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FACULDADE PROJEÇÃO – FAPRO. 
 
CURSO: DIREITO. 
DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL II. 
PROFESSOR: LUIZ RIBEIRO. 
 
Roteiro de aula (não revisado) elaborado com base na bibliografia ao final 
consignada. 
 
1-DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO: 
1.1-processo: é a seqüência ordenada de atos que tem por objetivo a composição da lide ou 
a efetivação do direito já acertado, incluindo tutela definitiva e, se necessária, tutela 
provisória de urgência (antecipada ou cautelar) ou da evidência. É o instrumento de que se 
vale o Estado-juiz para prestar tutela jurisdicional efetiva e justa. 
1.2-procedimento: é a maneira pela qual o processo se forma e se movimenta em cada 
caso concreto. É o modo de materialização, movimentação e exteriorização, em cada caso 
concreto, da seqüência ordenada de atos que formam o processo (procedimento comum e 
procedimento especial etc.). 
1.3-processo de conhecimento: “Se a lide é de pretensão contestada e há necessidade de 
definir a vontade concreta da lei para solucioná-la, o processo aplicável é o de 
conhecimento ou cognição, que deve culminar por uma sentença de mérito que contenha a 
resposta definitiva ao pedido formulado pelo autor” (Humberto Theodoro Júnior). O 
processo de conhecimento, à luz do CPC, pode desafiar: a) o procedimento comum: é 
aquele que se aplica a todas as demandas para as quais a lei não haja criado um rito 
específico ou próprio (artigo 318 do CPC); e b) o procedimento especial: que pode ser de 
jurisdição contenciosa e de jurisdição voluntária. O procedimento comum será estudado 
no curso deste semestre. 
1-PROCEDIMENTO COMUM: 
1.1-fases lógicas do procedimento comum: as fases do procedimento comum não estão 
sediadas em compartimentos estanques, portanto, uma permeia a outra. Desse modo, atos 
tidos como pertencentes a uma fase podem ser praticados em outra sem qualquer prejuízo 
para a relação processual (exemplo: sentença de mérito proferida na fase saneadora). 
Destarte, cada uma das fases tem seu momento preponderante, oportunidade em que é 
realizada a maior parte de seus atos. 
1.1.1-fase postulatória: inicia-se com a petição inicial e vai até a resposta do réu ou a do 
autor reconvindo. Compreende-se, portanto, a petição inicial, a citação e a resposta do réu, 
incluindo também, no caso de existência de resposta reconvencional, a petição desta e sua 
contestação. 
1.1.2-fase saneadora (fase intermediária de ordenamento do processo): desde o início 
da relação jurídica processual, com o recebimento da petição inicial, até o início da fase de 
instrução, o magistrado exerce uma função tendente a verificar a regularidade do processo, 
mediante a decretação das nulidades insanáveis e promoção da correção daquelas que 
forem sanáveis. Buscando, assim, alcançar à fase de instrução com o processo apto a 
desafiar uma decisão de mérito. Todavia, preponderam as atividades saneadoras a partir das 
providências preliminares até o saneamento e organização do processo (artigos 347/357 do 
CPC). 
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1.1.3-fase instrutória (probatória): consiste esta fase na colheita das provas que darão 
suporte à decisão de mérito. As partes começam suas atividades probatórias com a inicial e 
a contestação, oportunidade em que, em regra, deve ser produzida a prova documental 
(artigos 320 e 434 do CPC). Todavia, saneado o processo, surge um momento em que os 
atos probatórios são mais vigorosos, o qual está compreendido entre a decisão de 
saneamento e a primeira parte da audiência de instrução e julgamento. Nesta fase realizam-
se perícias (se for o caso) e colhem-se depoimentos das partes, das testemunhas, do perito e 
dos assistentes técnicos (se for o caso). O juiz, em regra, ao encerrar o saneamento decidirá 
sobre as provas a produzir, determinando a realização de exame pericial, quando 
necessário; e designará audiência de instrução e julgamento, definindo as provas que nela 
hão de se produzir (artigo 357, II e V, do CPC). 
1.1.4-fase decisória: é a fase destinada à prolação da sentença de mérito. Realiza-se após o 
encerramento da instrução que, em regra, ocorre dentro da própria audiência, quando o juiz 
encerra a coleta das provas orais e permite às partes a produção de alegações finais (artigo 
364 do CPC). A sentença pode ser proferida oralmente, ao final da audiência de instrução e 
julgamento, ou ser elaborada por escrito no prazo de 30 (trinta) dias (artigo 366 do CPC). 
1.2-PETIÇÃO INICIAL: 
1.2.1-conceito: é o instrumento pelo qual se materializa o direito de ação, ou seja, é o 
veiculo formal de manifestação da demanda. “É o ato processual escrito, pelo qual se 
exerce o direito de ação, dando início à atividade jurisdicional” (Luiz Rodrigues Wambier). 
Com efeito, a tutela jurisdicional, em razão dos princípios dispositivo e da inércia da 
jurisdição, só é prestada se for requerida pela parte (artigo 2º do CPC). Dessa forma, o 
início da demanda depende de providência da parte, a qual é levada a efeito através da 
petição inicial. 
1.2.2-requisitos (artigos 106, I, § 1º, e 319 do CPC): a petição inicial indicará (artigo 319 
do CPC): 
I-o juízo a que é dirigida: será endereçada ao juízo que, segundo a lei, for o competente 
para conhecer da ação. “Ao dirigir a petição inicial a uma determinada autoridade 
judiciária, o autor está estabelecendo a competência, ou verdadeiramente escolhendo-a, nos 
casos em que esta seja prorrogável. Se o autor “escolhe” juízo que, relativamente, é 
incompetente, este pode tornar-se competente, caso o réu não se insurja, ou seja, à 
incompetência não se oponha, mediante o meio processual a isto disponível: preliminar de 
contestação” (Luiz Rodrigues Wambier). Indica-se o órgão judiciário e não o nome da 
pessoa física do juiz. A petição inicial, quando a causa for da competência originária dos 
tribunais (exemplo: ação rescisória), deve ser dirigida ao presidente do tribunal competente. 
II-os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o 
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da 
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu 
(qualificação das partes): requisito indispensável para identificação dos sujeitos da 
relação processual e da lide. A qualificação das partes é de singular importância, visto que 
tem também, além de facilitar as comunicações judiciais (citações e intimações), a 
finalidade de fixar a competência do juiz. “Caso não disponha das informações previstas no 
inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua 
obtenção. A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que 
se refere o inciso II, for possível a citação do réu. A petição inicial não será indeferida pelo 
não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações 
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tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça” (artigo 319, §§ 1º, 2º e 3º 
do CPC). 
III-o fato e os fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir): é requisito atinente ao 
mérito da causa. O autor deverá expor na inicial o fato e os fundamentos jurídicos de sua 
pretensão, de modo que resulte claro o pedido. Na narração do fato e dos fundamentos do 
pedido, isto é, na causa de pedir, de onde advém o pedido, deve restar claro as condições da 
ação, ou seja, a “legitimatio ad causam” (legitimidade para agir) e o interesse processual 
(interesse de agir). O Código de Processo Civil adotou, quanto ao fato e aos fundamentos 
jurídicos do pedido, a teoria da substanciação, em detrimento da teoria da individualização. 
Pela teoria da individualização basta declinar a causa de pedir próxima. Por outro lado, 
torna-se,pela teoria da substanciação, obrigatória a indicação, na fundamentação do 
pedido, da causa próxima e da causa remota. A causa de pedir remota consiste no fato 
constitutivo do direito afirmado pelo autor (exemplos: que o crédito do autor decorre de 
contrato de mútuo; que o direito de propriedade do autor decorre de escritura de compra e 
venda devidamente registrada no cartório de registro de imóveis). A causa de pedir próxima 
consiste no ato praticado pelo réu e que, segundo o demandante, lesionou ou ameaça de 
lesão o direito de que é titular (exemplos: a turbação ou o esbulho praticado pelo réu no 
caso do direito de posse; a inadimplência do devedor no caso de direito de crédito; a posse 
injusta do réu no caso do direito de propriedade). Assim, na ação reivindicatória (por 
exemplo), cujo pedido é a restituição do bem, o autor deve consignar a origem de seu 
direito de propriedade (causa de pedir remota) e a violação dele (causa de pedir próxima) 
pelo réu. Finalmente, em razão da velha máxima latina “narre-me o fato, e eu lhe darei o 
direito” (da mihi factum, dabo tibi jus), segundo a qual o juiz conhece o direito, o autor não 
precisa indicar as disposições legais que alicerçam a sua pretensão. 
