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África do Sul: História, Geografia e Economia

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Conheça os países do continente africano
África do Sul
Cidade do Cabo
Governo
República Parlamentarista Unitária de Partido Dominante
Presidente:Cyril Ramaphosa
Vice-presidente:David Mabuza
Presidente do Conselho Nacional de Províncias:M.J. Mahlangu
Presidente da Assembléia Nacional:Max Sisulu
Presidente do Tribunal Constitucional:Mogoeng Mogoeng
Independência
Independência do Reino Unido:
União Sul-Africana:31 de maio de 1910
Estatuto de Westminster:11 de dezembro de 1931
República:31 de maio de 1961
Área Territorial
A África do Sul tem cerca de 1.221.037 KM2.Faz fronteira com 6 países:Namíbia,Botsuana,Zimbábue,Moçambique,Suazilândia e Lesoto.
População
A África do Sul tem cerca de 57.725.600 milhões de habitantes.No censo do ano de 2011,a África do Sul tinha 51.770.560 milhões de habitantes.
Tem uma densidade demográfica de 42,4 habitantes por KM2.
Economia
PIB:Estimativa de 794,7 bilhões de dólares
PIB Per Capita:13.840 dólares(o equivalente a 58.266,40 reais)
Sua moeda é o Rand Sul-Africano,que vale cerca de 0,29 centavos do real Brasileiro.
O salário mínimo Sul-Africano é de 1.500 randes(o equivalente a 435 reais)
Pré-História
A África do Sul contém alguns dos mais antigos sítios arqueológicos e fósseis humanos do mundo.[19][20][21] Vários restos de fósseis foram recuperados a partir de uma série de cavernas na província de Gauteng. A área é um Patrimônio Mundial pela UNESCO e foi denominada o Berço da Humanidade. Os locais incluem Sterkfontein, que é um dos mais ricos territórios de fósseis hominídeos no mundo. Outros locais incluem Swartkrans, Caverna de Gondolin, Kromdraai, Caverna Coopers e Malapa. O primeiro fóssil de hominídeo descoberto na África, a Criança de Taung, foi encontrado perto da cidade de Taung, na província Noroeste, em 1924. Outros restos de hominídeos foram recuperados a partir de sítios de Makapansgat em Limpopo, Cornelia e Florisbad no Estado Livre, Caverna Border em KwaZulu-Natal, na embocadura do rio Klasies em Eastern Cape e Pinnacle Point, Elandsfontein e na Caverna Die Kelders em Western Cape. Esses sítios indicam que várias espécies de hominídeos viviam na África do Sul há cerca de três milhões de anos, entre eles o Australopithecus africanus.
Colonização Européia
Em 1652, um século e meio após a descoberta da Rota Marítima do Cabo, a Companhia Holandesa das Índias Orientais fundou uma estação de abastecimento que mais tarde viria ser a Cidade do Cabo. A Cidade do Cabo tornou-se uma colônia britânica em 1806.[28] A colonização europeia expandiu-se na década de 1820 com os Bôeres (colonos de origem Holandesa, Flamenga, Francesa e Alemã) enquanto os colonos Britânicos se assentaram no norte e no leste do país. Nesse período, conflitos surgiram entre os grupos Xhosa, Zulu e Afrikaners que competiam por território.[29]
Durante a década de 1830, cerca de doze mil bôeres (mais tarde conhecido como Voortrekkers) partiram da Colônia do Cabo, onde tinham sidos submetidos ao controle britânico. Eles migraram para as regiões que mais tarde se tornariam Natal, Estado Livre de Orange e Transvaal.[30] Os bôeres fundaram a República Sul-Africana (atual Gauteng, Limpopo, Mpumalanga e províncias do oeste e do norte) e o Estado Livre de Orange (Free State).[31]
A descoberta de diamantes, em 1867, e de ouro, em 1884, no interior do país, iniciou a "Revolução Mineral" e o aumento do crescimento econômico e da imigração. Isto intensificou a subjugação dos povos indígenas pelos sul-africanos europeus. A luta para controlar esses importantes recursos econômicos foi um fator decisivo nas relações entre os europeus e os nativos e também entre os bôeres e os britânicos.[32]
Apartheid e indepêndencia
Em 1931, a União tornou-se efetivamente independente do Reino Unido, com a promulgação do Estatuto de Westminster. Em 1934, o Partido Sul-Africano e o Partido Nacional se fundem para formar o Partido Unido, buscando a reconciliação entre os africânderes e os brancos anglófonos. Em 1939, o partido se divide sobre a entrada da União na Segunda Guerra Mundial como uma aliada do Reino Unido, uma decisão que os seguidores do Partido Nacional se opuseram.[38]
Em 1948, o Partido Nacional foi eleito e chegou ao poder. Esse grupo político reforçou a segregação racial, que já tinha começado sob o domínio colonial holandês e britânico. O Governo Nacionalista classificou todos os povos em três raças, com direitos e limitações desenvolvidas para cada uma. A minoria branca controlava a muito maior maioria negra. A segregação legalmente institucionalizada ficou conhecida como apartheid. Enquanto a minoria branca sul-africana usufruía do mais alto padrão de vida de toda a África (comparável aos de nações de países desenvolvidos ocidentais), a maioria negra ficou em desvantagem em quase todos os aspectos, como renda, educação, habitação e expectativa de vida. A Carta da Liberdade, adotada em 1955 pela Aliança do Congresso, exigiu uma sociedade não racial e o fim da discriminação.[39]
A África do Sul abandonou a Commonwealth em 1961, na sequência de um referendo (onde, obviamente, só pôde participar a comunidade branca) que ditou a proclamação da república. Apesar da oposição dentro e fora do país, o governo manteve o regime do apartheid. No início do século XX alguns países e instituições ocidentais começaram a boicotar os negócios com o país por causa das suas políticas de opressão racial e de direitos civis. Após anos de protestos internos, ativismo e revolta de sul-africanos negros e de seus aliados, finalmente, em 1990, o governo sul-africano iniciou negociações que levaram ao desmantelamento das leis de discriminação e às eleições democráticas de 1994. O país então aderiu à Comunidade das Nações.[38]
Apartheid e Independência
Em 1983, é adotada uma nova constituição que garante uma política de direitos limitados às minorias asiáticas, mas continua a excluir os negros do exercício dos direitos políticos e civis. A maioria negra, portanto, não tinha direito de voto nem representação parlamentar. O partido branco dominante, durante a era do apartheid, é o Partido Nacional, enquanto a principal organização política negra era o Congresso Nacional Africano (ANC), que durante quase cinquenta anos foi considerado ilegal
Era Pós-Apartheid
Mais tarde, em 1990, sob a liderança do presidente F. W. de Klerk, o governo sul-africano começa a desmantelar o sistema do apartheid, libertando Nelson Mandela, líder do ANC, e aceitando legalizar esta organização, bem como outras antiapartheid. Os passos seguintes no sentido da união nacional são dados em 1991. A abertura das negociações entre os representantes de todas as comunidades, com o objetivo de elaborar uma Constituição democrática, marca o fim de uma época perturbada na África do Sul que iniciou-se em 1948 e teve seu fim em 1990, 42 anos, época esta chamada de Apartheid, que numa tradução para o português seria "segregação racial".[38]
No dia 10 de abril de 1993, um dos principais líderes do movimento negro da África do Sul, Chris Hani, morreu vítima de dois tiros, diante da própria residência. O que seus assassinos não previram é que essa morte acabaria por acelerar o fim do apartheid. No mesmo ano, o governo e a oposição negra acordam nos mecanismos que garantam a transição para um sistema político não discriminatório. É criado um comitê executivo intermediário, com maioria negra, para supervisionar as primeiras eleições multipartidárias e multirraciais, e é criado, também, um organismo que fica encarregado de elaborar uma Constituição que garanta o fim do Apartheid. Em abril de 1994 são realizadas as primeiras eleições multirraciais da história sul-africana. O ANC ganha as eleições e Nelson Mandela, formando um Governo de unidade nacional, torna-se o primeiro presidente sul-africano negro.
Era Pós-Apartheid
No período pós-apartheid, o desemprego tem sido extremamente alto quanto o país tem lutado para lidar com as muitas mudanças. Enquanto muitos negros subiram para as classes média e alta, a taxa global
de desemprego de negros piorou entre 1994 e 2003.[41] A pobreza entre os brancos, antes rara, aumentou.[42] Além disso, o atual governo tem se esforçado para alcançar uma disciplina monetária e fiscal para garantir tanto a redistribuição da riqueza quanto o crescimento econômico. Desde o governo liderado pelo ANC ter assumido o poder, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país diminuiu, apesar de ter aumentado progressivamente até meados da década de 1990. Alguns atribuem isto à pandemia de HIV/AIDS e ao fracasso do governo em tomar medidas para enfrentar o problema nos primeiros anos.[43]
Em maio de 2008, motins deixaram mais de sessenta pessoas mortas.[44] O Centro pelo Direito à Moradia contra Despejos estimou que mais de cem mil pessoas foram expulsas de suas casas.[45] Os migrantes e refugiados que procuram asilo no país eram os principais alvos, mas um terço das vítimas era de cidadãos sul-africanos.[44] Em uma pesquisa de 2006, o Projeto de Migração Sul-Africano concluiu que os sul-africanos são os que mais se opõem à imigração em todo o mundo.[46] Em 2008, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados estimou mais de duzentos mil refugiados que receberam asilo na África do Sul, quase quatro vezes mais do que no ano anterior. Essas pessoas vieram principalmente do Zimbábue, embora muitos também venham do Burundi, República Democrática do Congo, Ruanda, Eritreia, Etiópia e Somália. A concorrência em empregos, oportunidades de negócios, serviços públicos e habitação levou a uma tensão entre refugiados e as comunidades que os acolheram. Apesar da xenofobia ainda é um problema no país, a violência recente não tem sido tão generalizada como foi inicialmente temido.
