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CENTRO UNIVERSITÁRIO FG – UNIFG ENGENHARIA CIVIL – 5º SEMESTRE JEAN DOS SANTOS ALVES JUNIOR MARCELO SANTOS COSTA FILHO VICTOR BRENO DE AMORIM RIBEIRO WELLISON JUNIOR MACENA ROCHA ESTUDO DIRIGIDO Guanambi – BA Março 2020 JEAN DOS SANTOS ALVES JUNIOR MARCELO SANTOS COSTA FILHO VICTOR BRENO DE AMORIM RIBEIRO WELLISON JUNIOR MACENA ROCHA ESTUDO DIRIGIDO Trabalho apresentado ao Centro Universitário UNIFG, como um dos pré- requisitos para avaliação da disciplina de Hidrologia. Orientadora: Luísa Magalhães. Guanambi – BA Março 2020 1. Em que consiste a ciência conhecida como Hidrologia? Quais suas subáreas e com que especificamente trabalham? A hidrologia pode ser definida como a ciência dedicada ao estudo das águas. Ela estuda a ocorrência de água em determinados locais, sua circulação através do Ciclo Hidrológico, suas propriedades químicas e físicas e fenômenos interativos que ocorrem entre a água e o meio ambiente como: escoamento superficial, infiltração de água no solo, evaporação, dentre outros. Praticamente, não há uma atividade humana que não use água como um importante constituinte. A hidrologia abrange diversas subáreas mais específicas, como: Hidrometeorologia: trata da água na atmosfera; Limnologia: estuda os lagos e reservatórios; Potamologia: estuda os rios; Oceanografia: estuda os oceanos; Hidrogeologia: estuda as águas subterrâneas; Glaciologia: trata da ocorrência de neve/gelo na natureza. 2. Cite e explique 5 aplicações da Hidrologia. A Hidrologia pode ser aplicada no(a): Controle da erosão: Analisa a intensidade e frequência das precipitações máximas, determina o coeficiente de escoamento superficial e estuda a ação erosiva das águas e proteção por meio da vegetação e outros recursos. Aproveitamento hidrelétrico: Prevê as vazões máximas, mínimas e médias dos cursos d’água para o estudo econômico e dimensionamento das instalações e verifica a necessidade de reservatório de acumulação, além de determinar os elementos necessários ao projeto e construção dele: bacias hidrográficas, volumes armazenáveis, perdas por evaporação e infiltração. Navegação: Obtenção de dados e estudos sobre construção e manutenção de canais navegáveis. Controle da poluição e preservação ambiental: Analisa a capacidade de autodepuração dos corpos receptores dos efluentes de sistemas de esgotos sanitários e industriais: vazões mínimas de cursos d’água e velocidade de escoamento. Preservação e desenvolvimento da vida aquática: Realiza manutenção de padrões adequados de qualidade das águas para conservação da fauna e flora, manutenção de ambientes propícios às atividades humanas e à preservação da harmonia paisagística. 3. Cite e explique sucintamente 3 problemas ocasionados pela falta de conhecimento em Hidrologia. Problemas de drenagem urbana: Os municípios não têm projetos consistentes e nem sequer um sistema de drenagem, constituído de uma intrincada rede de córregos, valas, galerias e tubos, é bem conhecido e mapeado. Em suma, os municípios precisam elaborar seus Planos Diretores de Drenagem Urbana. O Plano é o documento essencial para a implementação de soluções sustentáveis de manejo de águas pluviais. Sem os Planos, os gestores não têm um guia para seguir e a cada gestão novas prioridades são estabelecidas. Reservatórios superdimensionados: O superdimensionamento da barragem em relação ao potencial da bacia hidrográfica faz com que as sangrias sejam raras. Em toda sua história ocorreram apenas 6. Projetos de irrigação sem disponibilidade hídrica suficiente: A disponibilidade hídrica pode ser avaliada visando suprir uma demanda específica (por exemplo, vazão necessária para a implantação de determinada indústria), ou visando estabelecer políticas públicas (por exemplo, o estabelecimento de planos diretores de desenvolvimento regional e nacional). No primeiro caso inserem-se estudos de localização e de viabilidade de um determinado empreendimento, específicos da engenharia sanitária. No segundo caso, inserem-se estudos de interesse dos gestores públicos. 