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RESUMO OAB DIREITO PROCESSUAL CIVIL

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Direito Processual Civil - OAB/RJ | Yasmim Martins de Magalhães | 2021.1
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – OAB/RJ	
	CONTEÚDO
	QUESTÕES
	PARTES E PROCURADORES
1. Deveres das Partes
2. Litisconsórcio
3. Intervenções de Terceiros
	11
	TUTELA PROVISÓRIA
	04
	PROCEDIMENTO COMUM
1. Petição Inicial	
2. Improcedência Liminar
3. Audiência de Conciliação e de Mediação
4. Contestação
	06
	CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
	
	RECURSOS
	07
	EXECUÇÃO
	02
	AÇÕES COLETIVAS
	04
PARTES E PROCURADORES
O conceito de partes é de suma importância para determinar quem pode ser beneficiado pela sentença judicial e contra quem o pronunciamento surte os seus efeitos. 
As partes do processo são o AUTOR, que ocupa o polo ativo e o RÉU que toma assento no polo passivo.
Segundo Humberto Theodoro Jr, “A que invoca a tutela jurídica do Estado e toma a posição ativa de instaurar a relação processual recebe a denominação de autor. A que fica na posição passiva e se sujeita à relação processual instaurada pelo autor, chama-se réu ou demandado.”
Marinoni (fl.152) explica que “Parte é um conceito puramente processual, que se afere mediante o simples lanço de olhos ao processo”. O processo só se estabelece plenamente com a participação de três sujeitos principais: Estado, autor e réu. Há diferença entre sujeito da lide (direito material) e sujeito processual (direito formal).
Quanto ao conceito de Procurador Marinoni (fl.152) acrescenta “O procurador da parte, sentido que se outorga ao termo nos arts. 103-107 NCPC, é o advogado, o qual a Constituição consagrou como indispensável à administração da justiça (art. 133 CF).”
NOMENCLATURA
O nome dado as partes varia de acordo com o tipo de ação e fase processual. Autor e Réu são nomenclaturas universais. Porém há nomes específicos, a saber:
· Processo de Conhecimento:
Ações em geral: Demandante e Demandado
Recursos em geral: Recorrente e Recorrido
· Processo de Execução: Exequente e Executado
· Tutela Provisória: Requerente e Requerido.
I. DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES
ART. 77 NCPC – PRINCÍPIO DA PROBIDADE PROCESSUAL - “Consiste em a parte sustentar suas razões dentro da ética e da moral, não utilizando mecanismos de chicana e fraude processual” – Nelson Nery Jr.(fl.404)
As partes e seus procuradores devem proceder no processo com lealdade, boa-fé e probidade, conforme previsão do art.77 NCPC. 
De acordo com Marinoni (fl. 162) “O art. 77 é o fundamento da necessidade de boa-fé objetiva no processo civil. A boa-fé objetiva revela-se no comportamento merecedor de fé, que não frustre a confiança do outro”
Esse dever se aplica à todos aqueles que de alguma forma participam do processo: partes (autor e réu), aos advogados que os representem e aos terceiros intervenientes. (art.77, caput CPC). As partes têm o dever de evitar a proliferação dos recursos, quando cientes de que as espécies são despidas de fundamentação. Exemplos: Embargos de Declaração interpostos sem haver de fato omissão, obscuridade ou contradição a ser sanada.
Quem não cumpre os deveres, está praticando ato atentatório ao exercício da jurisdição. Nesse sentido importante comentar sobre a repressão ao Contempt of Court (desprezo ao tribunal) - O art.77, §2º NCPC.
Sobre o tema se manifestou o doutrinador Nelson Nery Júnior: “A norma impõe às partes o dever de cumprir e de fazer cumprir todos os provimentos de natureza mandamental, como, por exemplo, as liminares (cautelares, possessórias, de tutela antecipada, de mandado de segurança, de ação civil pública etc.) e decisões finais da mesma natureza, bem como não criar empecilhos para que todos os provimentos judiciais, mandamentais ou não, de natureza antecipatória ou final, sejam efetivados, isto é, realizados. O desatendimento desse dever caracteriza o contempt of court, sujeitando a parte infratora à sanção do CPC 77.”
A doutrinadora Ada Pellegrine Grinover, citando Joseph Moskovitz (Contempt of injuction, civil and criminal, 1943) também comenta o tema:
“A origem do contempt of court está associada à idéia de que é inerente à própria existência do Poder Judiciário a utilização dos meios capazes de tornar eficazes as decisões emanadas. É inconcebível que o Poder Judiciário, destinado a solução de litígios, não tenha o condão de fazer valer os seus julgados. Nenhuma utilidade teriam as decisões, sem cumprimento ou efetividade. Negar instrumentos de força ao Judiciário é o mesmo que negar a sua existência.”
DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL
O art. 79 trata de norma que institui responsabilidade processual pela má-fé no processo. Essa responsabilização independe do resultado do processo. Segundo Marinoni “pode o demandando ver o pedido do demandante julgado improcedente e ainda assim ser condenado por dano oriundo da má-fé processual.
Esse artigo alcança: Autor, Réu e Terceiros.
Quanto ao juiz responde pelo 143 NCPC e o MP responde pelo 79NCPC.
Art. 80 – rol exemplificativo., não é taxativo (porque há outras previsões no código ver art 142 NCPC. 
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL
Segundo o art.18º NCPC “ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei” – essa é a legitimação ordinária, é a regra geral. Haverá só por exceção, portanto, casos em que a parte processual é pessoa distinta daquela que é parte material da relação material conflituosa. Quando isso ocorre, dá-se a substituição processual ou legitimação extraordinária, que consiste em demandar a parte, em nome próprio, a tutela de um direito controvertido de outrem. “Caracteriza-se pela cisão entre a titularidade do direito material e o exercício da ação judicial”.
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL
O autor pleiteia em nome próprio o reconhecimento de direito alheio (do substituído), como se dá na hipótese de o processo ser proposto pelo MP ou por uma associação, na defesa de direitos coletivos. Frise-se o autor do processo é o MP ou a Associação, qualificando-se como Sujeitos do Processo.
Outro exemplo: quando a parte, na pendência do processo, aliena a coisa litigiosa ou cede o direito pleiteado em juízo. Embora o alienante deixe de ser o sujeito material da lide, continua a figurar na relação processual como parte, agindo em nome próprio, mas na defesa do direito alheio (o adquirente) art.109 NCPC.
SUCESSÃO PROCESSUAL
Segundo o art.108 NCPC só é permitida, no curso do processo, a sucessão voluntária das partes nos casos expressos em lei. No caso de morte de qualquer dos litigantes, a substituição por seus sucessores é necessária. (art.110 NCPC).
A alienação de coisa ou do direito litigioso, via de regra, não altera a legitimidade das partes. (art.109 CPC). Note-se que sucessão de parte e substituição processual não se confundem: Na sucessão processual ocorre uma alteração nos polos subjetivos do processo. Uma outra pessoa passa a ocupar o lugar do primitivo sujeito da relação processual. Ex: o herdeiro passa a ser novo autor ou novo réu, na ação em que ocorreu o falecimento do litigante originário. 
Na substituição processual: não se registra alteração nos sujeitos do processo, apenas um deles age, por autorização especial da lei, na defesa do direito material de quem não é parte na relação processual. Ex. parte que aliena, durante o processo, o bem litigioso, e continua a defendê-lo em juízo, no interesse do novo proprietário.
SUBSTITUIÇÃO DO ADVOGADO
Pode ser provocada pela parte ou pelo próprio causídico. 
· Quando a parte revogar o mandato outorgado ao advogado, no mesmo ato constituirá outro (a desobediência acarreta a extinção do processo, pois faltará um pressuposto processual.) (art. 111 NCPC);
· Se a omissão for do réu o processo correrá à revelia – art.76 NCPC;
· Se a iniciativa for do advogado: este deverá cientificar a parte para que lhe nomeie sucessor. Durante os 10 dias seguintes à cientificação, o advogado continuará a representar o mandante. (art.112 NCPC).
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS SUBJETIVOS REFERENTE ÀS PARTES:
· Que tenham capacidade de ser parte: Nos termos do art. 70 do NCPC, toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidadede estar em juízo.
Conforme o Código Civil, a personalidade jurídica da pessoa natural se inicia a partir do nascimento com vida, enquanto a da pessoa jurídica a partir do registro de seus atos constitutivos. Quem tem personalidade jurídica pode ser parte, isto é, estar em juízo.
Assim toda pessoa (natural, jurídica ou formal) é capaz de direitos e deveres processuais. Tem, portanto capacidade de ser sujeito da relação processual = capacidade de ser parte = capacidade jurídica. 
Capacidade de ser parte, portanto, tem aquele que tem capacidade de direito. Por isso, um menor tem capacidade de ser parte. Falta ao menor, porém, a capacidade processual, pois não pode estar validamente em juízo se não estiver representado ou assistido por seu representante legal. Capacidade processual é um pressuposto processual de validade (NCPC, art. 485, IV).
Tem capacidade de ser parte:
a) Pessoas naturais – o homem ou a mulher, inclusive o nascituro (art.2º CC).
b) Pessoas Jurídicas
c) Pessoas formais – que são certas massas patrimoniais: massa falida, espólio.
· Que tenham capacidade processual ou capacidade para estar em juízo: refere-se à capacidade de praticar validamente os atos processuais.
Assim, nos termos da legislação civil e processual civil, os absolutamente e os relativamente incapazes podem ser parte, mas não podem praticar atos processuais, por lhes faltar a capacidade processual. Esta é reconhecida àqueles que têm capacidade plena para o exercício dos seus direitos, sendo que os incapazes devem ser representados ou assistidos em juízo.
