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2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 2 FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE (FNQ) ...................................... 5 2.1 Planejamento estratégico e empreendedorismo .................................. 7 3 MODELOS DE EXCELÊNCIA DE GESTÃO DA FQN ................................ 9 4 ESTRUTURAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA DE GESTÃO .... 13 4.1 Os 8 Critérios de Excelência de Gestão ............................................. 14 4.2 Estrutura do MEG ............................................................................... 26 4.3 Documentação e Instrumentos de Apoio ao MEG ............................. 26 4.4 Fundamentos do MEG ....................................................................... 27 4.5 O caminho para a excelência ............................................................. 29 5 MEG E O CICLO PDCA /PDCL ................................................................ 32 6 PRÊMIO MICRO E PEQUENAS EMPRESAS BRASIL (MPE-BRASIL) ... 34 6.1 Critérios de avaliação das MPE ......................................................... 36 6.2 Etapa Estadual ................................................................................... 36 6.3 Etapa Nacional ................................................................................... 37 6.4 Premiação, direitos e obrigações das vencedoras ............................. 37 6.5 Participantes do Prêmio ..................................................................... 38 7 PROCESSOS GERENCIAIS .................................................................... 38 7.1 Gerenciamento por processos ........................................................... 39 7.2 Controle dos Processos ..................................................................... 44 7.3 Análise e Melhoria dos Processos ..................................................... 45 7.4 Algumas ferramentas de gestão ......................................................... 46 8 A BUSCA DA EXCELÊNCIA ..................................................................... 46 3 8.1 O Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) ............................................ 47 8.2 Prêmio nacional da qualidade e seus critérios de avaliação .............. 48 9 REDE QPC ............................................................................................... 50 9.1 Sistema de Pontuação ....................................................................... 51 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 53 11 BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS ............................................................. 57 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE (FNQ) Fonte: cnc.org.br A gestão de negócios é amplamente reconhecida tanto nas organizações privadas como públicas, como uma estratégia e diferencial competitivo com objetivo de reduzir custos, gerando processos produtivos e lucros. Os processos e modelos que fazem parte do universo da gestão empresarial possibilitam o aprimoramento das empresas, a fim de obterem maiores níveis de competitividade. Variadas empresas usam o Modelo de Excelência da Gestão (MEG) para exercer, da maneira mais eficiente, a gestão empresarial. Este modelo não prescreve ferramentas e práticas de gestão específicas, podendo assim ser útil para a avaliação, diagnóstico e o desenvolvimento do sistema de gestão de qualquer tipo de organização, através da utilização dos Critérios de Excelência como referência. Com este modelo de excelência a organização pode realizar auto avaliação e obter um diagnóstico da gestão organizacional, além de poder se candidatar ao Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), ofertado pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). Os Critérios de Excelência da FNQ constituem um modelo sistêmico de gestão adotado por inúmeras organizações de classe mundial. São construídos sobre uma base de conceitos fundamentais, essenciais à obtenção da excelência do desempenho. (FNQ, 2009, apud MARUFF 2010, p. 12). 6 A FNQ promove o desenvolvimento de empresas por meio da geração e disseminação de conhecimento na área da gestão, buscando a gestão de excelência, através da promoção de uma metodologia de avaliação, auto avaliação e reconhecimento das boas práticas de gestão que pode ser aplicada a organizações de todos os portes, dentro dos princípios da identidade empresarial e do atual cenário do mercado, através do MEQ. A FNQ propõe-se a apoiar as empresas que buscam o desenvolvimento e a evolução da gestão, promovendo um calendário de ações anuais, com atividades de capacitação, objetivando aprimorar as atividades desenvolvidas na área da gestão, contribuindo para a melhoria do desempenho das organizações brasileiras. A excelência em uma organização está relacionada à capacidade de perseguir propósitos em completa harmonia com os complexos ecossistemas com os quais se interagem e dependem. (FNQ 2013, apud ALBERTIM 2018, p. 26). Devido essas necessidades, um grupo de representantes dos setores públicos e privados brasileiros, criaram a FNQ. Para tanto, promove o MEG, como instrumento essencial para o desenvolvimento da competitividade, sustentabilidade, ética e inovação nas organizações do Brasil, reconhecendo-as no quesito qualidade e desempenho de suas práticas de gestão, por