4. Quais as fases/etapas do ciclo hidrológico? Explique-o. A água distribui-se em três reservatórios principais: os oceanos, os continentes e a atmosfera. Nesses três reservatórios, ocorre uma circulação que é também conhecida como o ciclo das águas ou ciclo hidrológico. Veja a seguir cada etapa deste ciclo: 1. Primeiramente o Sol aquece o oceano; 2. Esta água já aquecida evapora e sobe para o ar; 3. O vapor de água esfria e se condensa na forma de gotículas, formando as nuvens; 4. Quando muita água se condensa, esta torna-se pesada e cai em forma de precipitação ou neve; 5. Parte da chuva é infiltrada pelo solo, armazenando-se nas águas subterrâneas, e o resto escoa para os rios que levarão até o oceano, iniciando o ciclo novamente. Portanto, o ciclo hidrológico é o conjunto de fenômenos e estágios pelos quais a água passa na natureza, incluindo a precipitação, infiltração, escoamento superficial e evaporação. 5. Diferencie e defina ciclo hidrológico local e global. Quando se fala em ciclo da água a nível regional ou local, ele pode ser alterado tanto quantitativamente ou em seus processos, o que vem acontecendo com uma frequência acelerada, sendo as atividades antrópicas as grandes responsáveis por essa alteração, com exemplo nas áreas urbanas, o aumento das áreas impermeáveis o que resulta na diminuição da infiltração da água da chuva no solo, aumentando o escoamento superficial e consequentemente na ocorrência de enchentes e inundações nessas áreas. Estudos já revelaram que a quantidade de água no planeta terra é constante, logo, quando se fala a nível global, o ciclo da água é considerado fechado. Ciclo Local: Ciclo aberto, parte da água retorna, parte da água é trazida de fora pela atmosfera, balanço hídrico. Ciclo Global: Ciclo fechado, recirculação de toda a água, Oceanos: mais evaporação do que precipitação, Continentes: mais precipitação do que evaporação. 6. O que é bacia hidrográfica? Como esta pode ser delimitada? Bacia Hidrográfica é a área ou região de drenagem de um rio principal e seus afluentes. É a porção do espaço em que as águas das chuvas, das montanhas, subterrâneas ou de outros rios escoam em direção a um determinado curso d’água, abastecendo-o. Pode ser delimitada em dois compartimentos interdependentes, definidos no âmbito de geomorfologia, por uma área de terra firme e uma de planície, de modo que pode ser encontrado o rio central e as regiões inundadas. A delimitação da Bacia Hidrográfica inicia a partir do exutório, conectando os pontos mais elevados, tendo por base as curvas de nível. O limite da bacia circunda o curso d’água e as nascentes de seus tributários. 7. Em que consiste o balanço hídrico? Quais suas variáveis? O Balanço Hídrico é uma ferramenta que auxilia no entendimento dos processos envolvidos no ciclo hidrológico de uma região através da quantificação das entradas e saídas de água de um sistema em um determinado intervalo de tempo, o resultado é a quantidade de água que permanece neste sistema. Este balanço pode ser determinado para um trecho do rio, uma camada do solo, uma bacia hidrográfica ou sistemas de abastecimento de água. Como meios de entrada de água no solo pode-se considerar a precipitação, a irrigação e outras variáveis mais difíceis de serem quantificadas como o orvalho, escorrimento superficial, drenagem lateral e ascensão capilar. 8. O que é o coeficiente de escoamento superficial? O que este traz de informação? O coeficiente de escoamento superficial corresponde à razão entre o volume de água escoado superficialmente e o volume de água da chuva que provocou o deflúvio. Ele nos traz o tipo de solo, a declividade e a cobertura vegetal. 