 IV-o pedido com as suas especificações: consiste o pedido naquilo que, em razão da 
causa de pedir, postula-se ao órgão julgador. É a revelação da ação e do processo. E o 
objeto da demanda. Uma vez exposto o fato e os fundamentos jurídicos do pedido, a causa 
de pedir, formula-se o pedido que daí resulta. O pedido apresenta dois aspectos: 1- pedido 
imediato: é aquele que está vinculado à providência jurisdicional pretendida (sentença 
declaratória; sentença constitutiva; sentença condenatória; sentença executiva; sentença 
mandamental), assim, fala-se em pedido declaratório; pedido constitutivo; pedido 
condenatório; pedido executivo e pedido mandamental; 2- pedido mediato: é aquele que 
está vinculado ao bem da vida pretendido pelo autor. Assim, por exemplo, na ação 
reivindicatória, pede-se seja o réu condenado (sentença condenatória: pedido imediato) a 
entregar o imóvel demandado (pedido mediato). “O pedido mediato diz respeito ao 
específico bem da vida que se pretende obter através da ação, em face do réu a quem é 
dirigida. É ele que expressa o direito (material) que o autor alega ter, e que o processo 
conduz e objetiva realizar” (Luiz Rodrigues Wambier). 
V-o valor da causa: “A toda causa será atribuído um valor certo, ainda que não tenha 
conteúdo econômico imediatamente aferível (artigo 291 do CPC). Razões da exigência da 
indicação do valor da causa: 1-determina a competência do juízo em razão do valor da 
causa (artigos 44 e 63 do CPC); 2-serve para fixação das custas, despesas do processo e 
honorários de advogado. O valor da causa é o valor do pedido. O valor no momento da 
propositura da ação, não no momento da decisão. 
VI-as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados: o 
autor tem o ônus de provar suas alegações (artigo 373, I, do CPC). Assim, incumbe-lhe, 
desde logo, comunicar ao juiz e ao réu quais são os meios que serão utilizados para 
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demonstrar a verdade de suas alegações. Não há necessidade de individualizar-se a prova, 
bastando declinar a espécie de prova (prova documental, testemunhal etc). Todavia, a prova 
documental, quando nela se fundamentar o pedido, deverá instruir a inicial (artigo 320 do 
CPC). 
VII-a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de 
mediação: incumbe ao autor, na petição inicial, manifestar, com clareza solar, se tem ou 
não interesse na realização de audiência de conciliação ou de mediação. 
1.2.2.1-endereço do advogado: na petição inicial, além dos requisitos delineados no artigo 
319 do CPC, incumbe ao advogado declarar o endereço, seu número de inscrição na Ordem 
dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o 
recebimento de intimações (artigo 106, I, do CPC), sob pena de indeferimento, caso não 
seja suprida essa omissão no prazo de 05 (cinco) dias (artigo 106, § 1º, do CPC). 
1.2.3-documentos: a petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à 
propositura da ação (artigo 320 do CPC). Documentos indispensáveis à propositura da ação 
compreendem não somente os substanciais à propositura da ação, ou seja, aqueles que a lei 
expressamente exige para que a ação possa ser proposta, mas também os fundamentais, ou 
seja, os necessários, na espécie, não porque expressamente a lei exija e sim porque o autor a 
eles se referiu na ação como fundamento do seu pedido ou pretensão (artigo 434 do CPC). 
Excepcionalmente, todavia, a fim de evitar a decadência ou a prescrição, poderá o autor, 
diante dos obstáculos opostos pelas repartições públicas, requerer, na inicial, que o juiz 
requisite as certidões de que necessita para a prova de suas alegações (artigo 438, I e II, do 
CPC). 
1.2.4-instrumento de mandato: a inicial, excepcionadas as hipóteses previstas em lei e a 
postulação em causa própria, será acompanhada do instrumento de mandato conferido ao 
advogado que a subscreve (artigos 103, parágrafo único, 104, §§ 1º e 2º, do CPC). 
1.2.5-posturas do magistrado em face do ajuizamento da ação: 
1.2.5.1-deferimento da petição inicial: “Se a petição inicial preencher os requisitos 
essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência 
de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser 
citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência” (artigo 334 do CPC). A 
petição inicial, uma vez elaborada de acordo com os sobreditos requisitos, está apta para ser 
apresentada em juízo, e conseqüentemente, para desencadear a propositura da ação. 
“Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a 
propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que 
for validamente citado” (artigo 312 do CPC). Estando a petição em ordem, o juiz a 
despachará e, conseqüentemente, “designará audiência de conciliação ou de mediação com 
antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 
(vinte) dias de antecedência” (artigo 334 do CPC). É o chamado despacho positivo. 
Efetivada a citação, o réu estará integrado à relação processual, ficando-a completa (autor, 
juiz e réu). A relação processual, com a citação válida, assume uma configuração angular 
(conforme a moderna doutrina processualista). 
1.2.5.1.1-teorias sobre a relação processual-“sobre a relação processual, três teorias 
procuram estabelecer suas características: a) A linear, de Köhler, segundo a qual os direitos 
e deveres do processo se estabeleceriam entre autor e réu, isto é, entre os sujeitos da lide, 
sendo o juiz um estranho a ela. A relação processual seria a mesma relação de direito 
material tornada litigiosa. Diante do conceito moderno e publicístico do direito de ação, não 
mais se pode admitir como correta essa teoria; b) Teoria triangular. Sendo o processo uma 
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relação jurídica de direito público, Wach a definiu como uma relação triangular, contendo 
direitos e deveres não só entre as partes, mas também entre estas e o juiz; c) Teoria angular. 
Se é certo que o processo vincula três pessoas – autor, réu e juiz –, não menos exato é que o 
órgão jurisdicional se coloca no plano superior do Poder do Estado e as partes se submetem 
à sua soberania. À autoridade deste é que compete exclusivamente a solução do litígio. 
Toda atividade das partes é voltada para estimular o poder de decidir e alcançar a prestação 
jurisdicional devida pelo Estado. O vínculo das partes não é, portanto, estabelecido entre si, 
mas entreelas e o juiz e se relacionam com o impulso do processo rumo à composição final 
do litígio. Os direitos da parte se exercem, portanto, perante o juiz e nunca perante a outra 
parte. Daí a teoria de Hellwing, hoje a mais aceita pelos modernos processualistas, segundo 
a qual a relação processual tem a forma angular, estando os direitos e deveres processuais 
de cada parte voltados para o juiz. Os litigantes, dessa forma, não atingem um ao outro 
diretamente, no processo, mas apenas através das decisões do juiz. Este também o 
entendimento de Goldschmidt” (Humberto Theodoro Júnior). Sobre o tema em questão é 
oportuna a lição do professor Elpídio Donizetti, vazada nos seguintes termos: “Feita a 
citação do réu, a relação processual, que antes era linear (entre autor e juiz), passa a ser 
angular, porquanto estabelece vínculos jurídicos entre autor e juiz, juiz e réu. Os direitos e 
as obrigações derivados do processo não afetam as partes diretamente, mas sempre por 
intermédio do juiz. Essa teoria, de Hellwing, é a mais aceita pelos modernos 
processualistas”. A teoria linear (Köhler) está totalmente superada. A teoria triangular 
(Wach), segundo a qual a relação processual importa em vínculos entre autor e juiz, juiz e 
réu, e autor e réu, é defendida por renomados processualistas pátrios, entretanto, o 
entendimento reinante na doutrina brasileira é o de que a relação processual, após a citação 
válida, é angular. 
1.2.5.1.2-da audiência de conciliação ou de mediação: “Se a petição inicial preencher os 
requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará 
audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, 
devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência” (artigo 334 do 
CPC). “O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de 
conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições 
da lei de organização judiciária. Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e 
à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, 
desde que necessárias à composição das partes. A intimação do autor para a audiência será 
feita na pessoa de seu advogado. A audiência não será realizada: I - se ambas as partes 
manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II - quando não se 
admitir a autocomposição. O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na 
autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de 
antecedência, contados da data da audiência. Havendo litisconsórcio, o desinteresse na 
realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. A audiência de 
conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. O não 
comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado 
ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da 
vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do 
Estado. As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. 
A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes 
para negociar e transigir. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por 
sentença. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a 
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respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da 
seguinte” (artigo 334, §§ 1º/12, do CPC). 