Geografia
A África do Sul está localizada no extremo sul do continente africano, com uma região costeira que se estende por mais de 2500 km, sendo também banhada por dois oceanos (Atlântico e Índico). Com uma extensão territorial de 1 219 912 km², o país é o 25.º maior do mundo em área.[48]
A África do Sul tem uma paisagem variada. Na parte ocidental, estende-se um grande planalto composto em parte por deserto e em parte por pastagens e savanas, cortado pelo curso do rio Orange e do seu principal afluente, o Vaal. A sul, erguem-se as cordilheiras do Karoo e, a leste, o Drakensberg, a maior cadeia montanhosa da África meridional, onde situa-se o ponto mais elevado do país no Mafadi com 3450 metros, na fronteira África do Sul-Lesoto. A norte, o curso do rio Limpopo serve de fronteira com o Botsuana e o Zimbabué. O clima varia entre uma pequena zona de clima mediterrânico, no extremo sul, na região do Cabo, a desértico a noroeste. No Drakensberg há áreas com clima de montanha e neve nos pontos mais elevados, comumente no inverno.[48]
Em 1998, através da Lei n.º 118, foi criado o Conselho Sul-africano de Nomes Geográficos, com o objetivo de propor a mudança dos nomes de cidades, províncias e acidentes geográficos, substituindo nomes em Inglês e em Africâner por nomes baseados em línguas africanas. Muitas alterações já foram aprovadas, outras estão em estudo. Em breve, as grandes cidades do país poderão ser conhecidas como Tshwane (Pretória), Nelson Mandela Bay (Port Elizabeth),[49][50] KwaKhangela (Durban),[51] Mangaung (Bloemfontein),[52] eMonti (East London), Mbombela (Nelspruit)[53] e Polokwane (Pietersburg), dentre outras.[48]
Clima
A África do Sul tem, em geral, um clima temperado, em parte por estar rodeada pelos oceanos Atlântico e Índico em três lados, pela sua localização climática mais leve no hemisfério sul e devido à altitude média, que sobe de forma constante em direção ao norte (em direção ao equador) e mais para o interior. Devido a esta topografia variada e pela influência oceânica, o país tem uma grande variedade de zonas climáticas.[48]
As zonas climáticas variam desde o deserto do Namibe, no noroeste, ao clima subtropical, no leste, ao longo da fronteira com Moçambique e com o Oceano Índico. Do leste, a terra sobe rapidamente sobre uma escarpa de montanha em direção ao planalto interior conhecida como Highveld. Embora a África do Sul seja classificada como semiárida, há uma variação considerável no clima, bem como na topografia.[48]
Imagens
Imagens
Imagens(mais alta cordilheira da África do Sul)
Imagens
Imagem da Savana Sul-Africana 
Biodiversidade
A África do Sul assinou a Convenção sobre Diversidade Biológica em 4 de junho de 1994 e tornou-se uma parte da convenção em 2 de novembro de 1995.[55] O país produziu posteriormente uma Estratégia Nacional de Biodiversidade e um Plano de Ação, que foi recebido pela convenção em 7 de junho 2006.[56] O país está em sexto lugar entre os dezessete países megadiversos do mundo.[57]
Inúmeros mamíferos são encontrados na região das savanas, como leões, leopardos, rinocerontes-brancos, gnus-azuis, cudos, impalas, hienas, hipopótamos e girafas. A maior parte da área de savana localiza-se no nordeste do país, como no Parque Nacional Kruger e na Reserva Mala Mala, bem como no extremo norte da Biosfera Waterberg. A África do Sul abriga muitas espécies endêmicas, como o criticamente ameaçado coelho-bosquímano (Bunolagus monticularis), do Karoo.[56]
Não há nenhuma estimativa recente sobre o número de espécies de fungos registradas na África do Sul. Até 1945, mais de 4.900 espécies de fungos (incluindo as espécies formadoras de líquen) tinham sido registradas[58] e, após mais de sessenta anos de exploração adicional, esse número tende a ser muito mais elevado. Em 2006, o número total de tipos de fungos que existem na África do Sul foi conservadoramente estimado em cerca de duzentas mil espécies, mas essa estimativa não levou em conta fungos associados a insetos.[59] Se estiver correta, então o número de fungos da África do Sul supera o de espécies de plantas. Pelo menos em alguns dos principais ecossistemas sul-africanos, um percentual extremamente elevado de fungos são altamente específicos das plantas nas quais ocorrem.[60] O número de fungos sul-africanos que são endêmicos e o número dos que estão em perigo devem, portanto, ser muito mais elevado que o número de plantas ameaçadas. A estratégia de biodiversidade do país e o plano de ação não mencionam os fungos.
Demografia
África do Sul é uma nação de cerca de 57 milhões de pessoas de diversas origens, culturas, línguas e religiões. O último censo foi realizado em 2011 e o próximo será em 2021. O Statistics South Africa classifica a população em cinco categorias raciais pelas quais as pessoas podem se classificar.[62] No meio do ano 2009 os valores estimados para essas categorias foram negros com 79,3%, brancos com 9,1%, coloured (mestiços) com 9,0% e indianos e asiáticos com 2,6% da população.[63] A África do Sul tem onze línguas oficiais.[64]
Mesmo com o crescimento populacional da África do Sul na última década[62][65] (principalmente devido à imigração), o país tinha uma taxa de crescimento populacional anual de -0,501% em 2008 (est. CIA), incluindo a imigração. A CIA estima que a população em 2009 na África do Sul tenha começado a crescer novamente, a uma taxa de 0,281%.[66] A África do Sul é o lar de cerca de cinco milhões de imigrantes ilegais, incluindo cerca de três milhões de zimbabuanos.[67][68] Uma série de motins anti-imigrantes ocorreram na África do Sul em 11 de maio de 2008.[69][70]
África do Sul abriga uma considerável população de refugiados e requerentes de asilo. Segundo a World Refugee Survey 2008, publicado pelo Comitê estadunidense para Refugiados e Imigrantes, esta população era de aproximadamente 144.700 pessoas em 2007.[71] Grupos de refugiados e requerentes de asilo que somam mais de dez mil pessoas incluídas do Zimbábue (48.400), República Democrática do Congo (24.800) e Somália (12.900).[71] Estas populações viviam principalmente em Joanesburgo, Pretória, Durban, Cidade do Cabo e Port Elizabeth.[
Maiores Cidades
Cidade			População
1-Joanesburgo		4.434.827
2-Cidade do Cabo	3.740.026
3-Durban			3.442.361
4-Germinston		3.178.470
5-Pretória			2.921.488
6-Port Elizabeth	1.151.115
7-East London		755.200
8-Bloemfontein	747.431
Composição Étnica
O Statistics South Africa define cinco categorias raciais pelas quais as pessoas podem se classificar no censo. As estimativas do censo de 2011 para estas categorias foi negros africanos com 79,2%, brancos com 8,9%, coloured (mestiço) com 8,9%, indiano ou asiático com 2,5% e outros/não especificado com 0,5%. O primeiro censo na África do Sul, feito em 1911, mostrou que os brancos representavam 22% da população; esse número caiu para 16% da população em 1980.[76]
De longe, a maior parte da própria população é classificada como "africana" ou "negra", mas esse grupo populacional não é culturalmente e/ou linguisticamente homogêneo. Os principais grupos étnicos negros incluem os zulus, xhosas, basothos (basotho do sul), bapedi (basotho do norte), vendas, tswanas, tsongas, suázis e ndebeles, os quais falam as línguas bantu. A população coloured (multirraciais) está concentrada principalmente na região do Cabo e vem de uma combinação de origens étnicas, como os brancos, khois, sans, griquas, chineses e malaios
Composição Étnica
Os sul-africanos brancos são principalmente descendentes de holandeses, alemães, franceses huguenotes, britânicos e outros colonos europeus e judeus.[77][78] A ancestralidade não europeia, principalmente africana e asiática, encontra-se presente nos descendentes dos colonos holandeses, conforme estudo de 2007: o percentual médio de ancestralidade não europeia encontrado foi de 6%.[79] Cultural e linguisticamente, eles são divididos em africânderes, que falam africâner, e os grupos de brancos anglófonos. A população branca tem diminuído, devido à baixa taxa de natalidade e à emigração; entre os fatores que influem na decisão dessa população de emigrar, muitos citam a elevada taxa de criminalidade e as políticas de ação afirmativa do governo.
Religião
De acordo com o censo nacional de 2001, os cristãos representavam 79,7% da população do país. Isso inclui cristãos zion (11,1%), pentecostais (carismáticos) (8,2%), católicos romanos (7,1%), metodistas (6,8%), holandeses reformados (6,7%), anglicanos (3,8%); membros de outras igrejas cristãs representavam outros 36% da população. Os muçulmanos representam 1,5% da população, hindus cerca de 1,3%, e judeus 0,2%. 15,1% não tinha qualquer filiação religiosa, 2,3% tinha outra religião e 1,4% não estavam especificados.[90][91][92]
Igrejas Indígenas Africanas eram os maiores entre os grupos cristãos. Acredita-se que muitas das pessoas que alegaram ter nenhuma afiliação com qualquer religião organizada, respeitam as religiões tradicionais indígenas. Muitos povos têm práticas religiosas sincréticas, combinando influências cristãs e indígenas.[93]
Não há nenhuma evidência de que o islã tenha tido contato com os povos zulu, swazi ou xhosa da costa leste, antes da era colonial. Muitos sul-africanos muçulmanos são descritos como mestiços, nomeadamente na província de Cabo Ocidental, especialmente aqueles cujos ancestrais vieram como escravos do arquipélago indonésio (os malaios do Cabo). Outros são descritos como indianos, nomeadamente em KwaZulu-Natal, incluindo aqueles cujos antepassados vieram como comerciantes do sul da Ásia; eles têm sido acompanhados por outros povos de outras partes da África, assim como brancos ou negros naturalizados sul-africanos. Sul-africanos muçulmanos afirmam que sua fé é a religião que mais cresce em conversão no país.[94]
Religião(porcentagem)
1-Protestantismo 73,5%
2-Sem Religião 14,9%
3-Catolicismo 7,4%
4-Islamismo 1,7%
5-Hinduísmo 1,1%
Idiomas
A África do Sul tem onze línguas oficiais: africâner, inglês, ndebele, sesotho do norte, sesotho do sul, swazi, tswana, tsonga, venda, xhosa e zulu. Em número de línguas oficias, o país é o terceiro, apenas atrás da Bolívia e da Índia. Apesar de todas as línguas serem formalmente iguais, algumas línguas são faladas mais do que outras. De acordo com o Censo Nacional de 2001, as três línguas mais faladas em casa são o zulu (23,8%), o xhosa (17,6%) e o africâner (13,3%). Não obstante o fato de que o inglês é reconhecida como a língua do comércio e da ciência, sendo falada em casa por apenas 8,2% dos sul-africanos em 2001, uma percentagem ainda menor do que em 1996 (8,6%).[62][64]
O país também reconhece oito outros idiomas não oficiais: fanagalo, khwe, lobedu, nama, ndebele do norte, phuthi, san e a língua gestual sul-africana. Estas línguas não oficiais podem ser usadas em utilizações oficiais em áreas limitadas, onde foi determinado que essas línguas são predominantes. No entanto, suas populações não são significadamente grandes para exigirem o reconhecimento nacional.[64]
Muitas das línguas "não oficiais" dos povos san e khoikhoi possuem dialetos regionais que se estendem em direção ao norte da Namíbia e de Botswana, além de outros lugares. Esses povos, que são uma população fisicamente distinta de outros africanos, tem sua própria identidade cultural com base em suas sociedades de caçadores-coletores. Eles têm sido marginalizados, em grande medida, e muitas das suas línguas estão em perigo de extinção.