9. Quaisos efeitos da urbanização sobre o ciclo hidrológico? Apresente discussões sobre o aumento da urbanização e suas consequências para o C.H. Com o processo de urbanização, devido à redução de áreas verdes, o aumento da impermeabilização, canalização de corpos d'água, entre outras intervenções no ambiente, temos alterações no ciclo hidrológico, como o aumento do escoamento superficial e redução da infiltração da água no solo. A urbanização de forma desordenada, sem diretrizes de ocupação, impacta gravemente no ciclo hidrológico, pois causa drásticas alterações na drenagem, elevando a possibilidade de ocorrência de deslizamentos e enchentes, impondo riscos à saúde e à vida humana. 10. Como podem ser classificados os cursos d’água? Diferencie-os. São classificados em perenes, intermitentes ou temporários e efêmeros: Os Perenes são rios que contêm água todo o tempo, durante o ano inteiro. Eles são alimentados por escoamento superficial e subsuperficial. Este último proporciona a alimentação contínua, fazendo com que o nível do lençol subterrâneo nunca fique abaixo do nível do canal. A maioria dos rios do mundo é perene. Já os Intermitentes (temporários) são rios por onde escorre água por ocasião da estação chuvosa, porém, no período de estiagem, esses rios desaparecem. Os rios intermitentes, também chamados de temporários, são alimentados por escoamento superficial e subsuperficial. Eles desaparecem temporariamente no período de seca porque o lençol freático se torna mais baixo do que o nível do canal, cessando sua alimentação e os Efêmeros são os rios que se formam somente por ocasião das chuvas ou logo após sua ocorrência. São alimentados exclusivamente pela água de escoamento superficial, pois estão acima do nível do lençol freático (água subterrânea). 11. Quais os tipos de escoamento que se tem? Em quais situações cada um ocorre? Escoamento laminar: ocorre quando as partículas de um fluido se movem ao longo de trajetórias bem definidas, apresentando lâminas ou camadas (daí o nome laminar) cada uma delas preservando sua característica no meio. No escoamento laminar a viscosidade age no fluido no sentido de amortecer a tendência de surgimento da turbulência. Este escoamento ocorre geralmente a baixas velocidades e em fluídos que apresentem grande viscosidade. Escoamento unidimensional: escoamento cujas propriedades (velocidade, massa específica, pressão etc), são funções exclusivas de uma única coordenada espacial e do tempo, ou seja, são representadas em função de valores médios da seção. Escoamento bidimensional: ocorre quando as partículas de um fluido escoam em planos paralelos e seguindo trajetórias idênticas, não havendo escoamento na direção normal aos planos. Escoamento rotacional: ocorre quando as partículas de um fluido, numa certa região, apresentarem rotação em relação a um eixo qualquer. O escoamento rotacional também é denominado de vorticoso. Escoamento irrotacional: ocorre quando as partículas de um fluido, numa certa região, não apresentarem rotação em relação a um eixo qualquer. Escoamento permanente: quando as propriedades de um fluído em cada ponto do mesmo, não variarem no tempo. Escoamento variável: também conhecido como escoamento não permanente, ocorre quando as propriedades de um fluído em cada ponto dele, apresentarem variações no tempo. Escoamento uniforme: um escoamento é considerado uniforme quando todas as seções transversais de um dado conduto, forem iguais e a velocidade média, em todas as seções, em um determinado instante, for a mesma. Em outras palavras, escoamento uniforme é aquele no qual o vetor velocidade, tem suas características (módulo, direção, sentido) iguais em todos os pontos do fluido. Escoamento variado: aquele no qual o vetor velocidade, apresenta características (módulo, direção, sentido), distintas nos pontos do fluido. Escoamento livre: ocorre quando todas as seções transversais de um líquido estiverem em contato com a atmosfera. Esta situação se verifica em rios, córregos entre outros. Este escoamento se á necessariamente pela ação da gravidade. Também conhecido como escoamento em superfície livre. Escoamento forçado: ocorre no interior de tubulações, ocupando toda sua área geométrica, não apresentando contato com o ambiente externo. A pressão que o líquido exerce na tubulação é diferente da pressão atmosférica. Este escoamento se dá por ação gravitacional ou através de bombeamento. Escoamento turbulento: ocorre quando as partículas de um fluido não movem-se ao longo de trajetórias bem definidas, ou seja as partículas descrevem trajetórias irregulares, com movimento aleatório, produzindo uma transferência de quantidade de movimento entre regiões de massa líquida. Este escoamento é comum na água, cuja viscosidade e relativamente baixa. 