1.2.5.2-determinação de saneamento da petição inicial (emenda ou complementação): 
“O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou 
que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando 
com precisão o que deve ser corrigido ou completado” (artigo 321 do CPC). Quando a 
petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos artigos 319 e 320, ou que apresente 
defeitos ou irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito (artigo 321 do 
CPC), o juiz não a indeferirá de plano. Determinará que o autor a emende, ou a complete, 
no prazo de l5 (quinze) dias. Todavia, se a petição inicial carecer do endereço do advogado, 
o prazo para o saneamento é de 05 (cinco) dias (artigo 106, § 1º, do CPC). O indeferimento 
só ocorrerá se não for atendida a diligência no prazo assinalado (artigo 321, parágrafo 
único, CPC). 
1.2.5.3-indeferimento da petição inicial: ocorre o indeferimento quando o juiz ao analisar 
a inicial encontra vícios insanáveis ou quando o autor não cumpre as diligências 
preconizadas pelos artigos 106 e 321, ou ainda quando as referidas diligências são 
cumpridas de forma deficitária, assim, o juiz é levado a proferir uma decisão de caráter 
negativo, ou seja, o indeferimento da inicial. A referida decisão é de natureza apenas 
processual e impede a formação da relação processual trilateral. Trata-se, em regra, de 
decisão meramente formal (processual), logo, o indeferimento da inicial não impede que o 
autor volte a propor a mesma ação, evitando, evidentemente, os vícios que a inutilizaram 
quando do primeiro aforamento. 
1.2.5.3.1-hipóteses de indeferimento da petição inicial: os casos de indeferimento da 
inicial estão alinhados no artigo 330, incisos e parágrafos, do CPC, cujos enunciados 
dispõem que: “A petição inicial será indeferida quando: I - for inepta; II - a parte for 
manifestamente ilegítima; III - o autor carecer de interesse processual; IV - não atendidas as 
prescrições dos arts. 106 e 321. Considera-se inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar 
pedido ou causa de pedir; II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais 
em que se permite o pedido genérico; III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a 
conclusão; IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. Nas ações que tenham por objeto a 
revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, 
o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações 
contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do 
débito. Na hipótese do § 2o, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e 
modo contratados” (artigo 330, I a VI, § 1º, I a IV, §§ 2º e 3º, do CPC). 
1.2.5.3.2-decisão de indeferimento da petição inicial: a decisão que indefere a petição 
inicial é sentença sem resolução do mérito (485, I, do CPC), cabendo, portanto, recurso de 
apelação. Porém, Se o juiz, no caso de cumulação de pedidos, indefere apenas um ou 
alguns dos pedidos, a decisão é interlocutória, visto que não encerra a relação processual, 
logo, o recurso cabível contra ela é o agravo de instrumento. 
1.2.5.3.2.1-apelação contra sentença de indeferimento da petição inicial: o artigo 331 
do CPC preceitua que: "indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, 
no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se". Permitindo, assim, por exceção, o juízo de 
retratação em sede de recurso de apelação. “Se não houver retratação, o juiz mandará citar 
o réu para responder ao recurso. Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a 
contestação começará a correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no 
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art. 334. Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença” 
(artigo 331, §§ 1º, 2º e 3º, do CPC). 
1.2.5.4-improcedência liminar do pedido do autor: “Nas causas que dispensem a fase 
instrutória, o juiz, independentementeda citação do réu, julgará liminarmente improcedente 
o pedido que contrariar: I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do 
Superior Tribunal de Justiça; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo 
Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento 
firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. O juiz também poderá 
julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de 
decadência ou de prescrição. Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em 
julgado da sentença, nos termos do art. 241. Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se 
em 5 (cinco) dias. Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, 
com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para 
apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias”(artigo 332, I a IV, §§ 1º, 2º, 3º e 4º, 
do CPC). 
1.2.6-do pedido: 
1.2.6.1-pedido certo: “O pedido deve ser certo. Compreendem-se no principal os juros 
legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários 
advocatícios. A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o 
princípio da boa-fé” (artigo 322, §§ 1º e 2º, do CPC). Certo no sentido de ser expresso, 
visto que, em regra, não se admite pedido implícito. Assim, no artigo 322, § 1º, do CPC, o 
legislador excepcionou a regra para admitir pedido implícito no que tange aos juros legais, 
à correção monetária e às verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. 
1.2.6.2-pedido de prestações sucessivas: “Na ação que tiver por objeto cumprimento de 
obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, 
independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, 
enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de 
consigná-las” (artigo 323 do CPC). São admitidos nas ações que visam ao cumprimento de 
obrigações por trato sucessivo (pensão alimentícia, aluguéis etc). Em tais casos, pode-se 
levar a efeito pedido de pagamento de prestações vencidas e vincendas. Todavia, ainda que 
o autor deixe de consignar na petição pedido relativo às prestações vincendas, essas são 
consideradas implicitamente incluídas no pedido. 
1.2.6.3-pedido determinado: “O pedido deve ser determinado” (artigo 324 do CPC). 
Determinado no sentido de delimitação da pretensão do autor (qualidade e quantidade), 
visto que ele deve ser claro naquilo que se espera obter do Poder Judiciário. 
1.2.6.3.1-pedido genérico: “É lícito, porém, formular pedido genérico: I - nas ações 
universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; II - quando não for 
possível determinar, desde logo, as conseqüências do ato ou do fato; III - quando a 
determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado 
pelo réu. O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção” (artigo 324, §§ 1º, I a III, e 2º, do 
CPC). Ações universais são aquelas em que a pretensão recai sobre uma universalidade, 
seja ela de fato (exemplo: rebanho) ou de direito (exemplo: patrimônio). Quando o autor 
tiver direito a uma indenização em razão de ato ou fato ilícito, mas suas conseqüências 
ainda não se definiram por ocasião da propositura da ação, não tendo, conseqüentemente, 
condições de quantificá-la. Quando a definição do quanto devido depender de ato que deva 
ser praticado pelo réu. Exemplo: pedido de prestação de contas e condenação ao pagamento 
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do saldo devedor. Deve-se registrar que a indeterminação só pode ocorrer quanto à 
qualidade ou quantidade das coisas ou importâncias pretendidas, portanto, não pode ocorrer 
a indeterminação quanto ao gênero da prestação pretendida. Finalmente, pedido genérico só 
pode existir em relação ao pedido mediato, jamais no que tange ao pedido imediato, visto 
que este deve ser sempre determinado (uma condenação, uma declaração etc.). 
1.2.6.4-pedido alternativo: “O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, 
o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. Quando, pela lei ou pelo 
contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação 
de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo” (artigo 
325, parágrafo único, do CPC). Denomina-se alternativo porque o autor, em virtude da 
natureza da relação jurídica de direito material, pede a efetivação do seu direito por mais de 
uma maneira, cada uma suficiente para satisfação de sua pretensão, pede o cumprimento de 
uma ou outra prestação (exemplo: a ação de depósito onde se pede a devolução do bem 
depositado ou o seu equivalente em dinheiro). A forma mais comum deste pedido 
relaciona-se com as obrigações alternativas previstas no Código Civil (artigos 252/256). 
Pode ocorrer tão-somente em relação ao pedido mediato. 
1.2.6.5-mais de um pedido em ordem subsidiária e mais de um pedido 
alternativamente: “É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de 
que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior. É lícito formular mais de 
um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles” (artigo 326, parágrafo único, 
do CPC). É a permissão legal conferida ao autor para formular mais de um pedido em 
ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, não sendo possível acolher o 
anterior (exemplo: pede-se rescisão do contrato com perdas e danos ou, caso não reste 
configurada razão para tanto, a condenação do réu ao pagamento da prestação vencida), 
bem como para pleitear mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um 
deles. Podem estar relacionados tanto ao pedido mediato quanto ao pedido imediato. 
1.2.6.6-pedidos cumulados: “É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo 
réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. São requisitos de 
admissibilidade da cumulação que: I - os pedidos sejam compatíveis entre si; II - seja 
competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - seja adequado para todos os pedidos o 
tipo de procedimento. Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de 
procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem 
prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos 
especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis 
com as disposições sobre o procedimento comum. O inciso I do § 1o não se aplica às 
cumulações de pedidos de que trata o art. 326” (artigo 327, § 1º, I a III, e § 2º, do CPC). No 
que tange ao inciso I (que os pedidos sejam compatíveis entre si), consideram 
incompatíveis os pedidos (por exemplo) quando o autor reclama a entrega da coisa e a 
rescisão do contrato de venda no mesmo processo. A cumulação de pedido pode ser 
simples ou sucessiva. Ocorre a primeira (cumulação simples) quando a rejeição ou 
acolhimento de um pedido não atinge o outro. E a segunda (cumulação sucessiva) quando o 
acolhimento de um pedido pressupõe o do pedido anterior (pedido de investigação de 
paternidade e de petição de herança - o juiz só vai acolher o pedido posterior se acolher o 
anterior). 