Problemas Socio-Econômicos
Segundo uma pesquisa para o período 1998-2000 elaborada pela Organização das Nações Unidas, a África do Sul foi classificada em segundo lugar em assassinatos e em primeiro para assaltos e estupros per capita.[95] As estatísticas oficiais mostram que 52 pessoas são assassinadas todos os dias na África do Sul.[96] O número relatado de estupros por ano é de 55 000[97] e estima-se que quinhentos mil estupros são cometidos anualmente no país.[98] O total de crimes per capita é o 10º entre os sessenta países no conjunto de dados.
O estupro é um problema comum na África do Sul. Em uma pesquisa de 2009, um em cada quatro homens sul-africanos admitiram ter estuprado alguém.[99] Uma em cada três das quatro mil mulheres inquiridas pela Comunidade da Informação, Capacitação e Transparência disse que tinha sido violada no ano passado.[100] A África do Sul tem uma das maiores incidências de estupros de crianças e bebês no mundo.[101] Em um levantamento realizado entre 1500 crianças escolares no township de Soweto, um quarto de todos os meninos entrevistados disseram que "jackrolling", um termo para estupro em grupo, era algo divertido.[100]
A classe média do país busca segurança em condomínios fechados. Muitos emigrantes da África do Sul também afirmam que o crime foi um grande motivador para eles saírem do país. O crime contra a comunidade agrícola continua a ser um grande problema.[102] Outro problema enfrentado pelo país é a forte desigualdade social e econômica; as cidades sul-africanas Buffalo City, Johannesburgo e Ekurhuleni foram apontadas como as mais desiguais do mundo, segundo relatório da ONU divulgado em 2010.[103]
Forças Armadas
A Força Nacional de Defesa da África do Sul (SANDF) foi criada em 1994,[116][117] como uma força voluntária composta pela antiga South African Defence Force, as forças dos grupos nacionalistas africanos (Umkhonto we Sizwe e Exército de Libertação do Povo Azanian), e as forças de defesa antigo Bantustão.[116] O SANDF é subdividido em quatro ramos, o exército, a força aérea, a marinha e o Serviço Médico Sul-Africano.[118] Nos últimos anos, a SANDF se tornou uma grande força de paz no continente africano,[119] e esteve envolvido em operações no Lesoto, na República Democrática do Congo,[119] no Burundi,[119] entre outros. Tem também participado como parte das forças de paz multinacional da ONU.[119]
A África do Sul é o único país africano que conseguiu desenvolver com sucesso armas nucleares. E tornou-se o primeiro país com poder nuclear (seguido pela Ucrânia), a desmontar e renunciar voluntariamente ao seu programa no processo de assinatura do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), em 1991.[120] O país desenvolveu um programa de armas nucleares na década de 1970.[120]
De acordo com o ex-presidente sul-africano F. W. de Klerk, a decisão de construir uma "dissuasão nuclear" foi tomada "já em 1974 em um contexto de uma ameaça expansionista soviética".[121] A África do Sul pode ter realizado um teste nuclear sobre o Atlântico em 1979,[122] apesar de Klerk afirmar que o país "nunca havia realizado um teste nuclear clandestino".[121] Seis dispositivos nucleares foram concluídos entre 1980 e 1990, mas todos foram destruídos antes da África do Sul assinar o TNP em 1991
Economia
Pela classificação da ONU a África do Sul é um país de renda média, com uma oferta abundante de recursos, com bem desenvolvidos setores financeiro, jurídico, de comunicações, energia e transportes, uma bolsa de valores que está entre as vinte melhores do mundo, e uma moderna infra-estrutura de apoio a uma distribuição eficiente das mercadorias a grandes centros urbanos em toda a região. A África do Sul ocupa 32ª posição no mundo em termos de PIB (PPC), de acordo com dados de 2009. A sua integração na economia é muito forte e constitui uma base essencial para o seu desenvolvimento.[129]
O desenvolvimento avançado do país está no entanto concentrado em torno de quatro áreas metropolitanas: Cidade do Cabo, Port Elizabeth, Durban e Pretória/Johannesburg. Fora destes quatro centros econômicos, o desenvolvimento é limitado e a pobreza ainda é prevalente, apesar dos esforços do governo. Por conseguinte, a grande maioria de sul-africanos são pobres. No entanto, as principais zonas marginais têm experimentado um crescimento rápido nos últimos tempos. Essas áreas incluem Mossel Bay para Plettenberg Bay; área de Rustenburg, área de Nelspruit, Bloemfontein, Cape West Coast e o Litoral Norte de KwaZulu-Natal. O desemprego é extremamente elevado e a desigualdade de renda é aproximadamente igual à do Brasil – residindo uma das razões mais salientes no facto de boa parte das empresas importantes serem capital-intensivas, não trabalho intensivas. Durante o período de 1995–2003, o número de empregos formais diminuiu e o emprego informal aumentou, o desemprego global se agravou.[41]
O rendimento médio domiciliar sul-africano diminuiu consideravelmente entre 1995 e 2000. Quanto à desigualdade racial, o Statistics South Africa informou que, em 1995, o agregado familiar médio branco ganhou quatro vezes mais do que uma família média negra. Em 2000, a família média branca ganhou seis vezes mais do que o agregado familiar médio negro. As políticas de ação afirmativa para a igualdade racial têm estimulado um aumento na riqueza econômica dos negros e o nascimento de uma emergente classe média negra.[130][131] Outros problemas são a criminalidade, a corrupção e a epidemia de HIV/AIDS. A África do Sul sofre com carga relativamente pesada regulação global, comparada aos países desenvolvidos. A propriedade e a interferência estatal impõe barreiras à entrada em muitas áreas.[132] Regulamentações trabalhistas restritivas têm contribuído para o mal-estar do desempregado.[41]
Turismo
A África do Sul é um destino turístico popular, com cerca de 860 mil visitantes mensais (março de 2008), dos quais cerca de 210 mil são de fora do continente Africano. Em 2013, a África do Sul recebeu catorze milhões visitantes internacionais.[137] O turismo representa entre 1% e 3% do PIB[138] sul-africano suporta mais de 10% dos postos de trabalho no país, de acordo com o World Travel & Tourism Council.[139]
A perda de florestas significa uma perda de habitat para a vida selvagem também. Cerca de 90% da vida selvagem na África do Sul pode ser encontrada atualmente apenas em parques e reservas nacionais, que podem ser visitadas durante safaris. Entre os animais encontrados, estão mamíferos, répteis, anfíbios e aves. Em contrapartida, apenas 34% da vida vegetal no país está localizado em áreas protegidas.[140]
Uma das vertentes turísticas mais importantes no país é o ecoturismo, cujo objetivo é o beneficiar o país sem afetar o meio ambiente da nação, promovendo e apoiando a sua biodiversidade. Em vez de atrair estrangeiros que entram uma nação africana para caçar, a ideia é promover um safaris "fotográficos", para uma clientela com maior consciência ecológica. O ecoturismo pode ajudar a conservar a biodiversidade e aliviar a pobreza na África do Sul através da criação de empregos locais.