Determina o art. 71° do NCPC que os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da lei. A falta de capacidade processual pode ser alegada pelo réu, em preliminar de contestação, sendo, porém, lícito que o juiz a examine de ofício, mesmo porque é pressuposto processual e, assim, matéria de ordem pública.
Pode levar à extinção do processo sem resolução de mérito, nos termos do art. 485, IV, do CPC, mas deve o juiz assinar prazo para regularização, nos termos do art. 76 NCPC verificando a incapacidade processual ou a irregularidade da representação das partes, o juiz, suspendendo o processo, marcará prazo razoável para ser sanado o defeito.
Esse prazo não deve exceder 30 dias (art.351 CPC). Contudo se no prazo assinado, não for corrigido o defeito o juiz declarará, por decisão, as consequências cabíveis, segundo determinação do art.76, segunda parte CPC.
Quanto às pessoas naturais diz-se que podem ter:
a) capacidade processual plena: todos aqueles que segundo o Direito Civil (art.5º e parágrafo único CC) têm capacidade de exercer pessoalmente os próprios direitos igualmente têm plena capacidade processual, isto é, podem pessoalmente estar em juízo, exercendo por isso os direitos e deveres processuais.
Tais são os maiores de 18 anos.
b) capacidade processual limitada ou relativa: tem capacidade processual limitada ou relativa ou semiplena as pessoas relativamente incapazes, segundo o art.4º CC. Como a capacidade processual é limitada essas pessoas precisam ser assistidas por seus pais, tutores ou curadores. Frise-se, aqueles que têm capacidade limitada não são representados, mas tão só ASSISTIDOS.
Tais são:
1. os maiores de 16 anos e menores de 18 anos 
2. os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os que por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido
3. os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo
4. os pródigos (Obs.: Pródigo é a pessoa que se revela por um gasto imoderado capaz de comprometer seu patrimônio.)
5. Os silvícolas devem ser assistidos por tutores e pelo Ministério Público, a quem cabe “defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas” (art.129, V CF)
c) falta absoluta de capacidade processual: as pessoas absolutamente incapazes mencionadas no art.3º CC também o são para estar em juízo,
Tais são:
1. os menores de 16 anos
2. os que por enfermidade ou deficiência mental não tiverem discernimento para a prática dos atos
3. os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
Como dito, na relação processual, em que sejam partes essas pessoas, por ser absoluta sua incapacidade, são REPRESENTADAS por seus pais, na ausência desses por seus tutores ou curadores. 
· Que tenham capacidade de postular em juízo: é aquela inerente a que tem direito de postular em juízo, ou seja, direito de agir e de falar em nome das partes no processo. No direito brasileiro o ius postulandi é privilégio do advogado regularmente inscrito na OAB. 
O NCPC traz nos artigos 103 a 107 os direitos e deveres dos advogados (sinônimo de procurador, causídico, mandatário)
II. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
O terceiro é aquele que não estava na relação processual inicial, não era parte no processo. 
O interesse jurídico que o habilita a intervir na ação ocorre quando o provimento final de mérito possa afetar diretamente sua esfera de direitos. Contudo, não basta que haja o mero interesse no resultado da ação ou eventual alegação de prejuízos econômicos, mas àquela decisão, que deve afetar um ou mais direitos do sujeito. 
Vale lembrar que a intervenção é voluntária e não obrigatória.
Quais são as modalidades de intervenção de terceiros? 
Em nosso atual Código de Processo Civil, há no livro III um capítulo intitulado “intervenção de terceiros”, trazendo as chamadas intervenções típicas. 
A partir do CPC, podemos elencar como modalidades de intervenção de terceiros: a assistência, a denunciação da lide, o chamamento ao processo, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, e o amicus curiae.
O rol constante no código é exemplificativo, já que previsões legais esparsas permitem a intervenção de terceiros além dessas modalidades, as chamadas de intervenções atípicas.
Neste tópico, você confere mais detalhes sobre as modalidades típicas. Já no tópico seguinte, explico as atípicas.
· A Assistência 
Está prevista no artigo 119 do Código de Processo Civil: 
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.
O terceiro somente será admitido como assistente se demonstrar que será afetado juridicamente com a decisão a ser proferida no processo. Temos, pois, dois tipos de assistência: a simples e a litisconsorcial.
Assistência simples 
É a espécie mais comum, também chamada de adesiva. 
Como citado, o terceiro tem que demonstrar que a decisão poderá afetar a esfera dos seus direitos, não se tratando de alegação de prejuízo econômico ou de qualquer outra natureza. 
Um clássico exemplo citado na doutrina trata-se da intervenção do sublocatário numa ação de despejo. Ele não fez parte do contrato que originou a ação de despejo, contudo, a sentença poderá afetar seu direito, já que eventual procedência na ação acarretará prejuízos a ele.
Nessa modalidade, o assistente atuará como auxiliar da parte principal, sujeitando-se aos mesmos ônus processuais que o assistido. Ele não é parte processual e não pode agir de maneira contrária aos interesses do assistido, não defendendo interesse próprio. 
Se o assistido for revel ou omisso, o assistente será considerado seu substituto processual, inteligência do § único do artigo 121 do Novo CPC.
Assistência litisconsorcial 
Prevista no artigo 124 do CPC, difere da assistência simples e caracteriza-se pela relação que o assistente tem com o assistido e a parte contrária. Aqui, todos participam da mesma relação de direito material, sendo possível apenas nos casos de litisconsórcio facultativo, ou seja, quando o julgamento do mérito da demanda não depender de sua formação.
Dessa forma, se o Autor estivesse diante de um litisconsórcio passivo e não incluísse todos os titulares de direito na ação, o que não participou ingressa na ação como terceiro, atuando comoassistente litisconsorcial. 
Daniel Amorim cita como exemplo desta modalidade de intervenção de terceiro o ingresso de uma demanda por um sócio para anulação de assembleia. Nesse caso, os demais sócios atuariam, se quisessem, como assistentes litisconsorciais, eis que igualmente são titulares dos direitos ali discutidos.
Aspetos processuais dos pedidos de assistência
Os pedidos de assistência poderão ser indeferidos liminarmente na hipótese de o pedido ser inadmissível ou de manifesta improcedência. 
Caso não sejam indeferidos, as partes terão o prazo de 15 dias para manifestação. Esse incidente não suspenderá o curso do processo, sendo que se admitido, o assistente passará a atuar a partir do acolhimento do incidente.
Após o trânsito em julgado da decisão, o assistente não poderá mais discuti-la, ficando impedido de suscitar as questões que já foram enfrentadas em outro processo futuro. 
Há apenas duas exceções contidas no artigo 123 do CPC: 
· Se comprovar que foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença, seja pelo estado que recebeu o processo, seja pelas declarações e atos do assistido; 
· Por desconhecer a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.
Denunciação a lide
A denunciação a lide encontra amparo no direito regressivo da parte que traz o terceiro eventualmente responsável pelo ressarcimento dos danos ocasionados pelo processo. 
A doutrina classifica este tipo de intervenção de terceiros como uma denunciação coercitiva. Diz-se que é:
· Incidente, pois instaurada em processo já existente;
· Regressiva, eis que fundada no direito de regresso da parte; 
· Eventual, porque relaciona-se com a demanda originária e no caso de se constatar que não houve dano ao denunciante, a denunciação não terá sentido; e 
· Antecipada, considerando a economia processual. 
O terceiro terá qualidade de parte, sendo vinculado à relação jurídica, se sua participação for requerida tempestivamente pelo Autor ou Réu e desde que citado regularmente. 
A denunciação tem cabimento em duas hipóteses, previstas no artigo 125 do CPC:
Denunciação a lide pelo comprador evicto
Supondo que haja um imóvel em litígio entre dois particulares e um deles aliena o imóvel a terceiro. Posteriormente, é proferida decisão que determina que a casa é de quem não a alienou. Assim, o adquirente perde o imóvel, ocorrendo a evicção. Dessa forma, o adquirente, ora evicto, pode denunciar a lide em face do alienante.
Denunciação do obrigado por lei ou contrato a indenizar regressivamente a parte
Tem abrangência ampla, cabendo em qualquer hipótese de direito regressivo previsto em lei ou contrato, por exemplo, contrato de seguro. 
A denunciação torna o denunciante e o denunciado litisconsortes na ação originária e na secundária. O denunciante é adversário do secundário, mas vale dizer que o denunciado não é titular do direito na demanda principal.
Denunciação sucessiva
Ocorre caso um denunciado na demanda originária denuncie também um terceiro. Esta denunciação só será admitida uma vez, evitando assim, inúmeras denunciações.
Chamamento ao processo
É espécie coercitiva de intervenção de terceiros que não depende de concordância, sendo que a mera citação válida será suficiente para integrar o chamado ao processo. 
Deve ser feita dentro do prazo legal, previsto no artigo 131 do CPC, sob pena de preclusão.
São três as hipóteses de cabimento para esta modalidade de intervenção de terceiros previstas no artigo 130 do CPC:
· Chamamento do devedor, quando acionado o fiador, que serão responsáveis solidariamente pelo cumprimento da obrigação principal;
· Dos demais fiadores, quando a ação for proposta apenas contra um deles;
· Dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida.
Desconsideração da personalidade jurídica
É condicionada ao pedido da parte ou do Ministério Público, devendo preencher os pressupostos previstos em lei, tais como: abuso de personalidade jurídica pelo desvio de finalidade, confusão patrimonial, entre outros.