12. Em que a forma da bacia influencia? Como determiná-la? A forma da bacia hidrográfica é importante por influenciar no tempo de alteração da precipitação em escoamento e sua comprovação na seção de controle. Isso é verificado por meio dos coeficientes que permitem quantificar a influência da forma no modo de resposta de uma bacia à ocorrência de uma precipitação. Pode-se determinar a forma da bacia através do Coeficiente de Compacidade (KC), que é um índice de forma relacionando o perímetro da bacia e a circunferência (perímetro) de um círculo de mesma área. Este coeficiente é um número https://www.infoescola.com/fisica/quantidade-de-movimento/ adimensional, variando com a forma da bacia, independentemente de seu tamanho, sendo que quanto mais irregular for a bacia, maior será o coeficiente de compacidade. 13. Quais as características de uma bacia quanto a seu sistema de drenagem? Como proceder com essa determinação? Suas características podem ser descritas pela ordem dos cursos d’água, densidade de drenagem, extensão média do escoamento superficial e sinuosidade do curso de água. Utilizando um mapa da bacia, que incluem todos os canais (perenes, intermitentes ou efêmeros) e seguindo o critério introduzido por Horton e modificado por Strahler. 14. Como se determina a altitude e a declividade de uma bacia hidrográfica? Explique. A altitude pode ser determinada por meio das quadrículas associadas a um vetor ou planimetrando-se as áreas entre as curvas de nível. Dada pela fórmula: 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 𝑚𝑚é𝐴𝐴𝐴𝐴𝑑𝑑 = 𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑀𝑀𝑀𝑀𝑝𝑝𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀 (𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑚𝑚é𝑀𝑀 ∗ 𝑋𝑋 á𝑝𝑝𝑀𝑀𝑀𝑀 Á𝑝𝑝𝑀𝑀𝑀𝑀 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑀𝑀𝑡𝑡 . A declividade média da bacia pode ser calculada pela fórmula seguinte: 𝑆𝑆 = �∆ℎ 𝐿𝐿 � onde: S = declividade média (m/m) ∆ℎ = desnível altimétrico do canal, ou seja, diferença entre as cota topográficas da nascente e da foz (m), L = extensão do canal (m). 15. Determine a declividade equivalente constante (s3) a partir dos dados apresentados ao final da Aula 2. Apresente a tabela preenchida em seguida o cálculo para s3. 1 2 3 4 5 6 7 Cota (m) Distância (m) Distância (km) Distância acumulada (km) Declividade por segmento (Di) √𝟓𝟓 (si) 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪.𝟑𝟑 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪 𝟔𝟔 125 - - - - - - 150 5718 5,718 5,718 0,0044 0,0663 86,2443 200 1382 1,382 7,100 0,0362 0,1902 7,266 250 3412 3,412 10,512 0,0147 0,1211 28,1857 300 186 0,186 10,698 0,2688 0,5185 0,3587 350 221 0,221 10,919 0,2262 0,4757 0,4646 400 227 0,227 11,146 0,2203 0,4693 0,4837 450 448 0,448 11,594 0,1116 0,3341 1,3410 500 852 0,852 12,446 0,0587 0,2423 3,5170 550 174 0,174 12,620 0,2874 0,5361 0,3246 600 238 0,238 12,858 0,2101 0,4583 0,5193 650 393 0,393 13,251 0,1272 0,3567 1,1018 700 360 0,36 13,611 0,1389 0,3727 0,9660 740 246 0,246 13,857 0,1626 0,4032 0,6101 Total 13857 13,857 131,3825 Calculando declividade por segmento: 𝑆𝑆1 = � 𝐶𝐶𝑜𝑜𝐴𝐴𝑑𝑑 𝑚𝑚𝑑𝑑𝐴𝐴𝑜𝑜𝑚𝑚 − 𝐶𝐶𝑜𝑜𝐴𝐴𝑑𝑑 𝑚𝑚𝐴𝐴𝑚𝑚𝑜𝑜𝑚𝑚 𝐷𝐷𝐴𝐴𝑖𝑖𝐴𝐴𝑑𝑑𝑚𝑚𝑖𝑖𝐴𝐴𝑑𝑑 𝑖𝑖𝑜𝑜𝐴𝐴𝑑𝑑 𝑚𝑚𝑑𝑑𝐴𝐴𝑜𝑜𝑚𝑚� 𝑆𝑆1 = � 150 − 125 5718 � → 𝑆𝑆1 = 0,0044 Calculando declividade equivalente: 𝑆𝑆3 = � ∑𝐶𝐶𝑜𝑜𝐴𝐴. 3 ∑𝐶𝐶𝑜𝑜𝐴𝐴. 