meio do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ). Atua por meio de uma abrangente rede de parceiros, engajada no estudo, desenvolvimento, compartilhamento e disseminação do conhecimento sobre a excelência da gestão, denominada Rede QPC (Rede de Qualidade, Produtividade e Competitividade), sendo composta pelos programas estaduais e setoriais voltados para a melhoria da gestão. Nesse sentido, a FNQ promove e apoia grupos de estudos, núcleos de conhecimento, capacitações, fóruns de debates, seminários, publicações técnicas e temáticas, além de manter o portal da FNQ, que disponibiliza recursos virtuais para o aprendizado, como cursos virtuais, publicações eletrônicas, videoteca, comunidade de boas práticas, artigos, entrevistas, entre outros serviços. Ainda no rol de suas iniciativas, a FNQ produz e divulga o Indicador Nacional de Maturidade da Gestão (INMG), uma ferramenta que mede a aderência das 7 organizações aos fundamentos e critérios de excelência, por meio das candidaturas aos prêmios de qualidade da gestão, como o PNQ e os prêmios estaduais e setoriais. Como estratégia de atuação, a FNQ permanece atenta às transformações no mundo e no ambiente de negócios, com o intuito de incorporá-las a seus conceitos, serviços e práticas, para que sua base de conhecimento corresponda à ampliação de seus objetivos e realizações, na busca da melhoria da competitividade dasorganizações e do País. A proposta de atualização permanente da FNQ resulta, entre outras iniciativas, na revisão periódica dos fundamentos e critérios de excelência. Os desafios da realidade empresarial atual incluem balancear a desestabilização da organização contra o risco de mudar, onde o sucesso da organização depende da habilidade do executivo em diferenciar o risco da mudança da organização. ...toda escolha carrega riscos e retornos. Não fazer nada, ou perseguir incrementos somente, geralmente leva à estagnação, e organizações estagnadas sofrem de resultados pobres, rigidez, orientação de curto prazo e falta de inovação. A mudança programada ou a mudança estrutural isolada leva a benefícios de curto, ocasionalmente de médio prazo, mas não gera a estratégia de longo prazo e a vantagem competitiva que a organização requer. (KOSS 1993, apud MARTINELLI 2013 p.2). O processo de transformação foca a organização como um sistema holístico, que interage com seu ambiente o tempo todo, sendo um sistema dinâmico, que exige examinar e reexaminar o comportamento diário dos líderes, e os componentes do sistema organizacional, enxergando-os como partes de um todo, de um sistema de alta performance. Há muitas características organizacionais importantes que conduzem a transformação de uma empresa tradicional para uma organização de alto desempenho como visão, valores, estratégias, estrutura organizacional, sistemas e cultura. 2.1 Planejamento estratégico e empreendedorismo O modelo administrativo FNQ é basicamente representado pelo planejamento, que é o principal desafio para os administradores, pois é primordial para alcançar os objetivos tangíveis em um novo projeto, através do planejamento estratégico, que é definido como o processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável 8 entre objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades de mercado. Com isso o planejamento estratégico tem como objetivo direcionar e traçar metas a serem atingidas pela organização de modo que obtenha lucro e crescimento satisfatório. A administração é um sistema, ou seja, uma conjugação de inúmeras variáveis convergindo sempre para o alcance final de resultados. Para se estudar ou analisar um sistema, utilizam-se modelos. Modelo é a representação de um sistema, em geral, essa representação é simbólica e pode ser gráfica, matemática ou descritiva. Essa representação descritiva ou modelo descritivo se caracteriza em uma explicação da sua composição ou funcionamento, são fatos ou acontecimentos que retratam o comportamento de uma empresa. (CHIAVENATO 2014, apud RODRIGUES 2017, p. 2). No Brasil ocorre um alto índice de fechamento de pequenas empresas, muitas vezes devido ao não planejamento. O planejamento estratégico pode ser uma ferramenta, que se utilizada corretamente, reduzirá o índice de fechamento das empresas, pois proporcionará maior organização gerencial. (SANTOS 2005, apud DORNELAS 2010, p.21). A elaboração do planejamento estratégico precisa ter quatro fases: Formulação dos objetivos organizacionais, análise interna da empresa, análise externa do ambiente e formulação das alternativas estratégicas, sendo indispensável o estudo da concorrência como tarefa fundamental, a fim de identificar pontos fortes e fracos, para que se possa traçar estratégias competitivas. A análise do ambiente externo é um dos pilares do planejamento estratégico. Quanto mais competitivo, instável e complexo o ambiente, maior a necessidade de analisá-lo. (MAXIMIANO 2006, apud DORNELAS 2010, p.21). O empreendedorismo, que é outro desafio ao qual se submete o modelo de excelência é representado por indivíduos ousados e observadores, que enxergam oportunidades em tudo ao seu redor. O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização. Os empreendedores são visionários, dotados de ideias realistas e inovadoras e desenvolvem um papel otimista dentro da organização, capaz de enfrentar obstáculos internos e externos. A preocupação com a criação de empresas duradouras e a necessidade