1.2.6.7-pedido na obrigação indivisível com pluralidade de credores: “Na obrigação 
indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do processo receberá sua 
parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito” (artigo 328 do CPC). Tratando-se 
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de obrigação indivisível, sendo vários os credores, qualquer um deles é parte legítima para 
pedir a prestação. Assim, aquele que não participar do processo onde for pedido o 
cumprimento da obrigação receberá a sua parte, da qual serão deduzidas as despesas 
custeadas por aquele que ingressou com a ação. 
1.2.6.8-aditamento ou alteração do pedido ou da causa de pedir: “O autor poderá: I - até 
a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de 
consentimento do réu; II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a 
causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a 
possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o 
requerimento de prova suplementar. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à 
respectiva causa de pedir” (artigo 329, I e II, e parágrafo único, do CPC). Assim, é lícito ao 
autor aditar ou alterar o pedido ou causa de pedir, independentemente da anuência do réu, 
antes da citação. Depois da citação e até o saneamento do processo que é materializado 
através de decisão interlocutória (decisão de saneamento), o aditamento ou a alteração do 
pedido ou da causa de pedir só é possível com a concordância do réu, assegurando-lhe o 
contraditório mediante a possibilidade de manifestação no prazo mínimo de 15 (quinze) 
dias. Dessa forma, fica afastada a possibilidade de aditamento ou alteração do pedido ou da 
causa de pedir depois da decisão de saneamento, ainda que haja consentimento do réu. 
1-TUTELA PROVISÓRIA (ARTIGOS 294/311 DO CPC): 
1.1-introdução: O Poder Judiciário pode ser acionado para prestar tutela definitiva, 
entendida como aquela que deve ser precedida de cognição exauriente, onde se assegura o 
devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa, com profundo debate a respeito do 
objeto da decisão, e tutela provisória, fundada em cognição sumária, isto é, alicerçada em 
juízo de probabilidade, de natureza satisfativa (tutela de urgência antecipada e tutela da 
evidência) e de natureza preventiva (tutela de urgência cautelar). 
1.2-conceito: “Tutelas provisórias são tutelas jurisdicionais não definitivas, fundadas em 
cognição sumária (isto é, fundadas em um exame menos profundo da causa, capaz de levar 
à prolação de decisões baseadas em juízo de probabilidade e não de certeza). Podem 
fundar-se em urgência ou em evidência (daí por que se falar em tutela de urgência e em 
tutela de evidência)” (Alexandre Freitas Câmara). “O legislador agrupou sob o gênero 
tutelas provisórias tanto as tutelas satisfativas como as tutelas cautelares que podem ser 
prestadas mediante cognição sumária, isto é, fundadas em juízo de probabilidade (art. 300). 
A técnica antecipatória pode dar lugar a uma decisão provisória que satisfaça desde logo o 
direito da parte fundada na urgência ou na evidência. A tutela cautelar, porém, é sempre 
fundada na urgência (art. 301). O legislador buscou caracterizar a urgência que dá lugar à 
tutela provisória no art. 300 e a evidência no art. 311” (Teresa Arruda Alvim Wamber; 
Fredie Didier Jr.; Eduardo Talamini; Bruno Dantas). 
1.3-tutela provisória antecedente ou incidental: “A tutela provisória pode ser prestada de 
forma antecedente – com o que será autônoma do ponto de vista processual – ou incidental. 
Se fundada na evidência, porém, só será prestada de forma incidental” (Teresa Arruda 
Alvim Wamber; Fredie Didier Jr.; Eduardo Talamini; Bruno Dantas). A tutela provisória de 
urgência (cautelar ou antecipada), à luz do parágrafo único do artigo 294 do CPC, pode ser 
concedida em caráter antecedente ou incidental. Todavia, a configuração dada à tutela 
provisória de evidência pelo legislador (artigo 311 do CPC) só permite a sua concessão de 
forma incidental. Com efeito, a tutela provisória de urgência (cautelar ou antecipada) pode 
ser concedida em caráter antecedente ou incidental (artigo 294, parágrafo único), todavia, a 
tutela provisória da evidência só pode ser concedida de forma incidental (artigo 311). 
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1.4-competência para a tutela provisória: “A tutela provisória será requerida ao juízo da 
causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido 
principal. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e 
nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para 
apreciar o mérito” (artigo 299, parágrafo único, do CPC). A parte interessada, se já existe 
ação, faz o pedido de tutela provisória, por meio de simples petição, ao juiz da causa. 
Porém, se a tutela provisória é antecedente, o requerimento deve ser endereçado ao juízo 
competente para conhecer do pedido principal, o qual é encontrado através do exame das 
regras de competência estabelecidas nos artigos 42 a 53 do CPC. Por outro lado, na ação de 
competência originária de tribunal e nos recursos, a tutela provisória será requerida ao 
órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito da demanda de competência 
originária ou do recurso. 
1.5-requerimento da parte: a concessão da tutela provisória de urgência ou da tutela 
provisória da evidência desafia requerimento da parte interessada, assim, em razão das 
normas previstas nos artigos 2º (princípio da demanda) e 299 do CPC, não pode o Juiz, em 
regra, conceder a tutela provisória de ofício. “A tutela jurisdicional realiza-se por meio do 
processo, que se inicia sob regência do princípio da disponibilidade, de sorte que cabe à 
parte definir o objeto litigioso e a tutela que, sobre ele, pretende obter em juízo (NCPC, art. 
2º). As tutelas de urgência e da evidência são parcela da tutela geral que incumbe à parte 
postular, de maneira que, em princípio, deverão se submeter à demanda do interessado” 
(Humberto Theodoro Júnior). 
1.6-decisão proferida na tutela provisória: é interlocutória a decisão que concede, nega, 
modifica ou revoga a tutela provisória, na qual, conforme preconiza o artigo 298 do CPC, o 
juiz motivará seu convencimento de forma clara e precisa, ou seja, o magistrado deve expor 
com clareza e precisão as razões de fato e direito que a justificam. “O juiz, nessa esteira, 
deverá fundamentar a decisão, apresentando às partes os fundamentos de fato e de direito 
que lhe formaram o convencimento acerca da plausibilidade do perigo de dano e do direito 
invocado. Aliás, o dever de motivação de toda e qualquer decisão judicial é uma imposição 
de ordem constitucional (CF, art. 93, IX). O maior rigor da lei, com relação às medidas 
sumárias de urgência, prende-se ao fato de que a investigação fática nessas medidas se dá 
com base numa instrução muito superficial” (Humberto Theodoro Júnior). 
1.7-recurso cabível contra a decisão proferida na tutela provisória: “A decisão que 
defere ou indefere requerimento de tutela provisória constitui decisão interlocutória (art. 
203, § 2º) e é recorrível mediante agravo de instrumento (art. 1.015, I). Tendo havido 
indeferimento do pedido, pode o autor requerer no agravo desde logo ao seu relator a 
antecipação da tutela recursal para o tribunal a fim de ver concedida a tutela negada em 
primeiro grau de jurisdição (art. 1.019, I). Tendo havido o deferimento, pode o réu no 
agravo desde logo requerer ao seu relator a suspensão dos efeitos da decisão que concedeu 
a tutela provisória (art. 1.019, I). Se, no entanto, a tutela provisória, for confirmada, 
concedida ou revogada na sentença, o recurso cabível será unicamente o de apelação (art. 
1.009, § 3º)” (Luiz Guilherme Marinoni; Sérgio Cruz Arenhart). Apelação que, à luz do 
inciso V do § 1º do artigo 1012 do CPC, não terá efeito suspensivo. 
1.8-concessão da tutela provisória liminarmente ou após justificação prévia: a tutela 
provisória pode ser concedidaliminarmente ou após justificação prévia (artigos 300, § 2º, e 
311, parágrafo único, do CPC). Assim, a tutela de urgência pode ser concedida 
liminarmente ou após justificação prévia (artigo 300, § 2º, do CPC) e a tutela de evidência, 
nas hipóteses previstas nos incisos II e III do artigo 311 do CPC, pode ser concedida 
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liminarmente (artigo 311, parágrafo único, do CPC). Com efeito, a tutela provisória da 
evidência, nas hipóteses previstas nos incisos II e III do artigo 311 do CPC, pode ser 
deferida liminarmente ou após a oitiva do réu e, por outro lado, nas situações alinhadas nos 
incisos I e IV do artigo 311 do CPC, a tutela provisória da evidência só pode ser concedida 
após a resposta do réu. Na tutela provisória da evidência, em razão de sua vocação, não há 
acomodação para a realização de audiência de justificação prévia. 
