povo negro nas áreas social, econômica e política
À Lei n. 10.639, de 2003.
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
pertinentes à História do Brasil. § 2o Os conteúdos
referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão
ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em
especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e
História Brasileiras.” Ao que a esse trecho corresponde?
36. Chamamos de limites do mundo colonial algumas
dificuldades que a metrópole não era capaz de prever.
Independentemente do modelo de colonização, o interesse
imediato era garantir a exploração das riquezas e manter o
território submisso. Entretanto, ao longo dos séculos que
sucedem o início da colonização, esses limites foram
ampliados. [...]. E, é fato que o modelo de exploração e a
relação entre metrópoles e colônias passaram a se esgotar
por meio dos processos de independência. Com base nesse
enunciado, que processos deram ritmo de transformação e
contribuíram, então, para a independência e
desenvolvimento das colônias? Analise as opções
afirmativas a seguir, e identifique a que traduz a resposta
correta.
O crescimento populacional
nas colônias, as mudanças
geracionais, o dinamismo da
economia, os debates e as
disputas políticas, e os avanços
tecnológicos que foram sendo
desenvolvidos independentes
de ação ou interferência das
metrópoles.
37. Consolidados os projetos coloniais nas Américas, é preciso
entender o cotidiano de seus habitantes. Trata-se de
entender a dinâmica de vivência sob múltiplos atores:
homens e mulheres livres, escravos e escravas africanas,
senhores proprietários, funcionários da burocracia estatal,
indígenas das mais variadas etnias. A sociabilidade na
colônia era espaço privilegiado para a difusão de culturas
políticas e de consolidação dos projetos locais. Não só da
metrópole, mas dos colonos. No século XVII, quando as
estruturas coloniais da América portuguesa estavam a pleno
vapor – embora existisse uma estrutura de exploração
colonial bem constituída –, não havia ambientes e espaços
de sociabilidade plenamente desenvolvidos. Isso, porque,
segundo alguns historiadores, havia uma sensação de
ambiguidade e desconforto que atravessa a vida social da
colônia devido às condições básicas da colonização, pois
havia limitações políticas e estruturais significativas, além
da proibição expressa de instalação de instituições
educacionais e culturais formais. Com base nesse enunciado
afirmativo, segundo alguns historiadores podemos
identificar um trinômio conceitual que pode explicar toda
essa realidade. Qual seria esse trinômio? A partir dos
estudos desenvolvidos na obra, aprecie as opções a seguir e
assinale a correta.
Uma sociedade sob o tripé da
“instabilidade – com falta de
solidez; da precariedade – com
escassez e insuficiência de
recursos e procedimentos; e da
provisoriedade – onde tudo
acontecia de forma
temporária”.
38. De 1808 a 1810, os criollos ilustrados, que eram filhos de
espanhóis nascidos na América e educados com uma
educação iluminista, insatisfeitos com o domínio espanhol,
Nessas Juntas, grupos de
Criollos se reuniam para tentar
propor leis que trouxessem
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
criam as Juntas Autônomas. Essas Juntas tiveram um
grande papel nos processos de independência da América
Espanhola. Nesse sentido, a respeito das Juntas Autônomas
é corretor afirmar que:
benefícios para a colônia e
para uma conseguirem um
maior poder político dentro do
território americano.
39. De acordo com a metáfora, em um primeiro momento, os
portugueses tinham uma visão mais transitória acerca do
território explorado, preocupando-se pouco com grandes
transformações e impactos sobre a nova colônia. Uma prova
disso é a configuração das cidades que atualmente
chamamos de históricas. [...]. Quanto aos espanhóis, a
intervenção deles no território teve como características
mudanças mais drásticas. Pergunta-se: que diferenças foram
essas quanto a construção das cidades nas colônias
portuguesas e espanholas, na visão dos estudiosos das
histórias latino-americanas? Analise as opções apresentadas,
e identifique a correta no relativo apenas à construção das
cidades por esses colonizadores.