O pedido incidental é cabível em qualquer momento do processo. Após a sua instauração, o sócio será citado a se manifestar e requerer a produção das provas cabíveis no prazo de 15 dias, sendo o incidente resolvido por decisão interlocutória.
Amicus curiae
A figura do amicus curiae origina do direito romano, desenvolvendo-se no direito norte americano para que um terceiro contribua com o juízo na formação do seu convencimento. Ou seja, atua no sentido de melhorar a qualidade da prestação jurisprudencial, considerando seus conhecimentos da matéria tratada, não havendo interesse jurídico na solução da demanda, mas sim o auxílio para que seja proferida a melhor decisão.
Considerando a especificidade da demanda ou a repercussão geral da controvérsia, pode ser requerido pelas partes, de ofício ou de quem pretenda se manifestar.
O amicus curiae não pode recorrer da decisão por não ter interesse recursal, manifestando-se comumente de forma escrita ou sustentando oralmente.
Modalidades atípicas da intervenção de terceiro
A união poderá intervir nas causas em que figurarem como autoras ou rés as autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas federais, em demandas já em trâmite, com fundamento no prejuízo indireto, afastando-se o interesse jurídico, fundando-se no interesse econômico, por força do artigo 5°, caput da Lei 9.469/97;
Na ação de alimentos, eis que se obrigam a pagar alimentos parentes, cônjuges e companheiros, podendo ser chamado a integrar o processo aquele responsável por prestar alimentos que não foi trazido num primeiro momento por tratar-se de litisconsórcio facultativo;
Na alienação judicial por meio de arrematação.
TUTELA PROVISÓRIA
Conceito: A tutela provisória é uma tutela jurisdicional sumária e não definitiva.
É sumária porque fundada em cognição sumária, ou seja, no exame menos aprofundado da causa. Na tutela provisória exige-se apenas um juízo de probabilidade e não um juízo de certeza.
Não é definitiva porque pode ser revogada ou modificada em qualquer tempo. A tutela provisória normalmente não dura para sempre e pode ser substituída por outra tutela.
É verdade que ela é chamada de provisória. Mas, o NCPC criou a possibilidade de estabilização da tutela antecipada antecedente (nesta hipótese, concedida a tutela antecipada, se não houver recurso de agravo de instrumento, ela ficará como definitiva).
Espécies: a tutela provisória pode ser de urgência ou de evidência.
Tutela de urgência: exige-se periculum in mora.
Tutela de evidência: não se exige periculum in mora.
A tutela de urgência, antecedente ou incidental, pode ser cautelar (quando for conservativa) ou antecipada (quando for satisfativa).
Tutela provisória: é uma tutela jurisdicional sumária e não definitiva.
Tutela de urgência: Exige-se periculum in mora.
Tutela cautelar: quando for conservativa.
Tutela antecipada: quando for satisfativa.
Tutela de evidência: Não se exige periculum in mora.
OBS: O NCPC acabou com o processo cautelar autônomo e com os procedimentos cautelares específicos (arresto, sequestro, busca e apreensão, etc.). O pedido continua ser de arresto, sequestro, mas não há um procedimento específico e não existirão requisitos próprios. Há, a partir do NCPC, o poder geral de cautela.
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.
OBS: Com o Novo CPC não se utiliza mais a tutela cautelar para atribuir efeito suspensivo a recurso. Há duas súmulas do STF abordando esse assunto, quais sejam as Súmula 634 e 635 do STF, que serão extirpadas com a vigência do NCPC.
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso. Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção deseus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.
No Novo CPC não precisa de uma medida cautelar, basta pedir ao relator o efeito suspensivo ao recurso.
TUTELA DE URGÊNCIA
Fundamento constitucional: As tutelas de urgência possuem como fundamento:
· O direito fundamental à jurisdição efetiva (art. 5º, inciso XXXV da CF);
· O princípio da isonomia, pois as tutelas de urgência promovem um reequilíbrio de forças, isso porque o ônus do tempo recai sobre aquele que provavelmente não tem direito. Em geral, o ônus do tempo recai sobre o autor. Mas, no caso da tutela de urgência recairá sobre o réu, caso o juiz defira-a.
Espécies de tutela de urgência:
- Tutela cautelar
- Tutela antecipada
A) DISTINÇÃO: A distinção entre elas é que a tutela cautelar é conservativa (apenas assegura e permite que o direito seja satisfeito um dia. Ex. Arresto), enquanto a tutela antecipada é satisfativa (já satisfaz o direito).
Como dizia Pontes de Miranda, “a tutela cautelar garante para satisfazer, já a tutela antecipada satisfaz para garantir”.
A liminar significa o que? Na verdade, a liminar é um gênero, que pode ser tanto antecipada quando cautelar, depende se ela é conservativa ou satisfativa.
B) FUNGIBILIDADE: O juiz pode converter a tutela antecipada inadequada em tutela cautelar adequada e a tutela cautelar inadequada em tutelada antecipada adequada. O juiz pode converter a medida considerada inadequada na considerada adequada.
Alexandre Câmara diz que não se trata de fungibilidade, usando a expressão “convertibilidade”, pois não é o simples aproveitamento de uma em outra, mas sim a conversão de uma em outra.
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303 (tutela antecipada).
Na vigência do CPC/73 nós tínhamos algumas questões sobre a fungibilidade.
a) A fungibilidade é uma via de mão dupla (da antecipada para a cautelar – fungibilidade regressiva – e da cautelar para a antecipada – fungibilidade progressiva)?
I. CPC/73: Só da antecipada para a cautelar, pois quem pode o mais pode o menos.
II. NCPC: Sim, a fungibilidade é uma via de mão dupla, pois os requisitos da antecipada e da cautelar são os mesmos.
b) A fungibilidade se dá com cautelar antecedente?
I. CPC/73: Não é possível.
II. NCPC: Sim, a fungibilidade pode se dar com cautelar antecedente, pois tanto a tutela antecipada como a tutela cautelar pode ser antecedente (preparatórias).
c) A fungibilidade se dá com cautelar nominada?
I. CPC/73: Não é possível.
II. NCPC: Sim, a fungibilidade se dá com cautelar nominada, pois não existem mais requisitos próprios para os procedimentos especiais específicos. Então, não há mais procedimento cautelar específico.
C) REQUISITOS:
I. CPC/73:
a) A tutela cautelar teria seus requisitos previstos no art. 798 (“fumus boni iuris” e o “periculum in mora”). É possível concessão de tutela cautelar de ofício? De acordo com o art. 797, só em casos excepcionais ou expressamente autorizados por lei poderá o juiz conceder de ofício a tutela cautelar.
b) A tutela antecipada teria seus requisitos previstos no art. 273, que previa:
Requisitos cumulativos:
· Requerimento (em princípio, não se pode conceder tutela antecipada de ofício, mas o STJ admite em casos excepcionais tutela antecipada de ofício, conforme REsp 1.309.137/MG).
· Prova inequívoca da verossimilhança;
· Reversibilidade.
Requisitos alternativos:
· Periculum in mora (risco de dano irreparável ou de difícil reparação);
· Abuso do direito de defesa;
· Pedido incontroverso ou parte incontroversa do pedido.
Há quem diz que é um caso de tutela antecipada por escolha do legislador. Há quem entenda que é caso de sentença parcial de mérito (o juiz proferiria uma sentença agora sobre a matéria incontroversa e depois sobre a matéria controvertida, isso porque a cognição do juiz é exauriente – aprofundada). Ex. Autor pede x e y. O réu contesta x, mas não contesta y. O y se tornou um pedido incontroverso. Então, para parte da doutrina, o juiz já poderia proferir uma sentença parcial de mérito quanto a y.
O STJ vem dizendo que se trata de decisão interlocutória e não de sentença parcial de mérito (REsp 1281978/RS – 05.05.2015.
ATENÇÃO! A lei 13.129/2015 que alterou a lei de arbitragem (Lei 9.307/96) disse, em seu art. 23 que o árbitro pode proferir sentença parcial.
II. Novo CPC
Nas tutelas antecipada e cautelar, os requisitos são apenas dois (art. 300 do NCPC):
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
OBS: FPPC 143 - a redação do art. 300, caput superou a distinção entre os requisitos da concessão para a tutela cautelar e para a tutela satisfativa de urgência.
Requisitos:
1. Fumus boni juris: segundo o Código consiste na probabilidade da existência do direito (faz-se um juízo de probabilidade, e não de certeza, razão pela qual a cognição do juiz é sumária).
2. Periculum in mora: segundo o Código, consiste no perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
A) Periculum in mora da tutela cautelar consiste no risco ou perigo iminente à efetividade do processo (perigo de infrutuosidade – pericolo da infruttuosità).
Ex. O devedor está dilapidando o patrimônio e então o autor faz o pedido de arresto (há um perigo quanto à efetividade do processo, pois se não existirem bens para ser alienado ou penhorado o credor não terá satisfeito o seu pedido).
B) Periculum in mora da tutela antecipada consiste no risco ou perigo iminente ao próprio direito material (perigo de morosidade ou de retardamento – pericolo de tardività).
Ex. Um plano de saúde que não autoriza a cirurgia e então o autor faz um pedido de tutela antecipada. Se não for concedida a tutela antecipada a pessoa pode morrer, porque não houve a cirurgia.
Requisito próprio da tutela antecipada -> Ausência do perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão (art. 300, § 3º, NCPC). Não pode ser risco de irreversibilidade fática.
Exemplos:
O juiz concede uma tutela antecipada para demolir o prédio. Não é possível o juiz revogar essa tutela após ter demolido;
Tutela antecipada para destruir documentos (se torna irreversível);
Tutela antecipada para rever um embargo de uma obra que causará danos ambientais irreversíveis.