1.9-eficácia da tutela provisória: “A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência 
do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. Salvo decisão 
judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período de 
suspensão do processo” (artigo 296, parágrafo único, do CPC). A tutela provisória, uma vez 
deferida, conserva sua eficácia, durante toda a pendência do processo, mas pode, a qualquer 
tempo, ser revogada ou modificada (artigo 296 do CPC). A tutela provisória, salvo decisão 
judicial em contrário, conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo 
(artigo 296, parágrafo único, do CPC). 
1.10-efetivação da tutela provisória: “O juiz poderá determinar as medidas que considerar 
adequadas para efetivação da tutela provisória. A efetivação da tutela provisória observará 
as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber” (artigo 297, 
parágrafo único, do CPC). “A decisão que defere tutela provisória, a qual será 
substancialmente fundamentada (art. 298), será efetivada aplicando-se, no que couber, as 
normas referentes ao cumprimento provisório da sentença (art. 297, parágrafo único), 
cabendo ao juízo determinar a adoção das medidas executivas (sub-rogatórias ou 
coercitivas) necessárias para assegurar sua efetivação (art. 297)” (Alexandre Freitas 
Câmara). 
1.11-fungibilidade das tutelas provisórias: “O direito vigente não repetiu integralmente a 
regra da fungibilidade entre as tutelas provisórias constante do direito anterior. A previsão 
da fungibilidade encontra-se textualmente restrita às hipóteses de tutelas provisórias 
requeridas de forma antecedente (art. 305, parágrafo único). Porém, é evidente que o 
legislador permite ampla fungibilidade entre as tutelas provisórias. A fungibilidade é uma 
manifestação da necessidade de aproveitamento de atos processuais já praticados, com o 
que reside nos domínios da economia processual e da duração razoável do processo (arts. 
5º, LXXVIII, da CF, e 4º). Nessa perspectiva, sendo possível conhecer o pedido de tutela 
satisfativa (antecipada) como se pedido de tutela cautelar fosse (e vice-versa), seja 
formulado de forma incidental, seja de maneira antecedente, uma interpretação conforme 
ao direito fundamental à duração razoável do processo autoriza esse aproveitamento. 
Inspirado nessa mesma linha de efetiva prestação da tutela jurisdicional, tendo o Código 
encampado claramente uma preferência pela prolação de decisões de mérito em detrimento 
de decisões meramente processuais (arts. 317 e 488), é igualmente evidente a possibilidade 
de se aplicar a regra da fungibilidade entre os pedidos de tutelas provisórias da maneira 
mais ampla possível” (Luiz Guilherme Marinoni; Sérgio Cruz Arenhart). Caso o 
magistrado entenda que o pedido de tutela cautelar antecedente tem natureza antecipada, 
observará o procedimento da tutela antecipada antecedente (artigo 305, parágrafo único, do 
CPC), ou seja, se a parte, a título de tutela de natureza cautelar antecedente, requerer tutela 
de natureza antecipada antecedente, o juiz observará o procedimento desta (tutela de 
natureza antecipada antecedente), residindo aí a fungibilidade expressamente prevista pelo 
legislador no novo CPC. 
1.11.1-características da tutela provisória: “A tutela provisória é marcada por três 
características essenciais: a) a sumariedade da cognição, vez que a decisão se assenta em 
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análise superficial do objeto litigioso e, por isso, autoriza que o julgador decida a partir de 
um juízo de probabilidade; b) a precariedade. A princípio, a tutela provisória conservará 
sua eficácia ao longo do processo, ressalvada a possibilidade de decisão judicial em sentido 
contrário (art. 296, parágrafo único, CPC). Mas ela poderá ser revogada ou modificada a 
qualquer tempo (art. 296, caput, CPC). A revogação ou modificação de uma tutela 
provisória só pode dar-se, porém, em razão de uma alteração do estado de fato ou de direito 
ou do estado de prova – quando, por exemplo, na fase de instrução, restarem evidenciados 
fatos que não correspondam àqueles que autorizaram a concessão da tutela; c) e, por ser 
assim, fundada em cognição sumária e precária, a tutela provisória é inapta a tornar-se 
indiscutível pela coisa julgada” (Fredie Didier JR., Paulo Sarno Braga e Rafael Alexandria 
de Oliveira). 
1.12-TUTELA DE URGÊNCIA (ARTIGOS 300/310 DO CPC): 
1.12.1-introdução: a tutela provisória de urgência, à luz do parágrafo único do artigo 294 
do CPC, pode ser cautelar (tutela preventiva) ou antecipada (tutela satisfativa). Dessa 
forma, a tutela provisória de urgência, no novo CPC, é o gênero do qual são espécies a 
tutela antecipada (tutela satisfativa) e a tutela cautelar (tutela preventiva). “Chama-se tutela 
cautelar à tutela de urgência do processo, isto é, à tutela provisória urgente destinada a 
assegurar o futuro resultado útil do processo, nos casos em que uma situação de perigo 
ponha em risco sua efetividade. A tutela cautelar, portanto, não é uma tutela de urgência 
satisfativa do direito (isto é, uma tutela de urgência capaz de viabilizar a imediata 
realização prática do direito), mas uma tutela de urgência não satisfativa, destinada a 
proteger a capacidade do processo para produzir resultados úteis. Já a tutela de urgência 
satisfativa (tutela antecipada de urgência) se destina a permitir a imediata realização prática 
do direito alegado pelo demandante, revelando-se adequada em casos nos quais se afigure 
presente uma situação de perigo iminente para o próprio direito substancial (perigo de 
morosidade)” (Alexandre Freitas Câmara). 
1.12.2-conceito: é o instrumento processual que permite ao Juiz, a requerimento da parte, 
prestar, de forma antecedente ou incidental, liminarmente ou após justificação prévia, 
quando evidenciado a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil 
do processo, a tutela antecipada (tutela satisfativa) ou a tutela cautelar (tutela preventiva). 
1.12.3-concessão da tutela provisória de urgência liminarmente ou após justificação 
prévia: a tutela provisória de urgência pode ser concedida liminarmente ou após 
justificação prévia (artigo 300, § 2º, do CPC). “Prevê o art. 300, § 2º, a possibilidade de 
concessão liminar, ou após justificação, da medida de urgência. A regra geral, no entanto, é 
a ouvida prévia da parte contrária. A liminar inaudita altera parte se justifica quando o risco 
de dano é imediato e sua coibição não permite aguardar o contraditório. Mesmo nesses 
casos excepcionais, não se elimina totalmente o contraditório, mas apenas o posterga. 
Deferida a liminar, a defesa será assegurada ao requerido e, uma vez produzida e instruída, 
o juiz manterá, revogará ou modificará o provimento de urgência conforme aquilo que do 
contraditório emergiu” (Humberto Theodoro Júnior). 
1.12.4-requisitospara a concessão da tutela de urgência: a concessão da tutela de 
urgência desafia a existência de elementos capaz de evidenciar a probabilidade do direito e 
o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (artigo 300 do CPC). Assim, exige-
se, para a concessão da tutela de urgência, a convergência dos seguintes requisitos: a) 
probabilidade do direito (fumaça do bom direito): a tutela de urgência, qualquer que 
seja o fundamento, tem por pressuposto a probabilidade do direito, ou seja, a existência de 
convicção judicial formatada a partir de uma cognição sumária das alegações da parte, ou 
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seja, o magistrado, para conceder a tutela de urgência, tem que se convencer, em cognição 
sumária, de que é provável o direito do interessado. Trata-se de um juízo provisório, 
portanto, basta que, no momento da análise do pedido de tutela de urgência, todos os 
elementos convirjam no sentido de aparentar a probabilidade do direito alegado pela parte. 