da diminuição das altas taxas de mortalidade desses empreendimentos são, sem dúvida, motivos para popularidade do termo empreendedorismo, que 9 tem recebido especial atenção por parte do governo e de entidades de classe. (DORNELAS 2001, apud DORNELAS 2010, p. 27). O crescimento da competitividade no mundo dos negócios exige das empresas estratégias de negócios como o empreendedorismo, que pode levá-las a se destacar no mercado. Esta busca é pela visualização de oportunidades de negócios, onde existe uma busca incessante por inovações, assumindo riscos calculados com a intenção de obter renda, reconhecimento e crescimento no mercado. O empreendedor é um empresário que possui perseverança, tem energia, fixa metas e faz de tudo para alcançá-las. Estes já não são vistos apenas como provedores de mercadorias e que são movidos unicamente por lucro a curto prazo. Ao contrário, são energizadores que assumem riscos necessários em uma economia em crescimento e produtiva. O empreendedorismo desempenha um papel importante na empresa sendo relevante no planejamento, tomada de decisões quanto a aquisições de equipamentos e na visão de futuro, levando em consideração o presente e as metas traçadas. Empreendedorismo significa fazer algo novo, diferente, mudar a situação atual e buscar, de forma incessante, novas oportunidades de negócio, tendo como foco a inovação e a criação de valor. O empreendedorismo não é um tema novo tendo surgido assim que surgiu a primeira ação inovadora. No Brasil começou a se desenvolver na década de 90 e não parou de crescer mais. (Dornelas 2003, apud CUSTÓDIO 2011, p. 10). 3 MODELOS DE EXCELÊNCIA DE GESTÃO DA FQN Fonte: ferriol.com.br 10 A FNQ é o maior centro brasileiro de estudo, debate e irradiação de conhecimento sobre excelência em gestão. Esta entidade promove a qualidade da gestão empresarial, contribuindo para o aumento da competitividade das organizações e do Brasil. Instituída em 11 de outubro de 1991, a FNQ é uma organização não governamental sem fins lucrativos, fundada por 39 organizações, privadas e públicas, para administrar o PNQ. No decorrer destes anos, a FNQ vem cumprindo plenamente seu objetivo de disseminar o MEG por meio dos ciclos anuais de concessão do PNQ e de seus desdobramentos. A administração da FNQ reúne destacados executivos e pensadores do país, que ajudam a instituição a cumprir a sua missão de disseminar amplamente os Fundamentos da Excelência da Gestão para organização de todos os setores e portes. A Instituição contribui assim, para o aperfeiçoamento da gestão, o aumento da competitividade das organizações e, consequentemente, para a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro. (FNQ 2009, apud MARUFF 2010, p. 13). Os Critérios de Excelência da FNQ constituem um modelo sistêmico de gestão adotado por inúmeras organizações, sendo construídos sobre uma base de conceitos fundamentais, essenciais à obtenção da excelência do desempenho. Estes critérios incorporam em seus requisitos os conceitos e as técnicas mais atualizados e bem-sucedidos de administração de organizações. Nesse sentido a FNQ promove a atualização anual de suas publicações para manter a vanguarda tecnológica deste modelo da gestão e de avaliação. Existem variadas crenças ou pontos de vista sobre o que a gestão de uma empresa deve fazer, essas crenças são, por vezes chamadas de modelos. Os modelos são representações de uma realidade mais complexa, que ajudam a comunicar ideias e entender melhor os fenômenos mais complexos do mundo real. Durante o século XX surgiram diversos modelos de gestão. Entender esses modelos e suas origens pode dar aos gestores uma visão mais ampla sobre o comportamento nas organizações e um conjunto de opções maisdiversificado, contudo os modelos de gestão estão sempre evoluindo à medida em que os valores da sociedade mudam, os pontos de vista existentes são alterados e novos modelos de gestão emergem. Modelo de Gestão é uma representação idealizada sobre como deveria ser a realidade do funcionamento da gestão a ser efetivamente praticada. 11 ...a Gestão, basicamente, significa influenciar a ação. Gestão é ajudar as organizações e as unidades a fazerem o que tem que ser feito. Gerir é conseguir controlar com eficiência, ou busca-se isso. Existem quatro pilares básicos da gestão que devem ser aplicados sempre quando você assumir um cargo de gestão: planejar, organizar, dirigir e controlar. (TAVARES 2000, apud RODRIGUES 2017, p. 4). No modelo de excelência de gestão, os fundamentos de excelência são expressos por meio de ações gerenciais. Para facilitar sua mensuração, qualitativa ou quantitativa, são propostas questões e solicitações de resultados a serem atendidas pela organização. Estas questões, em alguns casos, solicitam complementos importantes para a excelência da gestão. Seu entendimento e complementação, bem como as solicitações de resultados, são apoiados por meio de orientações e inclui evidências que deveriam existir para sustentar uma avaliação utilizando estes critérios. O sistema de pontuação possibilita a avaliação do grau de maturidade da gestão, pontuando processos gerenciais e resultados organizacionais. Além disso, para que a excelência da gestão seja alcançada, são necessárias evidências para sustentar as avaliações apresentadas acima, que são consideradas complementos primordiais dentro do processo, sendo que o MEG orienta o passo a passo em cada uma destas