A intervenção portuguesa na
natureza, durante a construção
das cidades, era mínima:
mantiveram-se as ladeiras, as
curvas e os acidentes
geográficos, mesmo sendo
empecilhos para a dinâmica do
cotidiano - era necessário
apenas retirar riquezas,
independentemente do futuro
cultural que se desenharia; já a
intervenção espanhola no
território, durante a construção
de suas cidades, teve como
características mudanças mais
drásticas, como a
transformação do relevo,
construção de grandes espaços
como as plazas e os prédios
públicos – isso tudo refletia
num desejo de
desenvolvimento cultural e das
artes
40. Discutindo a questão da etnia e do etnocentrismo na
História, Edgar Ferreira Neto argumenta: “A necessidade,
portanto, de preservar o caráter especial da Europa cristã, os
seus desígnios sagrados, os seus mecanismos de controle
social arraigados em séculos, levou, no processo de
descoberta do outro, a tentativas de encontrar elementos
concretos que permitissem distinguir o europeu cristão dos
povos descobertos. O fato de os “outros” não apenas
falarem, mas articularem ideias, de reconhecerem o papel e
a força que os unem à comunidade, retirou-os
imediatamente daquela categoria de sylvestres homines,
animais, mas não foram imediatamente guindados às
categorias plenas nem de animais sociais nem de animais
sociáveis, ou seja, de iguais.” (NETO, Edgar. F. História e
etnia. In: CARDOSO, C.F.; VAINFAS, R. (org.). Domínios
da História. Rio de Janeiro: Campus, 1997, p. 457) Sabendo
que relações entre culturas se estabelecem, uma das formas
dessa relação é o etnocentrismo. A melhor definiçãopara
etnocentrismo é:
A crença na superioridade de
uma cultura, tornando-a o
padrão do que é o correto e o
ideal para todas as outras.
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
41. Durante a colonização existia uma relação entre Metrópole
e Colônia. O modelo de administração espanhol era
diferente do modelo de administração português. Sobre esta
afirmação é correto dizer que:
A Espanha subdividiu o
território conquistado em vice-
reinados cada território
administrado por um vice-rei.
Enquanto Portugal adotou um
modelo diferente.
42. Leia o trecho abaixo
“[...] No século XIX, já no período do Estado nacional, esse
quadro social escravista interno altamente estável permitiu a
expansão inaudita do tráfico negreiro transatlântico – nas
letras da lei, proibido desde 1831 – e do próprio escravismo
brasileiro. No período de quarenta anos compreendido entre
a vinda da família real para o Brasil (1808) e o fim
definitivo do tráfico, em 1850, foi introduzido mais de 1,4
milhão de cativos no Império, ou seja, cerca de 40% de
todos os africanos desembarcados como escravos em três
séculos da história do Brasil. Nesse sentido, as mudanças
que se operaram no escravismo brasileiro oitocentista, em
especial o incrível arranque da cafeicultura no vale do
Paraíba, que rapidamente converteu o Brasil no maior
produtor mundial do artigo, contou com práticas arraigadas
de longa duração, que possibilitavam introduzir enormes
massas de estrangeiros escravizados sem colocar em risco a
segurança interna dessa sociedade. 
No século XIX, a maior ameaça ao escravismo brasileiro
veio de fora, ou seja, da pressão antiescravista inglesa. Não
por acaso, a resposta ideológica que os senhores e políticos
brasileiros deram à ação diplomática e militar inglesa
recorreu, entre outros pontos, à própria lógica de
funcionamento sistêmico da escravidão brasileira. Ao fazê-
lo, inverteram a visão ideológica que foi predominante na
Colônia. Com efeito, salvo um ou outro caso, as autoridades
metropolitanas sediadas na América portuguesa sempre
entenderam que o setor de homens negros e mulatos livres
representava mais risco do que segurança à ordem colonial.
Em outras palavras, a maioria dos dirigentes metropolitanos
não tinha consciência do processo institucional do
escravismo brasileiro. [...]” 
(MARQUESE, Rafael de Bivar. A dinâmica da escravidão
no Brasil. Resistência, tráfico negreiro e alforrias, séculos
XVII a XIX. Novos Estudos – CEBRAP, São Paulo, n. 74,
mar. 2006. Disponível em: . Acesso em: 1 jan. 2018.) 
Sobre o trecho acima e o uso, no Brasil, de mão-de-obra
escrava e vinda da África, é correto afirmar:
A situação do africano
enquanto escravo era uma
situação de “coisa”. Ou seja,
ele não era considerado como
um ser humano, mas sim como
mercadoria. Por isso, podia ser
guardado, transportado,
comprado e vendido
43. Leia o trecho abaixo “A crise dos anos 30 não conturbou III
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
somente a economia ocidental, evidenciando o papel
determinante doravante ocupado pelos Estados Unidos da
América, ela marcou um decisivo ponto de inflexão: os
fenômenos econômicos ganharam uma dimensão social.
Desde então, tudo o que se passa no centro do sistema tem
repercussões sobre o conjunto da periferia, geralmente
através de um fortalecimento da ação econômica ocidental.
