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UNIVERSIDADE PAULISTA
 CAMPUS DUTRA SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO
LETRAS – LICENCIATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA E INGLESA
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA 
FICHAMENTO: A ESTÉTICA DA DIFERENÇA E O ENSINO DAS LITERATURAS DE LÍNGUA INGLESA E PLANO DE AULA UTILIZANDO O POEMA BEOWULF
Nomes: 								RA: 
Carolina Ramires Cuyabano					B991EF4
Claudia Araujo Silva						C3107G7
Denis Wilson Rodrigues						C208795
Fernanda De Moura Alves						B98BBA3
Glayds Cabral De Souza Motta					T773830
São José dos Campos
Novembro/2017
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
RELATÓRIO	4
CONCLUSÃO	6
ANEXO I: PLANO DE AULA PEOSIA BEOWULF	7
ANEXO II: FICHAMENTO: A ESTÉTICA DA DIFERENÇA E O ENSINO DAS LITERATURAS DE LÍNGUA INGLESA	9
INTRODUÇÃO
	Ao falar de poesias de língua inglesa, Beowulf é o primeiro nome que nos vem a cabeça. Tal poesia teria sido escrita no século XI e foi modernamente revertido para a linguagem da prosa, do teatro e do cinema. Beowulf relata fatos que rememoram a essência da identidade da cultura de um povo.
	A partir disto escolheu-se aplicar a Poesia Beowulf em sua versão original, em old english e também na versão traduzida para o inglês contemporâneo nas crianças do nono ano do ciclo II do Ensino Fundamental do Colégio Tableau.
	Associados às aulas de língua estrangeira – Inglês pretende-se com a atividade desenvolver o conhecimento de cada discente e auxilia-los no aprendizado da atual língua vernácula e das literaturas que a envolve contribuindo assim com o crescimento e desenvolvimento de cada aluno. Para atingir a estes objetivos, conta-se com o auxílio do letramento crítico, que permite gerar discussões e fazer com que o aluno assuma um posicionamento, a favor ou contra, daquilo que lê correlacionado ao seu cotidiano e conhecimentos prévios.
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RELATÓRIO
Aos quatorze de novembro de 2017, foi aplicado aos alunos do nono ano do ensino fundamental II do Colégio Tableau, sito à rua Avenida Dr. Nelson Dávila, 363 – Centro de São José dos Campos/SP, o plano de aula que consiste em estudar a poesia de língua inglesa, Beowulf.
	A partir do primeiro contato com a obra promovido pela adaptação cinematográfica realizada como atividade domiciliar, os alunos foram capazes de argumentar suas primeiras impressões a respeito da história. Em ambiente escolar solicitou-se que os alunos divididos em grupos realizassem uma possível tradução com base na versão arcaica da poesia e em seguida foi-lhes apresentado o texto em sua tradução em inglês contemporâneo para que assim dessem início a debates e comparações com os textos que cada grupo produziu. Após um longo bate papo onde alunos e professor expuseram seus pontos de vista, iniciou-se um trabalho a respeito das características apresentados no poema em comparação com o filme possibilitando melhor e maior assimilação do conteúdo abordado.
	Durante a aplicação do projeto, foi apresentado a poesia Beowulf e em seguida, realizaram-se atividades que envolviam a percepção do aluno quanto as alterações do inglês ao longo do tempo.
	Observou-se que embora alguns alunos tivessem dificuldades em compreender o texto e outros não se interessaram pelo conteúdo a atividade foi concluída com êxito uma vez que grande maioria dos estudantes participaram.
	Interagindo em grupos, os discentes puderam exercer o trabalho em grupo e também conhecer o poema Beowulf em inglês arcaico através de uma tividade lúdica.
	Criar a sua versão traduzida de um trecho do texto, foi uma atividade desafiadora para boa parte da sala. Notou-se que a tradução foi apresentou inúmeras dificuldades devido ao fato da discrepância entre o inglês arcaico e o contemporâneo, no entanto, este fator, embora negativo, não agrava o desenvolvimento dos alunos uma vez que a atividade tinha na finalidade de apresentar o inglês arcaico.