7 � 2 𝑆𝑆3 = � 13,857 131,3825 � 2 → 𝑆𝑆3 = 0,011124 𝐾𝐾𝑚𝑚/𝐾𝐾𝑚𝑚 16. Cite e explique os mecanismos de formação das precipitações atmosféricas. Os mecanismos de formação das precipitações atmosféricas são: Convectiva: originam-se de nuvens formadas mediante convecção livre, em que ocorre resfriamento adiabático, formando-se nuvens de grande desenvolvimento vertical, ou seja, quando o ar úmido se aquece na vizinhança do solo, propiciando a formação de camadas de ar ao perder o equilíbrio, ocorre uma brusca ascensão local do ar menos denso que atinge o estado de condensação formando nuvens, e muitas vezes, precipitações. São também conhecidas como chuvas de verão; Ciclônica ou frontal: acontece a partir do encontro de massas de ar com diferentes características de temperatura e umidade. A massa que avança sobre a outra, faz que ocorra a “convecção forçada”, com a massa de ar quente e úmida se sobrepondo à massa fria e seca. Nas regiões de convergência na atmosfera, o ar quente e úmido é impetuosamente impulsionado para cima, resultando no seu resfriamento e na condensação do vapor de água, de forma a produzir chuvas; Orográfica: ocorrem em regiões com barreiras orográficas naturais, ou seja, ocorrem em regiões com grandes variações de altitude (serra e montanhas), que forçam o ar quente e úmido a elevar-se, provocando convecção forçada, que resulta no resfriamento adiabático e consequentemente em chuva em face de barlavento. Em face de sotavento, ocorre a sombra de chuva, que é ausência de chuvas, devido ao efeito orográfico. 17. Quais os fatores influenciam ocorrência da precipitação? Latitude - influi na distribuição desigual das pressões e temperaturas no globo e na circulação geral da atmosfera. Essa influência só pode ser percebida em grandes áreas; Distância do mar ou de outras fontes de água- à medida que as nuvens se afastam do mar, em direção ao interior do continente, elas vão se consumindo de forma que se pode esperar uma redução total da precipitação com o aumento da distância da costa ou de alguma outra fonte de umidade; Altitude - a pluviosidade aumenta com a altitude até um certo ponto, passando a reduzir a partir daí. A altitude de máxima precipitação é em torno de 2500m nos Alpes, onde a variação das alturas pluviométricas com a altitude é entre 0,5 e 1,5 mm por metro; Orientação das encostas - sendo a precipitação influenciada por correntes eólicas, o fato de uma encosta ou vertente estar mais ou menos exposta aos ventos tem reflexos nas quantidades precipitadas. Essa influência ocorre tanto em grandes extensões como também em pequenas áreas restritas em terrenos muito acidentados; Vegetação - a evapotranspiração das culturas tenderia a aumentar as precipitações locais, porém este efeito é discutível. 18. Cite e explique os tipos de precipitações, destacando suas principais características. Precipitações frontais ou ciclônicas: Interação de massas de ar quentes e frias. O ar quente e úmido é violentamente impulsionado para cima, resultando no seu resfriamento e na condensação do vapor de água, de forma a produzir chuvas. Precipitações convectivas: são nuvens formadas a partir de correntes convectivas (térmicas) que se resfriam adiabaticamente ao se elevarem (nuvens de grande desenvolvimento vertical). Grande intensidade, curta duração e concentradas em pequenas áreas. Precipitações Orográficas: ocorrem em regiões montanhosas, o relevo força a subida da massa de ar úmido que se resfria adiabaticamente, com condensação e formação de nuvens. Pequena intensidade e grande duração, cobrem pequenas áreas. A precipitação pode assumir diversas formas, incluindo: chuva, neve e granizo: Chuva: a chuva é o principal elemento da maioria dos projetos hidrológicos. Os problemas de engenharia relacionados com a hidrologia são em sua grande maioria consequência de chuvas de grande intensidade ou volume e da ausência de chuva em longos períodos de estiagem. Granizo: quando a nuvem se forma na atmosfera em temperaturas extremamente baixas, a precipitação da chuva, ou de parte dela, acontece na forma de pequenos pedaços de gelo. Isso acontece pela rápida mudança de estado físico da água: de gasoso para sólido. Neve: é um fenômeno meteorológico que acontece quando as nuvens se encontram com temperatura inferior a 0°C, desse modo, o vapor de água se condensa formando cristais de gelo, que podem apresentar diversas formas. A incidência de neve se dá em regiões do planeta cujo clima é frio (zonas polares) ou temperado. 