O legislador atribuiu ao conceito de probabilidade uma “função programática: autorizar o 
juiz a conceder tutelas provisórias com base em cognição sumária, isto é, ouvindo apenas 
uma das partes ou então fundado em quadros probatórios incompletos (vale dizer, sem que 
tenham sido colhidas todas as provas para o esclarecimento das alegações de fato). A 
probabilidade do direito que autoriza o emprego da técnica antecipatória para a tutela dos 
direitos é a probabilidade lógica-que é aquela que surge da confrontação das alegações e 
das provas com os elementos disponíveis nos autos, sendo provável a hipótese que encontra 
maior grau de confirmação e menor grau de refutação nesses elementos. O juiz tem que se 
convencer de que o direito é provável para conceder tutela provisória” (Luiz Guilherme 
Marinoni; Sérgio Cruz Arenhart). “A probabilidade do direito a ser provisoriamente 
satisfeito/realizado ou acautelado é a plausibilidade de existência desse mesmo direito. O 
bem conhecido fumus boni iuris (ou fumaça do bom direito). O magistrado precisa avaliar 
se há elementos que evidenciem a probabilidade de ter acontecido o que foi narrado e quais 
as chances de êxito do demandante (art. 300, CPC)” (Fredie Didier JR., Paulo Sarno Braga 
e Rafael Alexandria de Oliveira); b) perigo de dano ou risco ao resultado útil do 
processo (perigo da demora): “A fim de caracterizar a urgência capaz de justificar a 
concessão de tutela provisória, o legislador falou em perigo de dano (provavelmente 
querendo se referir à tutela antecipada) e risco ao resultado útil do processo (provavelmente 
querendo se referir à tutela cautelar)” (Teresa Arruda Alvim Wamber; Fredie Didier Jr.; 
Eduardo Talamini; Bruno Dantas). “Há perigo na demora porque, se a tutela tardar, o ilícito 
pode ocorrer, continuar ocorrendo, ocorrer novamente ou pode o dano ser irreparável, de 
difícil reparação ou não encontrar adequado ressarcimento” (Luiz Guilherme Marinoni; 
Sérgio Cruz Arenhart). Assim, a concessão da tutela de urgência desafia a existência de 
elementos capaz de evidenciar o perigo na demora que alcança o perigo de dano ou o risco 
ao resultado útil do processo. “É preciso que a demora do processo possa trazer dano 
irreparável para o autor. Não dano remoto, hipotético, improvável. Mas fundado em 
elementos que permitam concluir pela probabilidade iminente, caso a tutela não seja 
concedida, de que venha a ocorrer e não possa ser reparado, ou seja de difícil reparação” 
(Marcus Vinicius Rios Gonçalves). “A tutela provisória de urgência pressupõe, também, a 
existência de elementos que evidenciem o perigo que a demora no oferecimento da 
prestação jurisdicional (periculum in mora) representa para a efetividade da jurisdição e a 
eficaz realização do direito” (Fredie Didier JR., Paulo Sarno Braga e Rafael Alexandria de 
Oliveira); c) reversibilidade da medida: a tutela de urgência, de natureza antecipada, só 
pode ser concedida se for possível a reversibilidade dos efeitos da decisão. “A tutela de 
urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de 
irreversibilidade dos efeitos da decisão” (artigo 300, § 3º, do CPC). A tutela antecipada, por 
ser medida precária e provisória, sujeita a modificação ou revogação a qualquer tempo, só 
pode ser concedida se houver possibilidade de reversão do provimento antecipado, caso o 
requerente não seja exitoso na demanda; d) caução (contracautela): “Para a concessão da 
tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea 
para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser 
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la” (artigo 300, § 
1º, do CPC). “Atribui o art. 300, § 1º, do NCPC, ao juiz que defere a tutela de urgência, o 
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poder de impor ao requerente a prestação de uma caução, que pode ser real ou fidejussória, 
e que tem o fito de ressarcir qualquer prejuízo que a providência sumária possa, 
eventualmente, acarretar ao requerido, a quem nem sequer se facultou, ainda, o direito de se 
defender” (Humberto Theodoro Júnior). 
1.12.5-oportunidade da tutela de urgência: a tutela de urgência, conforme preconiza o 
parágrafo único do artigo 294 do CPC, pode ser concedida em caráter antecedente ou 
incidental. 
1.12.6-tutela de urgência de natureza cautelar nominada: “A tutela de urgência de 
natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, 
registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para 
asseguração do direito” (artigo 301 do CPC). Assim, o legislador autoriza o juiz a conceder 
tutelas cautelares típicas ou nominadas, que são aquelas que estão indicadas no transcrito 
artigo (arresto, sequestro, arrolamento de bens e registro de protesto contra alienação de 
bens) e tutelas cautelares atípicas ou inominadas, ou seja, não nominadas no sobredito 
dispositivo legal, desde que necessárias para asseguração do direito. 
1.12.6.1-arresto: o arresto é tutela de urgência cautelar que foi tipificada (nominada) pelo 
legislador no artigo 301 do CPC. 
1.12.6.1.1-conceito: “É a apreensão cautelar de bens com a finalidade de garantir uma 
futura execução por quantia” (Vicente Greco Filho). O arresto é medida cautelar destinada 
à garantia de futura execução por quantia certa contra devedor solvente, visto que os bens 
apreendidos e depositados (arrestados) são alcançados, uma vez iniciado o feito executório, 
pela penhora, ou seja, o arresto é convertido em penhora. É tutela cautelar que tem 
cabimento quando restar evidenciada a possibilidade de dilapidação do patrimônio do 
devedor antes do início do processo de execução ou da fase executiva por quantia certa. 
“Arresto é a medida cautelar que consiste na apreensão judicial de bens indeterminados do 
patrimônio do devedor – tantos quantos sejam necessários – para garantia da futura 
execução por quantia certa ou cumprimento de sentença da mesma natureza” (Milton Paulo 
de Carvalho Filho). 
1.12.6.1.2-finalidade: o arresto tem por finalidade preservar um valor patrimonial, 
materializado nos bens arrestados (apreendidos), para garantir futura execução por quantia 
certa ou cumprimento de sentença da mesma natureza, os quais (bens arrestados), iniciado 
o feito executório por quantia certa, são convertidos em bens penhorados, ou seja, o arresto 
dá lugar à penhora. 
1.12.6.1.3-objeto: o arresto pode alcançar quaisquer bens penhoráveis do devedor (móveis, 
imóveis, créditos, marcas comerciais etc.), assim, não podem ser alcançados pelo arresto os 
bens considerados pela legislação como impenhoráveis (artigo 833, I a XII, do CPC, e Lei 
nº 8.009/90). 
1.12.6.1.4-distinçãoentre seqüestro e arresto: o seqüestro, medida cautelar destinada à 
garantia da execução para a entrega de coisa certa, tem por finalidade alcançar bem 
específico, ou seja, aquele em que a posse ou o domínio está sendo objeto do processo 
principal. Já o arresto, medida cautelar destinada à garantia da execução por quantia certa 
contra devedor solvente, pode alcançar quaisquer bens penhoráveis do devedor, posto que 
seu objetivo é preservar um valor patrimonial para garantir o adimplemento de uma dívida 
em dinheiro. 
1.12.6.1.5-características do arresto: a) pode ser preparatório (anteceente) ou incidental; 
b) é instituto de garantia do resultado útil da execução por quantia certa, visto que os bens 
arrestados são convertidos em bens penhorados; c) é medida que consiste na apreensão de 
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bens indeterminados do patrimônio do devedor, tantos quantos bastem, para o pagamento 
da dívida; d) o devedor perde a posse do bem arrestado, uma vez que ele é entregue a um 
depositário, e qualquer ato de transferência dominial dele é ineficaz em relação ao processo 
onde ocorreu a constrição; e) o arresto gera para o credor um direito de preferência em 
relação aos demais credores quirografários. 
1.12.6.2-seqüestro: o seqüestro é tutela de urgência cautelar que foi tipificada (nominada) 
pelo legislador no artigo 301 do CPC. 
1.12.6.2.1-conceito: “É a medida cautelar que assegura futura execução para entrega de 
coisa e que consiste na apreensão de bem determinado, objeto do litígio, para lhe assegurar 
entrega, em bom estado, ao que vencer a causa” (Humberto Theodoro Júnior). O seqüestro, 
preparatório ou incidental, pressupõe dúvida sobre o direito material da parte e perigo de 
desaparecimento da coisa até o resultado final do processo principal. 
1.12.6.2.2-finalidade: a finalidade do seqüestro é apreensão de bem determinado, objeto 
vinculado à demanda principal, a fim de garantir, em regra, futura execução para entrega de 
coisa certa. 
1.12.6.3-arrolamento de bens: o arrolamento de bens é tutela de urgência cautelar que foi 
tipificada (nominada) pelo legislador no artigo 301 do CPC. 
1.12.6.3.1-conceito: “O arrolamento cautelar de bens, que não se confunde com o 
arrolamento espécie de inventário, é a documentação da existência e estado de bens, sempre 
que houver fundado receio de extravio ou dissipação, com o depósito em mãos de pessoa 
da confiança do juízo” (Vicente Greco Filho). 