	Questionados sobre a atividade, os alunos relataram que embora houvessem dificuldades, eles a acharam prazerosa e puderam aproveitar do momento para expor suas opiniões e demonstraram gosto pelo enredo da poesia Beowulf.
CONCLUSÃO
Uma vez que as atividades desenvolvidas foram concluídas de maneira satisfatória, pode-se dizer que os alunos estão abertos para o ensino do inglês como língua estrangeira e também para as literaturas que envolvem o idioma, desde que as atividades sejam desenvolvidas de maneira que fogem dos métodos tradicionais. Observa-se a necessidade de desenvolver a literatura de línguas inglesas de maneira mais dinâmica, recorrendo muitas das vezes ao lúdico para que a atenção total dos alunos seja voltada ao tema.
Na maioria das vezes, o ensino de literatura de línguas inglesas tende a não ser algo apreciado por tais alunos devido à dificuldade que estes possuem em aprender e interpretar corretamente a língua estrangeira, assim como a literatura em si, haja vista que muitas das crianças da atual geração não têm o habito da leitura em seu idioma nativo, quem dirá em língua estrangeira.
Com a contribuição dos alunos (que mostraram-se extremamente animados com a didática aplicada) e a disposição do professor em aplicá-la, pode-se concluir que o Letramento Crítico contribui de maneira positiva no ensino da língua inglesa.
ANEXO I: PLANO DE AULA PEOSIA BEOWULF
Gênero Textual: Poesia
Público – Alvo: Alunos do Ensino Fundamental – Ciclo II
Tempo de Duração: 4 Aulas
Objetivo Geral
Auxiliar a compreensão de poesias de língua estrangeira e promover discussões relacionadas às diferenças entre o inglês arcaico apresentado em determinadas poesias, como Beowulf, e o inglês contemporâneo tornando os alunos capazes de distinguir as diferenças entre ambos.
Objetivos Específicos
· Apontar na narrativa os elementos que a constrói;
· Promover a reflexão sobre as modificações diacrônicas do idioma;
· Discutir sobre o texto e seus aspectos;
· Induzir o aluno a interpretação crítica do texto.
Desenvolvimento
AULA 1 e 2: Apresentar e proporcionar aos alunos o contato com o gênero poesia. Poesias de modo geral, são consideradas umas das sete artes tradicionais, neste tipo de texto são utilizados fins estéticos ou críticos que retratam o mundo idealizado pelo autor ou pela capacidade de compreensão do leitor. Uma vez que o objetivo deste plano de aula é discutir e apresentar aos alunos poesias de língua estrangeira e fazê-los identificar as diferenças diacrônicas sofridas pelo idioma, escolheu-se a Poesia Beowulf por se tratar de um dos principais poemas da literatura estrangeira e por apresentar linguagem arcaica.
Será solicitado previamente para que o aluno assista, como lição de casa, a adaptação cinematográfica do poema Beowulf: “A Lenda de Grendel” disponível no catálogo da Netflix. Assim, presume-se que os discentes obtenham um conhecimento prévio a respeito do texto trabalhado.
Em sala de aula, primeiramente, serão questionados sobre os aspectos do filme que mais lhe chamaram a atenção e apresentar o texto original utilizado para a criação da película. Seguindo a atividade, já em contato com o textual original, será explicado sobre a estrutura de Beowulf e os aspectos que seu texto aborda. 
AULA 3 e 4: Divididos em grupos, os alunos deverão a partir de trechos do poema oferecidos pelo professor tentar assimilar as palavras do texto original com possíveis palavras do inglês contemporâneo. Essa atividade possui cunho lúdico e serve apenas para que os discentes tenham contato com as modificações da língua através do tempo uma vez que é impossível que leigos façam a tradução do inglês arcaico apresentado em Beowulf. Após a “tradução” os alunos deverão apresentar suas adaptações e iniciar desta maneira uma discussão sobre as mudanças diacrônicas. 