FFPC 419: Não é absoluta a regra que proíbe a tutela provisória com efeitos irreversíveis.
Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode exigir uma caução, real ou fidejussória, como uma espécie de contracautela (garantia do juiz).
Se a tutela cautelar ou antecipada for revogada haverá uma responsabilidade objetiva do requerente.
A caução pode ser dispensada por negócio jurídico processual? De acordo com o art. 190 do NCPC, é lícito as partes plenamente capazes estipular negócio jurídico processual. Logo, é possível a dispensa da caução mediante negócio jurídico processual.
C) TUTELA DE URGÊNCIA SEM OUVIR A OUTRA PARTE
É possível a concessão da tutela de urgência inaudita altera parte (sem ouvir a outra parte)?
Em regra, o Novo CPC exige que o juiz previamente ouça as partes, isso decorre do princípio da cooperação e um dos deveres da cooperação há o dever de consulta, em que o juiz não pode analisar qualquer questão, de fato ou de direito, sem ouvir as partes, inclusive matéria de ordem pública o juiz deverá ouvir as partes previamente de proferir sua decisão.
Ex. O juiz verifica que há uma incompetência absoluta. Deve ouvir previamente as partes para depois proferir a decisão.
Há uma exceção quando se trata de matéria de urgência.
Art. 9º, p. Único, inciso I: não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamenteouvida. O disposto no caput não se aplica a tutela provisória de urgência.
LOGO, o juiz pode conceder tutelar de urgência sem ouvir as partes.
O juiz pode conceder tutela de urgência de ofício? De acordo com o art. 302 do NCPC, há uma responsabilidade objetiva do requerente se a tutela de urgência for revogada. A parte pode não querer se submeter a essa responsabilidade objetiva e, nesta hipótese, não irá requerer a tutela de urgência. A responsabilidade objetiva impede a concessão de ofício de tutela de urgência.
Seguindo uma tradição do CPC, os juízes concederão tutela cautelar de oficio e não concederão tutela antecipada de oficio.
Logo, o juiz não pode conceder de oficio a tutela antecipada. Entretanto, no Novo CPC não há previsão específica a respeito da concessão da tutela de urgência de ofício.
O REQUERIMENTO da tutela de urgência (antecipada e cautelar) pode ser formulado:
· Pelo autor;
· Pelo réu (em ações dúplices ou na reconvenção);
· Pelo Ministério Público.
TUTELA ANTECIPADA EM AÇÃO DECLARATÓRIA E EM AÇÃO CONSTITUTIVA
É possível conceder uma tutela antecipada em ações declaratória ou constitutiva?
Atualmente, prevalece o entendimento no STJ de que É POSSÍVEL antecipar a tutela em ação declaratória e em ação constitutiva, mas o adiantamento será dos efeitos práticos decorrentes da declaração ou da constituição.
Assim, o juiz não vai antecipar a declaração ou a constituição, pois neste caso ele objeta o objeto (ex. Ação de investigação de paternidade e o juiz antecipada a declaração da paternidade).
OBS: A tutela de urgência (tutela antecipada e tutela cautelar) é admissível em QUALQUER PROCEDIMENTO, inclusive nos procedimentos especiais. Ex. Em uma ação possessória. Se passou o prazo de 1 ano e 1 dia a pessoa não tem mais direito da liminar da possessória, mas há a possibilidade de pedir a tutela antecipada do art. 300 do Novo CPC.
É possível até mesmo na execução. Note-se que a execução provisória nada mais é que uma antecipação de tutela.
Nos juizados especiais é CABÍVEL a antecipação de tutela e a tutela cautelar.
TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE
Cautelar antecedente: é a antiga cautelar preparatória (pedido cautelar feito antes do pedido principal).
Cautelar incidental (ou incidente): o pedido cautelar é feito após (ou concomitante) ao pedido principal.
A cautelar antecedente tem procedimento próprio (com duas fases), conforme arts. 3055 a 3100 do NCPC.
I. Fase preliminar:
· Petição inicial simples, com indicação da lide e o seu fundamento (que é a causa de pedir e pedido principais); A exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (fumus boni juris e o periculum in mora); bem como a indicação do valor da causa, conforme o pedido principal (que é para o cálculo das custas judiciais).
· Se a medida adequada for à tutela antecipada, ocorrerá a fungibilidade.
· O réu será citado para contestar (esse pedido cautelar somente) em cinco dias, indicando as provas.
· Não havendo contestação, ocorrerá a confissão ficta.
· Havendo contestação, será observado o procedimento comum.
II. Fase principal:
· f) Efetivada a medida cautelar, o pedido principal será formulado pelo autor, no prazo de 30 dias, podendo-se aditar a causa de pedir (mesmo prazo do CPC/73).
· g) Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de conciliação ou de mediação, sem necessidade de nova citação.
· h) Não havendo autocomposição, conta-se o prazo de 15 dias para a contestação, na forma do art. 335 do NCPC.
OBS: cessa a eficácia da medida cautelar nas hipóteses do art. 309 do CPC. Ex. Se o autor não deduziu o pedido principal em 30 dias.
Se for indeferida a medida cautelar, ela poderá ser reproposta?
1ª posição: Há autores que entendem que, como se trata de cognição sumária não há coisa julgada material.
2ª posição: Por outro lado, outros autores entendem que existe coisa julgada material, pois o pedido cautelar só poderá ser formulado novamente se existirem novos fatos.
De acordo com o art. 310 do NCPC, a coisa julgada da cautelar não produz efeitos sobre a principal, exceto se houver prescrição ou decadência. Assim, não é que não há coisa julgada.
TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE
É o pedido de tutela cautelar ou de tutela antecipada antes do pedido principal. É para hipóteses de extrema urgência (art. 303 do NCPC). Ex. Uma pessoa está internada em um hospital e às 2 horas da manhã ela precisa de uma cirurgia e o Plano de saúde não permite.
Procedimento:
a) Petição inicial simples (incompleta), com os seguintes requisitos: dizer que pretende se valer do benefício dessa petição; requerer a tutela antecipada; indicar o pedido de tutela final, com a exposição da lide (causa de pedir e pedidos principais); indicar o direito que se busca realizar e o perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo (fumus boni juris e o periculum in mora); e indicar o valor da causa.
FASE PRINCIPAL
b) Concedida a tutela, o autor ADITARÁ a petição, em 15 dias ou prazo maior fixado pelo juiz, complementando a causa de pedir, juntando documentos e confirmando o pedido.
c) Se não houver o aditamento, o processo será extinto sem resolução do mérito;
d) Se houver o aditamento, o réu será citado para a audiência de conciliação ou de meditação.
e) Não havendo autocomposição, abre-se o prazo de 15 dias para a contestação, na forma do art. 335 do NCPC.
f) Se o juiz indeferir a tutela antecipada, determinará o aditamento da inicial (o NCPC fala “emenda”), em até 5 dias. Não havendo o aditamento, extingue-se o processo sem resolução do mérito.
ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE
A) HIPÓTESE: concedida a tutela antecipada antecedente, se não houver a interposição de recurso de agravo de instrumento, o processo será extinto sem resolução do mérito e a tutela antecipada se estabilizará.
B) ESTABILIZAÇÃO POR NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL: a tutela antecipada antecedente também pode ser estabilizada por negócio jurídico processual (art. 190 do NCPC). Conforme o FFPC 32: Além da hipótese no art. 304, é possível a estabilização expressamente negociada da tutela antecipada de urgência antecedente.
C) COISA JULGADA MATERIAL: Segundo o Novo CPC, a decisão que concede a tutela não fará coisa julgada material, mas a tutela se torna estável, cabendo contra ela a propositura de uma ação revisional no prazo de dois anos.
E após o prazo de dois anos para a propositura da ação revisional, ocorre coisa julgada?
1ª posição: Para alguns autores, não há coisa julgada material, pois a cognição realizada é sumária.
2ª posição: Para outros autores, há coisa julgada material, porque ocorre a imutabilidade da decisão, ou seja, a decisão se torna imutável (indiscutível).
D) AÇÃO REVISIONAL: para rever, reformar ou invalidar a tutela estabilizada, será preciso promover uma ação revisional.
· Legitimidade: será de qualquer das partes.
· Competência: O juízo que concedeu a tutela ficará prevento. Então, essa ação revisional deve ser proposta ao juízo que concedeu a tutela.
· Prazo: o prazo decadencial é de 02 anos e será contado da ciência da decisão que extinguiu o prazo.
· Tutela antecipada: na ação revisional pode se requerer uma tutela antecipada para suspender os efeitos da decisão estabilizada.
E) ALGUMAS QUESTÕES:
I. Há estabilização de tutela cautelar? NÃO. A lei só disciplina para a tutela antecipada. Neste sentido, enunciado 420 do FPPC.
II. Há necessidade de requerimento expresso para que a tutela se estabilize? NÃO há necessidade. Basta que o autor dizer que pretende se valer do beneficio da petição simples. O NCPC, no art. 303, § 5º prevê que o autor indicará na PI, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo.
III. Pode ocorrer estabilização contra a Fazenda Pública (em hipótese de reexame necessário contra a sentença)? Entendem alguns doutrinadores que não é possível, pois seria burlado o sistema do reexame necessário.
IV. Se não houver interposição de agravo de instrumento, mas a eficácia da tutela de urgênciafor suspensa em razão de reclamação constitucional ou de pedido de suspensão dirigido ao Presidente do Tribunal, haverá estabilização? A doutrina majoritária entende que não ocorre a estabilização, embora a lei fale apenas em recurso.