Infraestrutura
Vários desenvolvimentos científicos e tecnológicos importantes originaram-se na África do Sul. O primeiro transplante de coração humano foi realizado pelo cirurgião cardíaco Christiaan Barnard no Hospital Groote Schuur em dezembro de 1967; Max Theiler desenvolveu uma vacina contra a febre amarela; Allan McLeod Cormack pioneira da tomografia computadorizada por raios-x e Aaron Klug que desenvolveu técnicas cristalográficas de microscopia eletrônica. Com exceção de Barnard, todos os avanços citados foram reconhecidos com Prêmios Nobel. Sydney Brenner ganhou mais recentemente, em 2002, por seu trabalho pioneiro em biologia molecular.[142]
Mark Shuttleworth fundou uma das primeiras empresas de segurança na internet, a Thawte, que foi posteriormente comprada pela líder mundial VeriSign. Apesar dos esforços do governo para incentivar o empreendedorismo em biotecnologia, outros campos de alta tecnologia e TI, não há outras empresas inovadoras notáveis fundadas na África do Sul. É um objetivo expresso do governo a transição da economia sul-africana para torná-la mais dependente da alta tecnologia, com base na constatação de que a África do Sul não pode competir com as economias do Extremo Oriente na manufatura, nem pode usufruir de sua riqueza mineral perpetuamente.[143]
A África do Sul cultivou uma comunidade astronômica em expansão. O país abriga o Grande Telescópio Sul-Africano, o maior telescópio óptico no hemisfério sul. A África do Sul está construindo atualmente a Telescópio de Array Karoo como parte do projeto de 1,5 bilhão de euros Square Kilometre Array.[144] Em 25 de maio de 2012, foi anunciado que as sedes do Telescópio Square Kilometer Array serão divididas entre locais na África do Sul e na Austrália/Nova Zelândia.[14
Educação
A educação na África do Sul é a segunda melhor do continente africano, perdendo apenas para Cabo Verde. Na época do apartheid, os estudantes de todos os grupos étnicos da África do Sul iam com frequência a escolas próprias para cada etnia. Fora isso, os menores caucasianos de dezoito anos que falavam inglês e africânder, apesar de serem obrigados a estudar as duas línguas, iam com frequência a instituições de ensino adequadas a cada etnia. Considerando cada menor de dezesseis anos, o governo pagava muito mais caro com a educação dos caucasianos do que a dos não caucasianos.[146]
Entre os sete e os dezesseis anos, o ensino era obrigatório para os menores caucasianos de dezoito anos. Cerca de 90% deles iam diariamente a escolas da rede pública de ensino. O resto ia para escolas da rede particular controladas pelo Estado. Mais de 55% terminavam o ensino médio.[146]
Os menores mestiços ou asiáticos de dezeito anos eram obrigados a se dirigirem à escola, entre os sete aos catorze anos, desde que habitassem áreas que dispusessem desta facilidade. Em diversas dessas regiões não existiam escolas e salas de aula para os mestiços e os asiáticos. Aproximadamente 99% desses menores de dezoito anos ia para educandários religiosos controlados pelo Estado. Mais de 10% dos menores mestiços de dezoito anos e 25% dos indianos alcançavam o ensino médio. Até 1981 a legislação não obrigava que os menores africanos de dezesseis anos fossem com frequência a instituições de ensino. Desde então, os conselhos locais podiam requerer que o governo nacional solicitasse o comparecimento dos menores de sua área, de seis a quinze anos, para instituições de ensino, 20% dos menores africanos iam a instituições de ensino.[146]
Entre as principais universidades da África do Sul estão a Universidade da Cidade do Cabo, a Universidade do Noroeste, Universidade de Fort Hare, a Universidade de Pretória, a Universidade de Stellenbosch e a Universidade
de Witwatersrand.[
Saúde
A expansão da SIDA (síndrome da imunodeficiência adquirida, AIDS no Brasil) é um problema alarmante no país, chegando a atingir 31% das mulheres grávidas em 2005 e uma taxa de infecção nos adultos estimada em 20%.[147] A ligação entre HIV, um vírus transmitido principalmente por contato sexual, e SIDA foi negado há muito tempo pelo presidente Thabo Mbeki e pelo ministro da saúde Manto Tshabalala-Msimang, que insiste que as muitas mortes no país são causadas por má nutrição, e muita pobreza, e não pelo HIV.[148] Em 2007, em resposta a pressões internacionais, o governo fez esforços para combater a SIDA.[149]
A SIDA afeta principalmente aqueles que são sexualmente ativos e é muito mais presente na população negra. A maioria das mortes são de pessoas economicamente ativas, resultando em muitas famílias perdendo sua principal fonte de renda. Isso tem resultado em muitos órfãos pela SIDA que em muitos casos dependem do estado para suporte financeiro e médico.[150] É estimado que há 1,2 milhões de órfãos na África do Sul.[150] Muitas pessoas mais velhas também perdem o apoio dos membros mais jovens da família. Cerca de cinco milhões de pessoas estão infectadas pela doença.[149]
A África do Sul, mesmo com muitos problemas envolvendo a saúde pública, abriga o maior hospital do mundo, o Hospital Chris Hani Baragwanath, com 173 hectares de área, 3 200 camas e 6 760 funcionários. Esse hospital fica na área de Soweto, Joanesburgo
Artes
A arte sul-africana inclui os mais antigos objetos artísticos do mundo, que foram descobertos em uma caverna do país e foram datados em 75 mil anos de idade. As tribos dispersas de povos khoisan que se deslocaram para a África do Sul em torno de 10.000 a.C. tinham sua própria expressão artística, vista hoje em uma infinidade de pinturas rupestres. Eles foram substituídos pelos povos bantu/nguni com suas próprias formas de arte. Novas formas artísticas evoluíram nas vilas e cidades: a arte dinâmica, que usa de tiras de plástico a aros de bicicleta. A arte popular holandesa com influências dos africânderes trekboers e os artistas brancos urbanos seguiram mudando as tradições europeias a partir de 1850 e também contribuíram para essa mistura eclética, que continua a evoluir ainda hoje.[1
Literatura
A literatura sul-africana surge a partir de uma história social e política única. Um dos primeiros romances bem conhecidos escritos por um autor negro em um idioma africano foi Mhudi, de Solomon Tshekisho Plaatje, escrito em 1930.[159] Durante os anos 1950, a revista Drum tornou-se um viveiro de sátiras políticas, ficção e ensaios, dando voz à cultura negra urbana.[160]
Entre os autores sul-africanos brancos mais notáveis estão Alan Paton, que publicou o romance Cry, the Beloved Country em 1948. Nadine Gordimer se tornou a primeira sul-africana a ser agraciada com o Prêmio Nobel de Literatura em 1991. Seu romance mais famoso, July's People, foi lançado em 1981. J. M. Coetzee ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 2003. Na época da atribuição do prêmio, a Academia Sueca afirmou que Coetzee "em inúmeros disfarces retrata o envolvimento surpreendente do estranho".[161]
As peças de Athol Fugard regularmente estrearam nos cinemas fringe da África do Sul, Londres (The Royal Court Theatre) e Nova York. A obra The Story of an African Farm (1883), de Olive Schreiner, foi uma revelação na literatura vitoriana: é anunciado por muitos como a introdução de feminismo na forma de romance.[162]
Culinária
A cultura sul-africana é diversa; alimentos de muitas culturas são apreciados por todos e especialmente comercializados para os turistas que desejam provar a grande variedade da culinária do país. A culinária sul-africana é fortemente baseada na carne grelhada enquanto um evento social tipicamente sul-africano conhecido como um braai (ou churrasco). O país também se tornou um grande produtor de vinhos, sendo que alguns dos seus melhores vinhedos encontram-se em vales em torno de Stellenbosch, Franschhoek, Paarl e Barrydale, no Cabo Ocidental.[163
Música
Existe uma grande diversidade na música da África do Sul. Muitos músicos negros que cantavam em africâner ou inglês durante o apartheid passaram a cantar em línguas africanas tradicionais, e desenvolveram um estilo único chamado kwaito. Digna de nota é Brenda Fassie, que alcançou fama graças à sua canção "Weekend Special", cantada em inglês. Músicos tradicionais famosos são os Ladysmith Black Mambazo, e o Quarteto de Cordas do Soweto executa música clássica com sabor africano. Os cantores sul-africanos brancos e mestiços tendem a evitar temas musicais tradicionais africanos, preferindo estilos mais europeus. Existe um bom mercado para música africâner, que cobre todos os gêneros da música ocidental.[164]
Esportes
Os esportes mais populares da África do Sul são o rugby, o críquete e o hóquei em campo (hóquei de grama, no português brasileiro). Outros esportes com prática significativa são natação, atletismo, golfe, boxe, tênis e netball. Apesar do futebol ser mais praticado entre os jovens (e estar em crescimento no país), outros esportes como o basquete, o surf e o skate estão cada vez mais populares.[165]
Entre os atletas de futebol sul-africanos que jogaram em grandes clubes estrangeiros estão Steven Pienaar, Lucas Radebe, Philemon Masinga, Benni McCarthy, Aaron Mokoena e Delron Buckley. A África do Sul sediou a Copa do Mundo FIFA de 2010 e o presidente da Fifa, Sepp Blatter, premiou o país com uma nota 9 (de uma escala de até 10) por sediar o evento esportivo com êxito.[166]
Entre as personalidades de boxe sul-africanas mais famosas estão Jacob Matlala, Vuyani Bungu, Welcome Ncita, Dingaan Thobela, Gerrie Coetzee e Brian Mitchell. O surfista de Durba, Jordy Smith, ganhou o torneio Billabong J-Bay de 2010, tornando-se o surfista número um do mundo. A África do Sul é a casa de Jody Scheckter, um campeão da Fórmula Um de automobilismo em 1979. Famosos jogadores sul-africanos de críquete incluem Herschelle Gibbs, Graeme Smith, Jacques Kallis, J. P. Duminy.[167
Feriados Nacionais
Feriado					Data
Ano Novo					1/01
Direitos Humanos			21/03
Sexta Feira-Santa			Móvel
Liberdade					27/04
Mulher					9/08
Natal					25/12
Trabalhador				1/05
Angola
Luanda
Governo
República Presidencialista de Partido Dominante Unitário
Presidente:João Lourenço
Vice-presidente:Bornito de Souza
Independência
Independência de Portugal:
Dia 11 de novembro de 1975
Área Territorial
Possui uma área territorial de 1.246.700 KM2.Faz fronteira com 4 países:República do Congo,República Democrática do Congo,Zâmbia e Namíbia.
População
Tem uma população de 29.310.273 milhões de habitantes.Possui uma densidade demográfica de 20,6 habitantes por KM2.
Economia
PIB:175,54 milhões de dólares
PIB Per Capita:6.127 dólares(cerca de 25.733,40 reais)
A moeda oficial é a Kwanza,que vale cerca de 0,09 centavos.
O salário mínimo na Angola é de 16.003 Kwanzas(o equivalente a 1440,27 reais)
História
Os habitantes originais de Angola foram caçadores-colectores coissã, dispersos e pouco numerosos. A expansão dos povos bantos, chegando do norte a partir do segundo milénio, forçou os coissã (quando não eram absorvidos) a recuar para o sul onde grupos residuais existem até hoje, em Angola (ver mapa étnico), na Namíbia e no Botsuana.
Os bantos eram agricultores e caçadores. Sua expansão, a partir da África Centro-Ocidental, se deu em grupos menores, que se relocalizaram de acordo com as circunstâncias político-económicas e ecológicas. Entre os séculos XIV e XVII, uma série de reinos foi estabelecida, sendo o principal o Reino do Congo que abrangeu o Noroeste da Angola de hoje e uma faixa adjacente da hoje República Democrática do Congo, da República do Congo e do Gabão; a sua capital situava-se em M'Banza Congo e o seu apogeu se deu durante os séculos XIII e XIV. Outro reino importante foi o Reino do Ndongo, constituído naquela altura a Sul/Sudeste do Reino do Congo. No Nordeste da Angola actual, mas com o seu centro
no Sul da actual República Democrática do Congo, constituiu-se, sem contacto com os reinos atrás referidos, o Reino da Lunda [nota 1].