Após a atividade lúdica em questão, os alunos receberão o texto traduzido corretamente para que possam fazer comparações com as traduções produzidas previamente. Uma vez que os alunos agora conhecem o texto no inglês contemporâneo é hora de fazê-los levantar comparações entre o texto e sua adaptação cinematográfica induzindo-os a identificar os elementos simbólicos da poesia.
Avaliação
A avaliaçãocontemplará o desenvolvimento da percepção do aluno em relação as modificações sofridas através do tempo, os debates realizados durante a execução das aulas e da produção de uma possível tradução do texto. Levará em conta também todo o conhecimento adquirido no que diz respeito às características do gênero textual e sua importância para a literatura inglesa.
Referências
FILHO, Brito. Os Monstros do Poema Beowulf. Disponível em: < https://goo.gl/Hys6nB> Acessado em 15 Out 17.
MARCUZZO, Patrícia. O papel da Leitura Crítica no ensino de inglês como língua estrangeira. Disponível em <https://goo.gl/yUtigX>. Acessado em 15 Out 17.
ROJO, Roxane e MOURA, Eduardo. Multiletramentos na Escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
Link para Postagem no Blog da Sala:
Plano De Aula Poesia Beowulf. Disponível em: <https://goo.gl/QgLtMq> Publicado em: 21 de Nov 2017
A Estética Da Diferença E O Ensino Das Literaturas De Língua Inglesa – Fichamento. Disponível em <https://goo.gl/J5HR4K>. Publicado em: 21 de Nov 2017
ANEXO II: FICHAMENTO: A ESTÉTICA DA DIFERENÇA E O ENSINO DAS LITERATURAS DE LÍNGUA INGLESA
[Os conceitos de estética e diferença aparecem como opostos entre si. A estética está intimamente ligada com os valores ocidentais e tem uma perspectiva verdadeira e genuína, e internaliza a repressão, a colonização e a subjugação das massas em favor do bem-comum desinteressado. Tal visão pode ser considerada um equívoco, já que a estética também pode ser considerada o produto de uma relação sensorial individual com o mundo que nos rodeia.]
Segundo Festino (p.314):
O que deve ser levado em conta é que se a experiência sensorial é comum a todo ser humano, ela sempre será mediada pelo contexto cultural a que o indivíduo pertence; ou seja, é uma prática comunitária que depende do que é entendido como estético dentro da comunidade à qual o indivíduo pertence.
[No momento em que a estética começa a ser entendida como uma prática comunitária e diretamente relacionada com a cultura, onde propõem metáforas literárias que se desenvolvem de maneira diferenciada a uma obra de arte, percebemos que as culturas têm também diferentes teorias estéticas. Com isso, dá-se a origem da estética da diferença, onde torna-se visível o aspecto estético e social da literatura.
Já o termo diferença pode ser entendido como um jogo permanente entre forças que geram diferentes identidades culturais. Com isso, é chegado a um sem fim de continuidades.]
Para Festino (p.315): “Seria essa relação entre os diferentes discursos de um cânone literário: uma acomodação da tradição com a chegada de novas narrativas.
[Assim, como definição de estética da diferença, temos o amor do Outro por meio da apreciação de formas diferentes. O Outro não pode ser considerado um inimigo e sim algo parecido com uma ajuda para refletir sobre a nossa cultura e os tabus presentes em nossa sociedade.]
O LITERÁRIO: UM CONCEITO PLURAL
Entendemos o literário não como uma categoria universal, mas como uma das formas estéticas que em conjunto com a imaginação, articula o que um povo aprende da sua experiência. A Literatura tem significado diferente para cada cultura e cada cultura não só tem seu próprio estilo como também uma maneira diferenciada de entender diversos outros conceitos, consecutivamente entendem a literatura e seu papel na sociedade de maneiras diferenciadas.
Damrosch (2009, p. 13-14) aponta que, na tradição ocidental, literatura foi utilizado para se referir às narrativas “escritas com belas palavras” e sugere que essa beleza da linguagem é mais relevante do que qualquer uso ou afirmação do texto. 