etapas. Com o objetivo facilitar o entendimento de conteúdos relacionados, e reproduzir, de forma lógica, a condução de temas essenciais de uma organização, essas questões são agrupadas por critérios, que garantem à organização uma melhor compreensão de seu sistema gerencial, além de proporcionar uma visão sistêmica da gestão, do mercado e do cenário local ou global onde a empresa atua e se relaciona. Estas questões trabalham juntas, como uma estrutura única e integrada, para gerir o desempenho da organização de forma sistêmica e responder às questões auxiliando a organização a alinhar seus recursos, identificar pontos fortes e oportunidades de melhoria, aprimorar a comunicação, produtividade e efetividade das ações e o alcance dos objetivos estratégicos. Como resultado, a organização avança em direção à excelência da gestão e gera valor aos clientes e acionistas, à sociedade e a outras partes interessadas, o que contribui para a sua sustentabilidade e perenidade. Vale enfatizar que o modelo não é prescritivo quanto a ferramentas, estrutura ou forma de gerir o negócio. Sua ação está pautada em estimular a atenção da 12 organização às necessidades e expectativas das diversas partes interessadas, utilizando essas informações para formular o planejamento estratégico e seus desdobramentos. Incentiva, ainda, o alinhamento, integração, compartilhamento e direcionamento em toda a organização, para que ela atue com excelência na cadeia de valor e gere resultados, desenvolvendo uma maneira ágil, assertiva e inovadora para vencer os desafios propostos pelo cenário de negócios. Os conceitos básicos identificam premissas reconhecidas internacionalmente e que se traduzem em práticas de desempenho também verificáveis em outras organizações lideres, de classe mundial, que apresentam a preocupação de se aperfeiçoar e se adaptar às mudanças no ambiente em que se insere (BALLESTERO-ALVAREZ, 2012, apud SANTOS 2016, p.3). Com um cenário cada vez mais estratégico e competitivo as organizações vêm buscando ao longo do tempo a melhoria dos seus processos e resultados. Empresários e gestores contam com os modelos gerenciais e ferramentas com o objetivo de tornarem-se cada vez mais assertivos na tomada de decisões estratégicas, e consequentemente alcançar resultados competitivos cada vez melhores. O MEG estabelece uma orientação integrada e interdependente para gerir uma organização e considera que os vários elementos da organização e as partes interessadas interagem de forma harmônica, sistêmica e equilibrada nas estratégias e resultados. Qualquer empresa possui um modelo de gestão, algumas possuem modelos mais avançados, atuando no mercado de forma proativa e outras menos avançados exercendo um modelo reativo ao mercado, porém todas atuando como organizações. O gerenciamento de processos deve ser realizado de forma sistemática, assim as empresas com seus modelos de gestão apresentam resultados distintos, algumas se sobressaem se destacando perante as demais. Organizações consideradas como referenciais de excelência em nível internacional são aquelas que têm prosperado e alcançado a liderança internacional em suas respectivas áreas de atuação e que são exemplos reconhecidos de atuação em harmonia com o meio ambiente e integração com a sociedade. 13 4 ESTRUTURAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA DE GESTÃO Fonte: tiespecialistas.com.br Para que o MEG seja implementado é necessário que os fundamentos sejam desdobrados em critérios, dentro de um conceito capaz de expressar a lógica de um negócio. Os oito critérios constituintes do MEG subdividem-se em vinte e quatro itens de avaliação. Entre eles destacam-se os itens de: Processos gerenciais: Solicitam informações relacionadas ao sistema de gestão da organização, sem prescrever práticas, métodos de trabalho ou ferramentas. Seus itens são compostos por respectivos padrões de trabalho, métodos utilizados para controle, grau de disseminação (processos, produtos e partes interessadas em que as práticas estão implementadas), continuidade (início de uso e periodicidade) e integração. A gestão por processos tem como objetivo identificar, desenhar, executar, documentar, medir, monitorar e controlar as atividades de uma organização visando o resultado a que se pretende alcançar (PRADELLA, 2015, Apud SANTOS, 2016, p. 9). Resultados organizacionais: Conforme o nome indica, a apresentação dos resultados, informações comparativas e explicações sobre eventuais tendências ou níveis atuais adversos compõem os resultados organizacionais. Seus itens são representados por: 14 • Apresentação de uma série histórica de dados que permite analisar a sua tendência, através da apresentação de resultados quantitativos abrangendo pelo menos três períodos consecutivos da aplicação das práticas, coerentes com o ciclo de planejamento e análise do desempenho da organização, • Informativo dos níveis de desempenho associados aos principais requisitos de partes interessadas, nos resultados que os expressam. • Apresentação de resultados comparados com níveis de desempenho de outras organizações, como referencial comparativo. O MEG reflete a experiência, o conhecimento e o trabalho de pesquisa de diversas organizações e especialistas no Brasil e exterior. Seus fundamentos de excelência são expressos em características tangíveis, mensuráveis quantitativa ou qualitativamente, por meio de ações gerenciais propostas na forma de questões e de solicitações de resultados. 