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Construção da Ponte Baluarte México

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Megaconstruções - Ponte Baluarte México (Documentário) NatGeo
A ponte estaiada foi construída entre a cadeia vulcânica da Serra Amada e a Ocidental, ligando as estradas mexicanas da costa do pacífico com as do atlântico. 
A ponte é sustentada por 152 tirantes, sendo que o mais longo é o de 280m, possui 402 m de altura, um dos vãos que compõe a ponte tem 520m, mas no total possui 1124m de comprimento. A estrutura é de concreto com aço estrutural, conta com 4 faixas de pista, duas em cada sentido, largura total de 20m, incluindo um canteiro central e dois canteiros laterais. 
Para iniciar a obra, os engenheiros precisavam conhecer e analisar o campo juntamente com a equipe topográfica, mas o acesso era complicado, só foi possível a cavalo, com isso, levaram-se dias para chegar ao fundo do precipício e conferir qual seria o melhor eixo do cruzamento da ponte. Feito isso, começou a fase de projeto, os engenheiros analisaram as potenciais cargas (caminhões, terremotos, força dos ventos, etc.), foram feitos vários projetos, varias revisões de material, tamanho de pilar, tamanho de travas, número de tirantes e inclinação que a ponte precisa ter para suportar as cargas.
Outro grande desafio foi fazer chegar o maquinário (caminhão, trator, escavadeira, carro pipa, grua), as partes da ponte que chegavam a pesar 120 toneladas e, também, os trabalhadores ao local de execução da ponte, devido a geografia do local ser bastante irregular. As dosadoras de concreto também foram instaladas próximo ao local para evitar que viagens longa do concreto.
Além da construção da ponte, houve uma obra a parte, que foi o traçado de rotas para chegar ao local da ponte, um total de 23 km de estrada. Levou-se meses para terminar esse percurso e chegar até a zona da obra. Ao total levou-se 1 ano para terminar esse trajeto e movimentou cerca de 1milhão de m3 de escavações provenientes das rochas que foram explodidas.
Os topógrafos marcavam os pontos com bandeirolas para guiar os voos e fazer aerofotogrametria, que permitia confirmar a rota ideal de acesso e localizar os desvios para cada um dos pontos de apoio que a ponte terá. O desafio era encontrar a rota mais fácil e segura para o trabalho. A frente de trabalho trabalhava de forma efetiva e rápida pois com o desmatamento da cerra, torna-se provável desmoronamento e deslizamentos, assim, os trabalhadores corriam para terminar as partes mais críticas antes do período de chuva.
Para construção das colunas foi reunido explosivos no ponto mais alto do precipício, com uma equipe enxuta de explosão formada por 15 pessoas. A preparação consistia em colocar os explosivos em pequenos buracos, a dinamite era ligada a um detonador que estava a centenas de metros. Durante cada semana se realizava novas explosões nas cavidades onde foi cimentada os pilares, sendo a maior detonação de 5 toneladas de explosivos.
O maior pilar foi construído por último para não afetar a estrutura. Para a detonação no lugar desse pilar, houve acompanhamento de sismólogos para medir as vibrações e não danificar os pilares que já foram concretados, pois cada explosão gerava uma propagação de ondas parecidas com terremoto.
A segurança do trabalho nessa obra trabalhava minuciosamente, pois o maior perigo nessa obra eram os ventos que chegavam a 80km/h, e se os trabalhadores não tivessem bem presos e posicionados eles poderiam ser empurrados para um precipício. Além disso, uma das provas mais árduas foi colocar o eixo central da ponte e os 152 tirantes que iria sustentá-la nas alturas, pois essa etapa foi executada durante a época de grandes chuvas e tempestades. O México possui um elevado número de mortes por raios, e o local onde a ponte foi sendo construída é uma região de grande atividade elétrica, por isso, os engenheiros estabeleceram um complexo serviço de para raios no local para evitar acidentes. O trabalho foi finalizado sem nenhum acidente.
A superestrutura é formada por segmentos metálicos horizontais, que no documentário é chamado de dovelas. Cada dovela é praticamente 12 m de ponte construída, a produção dela é feita numa fábrica com controles bem rigorosos, pois as peças eram muita grandes e pesadas , além da geometria difícil, por isso um controle rigoroso para que quando a peça chegue na obra se encaixem com tolerância máxima de 1,5mm. As soldagens das peças eram realizadas com ultrassom de modo que era possível detectar continuidades existentes no interior da peça, dando a certeza que 100% da descontinuidade sejam removidas.
As equipes das duas margens colocam primeiro as dovelas de concreto nos acessos da ponte e depois as dovelas de aço estrutural para vencer o precipício. Em conjunto as dovelas metálicas pesam 4500 toneladas. Para colocar uma dovela que pesa cerca de 120 toneladas no lugar levava mais ou menos 2 dias. Essa atividade dependia da velocidade dos ventos que eram monitorados constantemente, se o vento alcançasse 40km/h, a atividade era considerada arriscada. 
Havia vários problemas a se vencer, as vezes a dovela não podia ser girada e aí era necessário voltá-la para a margem da ponte, as vezes conseguia baixar para o lugar dela, mas as conexões não se encaixavam perfeitamente. 
Depois de posta no lugar, os tirantes são guiados ate o pilar e esticados para ter o controle geométrico mais preciso. Os tirantes são formados por cabos trançados que suportam peso médio de 300 toneladas. Era utilizado macacos hidráulicos que permitia controlar a inclinação da ponte. 
Os 152 tirantes transformam a ponte Baluarte com mais tirantes da américa latina, ao finalizar a obra esses tirantes deviam ser tracionados periodicamente devidos as cargas e as forças que agem sobre a ponte. Toda semana eram colocadas novas dovelas o que perdurou por 6 meses.
Próximo ao final da construção da ponte, houve uma movimentação importante, o vento alcançou uma velocidade de 60km/h o que fez a estrutura vibrar e os trabalhadores se retiraram da obra. Especialistas chegaram até o local para análise para comparar a realidade com os resultados dos testes que foram feitas em túneis de vento. Desta forma, foi constatada que a flexibilidade da ponte era muito boa e que ela estava preparada para fenômenos muito mais violentos. Mas também foram instalados estabilizadores aéreos ao longo do trecho da ponte que permite cortar as rajadas de vento.
A ponte tem vários ponto de segurança rigoroso, a ponte foi projetada com vida útil de não menos de 100 anos e se nesses 100 anos forem apresentados qualquer fatos com ventos extraordinários ela irá se comportar bem já que no laboratório (túnel de vento) ela foi submetida a condições muito mais extremas e se comportou bem
Na última manobra da obra, a união das duas partes da ponte foi feita através da última dovela, foi preciso realizar uma operação grande, pois a dovela precisava ser acomodada por uma viga lançadora pelos dois lados. E assim a ponte Baluarte foi finalizada depois de 4 anos e meio, sendo a ponte estaiada mais alta do mundo. 
Ainda assim, após finalizada foram feitas as provas de carga e se instaram sensores em pontos chaves das estrutura para medir o vento, os sismos, a inclinação da ponte e a tensão dos tirantes, dessa forma a saúde da ponte poderá ser vigiada em laboratórios sempre.

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