[No século dezenove, foi restringido pelo Ocidente o conceito de literatura às narrativas e produto da imaginação. Espera-se que as ideias articuladas por meio da literatura relacionem-se com o que a cultura entende como realidade. Eram em textos como Ramayana, o Mahabharata e o Bhagavad Gita (FESTINO, 2007), grandes épicos da cultura indiana, que podia-se ter acesso à história da cultura indiana pois tais textos articulavam os valores da comunidade enquanto que para um leitor ocidental estas mesmas histórias serão sempre narrativas épicas, produtos da imaginação.]
Os leitores esperam que todos os eventos de uma narrativa estejam claramente relacionados a documentos que o autor tenha lido, mas não tenha inventado. De outro ângulo, os diferentes gêneros literários variam de uma cultura para outra, tanto na sua forma como na sua recorrência. Da mesma maneira, dentro de uma cultura, os diferentes gêneros literários são considerados de maneira diferente. 
[Enquanto o gênero romance é um produto da cultura ocidental, no século dezenove há diferenças marcantes entre o romance inglês. Literatura seria o conjunto de todas narrativas literárias. O que quer dizer, que o conceito de literatura não é universal e que o literário não é uma essência e sim produto da interação que se estabelece entre leitor e texto.]
“O que muda o valor do objeto não é o contexto cultural que faz com que estes sejam impregnados de um valor social ou de um valor estético” (ICKSTADT, 2002, p. 268).
“Quando alguém, por um julgamento estético, declara como bela a produção cultural ou artística de outra pessoa ou cultura, a estética funciona como uma ponte que vai além da diferença. Já quando a estética de outra pessoa ou cultura é considerada como inferior, a estética torna-se uma ferramenta de opressão” (ELLIOT, 2002, p. 3).
A estética não é inocente, mas ao declarar que uma obra artística é complexa ou banal, pertence a um artista maior ou menor, levanta questões ideológicas que perpassam o seu discurso. Quem faz esse tipo de asseveração considera a sua estética como universal, fora de qualquer questão de lugar e tempo e ignora diferenças culturais e históricas. Embora haja um cânone literário estabelecido, as narrativas que o conformam não são um conjunto homogêneo, porque as diferentes comunidades que formam a nação têm suas próprias narrativas diferentes entre si no estilo e no conteúdo. 
[Todas as narrativas devem ser reconhecidas como literatura, no caso das línguas multiculturais, como a inglesa, muitas vezes acontece que epistemologias estéticas, são articuladas em uma língua comum, neste caso a inglesa, o que leva a agrupá-las dentro da mesma tradição e epistemologia estética. Todas essas epistemologias e culturas estão marcadas pela diferença e estão em contraponto umas com as outras. O fato de estarem articuladas na mesma língua reforça o estranhamento que se produz quando nos confrontamos com narrativas literárias provenientes de culturas que nem sempre associamos com essa língua e que se revelam totalmente diferentes do esperado.]
A estética sempre tem tido uma dimensão ética que tem servido a diferentes ideologias e interesses, de dominação ou de libertação. As narrativas literárias são uma das formas mais efetivas de persuasão cultural, como a sua contribuição para a formação de uma identidade nacional e seu uso como ferramenta de dominação colonial revelam. 
[A autora explica que a estética entendida como uma visão universalizante pode se tornar uma prática de exclusão e dominação, entendendo assim que a estética influenciam diretamente na característica cultural, encontrando então características próprias.]
A modo de exemplo, a historiografia da disciplina “Literatura Inglesa” mostra que ela foi primeiramente aplicada na Índia como ferramenta de colonização, porque, por meio de suas narrativas, repassavam-se para os indianos, tidos como uma cultura primitiva, os valores da cultura inglesa (VISWANATHAN, 1989). Logo, foi o canal pelo qual se repassaram para os trabalhadores do norte da Inglaterra e para as mulheres os valores da classe social dominante inglesa.