V. É possível a estabilização de tutela antecipada antecedente em ação rescisória? Não é possível, porque seria uma estabilização contra a coisa julgada material.
OBS: RPPC 421 -> Não cabe estabilização de tutela antecipada em ação rescisória.
VI. Como compatibilizar o dispositivo no art. 304 com o disposto no art. 303, § 2º?
Há quatro situações possíveis:
a) Se o autor aditou a petição e o réu agravou, o processo prosseguirá sem estabilização (pacífico).
b) Se o autor não aditou a petição e o réu agravou, o processo será extinto sem estabilização (pacífico).
c) Se o autor não aditou a petição e o réu não agravou, o processo será extinto com estabilização (duvidoso).
OBS: alguns entendem que se o autor não aditou a petição abriu mão da estabilização.
d) Se o autor aditou a petição e o réu não agravou, haverá estabilização e o juiz com fundamento no Princípio da cooperação (dever de consulta) deve proferir um despacho perguntando se o autor deseja prosseguimento do processo, em direção a coisa julgada (duvidoso).
OBS: alguns entendem que, não havendo agravo, o processo será extinto de qualquer forma, não podendo consultar o autor.
TUTELA DE EVIDÊNCIA
Conceito: “trata-se de uma tutela jurisdicional sumária satisfativa, fundada em um juízo de alta probabilidade ou de quase certeza da existência do direito que prescinde da urgência”.
HIPÓTESES (art. 311 do NCPC)
a) Inciso I – tutela punitiva;
b) Incisos II, III e IV – tutela documentada.
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
a) Trata da tutela punitiva: ABUSO DO DIREITO DE DEFESA (a maioria sustenta que é uma tutela punitiva ou sancionatória; outros dizem que não é uma punição, pois, se fosse, sobreviveria à improcedência).
b) Abuso de direito é um desvio de finalidade, vale dizer, a parte se utiliza de um direito para obter um fim não desejado pelo ordenamento jurídico (tem direito de defesa, mas está usando este direito apenas para protelar).
c) É preciso observar o comportamento do réu durante o processo (não é só na contestação).
d) Exemplo de abuso do direito de defesa: subtrair documentos dos autos; prestar informações erradas; adotar fundamentação antagônica no processo conexo (em um processo fala uma coisa e no outro processo fala outra coisa) ou apresentar contestação padrão, com argumentos que não dizem respeito a inicial.
e) Segundo o FPPC 34, considera-se abusiva a defesa da administração pública que contraria orientação administrativa vinculante.
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
a) Trata de tutela documentada, fundada em precedente obrigatório.
b) A prova deve ser pré-constituída e o pedido se fundamentar em tese firmada em súmula vinculante ou em julgamento de casos repetitivos, que são os recursos repetitivos ou o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas – IRDR.
c) O pedido também pode ser fundado em Súmula do STJ ou do STF (não vinculante) ou em decisão proferida no Incidente de Assunção de Competência ou em controle concentrado de Constitucionalidade (em razão do disposto no art. 927 do NCPC). Em sentido semelhante: ENFAM 31.
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
a) Trata de tutela documentada, fundada em contrato de depósito, que nada mais é a ação de depósito, com pedido de devolução imediata do bem (pedido reipersecutório).
b) O Novo CPC acabou com o procedimento especial da ação de depósito, mas não com a ação de depósito.
c) Segundo Enunciado 29 da ENFAM, a prova do contrato de deposito e prova da mora devem ser pré-constituídas.
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
a) Trata de tutela documentada, com ausência de contraprova documentada suficiente.
b) Exige-se prova pré-constituída do autor e ausência de prova pré-constituída do réu, ou seja, o autor tem a prova pré-construída, quem não tem é o réu.
c) É preciso aguardar a defesa do réu para conceder a tutela.
OBS: é possível a concessão de tutela de evidência nos PROCEDIMENTOS ESPECIAIS. Neste sentido: Enunciado do FPPC 422 (a tutela de evidência é compatível com os procedimentos especiais).
OBS²: A tutela de evidência é cabível no ÂMBITO RECURSAL (FPPC 423 – cabe tutela de evidência recursal).
Tutela de evidência sem ouvir a outra parte
A tutela de urgência PODE ser concedida sem ouvir a outra parte (inaudita altera partes).
Na tutela de evidência, por sua vez, o juiz não poderá conceder a tutela de evidência sem ouvir a outra parte nas hipóteses dos incisos I e IV, do art. 311 (tutela punitiva por abuso do direito de defesa [não tem como saber se a parte contraria agiu de maneira abusiva se ela não foi ouvida] e tutela documentada como ausência de contraprova, documentada suficiente [o réu deve ser ouvido para saber se ele apresentou ou não a contraprova]). Nas demais hipóteses o juiz pode conceder.
Art. 311, p. Único do NCPC: nas hipóteses dos incisos II e III o juiz poderá decidir liminarmente (ou seja, sem ouvir a outra parte).
QUESTÕES
I. O juiz pode conceder tutela de evidência de ofício? NÃO HÁ PREVISÃO LEGAL, mas o professor pensa que não é possível. Isso porque é uma tutela satisfativa e não tem periculum in mora.
II. É possível conceder tutela de evidência se houver risco de irreversibilidade fática? NÃO HÁ PREVISÃO LEGAL, mas o professor pensa que esse requisito também deve ser exigido para tutela de evidência.
III. É possível requerer a tutela de evidência em caráter antecedente? Não há previsão legal e professor pensa que não é possível. Trata de situação excepcional que se fosse possível deveria estar expressa na lei. TODA TUTELA DE EVIDÊNCIA É INCIDENTAL.
IV. É possível a concessão de tutela de evidência contra a Fazenda Pública? NÃO HÁ PREVISÃO LEGAL ESPECÍFICA, mas o NCPC limita a tutela provisória (de urgência ou de evidência) contra a Fazenda Pública. Logo, ainda que indiretamente, admite-se a tutela evidência contra a Fazenda Pública.
REGRAS GERAIS SOBRE TUTELA PROVISÓRIA
Competência (art. 299 do NCPC).
a) Incidental: a competência é do juízo da causa.
b) Antecedente: a competência é do juízo competente para conhecer do pedido principal.
c) No tribunal: órgão competente para apreciar o mérito do recurso ou da ação de competência originária.
Regras de competência específica
A) Incidente de impedimento ou de suspeição (art. 146, § 3º do NCPC).
B) IRDR.
Art. 64, § 4º. A decisão proferida por juízo incompetente conserva os seus efeitos até que outra seja proferida pelo juízo competente, se for o caso.
Revogação ou modificação da tutela provisória
A tutela provisória pode ser revogada ou modificada, em qualquer tempo (art. 296 do NCPC).
O juiz pode revogar ou modificar a tutela provisória sem alteração do quadro fático probatório? Alguns autores admitem a modificação por simples mudança de opinião (Marcelo Lima Guerra). Não precisa ter alteração no quadro fático probatório, basta mudar de opinião. Outros autores entendem que a modificação depende de alteração do quadro fático. Ademais, outros autores admitem a modificação, desde que exista novo material probatório (Ovídio Baptista).
Se o juiz conceder a tutela provisória, a parte agravar e o Tribunal reformar a decisão, o juiz poderá conceder a tutela provisória na sentença? Sim, desde que ocorra mudança no fato fático ouprobatório. Como houve o aprofundamento da cognição do juiz, é possível o juiz conceder novamente a tutela provisória.
OBS: O Novo CPC exige a fundamentação analítica, qualificada ou legítima (clara e precisa) da decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória.
Se revogada a tutela antecipada, o servidor público deve devolver ao erário os valores recebidos em razão da decisão precária.
Cumprimento da tutela provisória
Para o cumprimento da tutela provisória, o juiz pode tomar as medidas adequadas, aplicando, no que couber, o regime do cumprimento provisório da sentença (arts. 520 a 521 do NCPC).
OBS: Em se tratando de tutela específica, de obrigação de fazer ou não fazer ou de entrega de coisa, o juiz, de ofício ou a requerimento, poderá tomar diversas medidas para o cumprimento, tais como, a aplicação de multa cominatória (astreinte), busca e apreensão, desfazimento de obras, impedimento de atividade nociva (essas medidas, exemplificativas, que o juiz pode tomar estão nos arts. 536, caput e § 1º e 538, § 3º do NCPC). Há uma atipicidade do meio executivo.
O Novo CPC criou uma atipicidade das medidas executivas também para as obrigações de pagar quantia?
De acordo com o art. 139, IV, NCPC, foi criada uma atipicidade dos meios executivos também para as obrigações de pagar (ordem do juiz para a prestação de pagamento em pecúnia). Ex. Uma pessoa não paga uma multa de trânsito e tentou-se por todas as vias tradicionais para obter o cumprimento da obrigação. Mas não foi possível, será que um juiz não poderia, como medida coercitiva, por exemplo, suspender a habilitação dele? Sim, deve ser tomada em último caso.
A multa cominatória (astreinte) pode aplicada para o cumprimento de tutela provisória, de acordo com o art. 537 NCPC.
A multa cominatória, fixada em tutela provisória, pode ser executada provisoriamente, mas será depositada em juízo, até o trânsito em julgado da sentença favorável à parte ou, na pendência do agravo, em recurso especial ou em recurso extraordinário, previsto no art. 1.042, incisos II e III do NCPC.
Além da aplicação da multa coercitiva, o juiz pode aplicar uma multa punitiva (art. 77 do NCPC) em razão do descumprimento à tutela provisória ou de se criar embaraços à sua efetivação.