4.1 Os 8 Critérios de Excelência de Gestão Os critérios serão descritos a seguir, de acordo com suas características e atribuições: 1° Critério: Liderança: Aborda os processos gerenciais relativos a promoção de cultura e excelência da organização e controle externo sobre sua direção, ao engajamento, pelas lideranças, através das pessoas e partes interessadas na sua causa e ao controle de resultados pela direção. Os líderes são importantes por três motivos: em primeiro lugar, eles são responsáveis pela eficácia das organizações. O sucesso ou fracasso de qualquer organização. Em segundo, as adversidades que encontramospelo caminho às vezes nos deixam sem rumo, então buscamos nos líderes um caminho, um porto seguro. E em terceiro lugar, o líder é aquele que conhece o problema, mas não se prende ao contexto, seja ele por conta dos cenários administrativos voláteis ou fusões e aquisições ou ainda por fatores demográficos. (BENNIS 1996, apud OLIVEIRA 2015, p. 3). A liderança inclui transparência, equidade, prestação de contas, responsabilidade corporativa e considera os valores e princípios, o relacionamento ético e os riscos da organização. Aborda ainda a análise do desempenho da organização enfatizando a comparação com outras organizações, o atendimento aos requisitos das partes interessadas e a avaliação do êxito das estratégias. 15 Governança corporativa: Aborda a implementação de processos gerencias que contribuem diretamente para o compromisso da organização da excelência, com a sustentabilidade, transparência e aumento do nível de confiança dos interessados. Subdivide-se em 7 itens principais: 1. Apresentação dos métodos utilizados para controlar os atos da direção, a fim de manter a equidade dos sócios, mantenedores ou instituidores, protegendo seus direitos. 2. Apresentação dos valores e os princípios organizacionais necessários à promoção da excelência, beneficiando as partes interessadas e o desenvolvimento sustentável. 3. A forma com a organização assegura o relacionamento ético com concorrentes e também dentro e fora da organização. 4. Apresentação dos métodos usados para identificar, classificar, analisar e tratar os riscos empresariais mais significativos que possa afetar a imagem e a capacidade da organização de alcançar objetivos estratégicos. 5. Análise das principais decisões tomadas, comunicadas e implementadas assegurando a transparência e considerando o envolvimento de todos os interessados. 6. Demonstração de como os fatos relevantes são prontamente comunicados à sociedade e demais. 7. Como a organização presta conta das ações e resultados alcançados a quem a elegeu, nomeou ou a designou. Exercício da liderança e promoção da cultura da excelência: Este item aborda a implementação de processos gerenciais que contribuem diretamente para o engajamento da força de trabalho e demais partes interessadas no êxito das estratégias e na promoção da cultura da excelência. Subdivide-se em oito pontos principais: 1. A forma como é exercida a liderança e interação, identificando expectativas, buscando o alinhamento, mobilização da força de trabalho, apoio das partes interessadas para sucesso das estratégias, construção de parcerias e alcance dos objetivos da organização. 16 2. Descrição dos métodos analíticos usados, planejamento e estímulo as mudanças culturais na organização necessárias para a internalização dos valores e princípios organizacionais e para a consecução das estratégias. 3. Representação de como a organização estimula a diversidade de ideias e culturas. 4. Representação de como os valores e os princípios organizacionais são comunicadas as partes interessadas. 5. Método utilizado de identificação de pessoas com potencial de liderança. 6. Avaliação e desenvolvimento dos líderes atuais em relação às competências necessárias. 7. Como são definidos os padrões de trabalho, e 8. Como é implementado o aprendizado e estimulo a inovação na organização. Líderes orientados às tarefas terão sucesso nas situações que requerem persistência meramente. [...] Líderes com orientação interpessoal, no entanto, podem obter vantagem em cenários que emitem sinais variados, pois, podem aplicar suas aptidões sociais para suplantar os obstáculos ao desempenho mais gerenciáveis. (VECCHIO, 2009, apud OLIVEIRA 2015, p. 4). Análise do desempenho da organização: Aborda a implementação de processos gerenciais usados para avaliação do desempenho operacional e estratégico da organização, em relação a metas e informações comparativas do mercado. Subdivide-se em seis requisitos: 1. Apresentação dos critérios determinantes aos resultados mais importantes a serem comparados e identificação das organizações consideradas como referencias comparativas pertinentes. 2. Técnicas usadas para coleta e análise dos resultados. 3. Forma como são consideradas as variáveis dos ambientes interno e externo relevantes para o êxito das estratégias. 4. Método de avaliação do êxito das estratégias e o alcance dos objetivos da organização. 5. Método como as decisões decorrentes da análise do desempenho da organização são comunicadas à força de trabalho, em todos os níveis da organização, e 6. Como é acompanhada a implementação das decisões decorrentes a avaliação do desempenho da organização. 