Para Matthew Arnold (1869), as narrativas que compunham o cânone inglês tinham um status quase sagrado no sentido de que articulavam os valores mais sofisticados da cultura inglesa. Esse tipo de ideologia se manifesta no fato de prestigiar os valores de um panteão de escritores, homens, brancos e euro-americanos, nuncasujeito a mudanças, o qual revela que, muitas vezes, o que se considera como universal é o cânone Ocidental. 
Nas últimas décadas e, a partir de uma estética da diferença, que dá relevância ao aspecto social, a estética tem-se tornado uma prática de inclusão que considera o elemento de conflito na convivência entre grupos de interesses diferentes. Essa visão social da estética leva a uma leitura que considera a maneira como a metáfora literária articula as experiências do dia a dia dos leitores mediadas por questões de classe, raça, gênero, etnia, etc. Ao invés de tentar escapar dos conflitos sociais pela imposição de valores morais e éticos e a transcendência a algum plano superior, abstrato e universal, possibilitado pelo caráter sublime da metáfora literária. 
Dewey explica que, para entender a arte na sua forma final, como é apresentada para o público, é preciso começar com as cenas e eventos que chamam a atenção do olhar e do ouvido do homem e que lhe causam prazer ao escutar ou enxergá-las: a visão de uma multidão, um homem suspenso no ar em um palanque, a graça do jogador de bola que cativa a audiência, uma dona de casa tomando conta de uma plantinha. É por isso que, na opinião do filósofo, a arte que tem mais vitalidade é a arte que se considera como popular: o cinema, os gibis, os gêneros policiais etc., enquanto a arte que é relegada ao museu perde a sua energia, tende a se tornar anêmica, e fica isolada e relegada a uns poucos. 
[A imposição de narrativas sobre as deles era uma maneira de evitar o que se entendia como anarquia e barbárie e esse desejo de unificação fez com que a literatura se tornasse uma ferramenta de opressão social e cultural ao impor os valores das elites dominantes a colonizados, classe baixa e mulheres, sendo usada para reafirmar preconceitos nacionais, raciais, de gênero entre outros.]
Considerado dessa maneira, o conteúdo estético e afetivo das narrativas literárias torna-se um canal adequado para uma renovação da sociedade em geral e, no caso das literaturas estrangeiras, torna-se um discurso mediador das relações entre diferentes culturas. 
A poeta norte-americana Adrienne Rich, cita: “[...] o estético não é uma visão privilegiada e isolada do sofrimento humano, mas uma notícia de conscientização, de resistência que os sistemas totalizantes querem subjugar: a arte alcança o que ainda é apaixonado, ainda não é reprimido, ainda não é subjugado”. 
 Dessa maneira, pela leitura de textos literários, entendidos como construções históricas e sociais que, por sua vez, não só afirmam, mas também interrogam a história das diferentes culturas, passa-se a perceber o modo em que a própria cultura se relaciona com outros locais e, por meio desse posicionamento crítico, torna-se parte de um processo de mudança. 
Falando da educação em sentido lato, a aula de literatura em geral e a estrangeira em particular tornam-se um terreno em que o aprendizado está intimamente ligado a conceitos de lugar, identidade, história e poder, uma vez que permitem uma reconsideração não só da leitura de textos produzidos em culturas tidas como hegemônicas ou periféricas, mas também dos círculos de poder (acadêmicos, políticos, editoriais etc.) que legitimam a leitura de determinados textos em detrimento de outros.
[Em outro nível, essa leitura social da arte contribui para uma sensibilização com a cultura do outro, tanto dentro como fora das fronteiras nacionais, pela desconstrução de estereótipos culturais. Essa função da estética tem a ver com seu aspecto ético. E para encerra, uma citação de Derrida (1992, p. 58), que nos faz entender e refletir um pouco mais sobre a literatura: “A Literatura em geral é um lugar institucional e selvagem; um lugar institucional no que é permissível questionar, ou ainda colocar em suspenso, a instituição toda”.]