Características que diferenciam a multa punitiva com a astreinte:
a) Não é uma multa coercitiva, mas sim uma multa “contempt of court”.
b) Trata de multa de valor fixo (até 20% do valor da causa).
c) Trata de multa que é inscrita em dívida ativa, essa multa não vai para o credor.
d) Não aplica-se apenas para quem é parte, mas também pode ser aplicada a quem não é parte.
Momento da concessão da tutela provisória
A tutela provisória pode ser concedida em qualquer fase do processo, inclusive na sentença, no âmbito recursal e na ação rescisória.
OBS: Se a tutela provisória na sentença, a apelação só terá efeito devolutivo, pois o juiz está retirando o efeito suspensivo da apelação (art. 101, § 1º, inciso V).
Recursos
Que recurso é cabível quanto à tutela provisória? Cabe recurso de agravo de instrumento, quanto a decisão que versar sobre tutela provisória (art. 1.015, I, NCPC). Nota-se que é qualquer decisão sobre tutela provisória.
Se a tutela provisória for decidida pelo relator, caberá agravo interno (art. 1021 do NCPC).
Se for dentro da sentença, a antecipação de tutela cabe recurso de apelação.
Prevalece o entendimento de que NÃO CABE recurso especial e nem recurso extraordinário quanto a decisão da tutela provisória. Nesse caso, haveria reexame de prova, e não se admite o reexame de prova no RE e REsp (Súmulas 7 do STJ e 279 do STF). Isso porque não se discute o fato, mas somente o direito nesses recursos.
Súmula 735 do STF – Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida liminar.
Tutela provisória contra a Fazenda Pública
I. Argumentos contrários:
a) Exigência de remessa necessária;
b) Exigência da expedição do precatório.
II. Argumentos favoráveis:
a) A remessa ocorre apenas quanto às sentenças. A decisão interlocutória não está sujeita à remessa.
b) O precatório é exigido apenas para sentenças de pagar quantia com trânsito em julgado.
c) Existem leis que limitam a concessão da tutela provisória contra a fazenda pública. Assim, se elas limitam é porque elas admitem a tutela provisória contra a fazenda pública.
Na jurisprudência (STJ) é pacífica a tese de que é possível a concessão de tutela provisória contra a Fazenda Pública.
Entretanto, há normas que restringem a concessão da tutela provisória contra a Fazenda Pública:
1. NCPC, em algumas hipóteses legais;
2. Lei 8.437/92;
3. Lei 12.016/09;
4. Lei 8.036/90;
5. Lei 9.494/97.
OBS: A doutrina majoritária entende que essas leis são inconstitucionais, pois violam o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional. Existe posição minoritária, no sentido da constitucionalidade.
Na ADC n. 04 o STF decidiu que é constitucional a concessão de tutela provisória contra a Fazenda Pública.
De acordo com a Súmula 729 do STF, se for causa de natureza previdenciária não há restrição para a antecipação de tutela.
MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA:
A) Agravo de instrumento;
B) Reclamação ao STF (por descumprimento à tese fixada na ADC 4);
C) Pedido de suspensão, que é um incidente processual por meio do qual a pessoa jurídica de direito público ou o MP pede ao Presidente do Tribunal a suspensão da eficácia de decisão que podem causar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança ou à economia pública.
PROCEDIMENTO COMUM
No que tange o procedimento comum há importância mudança do CPC de 73 para o NOVOCPC. O procedimento comum se dividia em rito sumario e ordinário. No novo CPC houve a extinção do rito sumario, assim não mais se justifica a existência do rito ordinário.
Logo, no novo CPC somente existe processo de conhecimento: processo de conhecimento comum (art. 318 seguintes) e especial (art. 539 seguintes).
É utilizado o procedimento comum por exclusão: se não for hipótese de algum procedimento especial (previsto no CPC ou lei extravagante) é procedimento comum. Portanto, é o procedimento residual.
De forma prática, será procedimento comum nos casos:
· Em que o autor não possui um título executivo extrajudicial
· Não seja a hipótese de tutela de urgência
É o procedimento regulado com mais detalhes pelo cpc, o mais completo, com maior número de atos (inicial, contestação, réplica...) fases mais facilmente distinguíveis (postulatória, saneadora, instrutória, decisória, e cumprimento da sentença).
I. Petição inicial (art 319)
A petição inicial age como uma espécie de "receita de bolo", um "passo a passo" a ser seguido. Caso a petição não trouxer alguns dos requisitos, o juiz determinara a emenda da inicial. Contudo, se o autor não proceder com a emenda, haverá o indeferimento da inicial, com a extinção do processo sem a resolução do mérito. (Art 485, I).
E, se o vício da inicial for grave, e sequer permitir a emenda, poderá desde logo o magistrado extinguir o processo (art 330).
Nessa situação fala-se em INDEFERIMENTO LIMINAR DA INICIAL. Hipótese em que o procedimento é extinto SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO.
Causa de pedir
São os fatos e fundamentos jurídicos do pedido – Porque o autor pede em juízo determinada providencia. Fundamentos jurídicos é diferente de fundamentos legais (base legal, artigo legal). Para que haja a alteração na causa de pedir, após o ajuizamento da inicial deve ser observado o art 329:
· Até a citação – sem qualquer restrição. Basta petição do autor.
· Após a citação - Desde que o réu concorde, no prazo mínimo de 15 dias.
Pedido
É aquilo que o autor pede quando aciona o judiciário. Como regra deve ser certo e determinado. (art 322 e 324). Ainda que a parte não peça, compreende-se no pedido (por isso a doutrina chama de implícito):
(i) Juros legais
(ii) Correção monetária
(iii) Verbas de sucumbência, ou seja, custasse honorários
(iv) Prestações sucessivas que se vencerem durante o processo enquanto durar a obrigação art 323
(v) Multa diária nos casos específicos art 536 capute $1º
Da Interpretação do pedido:
Conforme art. 322 $2º o juiz terá mais margem para interpretar o pedido – não considerando apenas o que está sendo pedido na inicial e sim na peça como um todo.
Da exceção do pedido certo e terminado
Apesar de a regra ser a determinação do pedido, CPC admite o pedido genérico em hipóteses especifica (art. 324 $ 1º inciso I, II e III).
Do pedido alternativo
Aquele em que o autor formula 2 pedidos para ver acolhido um – ex: pede-se o dinheiro de volta ou entrega do bem. (art 325)
Pedido subsidiário
Se verifica quando um autor formula um pedido principal e somente se este não puder ser acolhido, formula um pedido subsidiário/eventual. (art 326).
Da alteração do pedido
Para que haja a alteração no pedido, após o ajuizamento da inicial deve ser observado o art. 329:
(3) Até a citação – sem qualquer restrição. Basta petição do autor.
(4) Após a citação - Desde que o reu concorde, no prazo mínimo de 15 dias
II. Audiência de conciliação ou mediação (ART 334 cpc)
Se houver acordo durante a audiência será reduzido a termo e homologado por sentença. Não realizado o acordo terá início o prazo para contestação.
Disposições gerais sobre o procedimento comum
A petição inicial dá início ao procedimento comum
Após o seu recebimento, o réu é citado, para ter ciência do processo, e intimado para comparecer à audiência preliminar de conciliação ou sessão de mediação.
Caso haja acordo, o juiz homologará o mesmo por sentença e o processo será extinto, com resolução do mérito, nos termos do art. 487, III, b, do CPC.
Nos casos em que não houver acordo, o prazo para a resposta do réu se iniciará (art. 335).
Apresentada a contestação pelo réu, o juiz intimará o autor a se manifestar em réplica. Do ponto de vista técnico, a réplica somente ocorrerá nos casos em que o réu apresente uma defesa processual (art. 351) ou fatos novos (art. 350). Porém, na praxe forense, após a juntada da defesa do réu, o autor é intimado para se manifestar, independentemente da defesa apontada pelo réu.
Estabelecido o contraditório, o processo avançará para etapa saneadora. Nessa fase, o juiz realizará, conforme o caso, atividades no sentido de preparar o processo para a fase instrutória, onde prevalece atos probatórios. O magistrado encaminhará as providências preliminares necessárias.
a) Se o réu não apresentou contestação, o juiz decretará a revelia, se for a hipótese;
b) Poderá extinguir o processo, sem resolução do mérito, se verificar, desde logo, que ocorreu uma das hipóteses do art. 485 do CPC;
c) Também poderá fazer isso com resolução do mérito nas hipóteses de reconhecimento da prescrição e decadência (art. 487, II) ou nos casos em que há acordo (art. 487, III) e outros do art. 332 CPC;
d) Poderá o juiz, além disso, julgar antecipadamente o mérito nos casos em que não houver necessidade de produção de provas ou nos quais a questão tratada seja exclusivamente de direito (art. 355, I) ou, ainda, nos casos em que a revelia aplicada ao réu enseje os efeitos do art. 344;
e) O juiz poderá, inclusive, julgar antecipadamente parte do mérito deduzido em juízo. Assim, nos casos em que o autor formula mais de um pedido e um deles restar incontroverso (incontestado) ou pronto para julgamento, o juiz poderá dar uma sentença parcial, resolvendo parte da demanda antecipadamente (art. 356).
Não sendo a hipótese de nenhuma das providências preliminares descritas acima, o juiz organizará o saneamento do processo (art. 357), isto é, verificar a existência de vícios processuais que possam inviabilizar o julgamento do mérito.
7) Uma vez realizado, o processo avança para a fase probatória. A prova documental, em regra, é produzida no momento do ajuizamento da demanda ou da apresentação da defesa. Nessa fase, o juiz conduzirá a produção da prova pericial, documental superveniente ou prova oral. A audiência de instrução e julgamento, enquanto ato processual, somente será realizada nas circunstâncias em que haja necessidade de produção de prova oral (testemunhas e depoimento pessoal) ou nos casos em que haja necessidade de se obter esclarecimentos do perito (art. 477, § 3º).