1.12.6.3.2-objetivo: “O arrolamento tem por objetivo a conservação de bens que corram 
risco de extravio ou de dilapidação, frustrando, portanto, o cumprimento de determinada 
obrigação. Tem ampla aplicação, especialmente na área do direito de família, em que há 
inúmeros casos de partilha (separação judicial, divórcio, reconhecimento e dissolução de 
união estável), bem como no direito sucessório” (Luiz Rodrigues Wambier). “A medida 
cautelar de arrolamento de bens tem por finalidade preservar os bens de uma universalidade 
de fato ou jurídica, de conteúdo não conhecido ao requerente da providência, para que não 
haja frustração do cumprimento de determinada obrigação. A medida visa apenas acautelar 
ou conservar os direitos do requerente, com a descrição e o depósito dos bens, e não a 
transferir a posse definitiva dos bens objeto da constrição cautelar, nem conferir a 
propriedade deles, pois estes constituem o objetivo da ação principal” (Milton Paulo de 
Carvalho Filho). 
1.12.6.3.3-objeto: o arrolamento pode alcançar bens móveis, imóveis e documentos, desde 
que estes (documentos) sejam representativos de valor econômico (título de crédito). 
1.12.6.4-registro de protesto contra alienação de bem: o registro de protesto contra 
alienação de bem é tutela de urgência cautelar que foi tipificada (nominada) pelo legislador 
no artigo 301 do CPC. “Compreende provimento não restrito ao simples protesto contra 
alienação de bens. Vai além, ao permitir sua inserção em registro público de propriedade, 
com o que se torna ato preventivo contra possível alienação fraudulenta, mediante 
divulgação erga omnes. Com a medida, a disposição do bem não é proibida, mas o terceiro 
adquirente fica inibido de alegar boa-fé, caso tenha o interessado de demandar o 
reconhecimento judicial da fraude praticada em seu detrimento” (Humberto Theodoro 
Júnior). 
1.12.6.5-tutela de urgência de natureza cautelar inominada: “Apesar de a legislação 
nova nomear apenas quatro medidas tradicionalmente típicas, deixou claro que foi 
assegurado o poder geral de cautela do juiz, e que, com base nele, é perfeitamente cabível a 
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utilização de todas as medidas que o Código revogado tipificava, desde que observado o 
procedimento comum previsto para a tutela provisória na parte geral da legislação atual 
(NCPC, arts. 294 a 310)” (Humberto Theodoro Júnior). 
1.12.7-responsabilidade pela efetivação da tutela de urgência: “Independentemente da 
reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de 
urgência causar à parte adversa, se: I - a sentença lhe for desfavorável; II - obtida 
liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a 
citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; III - ocorrer a cessação da eficácia da 
medida em qualquer hipótese legal; IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou 
prescrição da pretensão do autor. A indenização será liquidada nos autos em que a medida 
tiver sido concedida, sempre que possível” (artigo 302, I a IV, parágrafo único, do CPC). 
“A doutrina tende a caracterizar a responsabilidade pela fruição da tutela provisória como 
uma responsabilidade objetiva, isto é, em que há responsabilidade sem dolo ou culpa. Em 
sendo o caso, a indenização será liquidada sempre que possível nos autos em que a medida 
tiver sido concedida (art. 302, parágrafo único)” (Luiz Guilherme Marinoni; Sérgio Cruz 
Arenhart). 
1.12.8-procedimentos das tutelas de urgência: “O art. 294, parágrafo único, do novo 
Código, dispõe que a tutela provisória, de natureza cautelar ou satisfativa, pode ser 
concedida em caráter antecedente ou incidental. Já o art. 303 autoriza a parte, nos casos em 
que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a peticionar ao juízo requerendo 
apenas a tutela provisória, com indicação sumária da lide, do direito que se busca realizar e 
do perigo da demora e, posteriormente, aditar a inicial com o pedido principal, se for o 
caso. E o art. 305 e seguintes prevêem o procedimento para a concessão da tutela 
conservativa (cautelar) de forma antecedente. Em qualquer caso, não há uma ação sumária 
distinta da ação dita principal. A pretensão de medida urgente se apresenta como parcela 
eventual da ação que objetiva solucionar o litígio, quer quando antecedente e a prepara, 
quer quando a complementa já em curso” (Humberto Theodoro Júnior). 
1.12.8.1-procedimento da tutela de urgência incidental: “O pedido incidental não 
apresenta dificuldades, uma vez que será feito por simples petição, sem necessidade sequer 
de pagamento de custas (NCPC, art. 295). É claro, porém, que o requerente deverá 
comprovar a existência dos requisitos legais: fumus boni iuris e periculum in mora. 
Deduzida a pretensão por qualquer uma das partes, proceder-se-á à audiência da outra para 
cumprir-se o mandamento constitucional do contraditório e da ampla defesa (CF, art. 5º, 
LV). Observar-se-á o prazo de resposta de cinco dias, uma vez que o regulamento do 
procedimento sumário de urgência não prevê prazo especial para tanto (art. 218, § 3º), isso 
se o juiz não estipular prazo diferente” (Humberto Theodoro Júnior). O pedido de tutela de 
urgência deverá ser materializado em petição que demonstre a convergência dos requisitos 
do artigo 300 do CPC, devendo ser instruídacom prova adequada da pretensão. A ausência 
de prova documental autoriza o requerente a requerer audiência de justificação (inquirição 
de testemunhas) que (conforme a urgência) poderá ser realizada antes mesmo da intimação 
do requerido. A tutela de urgência incidental pode ser concedida ou denegada e o recurso 
cabível, em qualquer situação, é o agravo de instrumento (artigo 1.015, I, do CPC). 
1.12.8.2-procedimento da tutela de urgência antecedente: a tutela de urgência, cautelar 
ou satisfativa, é considerada antecedente quando deduzida em juízo antes do pedido 
principal, ou seja, precedem à pretensão principal que será aperfeiçoada nos próprios autos 
instaurados para viabilizar o pleito de tutela de urgência antecedente. O novo CPC 
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estabelece dois procedimentos para a tutela de urgência antecedente, ou seja, um para a 
tutela cautelar e outro para a tutela antecipada. 
1.12.8.3-procedimento da tutela de urgência cautelar antecedente: 
1.12.8.3.1-petição inicial: a petição inicial da tutela de urgência cautelar antecedente, além 
dos requisitos previstos no artigo 319, naquilo que lhe for aplicável (endereçamento da 
petição inicial à autoridade judiciária competente; a devida qualificação das partes; indicar 
o pedido com as suas especificações; o valor da causa; as provas com pretende demonstrar 
os fatos), deve indicar a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se 
objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (artigo 305 do 
CPC). A petição inicial deve noticiar a lide que será solucionada pela tutela definitiva e o 
seu fundamento (o seu suporte fático e jurídico), ou seja, é a pretensão de direito material 
que será resolvida pelo provimento definitivo e o seu lastro. A petição inicial deve conter 
também a exposição sumária do direito que se visa acautelar a fim de “evidenciar o 
interesse processual, representado pelo direito de ação, com o mínimo de viabilidade 
jurídica” (Humberto Theodoro Júnior). Da exposição sumária do direito que se visa 
assegurar, emerge o “fumus boni iuris” (fumaça do bom direito) retratado pela 
probabilidade de existência do direito alegado e que será objeto do pedido que será 
solucionado pela tutela definitiva. É também requisito da peça vestibular o perigo de dano 
ou o risco ao resultado útil do processo, isto é, o “periculum in mora” (perigo da demora), 
que nada mais é do que a probabilidade de risco ao resultado útil do processo em razão da 
delonga no seu processamento e julgamento. 
1.12.8.3.2-citação e defesa do réu: “O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, 
contestar o pedido e indicar as provas que pretende produzir. Não sendo contestado o 
pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso 
em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias. Contestado o pedido no prazo legal, 
observar-se-á o procedimento comum” (artigos 306 e 307, parágrafo único, do CPC). 
1.12.8.3.3-prazo para o oferecimento do pedido principal: “Efetivada a tutela cautelar, o 
pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que 
será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não 
dependendo do adiantamento de novas custas processuais” (artigo 308 do CPC). “Há duas 
situações a considerar após a fase processual relativa à medida cautelar antecedente: (a) a 
pretensão de tutela de urgência é denegada, caso em que o processo se extingue, sem 
chegar ao estágio de formulação do pedido principal; (b) a pretensão cautelar é deferida, 
hipótese em que o pedido principal deverá ser formulado nos próprios autos, em trinta dias 
(NCPC, art. 308). No primeiro caso, o indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a 
parte formule o pedido principal (art. 310), devendo, porém, constar de petição inicial de 
processo novo, de cognição plena, e não sumário. Em se tratando de ação nova, em autos 
próprios, não há prazo preclusivo para sua propositura, tanto que a lei só cogita de prazo 
quando o pedido principal é formulado em seguida a medida urgente já deferida e 
executada (art. 308, caput)” (Humberto Theodoro Júnior). 