O TROPO DA DIFERENÇA
[Na aula de literatura inglesa, o tropo da diferença deveria ser o principal, pois vincula-se no encontro entre texto, autor e leitor. As narrativas pertencem a uma rede de significações complexa, que se transformam constantemente, seja dentro ou fora da comunidade em que foi escrita, mostrando a penetração recíproca entre comunidades discursivas diferentes.]
Segundo Fish (1982): 
Esse processo implica uma familiarização com metáforas e práticas literárias que não necessariamente vão coincidir com aquelas da nossa cultura, porque respondem a uma concepção de literatura que tem a ver comoutras comunidades interpretativas.
[As considerações de Fish mostram que o valor ou a distinção entre o literário e não literário é mutável, nunca está explicito no texto, pois é cultural e está vinculada a relação obtida entre leitor e texto. Já quando se trata de características formais do texto, pode-se dizer que são associadas a diferenças culturais.]
Por exemplo, Hughes & Trautman (1995, p. 172) apontam que nas comunidades judeu-cristãs o conceito de tempo é linear e implica nascimento, vida e morte. Na comunidade hindu, a reencarnação apresenta o conceito de tempo de maneira circular, uma passagem contínua entre uma vida e outra, o que vai implicar uma forma diferente de enredo que, mais do que se organizar em princípio, meio e fim, implica um constante recomeçar. Ao mesmo tempo, a estrutura episódica das narrativas indianas faz com que a estória seja narrada por meio de uma série de enredos e subenredos que se complementam uns com outros, revelando a pluralidade e polifonia da comunidade indiana. Colocar o foco em um ou outro episódio faz com que a narrativa adquira uma significação diferente (PANIKER, 2003).
 [Nota-se então, que os aspectos sociais são complementares aos estéticos, neste tipo de leitura o contexto cultural é que define a estética, e a estética tem papel de ajudar a formatar melhor os temas culturais, sendo ambas intrínsecas. É necessário que o professor, que ao trabalhar uma literatura multicultural em língua inglesa e se deparar com diversas traduções literais, se familiarize com teorias de conhecimento estéticas e sistemas culturais diferentes, afim de não limitar os textos literários a meras narrativas sociais, ou até mesmo depreciar, desqualificar sistemas artísticos por não coincidirem com os de nossa cultura].
REFLEXÕES FINAIS
[Entendemos que a estética da diferença é central em um mundo dividido pelos conflitos entre as diferentes comunidades da sociedade globalizada. Ensinar a diferença implica ensinar as condições não só literárias, mas culturais, sociais e políticas que informam a comunidade onde a narrativa foi escrita. Nesse sentido, o texto literário não é um fim em si mesmo, mas uma zona de contato que ajuda a desconstruir as visões, muitas vezes negativas, de outras comunidades que os alunos trazem para a sala de aula]
[Segundo Helen Hoy (2001, p.11) o conceito de diferença é assimétrico e implica a pergunta “Diferença, mas do ponto de vista de quem?” A escritora discute o caso de escritores canadenses que são questionados sobre o que significa ser um escritor nativo, sobre seus costumes, mas nunca sobre o processo de escrita, sua diferença é restrita a questão de raça. Se por um lado, ignorar a diferença tem um efeito negativo, por outro, fixar-se nela tornando-a o único tropo, no caso de comunidades consideradas como minorias, tem um caráter redutivo e restritivo. Muitas vezes há um desejo de enfatizar sua diferença, essa atitude reflete na sua resistência a que outras pessoas, fora da comunidade se apropriem de suas narrativas, porque só eles podem narrar e entender, não admitem posicionamentos e interpretações diferentes.]
[O título do livro de Hoy, Como deveria ler essas [estórias]? Aponta para esses conflitos: a diferença entendida como irredutível que coloca uns em nível de superioridade comparados com o Outro. Uma maneira de negociar as diferenças seria, não comente por via do cânone, mas pela reformulação do conceito de narrativa e da leitura do s textos literários não como narrativas universais, mas como processos de significação que vão variar o contexto cultural e as relações entre as pessoasenvolvidas.]