19. Comente sobre as grandezas características envolvidas no estudo da precipitação: a) Altura Pluviométrica: é a lâmina de água que se formaria sobre o solo como resultado da precipitação, caso a superfície fosse impermeável e não ocorresse escoamento ou evaporação da água b) Duração: período contado desde o início até o fim da precipitação (h ou min). c) Intensidade de Precipitação: é a relação entre a altura pluviométrica e a duração da precipitação expressa, geralmente em mm.h -1 ou mm.min-1; d) Período de Retorno: também conhecido como intervalo de recorrência ou tempo de recorrência, é o intervalo estimado entre ocorrências de igual magnitude de um fenômeno natural, como chuvas, ventos intensos, granizo etc. e) Frequência de Probabilidade: utilizada quanto maior for o número de ocorrência. Para se estimar a frequência para os valores máximos, os dados observados devem ser classificados em ordem decrescente e a cada um atribui-se o seu número de ordem. Para valores mínimos, fazer o inverso. 20. De quais maneiras as chuvas podem ser medidas? Quais os equipamentos recomendados para cada situação? A quantidade de precipitação pode ser medida pelos pluviômetros e registradores pluviógrafos: O pluviômetro mais comum consta de um recipiente cilíndrico com vinte centímetros de diâmetro, de fundo afunilado, que transporta a água precipitada para um tubo também cilíndrico de cinquenta centímetros de comprimento e cuja seção é de 1/10 da do recipiente. Assim, para cada 2,5cm de chuva, a água terá 25cm de altura no tubo, o que propicia medições de quantidades precipitadas com bastante precisão. O tubo é ligado a uma escala graduada, e o funil receptor se ajusta a um recipiente externo, de vinte centímetros de diâmetro, que conserva o excesso de água, pois o tubo interno só guarda cinquenta centímetros de precipitação e, passado esse valor, transborda. Ele é recomendado para conter as maiores precipitações dentro do intervalo de tempo definido para a frequência das observações (em geral 24h). No caso de registradores (pluviógrafos), o funil receptor tem, normalmente, 25cm de diâmetro. O peso da água retida num cilindro de vinte centímetros aciona uma mola, que transmite o movimento a um ponteiro, o qual o registra num cilindro giratório submetido a um mecanismo de relógio. À medida que a água se acumula, uma bóia na parte inferior do cilindro sobe, indicando a altura da precipitação dentro do tubo interno. Ele é recomendado para medir as intensidades das chuvas durante intervalos de tempo inferiores àqueles obtidos com as observações manuais feitas nos pluviômetros. 21. Quais cuidados devem ser tomados na instalação e operação dos aparelhos destinados a medição de chuvas? Os aparelhos devem ser todos instalados à mesma altura do solo (1,5m – valor normalmente adotado), em áreas urbanas nem sempre é possível, sendo muitas vezes instalados no alto de edifícios, como a velocidade do vento é alta, é necessário proteções especiais. Os aparelhos devem ser todos colocados de forma a poder receber chuva. Evitar proximidade de obstáculos que “protejam” o equipamento de medida (prédios, árvores, relevo etc.) A aresta do receptor tem que ser cuidadosamente nivelada: estima-seum erro de 1% para cada grau de inclinação sobre a horizontal. Se não for possível instalar o aparelho em áreas cercadas por arbustos, bosques ou muros (conter o vento), o mesmo deve ser protegido por um cercado de madeira (2,5m de altura e 5,0m de lado). É importante que as medidas sejam feitas em horas determinadas e fixas, aferição periódica dos aparelhos. 