17 Tradicionalmente, o conceito de desempenho organizacional é estudado principalmente através do prisma positivista, que engloba a busca de princípios e relações teóricas que possam ser quantificadas e testadas pela aplicação de procedimentos estatísticos (KIM, 2009, apud LEOPOLDINO 2010, p. 3). 2° Critério: Estratégia e Planos: Aborda os processos gerenciais relativos à concepção e à execução das estratégias, inclusive aqueles referentes ao estabelecimento de metas e à definição e ao acompanhamento de planos necessários para o êxito das estratégias. Tem ênfase nas análises de tendências e fatores externo e interno e avaliação de alternativas estratégicas e do próprio modelo do negócio. Também aborda o processo de definição de indicadores, o desdobramento das metas e dos planos para as diversas áreas da organização. Formulação de estratégias: Aborda a implementação de processos gerenciais de contribuição direta a geração de estratégias e competibilidade. Divide-se em cinco pontos: 1. Método usado para analisar o ambiente, forma de identificação e análise das características do setor de atuação da organização e suas tendências. 2. Como é feita a análise do mercado de atuação da organização e suas tendências. 3. Como é analisado o ambiente interno organizacional. 4. Métodos usados na avaliação de alternativas decorrentes das análises dos ambientes e definição das estratégias organizacionais. 5. Forma de avaliação e definição do modelo de negócio competitivo em relação às estratégias definidas e às perspectivas dos mercados e do setor de atuação da organização. Implementação das estratégias: Aborda a implementação de processos gerenciais que contribuem diretamente para o desdobramento, realização e atualização de estratégias organizacionais. Subdivide-se em seis pontos: 1. Metodologia usada para definir indicadores de avaliação das estratégias implementadas. 2. Desdobramento das metas para as diversas áreas da organização. 3. Desdobramento dos planos de ação para as diversas áreas da organização. 4. Formas de alocação de recursos para assegurar a implementação dos planos de ação. 18 5. Como é feita a comunicação das estratégias, metas e planos de ação para todos da organização. 6. Formas de acompanhamento dos ambientes internos e externos com as mudanças. 3° Critério: Clientes: Aborda os processos gerenciais relativos à identificação e ao tratamento de informações de clientes e mercado e à comunicação com o mercado e clientes atuais e potenciais, e a satisfação dos clientes. Toda empresa deve atentar aos detalhes, permitindo que os clientes se sintam satisfeitos, junto a um atendimento de qualidade e um bom processo gerencial de recursos humanos é a garantia necessária que a organização esteja apta a desenvolver ações que levam qualidade no ambiente, atendimento e a satisfação. (Kotler2012, apud CARVALHO 2016, p. 4). Imagem e conhecimento de mercado: Aborda a implementação de processos gerenciais contribuintes ao entendimento das necessidades dos clientes-alvo e a imagem positiva para conquista de clientes e mercados, subdividindo-se em 6 pontos principais, em formas dequestionamento: 1.Como o mercado é segmentado? 2. Como são definidos os clientes? 3. Como são identificadas e compreendidas as necessidades e expectativas dos clientes? 4. Como é feita a divulgação da marca ao mercado? 5. Como é identificado e avaliado o feedback dos clientes acerca dos produtos da organização? e, 6. Como é avaliada a imagem da organização diante dos clientes e mercados? Relacionamento com clientes: Envolve a implementação de processos gerenciais contribuintes diretos a satisfação dos clientes e a fidelidade aos produtos e marcas. Aborda sete questões principais, também em formato de questionamento: 1. Como é feita a definição e divulgação dos canais de relacionamentos com o cliente? 2. E as reclamações, solicitações ou sugestões dos clientes? Como são tratadas? 3. Os resultados das reclamações, solicitações ou sugestões dos clientes são repassados às outras áreas da organização? De que forma? 4. Como é feito o acompanhamento das transações com os clientes? 19 5. Como é feita a avaliação e comparação da satisfação, fidelidade e insatisfação dos clientes? 6. E a análise e utilização das informações obtidas dos clientes, como é feita? 7. De que forma é firmada as parcerias com clientes, distribuidores e revendedores? 4° Critério: Sociedade: Aborda os processos gerenciais relativos ao respeito e tratamento das demandas da sociedade ao meio ambiente e desenvolvimento social das comunidades mais influenciadas pela organização, com ênfase na responsabilidade e a atuação socioambiental A empresa é considerada um subsistema inserido num sistema maior, o ambiente externo, e está sujeita às suas pressões, traduzidas em ameaças e oportunidades. PELEIAS 2002 apud MARTINELLO 2011, p. 22). Responsabilidade socioambiental: Aborda a implementação de processos gerenciais contribuintes diretos a geração de produtos, processos e instalações seguras para os clientes, população e meio ambiente, levando em conta sempre o desenvolvimento sustentável. Engloba sete quesitos: 1. Forma de identificar e tratar os impactos sociais e ambientais de seus produtos, processos e instalações. 2. Forma de manter a preparação e estabelecimento dos procedimentos para responder às eventuais situações de emergência e potenciais acidentes. 3. Forma de comunicar a sociedade os impactos sociais e ambientais. 4. Como é feita a identificação e analise dos requisitos legais, regulamentares e contratuais aplicáveis a questões socioambientais. 