Em 1482 chegou na foz do rio Congo uma frota portuguesa, comandada pelo navegador Diogo Cão que de imediato estabeleceu relações com o Reino do Congo. Este foi o primeiro contacto de europeus com habitantes do território hoje abrangido por Angola, contacto este que viria a ser determinante para o futuro deste território e das suas populações.
Independência
Com a independência de Angola começaram dois processos que se condicionaram mutuamente. Por um lado, o MPLA - que em 1977 adoptou o marxismo-leninismo como doutrina - estabeleceu um regime político e económico inspirado pelo modelo então em vigor nos países do "bloco socialista", portanto monopartidário e baseado numa economia estatal, de planificação central. Enquanto a componente política deste regime chegou a funcionar dentro dos moldes postulados, embora com um rigor algo menor do que em certos países "socialistas" da Europa. A componente económica foi fortemente prejudicada pela luta armada e no fundo só se sustentou graças ao petróleo cuja exploração o regime confiou a companhias petrolíferas americanas.
Por outro lado, iniciou-se logo depois da declaração da independência a Guerra Civil Angolana entre os três movimentos, uma vez que a FNLA e, sobretudo, a UNITA não se conformaram nem com a sua derrota militar nem com a sua exclusão do sistema político. Esta guerra durou até 2002 e terminou com a morte, em combate, do líder histórico da UNITA, Jonas Savimbi. Assumindo raramente o carácter de uma guerra "regular", ela consistiu no essencial numa guerra de guerrilha que nos anos 1990 envolveu praticamente o país inteiro [nota 10]. Ela custou milhares de mortos e feridos e destruições de vulto em aldeias, cidades e infraestruturas (estradas, caminhos de ferro, pontes). Uma parte considerável da população rural, especialmente a do Planalto Central e de algumas regiões do Leste, fugiu para as cidades ou para outras regiões, inclusive países vizinhos.
Independência
No fim dos anos 1990, o MPLA decidiu abandonar a doutrina marxista-leninista e mudar o regime para um sistema de democracia multipartidária e uma economia de mercado. UNITA e FNLA aceitaram participar no regime novo e concorreram às primeiras eleições realizadas em Angola, em 1992, das quais o MPLA saiu como vencedor. Não aceitando os resultados destas eleições, a UNITA retomou de imediato a guerra, mas participou ao mesmo tempo no sistema político.
Logo a seguir a morte do seu líder histórico, a UNITA abandonou as armas, sendo os seus militares desmobilizados ou integrados nas Forças Armadas Angolanas. Tal como a FNLA, passou a concentrar-se na participação, como partido, no parlamento e outras instâncias políticas. Na situação de paz, depois de quatro décadas de conflito armado, começou a reconstrução do país e, graças a um notável crescimento da economia, um desenvolvimento globalmente bastante acentuado, mas por enquanto com fortes disparidades regionais e desigualdades sociais. A paz está também a favorecer a consolidação de uma identidade social abrangente, "nacional", que começou a formar-se paulatinamente a partir dos anos 1950.
Politicamente, continua a haver um forte predomínio do MPLA, que obteve claras maiorias parlamentares nas eleições realizadas em 1992, 2008 e 2012, garantindo a permanência nas funções de Presidente do Estado, desde 1979, do presidente do partido, José Eduardo dos Santos. Enquanto a FNLA desapareceu praticamente da cena, a UNITA consolidou, nas eleições de 2012, a sua posição como principal partido de oposição. A nível económico, Angola registou por um lado um forte crescimento, enfrentando, por outro lado, dificuldades que a obrigaram a solicitar o apoio do FMI, não conseguindo travar o surgimento de desigualdades económicas e sociais
Geografia
Angola situa-se na costa atlântica Sul da África Ocidental, entre a Namíbia e a República do Congo. Também faz fronteira com a República Democrática do Congo e a Zâmbia, a oriente. O país está dividido entre uma faixa costeira árida, que se estende desde a Namíbia chegando praticamente até Luanda, um planalto interior húmido, uma savana seca no interior sul e sudeste, e floresta tropical no norte e em Cabinda. O rio Zambeze e vários afluentes do rio Congo têm as suas nascentes em Angola. A faixa costeira é temperada pela corrente fria de Benguela, originando um clima semelhante ao da costa do Peru ou da Baixa Califórnia. Existe uma estação das chuvas curta, que vai de Fevereiro a Abril. Os Verões são quentes e secos, os Invernos são temperados. As terras altas do interior têm um clima suave com uma estação das chuvas de Novembro a Abril, seguida por uma estação seca, mais fria, de Maio a Outubro. As altitudes variam bastante, encontrando-se as zonas mais interiores entre os 1 000 e os 2 000 metros. As regiões do norte e Cabinda têm chuvas ao longo de quase todo o ano. A maioria dos rios de Angola nasce no planalto do Bié, os principais são: o Cuanza, o Cuango, o Cuando, o Cubango e o Cunene.[31]
Pontos extremos
Noroeste: ponto sem nome na fronteira com a República do Congo (a norte da localidade de Caio Bemba, província de Cabinda)
Norte e nordeste (sem contar com Cabinda): ponto na fronteira com a República Democrática do Congo a noroeste da localidade de Luvo, província do Zaire
Este: secção de rio na fronteira com a Zâmbia (a norte da localidade de Sapeta na Zâmbia), província do Moxico
Sul: ponto do rio Cunene na fronteira com a Namíbia (imediatamente a norte da localidade de Andara, Caprivi, Namíbia), província do Cuando Cubango
Oeste: ilha da Baía dos Tigres, província do Namibe
Oeste (continental): península a oeste de Tômbua (Porto Alexandre), província do Namibe
Maior altitude: Morro de Moco (2 620 m) 12° 28' S 15° 11' E
Menor altitude: Oceano Atlântico (0 m)
Clima
Angola, apesar de se localizar numa zona tropical, tem um clima que não é caracterizado para essa região, devido à confluência de três factores:
A Corrente de Benguela, fria, ao longo da parte sul da costa;
O relevo no interior;
Influência do Deserto do Namibe, a sudoeste.
Em consequência, o clima de Angola é caracterizado por duas estações: a das chuvas, de Outubro a Abril e a seca, conhecida por Cacimbo, de Maio a Agosto, mais seca, como o nome indica e com temperaturas mais baixas. Por outro lado, enquanto a orla costeira apresenta elevados índices de pluviosidade, que vão decrescendo de Norte para Sul e dos 800 mm para os 50 mm, com temperaturas médias anuais acima dos 23 °C, a zona do interior pode ser dividida em três áreas:
Norte, com grande pluviosidade e temperaturas altas;
Planalto Central, com uma estação seca e temperaturas médias da ordem dos 19 °C;
Sul com amplitudes térmicas bastante acentuadas devido à proximidade do Deserto do Calaari e à influência de massas de ar tropical.
Cidades mais populosas
Cidade				População
1-Luanda				2.776.125
2-Huambo			1.204.000
3-Lobito				805.000
4-Benguela			513.000
5-Lubango			318.000
6-Lucapa				125.751
7-Cuíto				113.624
8-Malanje				87.047
Composição Étnica
A população é composta por 37% de ovimbundos (língua umbundu), 25% de ambundos (língua quimbundo), 13% de congos e 32% de outros grupos étnicos (como os chócues, os ovambos, os vambunda e os xindongas) como bem como cerca de 2% mestiços (mistura de europeus e africanos), 1,4%[carece de fontes] de chineses e 1% de europeus. As etnias dos ambundos e ovimbundos formam, combinadas, a maioria da população (62%).[36]
Estima-se que Angola recebeu pouco mais de doze mil refugiados e de cerca de três mil requerentes de asilo até o final de 2007. cerca de 11 mil desses refugiados eram originários da República Democrática do Congo (RDC, que chegaram em 1970.[37] Em 2008, estimou-se que havia aproximadamente 400 mil trabalhadores migrantes da RDC,[38] ao menos 30 mil portugueses[39] e cerca de 259 mil chineses vivendo em Angola.[40]
Desde 2003, mais de 400 mil imigrantes congoleses
foram expulsos de Angola.[41] Antes da independência, em 1975, Angola tinha uma comunidade lusitana de cerca de 350 mil pessoas;[42] em 2013 existiam cerca de 200 mil portugueses são registados com os consulados.[43] A população chinesa é de 258 920 pessoas, em sua maioria composta por migrantes temporários.[44] A taxa de fecundidade total do país é de 5,54 filhos por mulher (estimativas de 2012), a 11ª maior do mundo.[45]
Idiomas
O português é a língua oficial de Angola [nota 11]. De entre as línguas africanas faladas no país, algumas têm o estatuto de língua nacional. Estas assim como as outras línguas africanas são faladas pelas respectivas etnias e têm dialectos correspondentes aos subgrupos étnicos.[46] A língua étnica com mais falantes em Angola é o umbundo, falado pelos ovimbundos na região centro-sul de Angola e em muitos meios urbanos. É língua materna de cerca de um terço dos angolanos.[47]
O quimbundo (ou kimbundo) é a segunda língua étnica mais falada - por cerca da quarta parte da população,[47] os ambundos que vivem na zona centro-norte, no eixo Luanda-Malanje e no Cuanza Sul. É uma língua com grande relevância, por ser a língua da capital e do antigo Reino do Ndongo. Foi esta língua que deu muitos vocábulos à língua portuguesa e vice-versa. O quicongo (ou kikongo) falado no norte, (Uíge e Zaire) tem diversos dialectos. Era a língua do antigo Reino do Congo, e com a migração pós-colonial dos congos para o Sul esta tem hoje uma presença significativa também em Luanda [nota 12]. Ainda nesta região, na província de Cabinda, fala-se o fiote ou ibinda. O chócue (ou tchokwe) é a língua do leste, por excelência. Tem-se sobreposto a outras da zona leste e é, sem dúvida, a que teve maior expansão pelo território da actual Angola, desde a Lunda Norte ao Cuando-Cubango. Cuanhama (kwanyama ou oxikwanyama), nhaneca (ou nyaneca) e sobre tudo o umbundo são outras línguas de origem banta faladas em Angola. No sul de Angola são ainda faladas outras línguas, algumas pertencentes ao grupo coissã, faladas por pequenos grupos de san, também chamados bosquímanos, outras faladas por pequenas etnias bantas[48]
Religião
Em Angola existem actualmente cerca de 1000 religiões organizadas em igrejas ou formas análogas.[54] Dados fiáveis quanto aos números dos fiéis não existem, mas a grande maioria dos angolanos adere a uma religião cristã ou inspirada pelo cristianismo.[55] Cerca da metade da população está ligada à Igreja Católica, cerca da quarta parte a uma das igrejas protestantes introduzidas durante o período colonial: as baptistas, enraizadas principalmente entre os congos, as metodistas, concentradas na área dos ambundos, e as congregacionais, implantadas entre os ovimbundos, para além de comunidades mais reduzidas de protestantes reformados e luteranos. A estes há de acrescentar os adventistas, os neo-apostólicos e um grande número de igrejas pentecostais, algumas das quais com forte influência brasileira [nota 13]. Há, finalmente, duas igrejas do tipo sincrético, os kimbanguistas com origem no Congo-Quinxassa,[56] e os tocoistas que se constituíram em Angola,[57][58] ambas com comunidades de dimensão bastante limitada. É significativa, mas não passível de quantificação, a proporção de pessoas sem religião.