1.12.8.3.3.1-pedido principal: o pedido principal, deferida a tutela cautelar, terá de ser 
formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias (artigo 308 do CPC). Todavia, pode 
também ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar (artigo 308, § 1º, do 
CPC). “O § 1º do art. 308 do CPC autoriza a cumulação inicial de pedidos cautelar e 
definitivo. Assim, é plenamente possível que a demanda seja formulada já com os pedidos 
de tutela cautelar e tutela satisfativa. Nesse caso, a tutela cautelar não será antecedente, 
mas, sim, incidental. Essa regra revela como o procedimento comum é apto a mais de uma 
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espécie de tutela jurisdicional – é, também, por isso, um procedimento de cognição plena” 
(Fredie Didier JR., Paulo Sarno Braga e Rafael Alexandria de Oliveira). “Apresentado o 
pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de conciliação ou de mediação, 
na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova 
citação do réu. Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na 
forma do art. 335” (artigo 308, §§ 3º e 4º, do CPC). 
1.12.8.3.4-cessação da eficácia da tutela concedida em caráter antecedente: “Cessa a 
eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se: I - o autor não deduzir o pedido 
principal no prazo legal; II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias; III - o juiz julgar 
improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem 
resolução de mérito. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à 
parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento” (artigo 309, I a III, parágrafo único, do 
CPC). 
1.12.8.3.5-indeferimento da tutela cautelar: “O indeferimento da tutela cautelar não obsta 
a que a parte formule o pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo 
do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição” (artigo 310 do 
CPC). 
1.12.8.4-tutela de urgência antecipada requerida em caráter antecedente: “A tutela de 
urgência satisfativa (antecipada) antecedente é aquela requerida dentro do processo em que 
se pretende pedir a tutela definitiva, no intuito de adiantar seus efeitos, mas antes da 
formulação do pedido tutela final. O legislador prevê, para sua concessão, um 
procedimento próprio, disciplinado no art. 303 e seguintes do CPC, a ser aqui analisado. A 
situação de urgência, já existente no momento da propositura da ação, justifica que, na 
petição inicial, limite-se o autor a: a) requerer a tutela antecipada; b) indicar o pedido de 
tutela definitiva – que será formulado no prazo previsto em lei para o aditamento; c) expor 
a lide, o direito que se busca realizar (e sua probabilidade), e o perigo da demora (art. 303, 
caput, CPC); d) indicar o valor da causa considerando o pedido de tutela definitiva que 
pretende formular (art. 303, § 4º, CPC); e, em fim, e) explicitar que pretende valer-se do 
benefício da formulação do requerimento de tutela antecipada em caráter antecedente, nos 
moldes do caput do art. 303,CPC (art. 303, § 5º, CPC)” (Fredie Didier JR., Paulo Sarno 
Braga e Rafael Alexandria de Oliveira). A petição inicial, além dos requisitos específicos 
previstos no artigo 303, § 5º, do CPC, deve observar também, no que couber, os requisitos 
consignados no artigo 319 do CPC. 
1.12.8.4.1-deferimento da tutela antecipada pleiteada: “Concedida a tutela antecipada a 
que se refere o caput deste artigo: I- o autor deverá aditar a petição inicial, com a 
complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do 
pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; II - o 
réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 
334; III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do 
art. 335. Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o 
processo será extinto sem resolução do mérito. O aditamento a que se refere o inciso I do § 
1o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais” 
(artigo 303, §§ 1º, I a III, 2º e 3º, do CPC). 
1.12.8.4.2-indeferimento da tutela antecipada pleiteada: “Caso entenda que não há 
elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a 
emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo 
ser extinto sem resolução de mérito” (artigo 303, § 6º, do CPC). “Não concedida a tutela 
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antecipada, por não haver elementos que evidenciem o preenchimento dos seus 
pressupostos, o juiz determinará a intimação do autor para que promova a emenda da 
petição inicial no prazo de cinco dias, sob pena de indeferimento e extinção do processo 
sem resolução do mérito. A emenda da inicial é necessária para que o autor complemente 
sua causa de pedir, confirme seu pedido de tutela definitiva e traga documentos 
indispensáveis à propositura da demanda ainda ausentes” (Fredie Didier JR., Paulo Sarno 
Braga e Rafael Alexandria de Oliveira). 
1.12.8.4.3-estabilização da tutela de urgência antecipada: “A tutela antecipada, 
concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for 
interposto o respectivo recurso. No caso previsto no caput, o processo será extinto. 
Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar 
a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput. A tutela antecipada conservará seus 
efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na 
ação de que trata o § 2o. Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos 
em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o, 
prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida. O direito de rever, reformar ou 
invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, 
contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o. A decisão que 
concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será 
afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma 
das partes, nos termos do § 2o deste artigo” (artigo 304, § 1º ao 6º, do CPC). Assim, a tutela 
de urgência antecipada antecedente torna-se estável se não for interposto recurso contra a 
decisão que a concedeu, caso em que o processo será extinto (artigo 304, § 1º, do CPC). 
“Essa decisão antecipatória, todavia, não opera a coisa julgada, ou seja, não se reveste dos 
efeitos da coisa julgada material, que a tornaria imutável e indiscutível, com força 
vinculante para todos os juízos. As partes poderão, no prazo decadencial de dois anos, 
contado da ciência da decisão que extinguiu o processo, apresentar, se lhes convier, a ação 
principal para discutir a matéria no mérito (art. 304, §§ 2º e 5º). A opção, in casu, pela não 
ocorrência da coisa julgada é lógica e faz sentido, pois não se poderia conferir a mesma 
dignidade processual a um provimento baseado em cognição sumária e a um provimento 
lastreado na cognição plena” (Humberto Theodoro Júnior). 
1.13-TUTELA DA EVIDÊNCIA (ARTIGO 311 DO CPC): 
1.13.1-introdução: “A tutela da evidência será concedida, independentemente da 
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: I - ficar 
caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II 
- as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese 
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III - se tratar de 
pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, 
caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de 
multa; IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos 
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida 
razoável. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente” (artigo 311, 
I a IV, parágrafo único, do CPC). “O legislador procurou caracterizar a evidência do direito 
postulado em juízo capaz de justificar a prestação de tutela provisória a partir das quatro 
situações arroladas no art. 311. O denominador comum capaz de amalgamá-las é a noção 
de defesa inconsistente. A tutela pode ser antecipada porque a defesa articulada pelo réu é 
inconsistente ou provavelmente o será. A tutela da evidencia é fundada em cognição 
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sumária e sua decisão não é suscetível de coisa julgada” (Teresa Arruda Alvim Wamber; 
Fredie Didier Jr.; Eduardo Talamini; Bruno Dantas). 
1.13.2-conceito: “A tutela da evidência não é senão a tutela antecipada que dispensa o risco 
de dano para ser deferida, na medida em que se funda no direito irretorquível da parte que 
inicia da demanda” (Luiz Fux). 
1.13.3-hipóteses de cabimento da tutela da evidência: a tutela da evidência está 
delineada no artigo 311, I a IV, do CPC, vazado nos seguintes termos: “A tutela da 
evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de 
risco ao resultado útil do processo, quando: I - ficar caracterizado o abuso do direito de 
defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II - as alegações de fato puderem ser 
comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos 
repetitivos ou em súmula vinculante; III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em 
prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem 
de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; IV - a petição inicial for instruída 
com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não 
oponha prova capaz de gerar dúvida razoável”. “Em todas as quatro hipóteses, o traço 
comum é a necessidade de uma prova completa que permita ao juiz reconhecer a 
comprovação do quadro fático-jurídico suficiente para sustentar a pretensão da parte. O seu 
direito a ser tutelado em juízo se acha comprovado de tal maneira que, no momento, não se 
divisa como a parte contrária possa resisti-lo legitimamente. É claro que, sem embargo da 
prova suficiente, o juízo a seu respeito é provisório, visto que sujeito a reexame no 
julgamento final do processo, após o contraditório e a instrução probatória. No estágio, 
porém, em que se pretende a tutela de evidência, a prova produzida é convincente na 
demonstração das alegações do requerente” (Humberto Theodoro Júnior). 
1.13.4-momento da concessão da tutela da evidência: “Como regra, a concessão da tutela 
da evidência depende do cotejo entre as posições jurídicas do autor e do réu no processo: é 
dessa comparação que será oriunda a noção de evidência. Isso porque a base da tutela da 
evidência está ligada ao oferecimento de defesa inconsistente – que normalmente pressupõe 
o seu exercício. Ocorre que em algumas situações o legislador desde logo presume que a 
defesa será inconsistente (art. 311, II e III). Nesses casos, em que a defesa provavelmente 
será inconsistente, o legislador permite a concessão

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