5. Como é propiciada a acessibilidade aos produtos e instalações da organização. 6. Como a organização seleciona e promove, ações acerca do desenvolvimento sustentável. 7. A melhor forma de desenvolver parcerias, conscientização e os envolvidos (força de trabalho, clientes, fornecedores e partes interessadas) na implementação dos projetos ambientais. Desenvolvimento social: Visa esclarecer a implementação de processos gerenciais que contribuem para estimular o desenvolvimento social e promover uma imagem favorável da organização, comunidades vizinhas e sociedade, abordando seis pontos principais: 20 1. Como se identifica, analisa e compreende as necessidades e expectativas da sociedade e como são usadas para a definição e melhoria da sua atuação social? 2. Como é feito o direcionamento dos esforços para o fortalecimento da sociedade e das comunidades vizinhas, por parte da organização? 3. Como são realizados o desenvolvimento de parcerias, conscientização e incentivo aos interessados na implementação e apoio dos projetos sociais da organização? 4. E o grau de satisfação de toda a sociedade em relação à organização, como é avaliado? 5. Como as informações repassadas pela sociedade são analisadas e utilizadas para intensificar a satisfação e desenvolver novos processos e produtos? 6. Como a organização avalia e zela a sua imagem perante a sociedade? 5° Critério: Informações e conhecimento: Aborda os processos gerenciais relativos ao tratamento da demanda por informações, e ao desenvolvimento dos ativos intangíveis geradores de diferenciais competitivos, especialmente os de conhecimento. Informações da organização: Aborda a implementação de processos gerenciais que contribuem diretamente para a disponibilização sistemática de informações atualizadas, precisas e seguras aos usuários, com o apoio da tecnologia da informação, usando seis questionamentos: 1. Forma de identificação das necessidades de informações, para apoiar as operações diárias, acompanhamento do progresso dos planos de ação e tomada de decisão. 2. Formas de definição, desenvolvimento, implantação e melhorados dos principais sistemas de informação. 3. Como são feitas as atualizações tecnológicas dos sistemas desenvolvidos. 4. Como a tecnologia da informação promove a integração da organização com seus clientes, fornecedores e parceiros. 5. Como as informações necessárias são colocadas à disposição de todas as partes interessadas, e 6. Como é gerenciada a segurança das informações. Informações comparativas: 21 Aborda a implementação de processos gerenciais que contribuem diretamente para a obtenção de informações de outras organizações para poder comparar o desempenho e para melhorar processos e produtos, através de quatro pontos chave: 1. Forma de identificar as fontes de informações comparativas. 2. Formas de obtenção, manutenção e atualizadas as informações comparativas. 3. As informações comparativas obtidas são analisadas visando à sua adaptação à realidade da organização? De que forma? 4. Existe confidencialidade, integridade asseguradas com relação a disponibilidade das informações trocadas com outras organizações? Ativos intangíveis e conhecimento organizacional: Aborda a implementação de processos gerenciais que contribuem diretamente para o aumento do diferencial competitivo da organização por meio da criação, compartilhamento, desenvolvimento, retenção e proteção dos ativos intangíveis e particularmente, do conhecimento que sustenta o desenvolvimento das estratégias e operações, através de cinco itens: 1. Identificação dos ativos intangíveis que agregam valor ao negócio. 2. Como os principais ativos intangíveis identificados são desenvolvidos? 3. Como os principais ativos intangíveis são retidos e protegidos? 4. Método utilizado para identificar e desenvolver os conhecimentos que sustentam o desenvolvimento das estratégias e operações. 5. Forma como é feito o compartilhamento e retenção dos conhecimentos da organização. 6° Critério: Pessoas: Aborda os processos gerenciais relativos à configuração de equipes de alto desempenho, ao desenvolvimento de competências das pessoas e à manutenção do seu bem-estar, métodos de contratação, capacitação e promoção de ambiente propício a qualidade de vida no ambiente de trabalho. Sistemas de trabalho: Avalia os processos gerenciais que influenciam no desempenho das equipes e pessoas, através de cinco proposições: 1. Forma de organizar o trabalho. 2. Forma de seleção de pessoal interna e externamente. 3. Como é realizada e integração aos recém-contratados à cultura organizacional. 4. Maneira como o desempenho das pessoas e equipes é avaliado. 22 5. Formas de remuneração, reconhecimento e incentivos estimulantes para o alcance de metas de alto desempenho e a cultura da excelência. Capacitação e desenvolvimento: Lista com é feita a implementação de processos gerenciais contribuintes a capacitação e desenvolvimento da força de trabalho, através dos seguintes questionamentos: 1. Como as necessidades de capacitação e desenvolvimento são identificadas? 2. De que forma a capacitação e desenvolvimento aborda a cultura da excelência e contribui para consolidação do aprendizado organizacional? 3. Forma de realização dos programas de capacitação e desenvolvimento. 