22. Imagine que se deseja fazer um projeto de uma estrada, por onde passe um rio. Sabendo que para fazer a estimativa de vazão desse rio você necessite de dados de chuva, explique como estes podem ser obtidos. Poderia ser obtido pela Agência Nacional de Águas (ANA), tendo em vista que ela possui um vasto banco de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídrico (SNIRH). Nesse sistema contém todas as informações necessárias para elaboração de um projeto coletadas pela Rede Hidrometeorológica (RHN), ou seja, nela possui dados de vazões, chuvas, dados históricos, medições de chuva de cada estação. 23. Dada a situação descrita, responda o que se pede: “Imagine que necessite trabalhar com dados pluviométricos, mas ao acessar uma série histórica da estação de interesse nota que existem alguns dados faltantes. Contudo, para o trabalho em questão é necessário que os dados sejam contínuos.” Qual o problema é descrito? Como se pode resolvê-lo? Explique. Preenchimentos de falhas: Muitas observações pluviométricas apresentam falhas em seus registros. Entretanto, como há necessidade de se trabalhar com dados contínuos, essas falhas devem ser preenchidas. Existem tem métodos o Regressão linear, não indicado para preencher as falhas de dados diários; Média Aritmética dos pontos vizinhos, pode-se usar somente em casos onde as régios são hidrologicamente homogenias, ou seja, as precipitações não podem variar em mais de 10%; Método de Ponderação regional usa-se a base de registros pluviométricos de 3 estações mais próximas. Nesse caso utilizaremos o Método de Ponderação regional tem como base os registros de 3 estações localizadas o mais próximo possível da estação que apresenta falha nos dados de precipitação e que possuam no mínimo 10 anos de dados. E utiliza-se a seguinte equação: 𝑌𝑌 = 1 𝑚𝑚 � 𝑋𝑋1 𝑋𝑋𝑚𝑚1 + 𝑋𝑋2 𝑋𝑋𝑚𝑚2 + ⋯+ 𝑋𝑋𝑝𝑝 𝑋𝑋𝑚𝑚𝑛𝑛 � ∙ 𝑌𝑌𝑚𝑚 Sendo, Y= precipitação do posto a ser estimado; 𝑋𝑋1𝑋𝑋2𝑋𝑋3= precipitações de determinado mês(ano) que deseja-se corrigir a falha; 𝑌𝑌𝑚𝑚= precipitação média do posto que apresenta a falha; 𝑋𝑋𝑚𝑚1𝑋𝑋𝑚𝑚2𝑋𝑋𝑚𝑚3= precipitações medias das estações mais próximas. 24. Para calcular a precipitação média numa superfície qualquer, é necessário utilizar as observações dentro dessa superfície a nas suas vizinhanças. Aceita- se a precipitação média como sendo uma lâmina de água de altura uniforme sobre toda a área considerada. Como essa precipitação média sobre determinada área em uma bacia pode ser obtida? Explique e apresente as vantagens e limitações/restrições existentes. A precipitação média é dada como sendo a lâmina de água com altura uniforme sobre uma área considerada, que deve estar associada a um período. Para calcular a precipitação média em bacias hidrográficas (ou área) existem vários métodos, porém os mais usuais são o Método da Média Aritmética, o Método de Thiessen e o Método das Isoietas. Método aritmético, é mais simples, consiste em determinar a média aritmética entre as quantidades de medidas na área. Para sua aplicação é necessário que os dados coletados entre os postos de precipitações não tenham uma variação muito alta, é recomendado que o método só seja aplicado quando: 𝑃𝑃𝑚𝑚á𝑥𝑥. − 𝑃𝑃𝑚𝑚í𝑝𝑝. 𝑃𝑃𝑚𝑚é𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀 ≤ 0,50 Vantagens: Método mais simples, apresenta boa estimativa se as estacoes estiver distribuas uniformemente por todo a área já em áreas montanhosas os resultados serão bons se levar em consideração o fator topografia e a localização das estações. Limitações: Distância entre estações de coleta, falta de uniformidade, não sofrer influência de chuva orográfica (chuva de relevo), requer mais estações de coleta que os outros métodos. Método de Thiessen é divido em 4 etapas, são elas: 1 - Subdivide a área da bacia em áreas delimitadas por retas unindo os pontos das estações, dando origem a vários triângulos; 2 – Traça-se retas perpendiculares aos lados de cada triangulo, obtendo-se vários polígonos que encerram, cada um, apenas um posto de observação; 3 - Admite-se que cada posto seja representativo daquela área onde a altura precipitada é tida como constante; 4 – Por fim, cada estação recebe um peso pela área que representa em relação à área total da bacia. Se os polígonos abrangem áreas externas à bacia, essas porções devem ser eliminadas no cálculo. 