Os praticantes de religiões tradicionais africanas constituem uma pequena minoria, de carácter residual, mas entre os cristãos encontram-se com alguma frequência crenças e costumes herdados daquelas religiões. Há apenas 1 a 2% de muçulmanos, quase todos imigrados de outros países (p.ex. da África Ocidental), cuja diversidade não permite que constituam uma comunidade, apesar de serem todos sunitas [nota 14] Uma parte crescente da população urbana não tem ou não pratica qualquer religião, o que se deve menos à influência do Marxismo-Leninismo oficialmente professado nas primeira fase pós-colonial, e mais à tendência internacional no sentido de uma secularização. Em contrapartida, a experiência com a Guerra Civil Angolana e com a pobreza acentuada levaram muitas pessoas a uma maior intensidade da sua fé e prática religiosa, ou então a uma adesão a igrejas novas onde o fervor religioso é maior.
Direitos Humanos
Entretanto, a guerra civil de 27 anos causou grandes danos às instituições políticas e sociais do país. As Nações Unidas estimam em 1,8 milhão o número de pessoas internamente deslocadas, enquanto que o número mais aceite entre as pessoas afectadas pela guerra atinge os 4 milhões. As condições de vida quotidiana em todo o país e especialmente em Luanda (que tem uma população de cerca de 4 milhões, embora algumas estimativas não oficiais apontem para um número muito superior) espelham o colapso das infraestruturas administrativas bem como de muitas instituições sociais. A grave situação económica do país inviabiliza um apoio governamental efectivo a muitas instituições sociais. Há hospitais sem medicamentos ou equipamentos básicos, há escolas que não têm livros e é frequente que os funcionários públicos não tenham à disposição aquilo de que necessitam para o seu trabalho. Além disso, o país foi classificado como "não livre" pela Freedom House em seu relatório Freedom in the World de 2013, onde a organização também observa que as eleições parlamentares de agosto 2012, em que o Movimento Popular de Libertação de Angola ganhou mais de 70% dos votos, teve graves falhas, como listas de eleitores desatualizadas e imprecisas.[80]
O país também é classificado como um "regime autoritário" e como uma das nações menos democráticas do mundo, ao ficar na 133ª posição entre os 167 países analisados pelo Índice de Democracia de 2011, calculado pela Economist Intelligence Unit.[81] Angola também ficou em uma posição ruim no Índice Ibrahim de Governança Africana de 2013, quando foi classificada na 39ª posição entre os 52 países da África Subsaariana, com uma avaliação particularmente ruim em áreas como "Participação e Direitos Humanos", "Oportunidade Económica Sustentável" e "Desenvolvimento Humano". O Índice Ibrahim utiliza uma série de variáveis diferentes para compilar sua classificação, que reflete o estado dos governos na África.[82] Angola também é considerada um dos mais corruptos do mundo pela Transparência Internacional.[9][12]
Economia
A economia de Angola caracterizava-se, até à década de 1970, por ser predominantemente agrícola, sendo o café sua principal cultura. Seguiam-se-lhe cana-de-açúcar, sisal, milho, óleo de coco e amendoim. Entre as culturas comerciais, destacavam-se o algodão, o tabaco e a borracha. A produção de batata, arroz, cacau e banana era relativamente importante. Os maiores rebanhos eram de gado bovino, caprino e suíno.
Angola é rica em minerais, especialmente diamantes, petróleo e minério de ferro; possui também jazidas de cobre, manganês, fosfatos, sal, mica, chumbo, estanho, ouro, prata e platina. As minas de diamante estão localizadas perto de Dundo, no distrito de Luanda. Importantes jazidas de petróleo foram descobertas em 1966, ao largo de Cabinda, e mais tarde ao largo da costa até Luanda, tornando Angola num dos importantes países produtores de petróleo, com um desenvolvimento económico possibilitado e dominado por esta actividade. Em 1975 foram localizados depósitos de urânio perto da fronteira com a Namíbia.
As principais indústrias do território são as de beneficiamento de oleaginosas, cereais, carnes, algodão e tabaco. Merece destaque, também, a produção de açúcar, cerveja, cimento e madeira, além do refino de petróleo. Entre as indústrias destacam-se as de pneus, fertilizantes, celulose, vidro e aço. O parque fabril é alimentado por cinco usinas hidroeléctricas, que dispõem de um potencial energético superior ao consumo.
O sistema ferroviário de Angola compõe-se de cinco linhas que ligam o litoral ao interior. A mais importante delas é a estrada de ferro de Benguela, que faz a conexão com as linhas de Catanga, na fronteira com o Zaire. A rede rodoviária, em sua maioria constituída de estradas de segunda classe, liga as principais cidades. Os portos
mais movimentados são os de Luanda, Lobito, Soyo, Namibe e Cabinda. O aeroporto de Luanda é o centro de linhas aéreas que põem o país em contacto com outras cidades africanas, europeias e americanas.
Economia
Um problema estrutural sério da economia angolana é a desigualdade muito marcada entre as diferentes regiões, em parte causadas pela guerra civil prolongada. O dado mais eloquente é a concentração de cerca de um terço da actividade económica em Luanda e na província contígua do Bengo, enquanto em várias áreas do interior se verificam até processos de regressão.[87]
Uma característica cada vez mais saliente da economia angolana é a de uma parte substancial dos investimentos privados, tornados possíveis graças a uma acumulação exorbitante na mão de uma pequena franja da sociedade (ver em baixo), é canalizada para fora do país. Por agora, Portugal é o alvo preferencial destes investimentos, que se verifica na banca, energia, telecomunicações e comunicação social, mas também na vinicultura e fruticultura, em imóveis bem como em empreendimentos turísticos.[88]
Angola tem feito diversos investimentos e apostas na formação de novos empreendedores e na criação de novos negócios e subsequentes empregos,[89] bem como na formulação de parcerias com outros países, liderando a Conferência Empresarial dos PALOPs,[90] mantendo sempre uma relação mutuamente benéfica com Portugal –cujas exportações de Angola para este totalizaram 1,127 mil milhões de euros, nos primeiros quatro meses de 2013.[91] Os investimentos em Angola estão também em ascensão por parte de países fora da área da lusofonia: segundo a ANIP (Associação Nacional de Investimento Privado) o investimento em Angola tem sido crescente e muito acentuado.[92]
Saúde
Uma pesquisa em 2007 concluiu que ter uma quantidade pequena ou deficiente de Niacina era comum em Angola. Angola está localizada na zona endêmicas de febre amarela. A partir de 2004, a relação dos médicos por população foi estimada em 7.7 por 100 mil pessoas. Em 2005, a expectativa de vida foi estimada em apenas 38.43 anos, uma das mais baixas do mundo.
A mortalidade infantil em 2005 foi estimada em 187.49 por 1000 nascidos vivos, as mais altas do mundo. A incidência de tuberculose em 1999 foi 271 por 100000 pessoas. Taxas de imunização de crianças de um ano de idade em 1999 foram estimadas em 22% de tétano, difteria e tosse convulsa e 46% para sarampo. Desnutrição afetado cerca de 53% das crianças abaixo de cinco anos de idade a partir de 1999. Desde 1975 e 1992, houve 300 mil mortes relacionadas com a guerra civil. A taxa global de morte foi estimada em 24 por 1000 em 2002. Embora se mantenha entre os países com as taxas de expectativa de vida mais baixas e de mortalidade infantil mais altas do mundo,[10] desde 2002 a esperança de vida em Angola passou de 47 para 51 anos e a mortalidade infantil baixou de 250 para 195 em mil.[108]
A prevalência de HIV/SIDA foi 3.90 por 100 adultos em 2003. Em 2004, havia aproximadamente 240000 pessoas que vivem com HIV/SIDA no país. Estima-se que houve 21 000 mortes de SIDA em 2003. Em 2000, 38% da população tiveram acesso à água potável e 44% tinham saneamento adequado.[109]
Em Setembro de 2014 foi criado por decreto presidencial o Instituto Angolano de Controlo de Câncer (IACC), que vai integrar o Serviço Nacional Saúde de Angola.[110] Um instituto oncológico que vai assumir-se como instituição de referência nas regiões central e austral de África.[111] O objectivo deste novo centro é assegurar a assistência médica e medicamentosa em oncologia, a implementação de políticas, programas e planos nacionais de prevenção, bem como o tratamento especializado.[1
Educação
Logo depois da independência do país, uma das prioridades foi a de expandir o ensino e de incutir-lhe um novo espírito. Neste sentido, mobilizaram-se não apenas os recursos humanos e materiais existentes em Angola, mas concluiu-se um acordo com Cuba que previu uma intensa colaboração deste país no sector da educação (como, por sinal, também no da saúde). Esta colaboração, de uma notável eficácia, durou 15 anos, e possibilitou avanços significativos em termos não apenas de uma cobertura do território como também de um aperfeiçoamento da qualidade dos professores e do seu ensino.[114]
Apesar destes avanços, a situação continua até hoje pouco satisfatória. Enquanto na lei o ensino em Angola é compulsório e gratuito até aos oito anos de idade, o governo reporta que uma percentagem significativa de crianças não está matriculada em escolas por causa da falta de estabelecimentos escolares e de professores.[115] Os estudantes são normalmente responsáveis por pagar despesas adicionais relacionadas com a escola, incluindo livros e alimentação.[115] Ainda continua a ser significante as disparidades na matrícula de jovens entre as áreas rural e urbana. Em 1995, 71,2% das crianças com idade entre 7 e 14 anos estavam matriculadas na escola.[115] É reportado que uma percentagem maior de rapazes está matriculada na escola em relação às raparigas.[115] Durante a Guerra Civil Angolana (1975-2002), aproximadamente metade de todas as escolas foi saqueada e destruída, levando o país aos actuais problemas com falta de escolas.[115] O Ministro da Educação contratou 20 mil novos professores em 2005 e continua a implementar a formação de professores.[115] Os professores tendem a receber um salário baixo, sendo inadequadamente formados e sobrecarregados de trabalho (às vezes ensinando durante dois ou três turnos por dia).[115] Professores também reportaram suborno directamente dos seus estudantes.[115] Outros factores, como a presença de minas terrestres, falta de recursos e documentos de identidade e a pobre saúde também afastam as crianças de frequentar regularmente a escola.