8) Se não ocorrer nenhuma dessas hipóteses, a audiência não será designada e o juiz julgará desde logo a causa.
9) Finda a audiência e observado o contraditório, o juiz proferirá sentença, esgotando suas atividades no primeiro grau de jurisdição.
Essas são as disposições gerais do procedimento comum, que pode sofrer variações quando o juiz adaptar o procedimento (art. 139, VI) ou quando as próprias partes realizarem negócio processual (art. 191).
Negócio processual
Trata-se de regra inovadora e sem precedentes em nossa cultura processual, mas que pode contribuir muito para o bom funcionamento da administração da Justiça. É similar a um self-service procedimental. As partes definem em comum acordo como seguirão os atos processuais, podendo excluir a prática de determinados prazos e reduzir ou ampliar prazos processuais. Ao juiz caberá somente homologar o negócio processual, assegurando que as garantias processuais constitucionais sejam preservadas. Contudo, não se admite a realização do negócio processual sobre questões de ordem pública ou criação/extinção de recursos.
Também não se admite negócio processual sobre os seguintes assuntos: acordo para modificação da competência absoluta; acordo para supressão da primeira instância; acordo para afastar motivos de impedimento do juiz; acordo para criação de novas espécies recursais; acordo para ampliação das hipóteses de cabimento de recursos.
O negócio processual poderá ser típico e atípico. O código, em seus dispositivos legais, regulamenta alguns negócios processuais em temas específicos, como suspensão do processo (art. 313, II); saneamento e organização do processo (art. 357, § 2º); distribuição dinâmica do ônus da prova (art. 373, § 3º); entre outros. Esses negócios processuais previamente estabelecidos pelo código são denominados típicos. Entretanto, as partes também podem realizar negócios processuais que não tenham sido previstos pelo código, utilizando, para tanto, a regra do art. 190. São os denominados negócios processuais atípicos.
CALENDÁRIO PROCESSUAL
Essa inovação processual trazida pelo CPC/2015 contraria a cultura processual brasileira, pois dispensa a intimação das partes para os atos previstos na calendarização (art. 191, § 2º do CPC). O art. 191 do CPC autoriza o juiz e as partes a fixarem um calendário para a prática de atos processuais. Calendarização significa a definição de prazos processuais e também a fixação do termo inicial e final desses mesmos prazos, dispensando a publicação no diário oficial. Pode ser realizada a partir de negócio processual ou em comum acordo entre as partes, mesmo no âmbito do procedimento comum.
III. IMPROCEDENCIA LIMINAR DO PEDIDO
O juiz, ao receber a petição inicial, pode encaminhar pelo menos três atitudes:
1) admitir a inicial e determinar a citação/intimação;
2) determinar a emenda da petição inicial nos casos em que não foi formulada adequadamente pelo autor
3) por fim, o juiz poderá, mesmo antes de citar o réu, julgar improcedente liminarmente a petição inicial.
Trata-se de julgamento de mérito, logo no início do processo e sem a citação do réu, nas hipóteses elencadas no art. 332 do Código de Processo Civil.
O CPC/15 ampliou as hipóteses de incidência da improcedência liminar, autorizando o juiz a julgar liminarmente as pretensões contrárias aos entendimentos dos tribunais superiores.
O principal objetivo do legislador é garantir mais segurança jurídica através do fortalecimento do sistema de precedentes judiciais disposto no CPC/2015.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
· Aplicar medidas necessárias para satisfazer o credor.
· O juiz deverá intimar a parte para cumprir a obrigação no prazo estabelecido na sentença.
· O descumprimento da sentença pode ser caracterizado como ato atentatório a dignidade da justiça, pode ser considerado litigância de má fé e responder por crime de desobediência.
· Se não for possível o cumprimento daobrigação, deverá o credor requerer a conversão em perdas e danos.
Cumprimento de sentença de entregar coisa certa;
· Aplicar medidas necessárias para satisfazer o credor.
· Não cumprida a obrigação no prazo, o juiz expedirá mandado de Busca e Apreensão para bens móveis e Imissão de Posse para bens imóveis.
· Se não for possível o cumprimento da obrigação, deverá o credor requerer a conversão em perdas e danos.
· Alegação de benfeitorias não pode ser discutida na fase de cumprimento de sentença.
Obs.: tais sentenças admitem o cumprimento provisório a pedido do requerente e não pode ser iniciada de ofício.
Cumprimento de sentença de obrigações de prestar alimentos;
A pedido do requerente, obrigatoriamente o juiz intimará o executado, pessoalmente, para em 03 dias pagar a quantia certa, ou comprovar o valor devido, ou justificar que não pode pagar.
· Deve ser alegado a impossibilidade absoluta de cumprimento.
· Prestações vencidas por 3 meses, incidirá em prisão e negativação do nome.
· O não pagamento poderá incidir no crime de abandono material. MP é acionado.
· O juiz determinará o protesto do título e decretará a prisão pelo prazo de 1 a 3 meses.
· Cumprimento da prisão é em regime fechado e não exime do pagamento das prestações.
· Competência para julgar a ação é do juiz de origem ou domicílio do requerente.
· Averbação em folha de pagamento só é permitida por ordem judicial. Se houver prestações vencidas, o parcelamento é permitido, uma vez que não ultrapasse 50% dos proventos líquidos do executado.
Cumprimento de sentença de pagar quantia certa contra a Fazenda Pública;
· A execução contra a Fazenda Pública não permite a execução forçada.
· Permite-se execução imprópria, onde o credor, na fase de cumprimento de sentença poderá requerer o pagamento.
· Após transitada em julgado, liquidado o título executivo judicial, o credor deverá requerer a fase de cumprimento de sentença, anexando demonstrativo de cálculo atualizado.
· O juiz intimará a Fazenda Pública para, no prazo de 30 dias, apresentar impugnação.
· Caso o ente público queira alegar suspeição ou impedimento, deverá fazer por meio de petição apartada.
· Não havendo impugnação, ou havendo, mas não sendo acolhida, o juiz deverá:
· Expedir precatório ao Presidente do Tribunal de Justiça
· Requisitar ordem de pagamento à autoridade, na pessoa que o representa no processo.
· Será intimado o representante judicial por meio de carga ou remessa ou por meio eletrônico.
· Não será aplicada multa por descumprimento, nem haverá cominação de penhora.
· Antes de expedir o precatório, intimará a Fazenda Pública em 10 dias para informar eventuais débitos do credor para compensação.
· Em caso de RPV (Requisição de Pequeno Valor) a Fazenda Pública terá o prazo de 2 meses para efetuar o pagamento.
· Em regra, não é cabível Execução provisória de pagar quantia certa, mas o STF entende que é possível executar provisoriamente somente até a Impugnação, ficando suspensa até o trânsito em julgado da decisão.
No descumprimento:
· Do dever de incluir o valor do precatório no orçamento, o exequente poderá requerer o sequestro de receita, sendo dirigido ao Presidente do Tribunal de Justiça.
· Do dever de efetuar pagamento do RPV, o exequente poderá requerer o sequestro de receita, sendo dirigido ao juiz da execução.
· O fracionamento do precatório é vedado quando a titularidade de todas as verbas da condenação pertence ao mesmo credor.
Ação de Execução fundada em Título Executivo Extrajudicial;
· Tem o objetivo de transformar um título executivo extrajudicial em título executivo judicial.
· A ação não impede a parte de optar pelo processo de conhecimento
· Após reconhecido, funcionará como meio de prova de existência da obrigação.
Perda superveniente do interesse de agir da execução;
Após o ajuizamento da ação, mudando o entendimento da jurisprudência e/ou doutrina, em razão do Princípio da Instrumentalidade das Formas, a ação NÃO deverá ser extinta sem resolução de mérito.
Competência na Ação de Execução;
· Será processada perante o juízo competente observando-se o seguinte:
· No foro de domicílio do executado, de eleição ou de situação dos bens a ela sujeita;
· Tendo mais de um, no foro de qualquer um dos endereços;
· Sendo incerto, onde for encontrado ou no domicílio do exequente;
· Havendo mais de um devedor, no foro de qualquer um deles.
· No lugar onde se praticou ou ocorreu o ato, mesmo que não mais resida o executado.
Legitimidade ativa;
· Legitimidade do credor: o portador do título ou estará identificado expressamente no título.
· Legitimidade do espólio, herdeiros e sucessores do credor: tornam-se credores em decorrência da morte do credor originário.
· Aberto a sucessão, enquanto não for concluída a partilha o espólio poderá ser executado a título executivo extrajudicial, com a apresentação do Termo de Compromisso do inventariante.
· Legitimidade do cessionário: há a necessidade de notificação do devedor, mas não há necessidade de seu consentimento.
· Legitimidade do sub-rogado: Devedor derivado. É quando terceiro adimpliu a obrigação do credor originário.
Legitimidade passiva;
· Devedores originários nascem devedores dos títulos
· Devedores derivados tornam-se devedores por ato entre vivos ou por falecimento do devedor originário.
Legitimados para funcionar como devedor em ações de execução;
· O devedor, reconhecido;
· O espólio, os herdeiros ou os sucessores;
· O novo devedor que assumiu a obrigação, com o consentimento do credor;
· O fiador do débito constante em título extrajudicial;
· O responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
· O responsável tributário, assim definido em lei.
Títulos Executivos Extrajudiciais;
· Requisitos: certeza, liquidez e exigibilidade da obrigação. Sob pena de extinção sem resolução de mérito.