𝑃𝑃𝑚𝑚 = 𝐴𝐴1𝑃𝑃1+𝐴𝐴2𝑃𝑃2 + 𝐴𝐴3𝑃𝑃3 … +𝐴𝐴𝑝𝑝𝑃𝑃𝑝𝑝 𝐴𝐴 Vantagens: Resultados mais precisos que o método aritmético, não sofre influência da desuniformidade das estacoes de coletas, estacoes de coletas colocados fora ou próximos dos limites poderão ser utilizados nos cálculos. Desvantagens: Método trabalhoso, polígonos devem ser refeitos se uma estação de coleta sofrer uma mudança. Método das Isoietas as áreas são traçadas as isoietas ou curvas que unem pontos de igual precipitação. Para elaboração desse método, o analista deve considerar os efeitos orográficos e a morfologia de modo que o mapa final represente um modelo de precipitação mais real. 𝑃𝑃𝑚𝑚 = 𝐴𝐴1𝑃𝑃1+𝐴𝐴2𝑃𝑃2 + 𝐴𝐴3𝑃𝑃3 … +𝐴𝐴𝑝𝑝𝑃𝑃𝑝𝑝 𝐴𝐴 Calcula-se as áreas parciais contidas entre duas isoietas sucessivas e a precipitação média em cada área parcial. Usualmente se adota a média dos índices de suas isoietas sucessivas. Vantagens: Teoricamente é o método mais preciso que os demais, permite a variação espacial das estações ao longo da área, as estações de coleta localizadas próximas ou fora dos limites podem ser usados nos cálculos. Desvantagens: Método mais trabalhoso, necessita de muita prática, calculo pode apresentar erro subjetivo. Escoamento laminar: ocorre quando as partículas de um fluido se movem ao longo de trajetórias bem definidas, apresentando lâminas ou camadas (daí o nome laminar) cada uma delas preservando sua característica no meio. No escoamento laminar a viscosidad... Escoamento unidimensional: escoamento cujas propriedades (velocidade, massa específica, pressão etc), são funções exclusivas de uma única coordenada espacial e do tempo, ou seja, são representadas em função de valores médios da seção. Escoamento bidimensional: ocorre quando as partículas de um fluido escoam em planos paralelos e seguindo trajetórias idênticas, não havendo escoamento na direção normal aos planos. Escoamento rotacional: ocorre quando as partículas de um fluido, numa certa região, apresentarem rotação em relação a um eixo qualquer. O escoamento rotacional também é denominado de vorticoso. Escoamento irrotacional: ocorre quando as partículas de um fluido, numa certa região, não apresentarem rotação em relação a um eixo qualquer. Escoamento permanente: quando as propriedades de um fluído em cada ponto do mesmo, não variarem no tempo. Escoamento variável: também conhecido como escoamento não permanente, ocorre quando as propriedades de um fluído em cada ponto dele, apresentarem variações no tempo. Escoamento uniforme: um escoamento é considerado uniforme quando todas as seções transversais de um dado conduto, forem iguais e a velocidade média, em todas as seções, em um determinado instante, for a mesma. Em outras palavras, escoamento uniforme é... Escoamento variado: aquele no qual o vetor velocidade, apresenta características (módulo, direção, sentido), distintas nos pontos do fluido. Escoamento livre: ocorre quando todas as seções transversais de um líquido estiverem em contato com a atmosfera. Esta situação se verifica em rios, córregos entre outros.Este escoamento se á necessariamente pela ação da gravidade. Também conhecido co... Escoamento forçado: ocorre no interior de tubulações, ocupando toda sua área geométrica, não apresentando contato com o ambiente externo. A pressão que o líquido exerce na tubulação é diferente da pressão atmosférica. Este escoamento se dá por ação gr... Escoamento turbulento: ocorre quando as partículas de um fluido não movem-se ao longo de trajetórias bem definidas, ou seja as partículas descrevem trajetórias irregulares, com movimento aleatório, produzindo uma transferência de quantidade de movimen...