Literatura
A literatura de Angola nasceu antes da Independência de Angola em 1975, mas o projecto de uma ficção que conferisse ao homem africano o estatuto de soberania surge por volta de 1950 gerando o movimento Novos Intelectuais de Angola.[134]
Dança
No país, a dança distingue diversos géneros, significados, formas e contextos, equilibrando a vertente recreativa com a sua condição de veículo de comunicação religiosa, curativa, ritual e mesmo de intervenção social. Não se restringindo ao âmbito tradicional e popular, manifesta-se igualmente através de linguagens académicas e contemporâneas. A presença constante da dança no quotidiano, é produto de um contexto cultural apelativo para a interiorização de estruturas rítmicas desde cedo. Iniciando-se pelo estreito contacto da criança com os movimentos da mãe (às costas da qual é transportada), esta ligação é fortalecida através da participação dos jovens nas diferentes celebrações sociais (os jovens são os que mais se envolvem), onde a dança se revela determinante enquanto factor de integração e preservação da identidade e do sentimento comunitário.
Depois de vários séculos de colonização portuguesa, Angola acabou por também sofrer misturas com outras culturas actualmente presentes no Brasil, Moçambique e Cabo Verde. Com isto, Angola hoje destaca-se pelos mais diversos estilos musicais, tendo como principais: o Semba, o Kuduro, a Kizomba e a Rebita. Em 2014 foi inaugurada na província de Luanda, a Casa da Música de Talatona, um espaço de promoção e divulgação da música angolana, privilegiando o semba como forma de contribuir para a sua preservação, divulgação e perpetuação.[
Esportes
O basquete é o esporte mais popular em Angola. Sua seleção nacional venceu o Afrobasket 11 vezes e detém o recorde de maior número de títulos. Como um time de ponta na África, é um concorrente regular nos Jogos Olímpicos de Verão e na Copa do Mundo da FIBA.[136]
No futebol, Angola sediou a Copa das Nações Africanas de 2010.[137] A seleção nacional qualificou-se para a Copa do Mundo FIFA de 2006, em sua primeira aparição na fase final de uma Copa do Mundo. Eles foram eliminados após uma derrota e dois empates na fase de grupos.[138][139] Ganharam três Copas COSAFA e foram para a final da
Campeonato das Nações Africanas de 2011.[140]
O país também apareceu nos Jogos Olímpicos de Verão durante sete anos e ambos competem regularmente e uma vez já sediou a Copa do Mundo de Hóquei em Patins FIRS, onde o melhor resultado é o sexto. Acredita-se também que Angola tenha raízes históricas na arte marcial "Capoeira Angola" e "Batuque", praticada por angolanos africanos escravizados transportados como parte do comércio atlântico de escravos.[141]
Festas e feriados
Algumas das festas típicas de Angola são:
Festas do Mar: Estas festas tradicionais designadas por �Festas do Mar�, têm lugar na cidade do Namibe. Estas festas provêm de antiga tradição com carácter cultural, recreativo e desportivo. Habitualmente realizam-se na época de verão e é habitual terem exposições de produtos relacionados com a agricultura, pescas, construção civil, petróleos e agro-pecuária.[142]
Carnaval: O desfile principal realiza-se na avenida da marginal de Luanda. Vários corsos carnavalescos, corsos alegóricos desfilam numa das principais avenidas de Luanda e de Benguela.[142]
Festas das frutas: realizadas entre o verão e início do outono, simbolizam a alegria de uma lavoura farta na época da colheita. O enfoque da festa muda de acordo com a região, ex.: Festa da Uva ao noroeste, Festa. Da Manjuba Roxa ao sul.
Festas da Nossa Senhora de Muxima: O santuário da Muxima está localizado no Município da Quissama, Província do Bengo e durante todo o ano recebe milhares de fiéis. É uma festa muito popular que se realiza todos os anos e que inevitavelmente atrai inúmeros turistas, pelas suas características religiosas.[142]
Em 2014, Angola retomou a realização do Festival Nacional de Cultura (FENACULT), após 25 anos de interregno. O festival decorreu em todas as capitais provinciais do país entre 30 de Agosto e 20 de Setembro e teve como tema "A Cultura como Factor de Paz e Desenvolvimento"
Argélia
Árgel
Governo
República Semipresidencialista
Presidente:Abdelkader Bensalah
Primeiro-Ministro:Noureddine Bedoui
Independência
Independência da França:
Dia 5 de julho de 1962
Área Territorial
Possui uma área de 2.381.741 KM2.Faz fronteira com 7 países:Tunísia,Líbia,Níger,Mali,Mauritânia,Saara Ocidental e Marrocos.
População
Cerca de 40.400.000 habitantes.Possui uma densidade demográfica de 15,9 habitantes por KM2.
Economia
PIB:551,72 bilhões de dólares
PIB Per Capita:14.256 dólares(cerca de 59.875,2 reais)
Sua moeda é o Dinar Argelino,que vale cerca de 0,03 reais.
O salário mínimo da Argélia é de 18.000 dinar(o equivalente a 540 reais)
História
Na região de Ain Hanech (Província de Saïda), foram encontrados remanescentes precoces (200 000 a.C.) de ocupação de hominídeos na África do Norte. Neandertais fabricantes de ferramentas produziam machados de mão nos estilos levallois e musteriense semelhantes aos do Levante por volta de 43 000 a.C.[10][11]
A Argélia é habitada por berberes desde pelo menos 10 000 a.C. A partir de 1 000 a.C., os cartagineses passaram a exercer influência sobre os berberes ao instalarem assentamentos ao longo da costa. Os primeiros reinos berberes começaram a surgir, destacando-se o Reino da Numídia, e aproveitaram a oportunidade oferecida pelas guerras púnicas para se tornarem independentes de Cartago.
Sua independência, no entanto, não durou muito já que em 200 a.C. eles foram anexados por Roma, então uma república. Com a queda do Império Romano do Ocidente os berberes tornaram-se independentes outra vez retomando o controle da maior parte do seu antigo território, com exceção de algumas zonas que foram ocupadas pelos Vândalos que por sua vez foram expulsos pelos bizantinos. Com sua vitória o Império Bizantino manteve, ainda que com dificuldades, o domínio sobre a parte leste do país até a chegada dos árabes no século VIII.
Independência
A crise social chegou ao seu limite, com índices de analfabetismo subindo cada vez mais enquanto que a tomada de terras desapropriou boa parte da população nativa. A Argélia foi obrigada a enfrentar uma guerra prolongada de libertação em virtude da resistência dos colonos franceses, que dominam as melhores terras. Em 1947, a França estende a cidadania francesa aos argelinos e permite o acesso dos muçulmanos aos postos governamentais, mas os franceses da Argélia resistem a qualquer concessão aos nativos. Nesse mesmo ano é fundada a Frente de Libertação Nacional (FLN), para organizar a luta pela independência. Uma campanha de atentados antiárabes (1950-1953) desencadeada por colonos direitistas, tem como reação da FLN uma onda de atentados nas cidades e guerra de guerrilha no campo. Em 1958, rebeldes exilados fundam no Cairo um governo provisório republicano. A intervenção de tropas de elite da metrópole (Legião Estrangeira e paraquedistas) amplia a guerra. Ações terroristas, tortura e deportações caracterizam a ação militar da França. Os nacionalistas e oficiais de ultradireita dão um golpe militar na Argélia em 1958.
No ano seguinte o presidente francês, Charles de Gaulle, concede autodeterminação aos argelinos. Mas a guerra se intensifica em 1961, pela entrada em ação da organização terrorista de direita OAS (Organização do Exército Secreto), comandada pelo general Salan, um dos protagonistas do golpe de 1958. Ao terrorismo da OAS a FLN responde com mais terrorismo. Nesse mesmo ano fracassam as negociações franco-argelinas, por discordâncias em torno do aproveitamento do petróleo descoberto em 1945. Em 1962 é acertado o Armistício de Evian, com o reconhecimento da independência argelina pela França em troca de garantias aos franceses na Argélia. A República Popular Democrática da Argélia é proclamada após eleições em que a FLN apresenta-se como partido único. Ben Bella torna-se presidente.