· A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o credito exequendo não retira a liquidez da obrigação.
Espécies de Títulos executivos extrajudiciais; (rol exemplificativo)
· Letra de câmbio – tem 3 anos para propor ação.
· Nota promissória – promessa de pagamento;
Deve conter denominação nota promissória, promessa incondicionada de pagar quantia, identificação das partes, data de emissão, assinatura do emitente, data e lugar do pagamento – tem 3 anos para propor ação.
· Duplicata – prestação de serviço ou um contrato de compra e venda – tem 3 anos para propor ação.
· Debênture – financiamento de atividade
· Cheque – ordem de pagamento a vista – tem 6 meses para propor ação a contar da apresentação.
A lei não exige que as testemunhas estejam presentes no momento da assinatura do documento particular, mas que tenham conhecimento do negócio.
Execução por quantia certa;
Objetiva expropriar bens do devedor para pagamento ao credor.
Proposição
· Corresponde a petição inicial e a intimação.
· A petição inicial deverá ser instruída com o título executivo extrajudicial, o demonstrativo de cálculos e a indicação de bens suscetíveis de penhora.
· Acolhida a inicial, é expedido mandado de citação para pagar em 3 dias;
· Para se opor à execução, o devedor deverá propor Embargos à execução, no prazo de 15 dias;
Atos de expropriação – Penhora e avaliação;
· A penhora decorre da ausência de pagamento por parte do devedor no prazo de 3 dias;
· Será lavrado o auto de penhora, o devedor será intimado através de seu advogado, se não tiver, pessoalmente;
· Se não forem identificados bens, o executado será intimado para indicar bens passíveis de penhora;
Os atos de expropriação se devem em:
· Adjudicação – que dá a alguém a posse e a propriedade de determinados bens.
· Alienação – transferência para outra pessoa de um bem ou direito.
Apropriação de frutos e rendimentos – transferência de parte dos seus frutos e rendimentos mensais.
Entrega de dinheiro ao credor.
Responsabilidade patrimonial;
· Quando o patrimônio do devedor for superior ao valor da dívida, será permitido transferir bens patrimoniais a terceiros, desde que seja mantido saldo patrimonial para cobrira dívida.
· Se o devedor transferir seus bens ao ponto de esvaziar os bens suficientes a execução, tal ato será considerado como fraude.
Espécie de fraudes;
· Fraude contra credores: ocorre antes da citação na execução. O reconhecimento exige Ação Pauliana ou Revocatória que visa declarar a ineficiência da transferência. 
Requisitos: demonstrar o prejuízo para o credor e ter a ciência de que a transferência esvazia o patrimônio do devedor.
· Fraude à Execução: ocorre quando o devedor esvazia seu patrimônio após a citação. Não exige ação específica, basta simples petição nos autos da ação de execução. Após a petição, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente que poderá se opor por Embargos de Terceiros, no prazo de 15 dias, ao final será proferida sentença declaratória, reconhecendo ou não a fraude.
RECURSOS
Em direito, recurso é um instrumento para pedir a mudança de uma decisão da mesma instância ou em instância superior, sobre o mesmo processo. Não havendo recurso ou inexistindo recurso com efeito suspensivo, muitas vezes o meio adequado é ação constitucional de mandado de segurança.
O recurso é o instrumento processual utilizado para modificar ou corrigir o curso de um processo jurídico. Ocorre quando a própria parte, ou pessoa encarregada, quando cabível, solicita a revisão de uma decisão judicial.
Conforme elenca o CPC são cabíveis os seguintes Recursos: Apelação, agravo de instrumento, agravo interno, embargos de declaração, recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário, agravo em recurso especial ou extraordinário e embargos de divergência. (art. 994 do CPC).
APELAÇÃO 
É recurso ordinário em sentido amplo.
Da sentença e cabível apelação e as questões resolvidas na fase de conhecimento, (decisões interlocutórias) se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
Efeito suspensivo: suspende imediatamente os efeitos da sentença até que esta seja julgada. Exceções: sentença que homologa divisão e demarcação de território, condenação à prestação de alimentos, de ação penal pública, etc. (casos de urgência). Requisitos:
a) Razões plausíveis.
b) Risco iminente de dano irreparável ao apelante caso não haja o efeito.
Efeito devolutivo: impede o trânsito em julgado através da remessa da causa ao Tribunal.
Extensão: só é devolvido o que foi objeto de apelação. Há a vedação da reformatio in pejus.
Profundidade: pode o Tribunal se aprofundar na causa, nos limites da extensão do efeito devolutivo. Abrange o que foi discutido no primeiro grau (que deve ter nexo causal direto com uma possível reforma da sentença) e as questões de ordem pública cognoscíveis de ofício. Há a possibilidade de reformatio in pejus.
Requisitos da Apelação:
a) Os nomes e as qualificações das partes.
b) Os fundamentos de fato e de direito.
c) Pedido de nova decisão.
Custas: o pagamento deve ser comprovado no momento do protocolo da apelação, havendo possibilidade de complementação posterior.
Recebimento do recurso
a) Revisão de admissibilidade do juízo a quo: se negado, cabe agravo que vai direto para o Tribunal, para que a mesma instância não o recuse novamente.
b) Hipótese excepcional de rejeição do recurso pelo próprio juízo a quo quando este, com certeza, será julgado improcedente.
c) Hipóteses excepcionais de retratação: permitem ao juízo a quo, ao receber a apelação, se retratar ou alterar a sentença, nas ocasiões previstas em lei.
Prazo: 15 dias a contar da publicação da decisão que se pretende recorrer. O prazo é o mesmo para as contrarrazões.
AGRAVO DE INSTRUMENTO
Cabível contra as decisões interlocutórias sobre:
1. tutelas provisórias;
2. mérito do processo;
3. rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
4. incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
5. rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
6. exibição ou posse de documento ou coisa;
7. exclusão de litisconsorte;
8. rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
9. admissão ou não de intervenção de terceiros;
10. concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
11. redistribuição do ônus da prova e em outros casos expressamente referidos em lei.
Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
Se faltar cópia ou houver outro vício que comprometa a admissão do recurso, o relator concederá prazo de 5 dias para o recorrente sanar a falha.
Em regra, possuem apenas o efeito devolutivo, mas é possível requerer que se conceda efeito suspensivo sob a alegação de plausibilidade do recurso e perigo de danos irreparáveis.
Efeito ativo: pede-se uma providência do Tribunal através do agravo, uma tutela antecipada recursal, por exemplo. Mero efeito suspensivo não conseguiria esse resultado.
É remetido junto à decisão por ele recorrida e aos documentos necessários, diretamente ao Tribunal.
É julgado enquanto o processo em primeiro grau corre.
É cabível contra solução de mérito em liquidação de sentença.
Prazo: 15 dias.
Retratação: quando a parte entrar com o agravo, deve comunicar ao juiz que o fez. Quando comunicado, o juiz pode se retratar da decisão interlocutória e mudá-la, prejudicando o objeto do agravo.
AGRAVO REGIMENTAL (INTERNO)
Quando há uma decisão monocrática em Tribunal (segundo o regimento deste), e a parte considera que este entendimento não é o mesmo que seria dado pelo órgão completo.
A parte entra com o agravo regimental para que a sua causa seja analisada pelo colegiado.
Prazo: 15 dias.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Serve para sanar obscuridades, contradições e/ou omissões na decisão.
Cabível contra qualquer decisão.
Não tem o poder de modificar a decisão, mas, às vezes, além de cumprir sua função principal, a decisão acaba por ser alterada. (Efeitos Infringentes)
Hipóteses em que são autorizados os efeitos infringentes (modificativos) nos embargos de declaração.
a) Correção de erro material claro.
b) Questão de ordem pública cognoscível de ofício.
c) Questão alegada anteriormente no processo, sobre a qual o juiz disse que iria se pronunciar, mas não o fez.
Mesmo não havendo obscuridade, contradição ou omissão, os embargos de declaração são admitidos nos casos em que não há nenhum outro recurso possível e ainda há elementos a serem discutidos no processo (Ex.: necessidade de se prequestionar).
Há a interrupção dos prazos para outros recursos para todos os partícipes do processo.
Não há intimação ao embargado, salvo quando os embargos tiverem efeitos infringentes.
Quando meramente protelatórios, aplica-se multa ao embargante, mas os prazos para os demais recursos, ainda assim, são interrompidos.
Quando é interposta apelação sem o conhecimento de que a outra parte entrou com os embargos, esta deve ser ratificada posteriormente. (a ratificação é uma peça requerendo o julgamento da apelação)
Erro material e matemático não se confunde com obscuridade/omissão/contradição, pois pode ser corrigido qualquer tempo no processo.
Prazo: 5 dias.
 RECURSO ORDINÁRIO STRICTU SENSU
Cabe contra as decisões de casos de competência originária de Tribunal
Segue o mesmo regime da apelação, podendo se discutir questões de fato e de direito e analisar provas.
Vai para o STF ou STJ, a depender da competência destes.
Prazo: 15 dias.
Hipóteses de cabimento:
a) STF: remédios constitucionais de competência originária do STJ quando a decisão for desfavorável ao impetrante.
b) STJ: mandado de segurança de competência originária de TJ ou TRF quando a decisão for desfavorável ao impetrante ou nos casos em que forem partes: de um lado, um Estado Estrangeiro ou Órgão Internacional, e de outro, um particular ou município brasileiro.
 
RECURSO ESPECIAL (STJ)
1. Cabe quando for contrariado tratado ou lei federal, ou quando a decisão negar-lhes vigência.

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