A Segunda Guerra Mundial, ao ter transformado o
continente africano em um campo estratégico privilegiado
do conflito mundial, acelerou o processo, introduzindo
junto aos colonizados a ideia relativa ao direito dos povos
em dispor por eles próprios de si. À euforia da reconstrução
no pós-guerra, pródiga em investimentos infraestruturais
favoráveis à industrialização, sucedeu, posteriormente à
crise mundial consecutiva à guerra da Coreia (1951- 1952)
e à crise de Suez (1956), uma fase de reestruturação mais
difícil, balizada pelas descolonizações. A retomada geral,
ocorrida em meados dos anos de 1960, produziu a crença
em um momento de “milagre”. Mas o desabamento
profundo da conjuntura que se seguiu a partir dos anos de
1970 engendrou uma nova crise das relações norte-sul, cuja
saída ainda é imprevisível.” COQUERY-VIDROVITCH,
Catherine. As mudanças econômicas na África em seu
contexto mundial (1935-1980). MAZRUI, A.A.; WONDJI,
C. História geral da África VIII: África desde 1935.
Brasília: UNESCO, 2010, p. 337. A partir do trecho acima e
da História da África no século XX, é correto afirmar: I. O
primeiro parágrafo do trecho acima, apesar de mencionar
que a crise dos anos de 1930 atingiu o mundo inteiro,
sabemos que ela não repercutiu na África, uma vez que as
nações africanas já estavam independentes e, logo,
desarticuladas da economia mundial. II. Como dito no
segundo parágrafo do trecho acima, a Segunda Guerra
Mundial teve, na África, um de seus campos de conflitos,
diferentemente da Primeira Guerra Mundial, quando os
conflitos entre as nações europeias não foram transferidos
para a África. III. Todo o período logo após a Segunda
Guerra Mundial até os anos 1990, do que trata o terceiro
parágrafo do texto acima, é o período da Guerra Fria,
quando uma série de crises e disputas foram engendradas,
tendo como cenário também a África e dando continuidade
as incertezas sobre o continente. Assinale, abaixo, a
alternativa que indica a sequência correta:
44. Leia o trecho abaixo “Tal ideia parece-nos um pouco
exagerada, como é aliás apontado por Elikia M’BOKOLO
em “Afrique Noire Histoire et Civilisations”, já que se, por
um lado, a Conferência resulta essencialmente de uma
Conferência de Berlim
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História da África e da Cultura Afro-brasileira 
Pergunta (ENUNCIADO EM ORDEM ALFABÉTICA) Resposta
iniciativa alemã, potência que comparativamente às outras
suas congéneres europeias tinha menores interesses em
África, por outro, ela de facto corresponde, grosso modo, à
regulação de questões decorrentes da exploração comercial
dos territórios que cada país reivindicava para a sua esfera
de influência, tendo, por isso, assumido uma importância
relevante a ocupação efectiva desses territórios por parte
das potências administrantes” BORGES, João M. A
constituição do Estado Moderno em África: o problema das
fronteiras. Brief Papers, n°2/95, CEsA, Lisboa, 1995, p. 1.
Qual é o evento que o trecho acima aborda?
45. Leia o trecho abaixo “Uma parcela expressiva da sociedade
brasileira compartilha a crença de ter construído uma nação
— diferentemente dos Estados Unidos e da África do Sul,
por exemplo — não caracterizada por conflitos raciais
abertos. Além disso, imagina-se que em nosso país as
ascensões sociais do negro e do mulato nunca estiveram
bloqueadas por princípios legais tais como os conhecidos
Jim Crow e o Apartheid dos referidos países. Para os que
imaginam e advogam a singularidade paradisíaca brasileira,
isto significa dizer que o critério racial jamais foi relevante
para definir as chances de qualquer pessoa no Brasil. Em
outras palavras, ainda é fortemente difundida no Brasil a
crença de que a cultura brasileira antecipa a possibilidade
de um mundo sem raças.” BERNARDINO, Joaze. Ação
afirmativa e a rediscussão do mito da democracia racial no
Brasil. Estudos Afro-Asiáticos, Ano 24, nº 2, 2002, p. 249.
Qual o conceito ou palavra que melhor define o trecho
acima:
Democracia racial.
46. Leia o trecho abaixo:
“Os escravos são as mãos e os pés do senhor do engenho,
porque sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar e
aumentar fazenda, nem ter engenho corrente. E do modo
como se há com eles, depende tê-los bons ou maus para o
serviço. Por isso, é necessário comprar cada ano