Com a saída dos franceses, após a independência, os cristãos ficaram reduzidos a 1% da população, dos quais, 0,5% são estrangeiros. Foi aprovado o decreto 06/03 que restringe cultos não islâmicos e a minoria cristã passou a ser perseguida.[12] Apesar da legislação local tentar evitar medidas extremas contra minorias religiosas, incidentes contra pregadores e padres são constantes, como em dezembro de 2009, quando uma igreja foi incendiada e seu pastor ameaçado.[13
Geografia
A Argélia tem duas regiões geográficas principais, a região norte e a região do deserto do Saara, na região ao sul do país. A região norte é formada por quatro zonas: uma pequena faixa de planície acompanhando a costa do Mediterrâneo; a região da cadeia de montanhas do Atlas, que possuem um clima mediterrâneo e solo fértil abundante; a região semiárida e parcamente povoada do Chotts, o qual contém lagos salgados (chotts) e onde se localizam em maior número os criadores de ovelhas e cabras; e a região das montanhas do Atlas do Saara, uma série de montanhas e massivos, também sendo uma região semiárida e usada essencialmente como pastagem. O rio Chelife é o maior do país. A maior parte da região árida do Saara é coberta com cascalhos e pedras, com pouca vegetação; há também grandes áreas de dunas de areia no norte e no leste. Alguns oásis importantes são: Touggourt, Biskra, Chenachane, In Zize, e Tin Rerhoh.
O norte argelino está sujeito a sismos, os quais, como em 1954, 1980 e 2003, podem causar grande devastação. A maior parte da área costeira da Argélia é acidentada, por vezes mesmo montanhosa, e há poucos bons portos. A área imediatamente a sul da costa, conhecida como o Tell, é fértil. Mais para sul situam-se os montes Atlas e o deserto do Saara. Argel, Oran e Constantina são as principais
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Clima
Grande parte da Argélia apresenta clima árido e quente. O país é atingido pelo siroco, um vento quente e carregado de pó e areia, especialmente comum no verão. Nesta região, as temperaturas do deserto do meio-dia podem ser quentes durante todo o ano. Depois do pôr do sol, no entanto, o ar claro e seco permite a rápida perda de calor e as noites são frias, registrando-se dias com enorme amplitude térmica. Apenas na
costa norte do país o clima é mediterrâneo, mais suave. Os invernos nas áreas montanhosas também podem ser rigorosos.[14]
A precipitação é bastante abundante ao longo da parte costeira da Cordilheira do Atlas, variando de 400 a 670 milímetros (mm) por ano, aumentando de oeste para leste. A precipitação é mais forte na parte norte do leste do país, onde atinge até 1 000 mm em alguns anos. Mais para o interior, as chuvas são menos abundantes. A Argélia também tem dunas de areia entre montanhas. Entre elas, no verão, quando os ventos são fortes, as temperaturas podem chegar a até 43 °C
Biodiversidade
A vegetação variada da Argélia inclui regiões litorâneas, montanhosas e gramíneas como o deserto, que apoiam uma grande variedade de vida selvagem. Muitas das criaturas que compõem a vida selvagem argelina vivem em estreita proximidade com a civilização. Os animais mais comumente vistos incluem os javalis, chacais e gazelas, embora não seja incomum detectar fenecos e jerboas. A Argélia também tem uma pequena população africana de leopardo-africano e de guepardo-do-noroeste-africano, mas raramente são vistos. Uma espécie de cervo, o Cervus elaphus barbarus, habita as densas florestas úmidas nas áreas do nordeste do país.[15]
Uma variedade de espécies de aves torna o país uma atração para observadores de pássaros. O macaco-de-gibraltar é o único macaco nativo. As serpentes, os lagartos-monitor e de vários répteis podem ser encontrados atrás de roedores nas regiões semiáridas. Muitos animais estão agora extintos, como o leão-do-atlas, o urso-do-atlas e o crocodilo-do-oeste-africano.[16]
No norte, uma parte da flora nativa inclui maquis, oliveiras, carvalhos, cedros e outras coníferas. As regiões de montanha contêm grandes florestas de pinheiro-de-alepo, zimbro e carvalho verde, além de algumas árvores caducifólias. Figueiras, eucaliptos, agaves e várias palmeiras crescem nas áreas mais quentes. A vinha é nativa da costa. Na região do Saara, alguns oásis têm palmeiras. Acacias com azeitonas selvagens são a flora predominante no restante do Sahara.
Composição Étnica 
Os berberes nativos, bem como fenícios, romanos, bizantinos, árabes, turcos, vários africanos subsaarianos e franceses contribuíram para a história da Argélia.[27] Descendentes de refugiados andalusinos também estão presentes na população de Argel e de outras cidades.[28] Além disso, o espanhol foi falado por esses descendentes de mouriscos aragoneses e castelhanos no início do século XVIII e até o catalão foi falado ao mesmo tempo por descendentes de mouriscos catalães na pequena cidade de Grish El-Oued.[29]
Existem 600 000 a 2 milhões de turcos argelinos, descendentes de governantes, soldados, médicos e outros turcos que governaram a região durante o domínio do Império Otomano no norte da África.[30][31] Os descendentes turcos atuais são chamados frequentemente kouloughlis, significando descendentes de homens turcos e de mulheres argelinas nativas.[32][33]
Apesar do domínio da cultura e da etnia berbere na Argélia, a maioria dos argelinos se identifica com uma identidade árabe, especialmente depois que o nacionalismo árabe se levantou no século XX.[34][35] Os berberes e os argelinos que falam berbere são divididos em muitos grupos com línguas variadas. O maior destes são os cabiles, que vivem na região de Cabília ao leste de Argel, os chaoui do Nordeste Argélia, os tuaregues no deserto do sul e os shenwa do norte do país.[36]
Durante o período colonial, havia uma grande (10% em 1960)[37] população de europeus que se tornou conhecida como pied-noirs. Eles eram principalmente de origem francesa, espanhola e italiana. Quase toda esta população partiu durante a guerra da independência ou imediatamente após seu fim.[38]
Idiomas
O berbere e o árabe moderno padrão são as línguas oficiais.[39] O árabe argelino (Darja) é a língua utilizada pela maioria da população. O árabe argelino coloquial é infundido pesadamente com empréstimos do francês e do berbere.
O berbere foi reconhecido como uma "língua nacional" pela emenda constitucional de 8 de maio de 2002.[40] O cabila, a língua berbere predominante, é ensinado e é parcialmente cooficial (com algumas restrições) em partes da Cabília. Em fevereiro de 2016, a constituição argelina aprovou uma resolução que faria do berbere uma língua oficial ao lado do árabe.
Embora o francês não tenha um estatuto oficial, a Argélia é o segundo maior país francófono do mundo em termos de falantes[41] e o francês é largamente utilizado no governo, nos meios de comunicação (jornais, rádio, televisão local) e no sistema educacional devido à história colonial do país. Pode ser considerada como a língua cooficial de facto da Argélia. Em 2008, 11,2 milhões de argelinos podiam ler e escrever em francês.[42] Um estudo do Instituto Abassa em abril de 2000 descobriu que 60% dos domicílios podiam falar e entender francês ou 18 milhões de pessoas em uma população de 30 milhões. Nas últimas décadas, o governo reforçou o estudo do francês e programas de TV têm reforçado o uso do idioma.
A Argélia emergiu como um Estado bilíngue depois de 1962.[43] O árabe argelino coloquial é falado por cerca de 72% da população e o berbere por 27-30%.[4
Religião
O islã é a religião predominante na Argélia, sendo que seus adeptos representando 99% da população.[17] Existem cerca de 150 000 ibadistas no vale M'zab na região de Ghardaia.[45]
As estimativas do número de cristãos na Argélia variam. Um artigo da BBC de 2008 estimou que havia cerca de 10 mil cristãos no país.[46] Num estudo de 2009, a ONU calculou que havia 45 000 católicos[47] e 50 000 a 100 000 protestantes na Argélia.[48] Um estudo de 2015 estimou que havia 380.000 "crentes em Cristo de origem muçulmana" no país.[49]
Após a revolução e a independência argelina, cerca de 6.500 dos 140.000 judeus do país deixaram o país, dos quais cerca de 90% se mudaram para a França com os pied-noirs e 10% partiram para Israel.[carece de fontes]
A Argélia deu ao mundo muçulmano uma série de pensadores proeminentes, como Emir Abdelkader, Abdelhamid Ben Badis, Mouloud Kacem Nait Belkacem, Malek Bennabi e Mohammed Arkoun.
Cidades mais populosas
Cidade				População
1-Argel				3.518.083
2-Orã				771.066
3-Constantina			507.224
4-Annaba				383.504
5-Batna 				317.206
6-Bilda				264.598
7-Setif				246.379
8-Chlef				235.062				
Forças Armadas
As Forças Armadas de Argélia consistem no Exército Nacional Popular, na Marinha Nacional Argelina e na Força Aérea Argelina, mais as Forças Territoriais da Defesa Aérea. É o sucessor direto do Exército de Libertação Nacional, a ala armada da Frente Nacional de Libertação Nacionalista que lutou contra a ocupação militar colonial francesa durante a Guerra da Independência da Argélia (1954-62).
As forças armadas contam com um total de 147.000 militares ativos, 150.000 de reserva e 187.000 paramilitares (estimativa de 2008).[56] O serviço militar obrigatório existe para homens de 19 a 30 anos, num total de 12 meses.[57] As despesas militares representaram 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012.[17] A Argélia tem o segunda maior força militar do Norte de África e o maior orçamento de defesa da África (10 bilhões * de dólares).[8]
Em 2007, a Força Aérea Argelina assinou um acordo com a Rússia para comprar 49 MiG-29SMT e 6 MiG-29UBT a um custo estimado de 1,9 bilhão de dólares. A Rússia também está construindo dois submarinos a diesel de para o país.[58]
Economia
A Argélia é classificada como um país de renda média-alta pelo Banco Mundial.[61] A moeda da Argélia é o dinar (DZD). A economia continua dominada pelo Estado, um legado do modelo de desenvolvimento socialista pós-independência do país. Nos últimos anos, o governo argelino suspendeu a privatização das indústrias estatais e impôs restrições às importações e ao envolvimento estrangeiro na sua economia.[17]
A Argélia tem lutado para desenvolver indústrias fora do setor de hidrocarbonetos, em parte por causa dos altos custos e de uma inerte burocracia estatal. Os esforços do governo para

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