4. Forma de avaliação daeficácia dos programas de capacitação e promoção de desenvolvimento de integração pessoal. Treinamento é um ato intencional de fornecer os meios para possibilitar a aprendizagem. O treinamento é um processo educacional que é aplicada de forma sistemática e organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidade em função de objetivos definidos. (CHIAVENATO 1999, apud FONTES 2015, p. 23). Qualidade de vida: Define a implementação de processos gerenciais contribuintes diretos à criação de ambiente seguro e saudável, com bem-estar, satisfação e comprometimento das pessoas, através dos pontos: 1. Identificação e tratamento de riscos relacionados à saúde ocupacional, segurança e ergonomia. 2. Análise e compreensão das necessidades e expectativas das pessoas da força de trabalho. 3. Avaliação do bem-estar, comprometimento e a satisfação das pessoas. 4. Maneira de tratamento dos fatores que afetam o bem-estar, satisfação e comprometimento das pessoas, a fim de manter o clima da organização favorável à criatividade, inovação e excelência no desempenho. 5. Como a organização colabora para a melhoria da qualidade de vida das pessoas fora do ambiente de trabalho? 7° Critério: Processos: Aborda os processos gerenciais relativos aos pontos principais do negócio tratando separadamente os relativos a fornecedores e os 23 econômico-financeiros. O critério aborda ainda os processos econômico-financeiros voltados para a sustentabilidade econômica do negócio. Processos principais do negócio e processos de apoio: Aborda a implementação de processos gerenciais que contribuem para o desempenho dos processos e geração dos produtos que atendam às necessidades e expectativas de todas as partes interessadas, através dos pontos: 1. Método de identificação dos processos de agregação de valor. 2. Requisitos aplicáveis aos processos principais do negócio e aos processos de apoio e como estes são projetados e controlados. 3. Como é feita a análise e melhoria dos processos principais do negócio, processos de apoio e produtos. Processos de relacionamento com os fornecedores: Relata a implementação de processos gerencias que contribuem diretamente para o desenvolvimento e melhoria da cadeia de suprimentos e para o comprometimento dos fornecedores e parceiros com a excelência, a partir dos seguintes pontos: 1. Forma de identificação de potenciais fornecedores e parceiros, desenvolvimento de parcerias e cadeia de suprimentos. 2. Como erradicar o trabalho infantil e impedir o trabalho degradante e forçado na sua cadeia de suprimento. 3. Método de identificação, analise e compreensão das necessidades e expectativas dos fornecedores e como estes são qualificados, selecionados e avaliados de acordo com seu desempenho. 4. Como é feito o estimulo para a melhoria e inovação nos processos de fornecimento e nos produtos adquiridos. Cabe ressaltar que em um grupo de trabalho ocorrem trocas internas – da pessoa consigo mesma –, e trocas externas – dela com o grupo e o ambiente. Essas trocas são constantes e geram um comportamento que é próprio de cada grupo. As modificações abruptas nessas trocas, tanto internas quanto externas, ocasionam um desequilíbrio grupal. Dessa forma, a alteração dos sujeitos-trabalhadores, seja por rodízios institucionais ou por iniciativa de alguns participantes, acarreta o inevitável reajuste grupal que determina a necessidade de propor novos compromissos e redistribuição de ações previamente determinadas. (LEOPARDI 2006, apud MARTINS 2012, p. 7). Processos econômicos financeiros: 24 Este item aborda a implementação de processos gerenciais que contribuem diretamente para a sustentabilidade econômico-financeiro da organização, de acordo com as seguintes proposições: 1. Determinantes dos requisitos de desempenho econômico-financeiro da organização e como é assegurado os recursos financeiros necessários para atender às necessidades operacionais. 2. Como é feita a definição dos recursos financeiros e avaliação dos investimentos necessários ao sustento das estratégias e planos de ação. 3. Como é feita a quantificação e monitoramento dos riscos financeiros da organização, juntamente com a elaboração e controle orçamentário. 8° Critério: Resultados: Aborda os resultados da organização na forma de séries históricas e acompanhados de referenciais comparativos para avaliar o nível alcançado abrangendo os resultados econômico financeiros e os relativos aos clientes e mercados, sociedades, pessoas, processos principais do negócio e de apoio, assim como os relativos ao relacionamento com fornecedores e os níveis de desempenho associados aos principais requisitos de partes interessadas, para verificar o atendimento. Resultados econômico-financeiros: Inclui os resultados relativos à estrutura, liquidez, atividade e rentabilidade da organização. Resultados relativos aos clientes e ao mercado: Incluem os resultados de imagem da organização, através da apresentação de resultados dos principais indicadores relativos aos clientes e aos mercados. Resultados relativos à Sociedade: Incluem resultados de responsabilidade socioambiental e o desenvolvimento social, devendo ser apresentado os indicadores relativos à sociedade, incluindo os relativos à responsabilidade socioambiental e ao desenvolvimento social. Resultados relativos às Pessoas: Inclui os resultados referentes aos sistemas de trabalho, à capacitação e desenvolvimento e à qualidade de vida. Pede-se para apresentar os resultados dos principais indicadores relativos às pessoas, incluindo os relativos aos sistemas de trabalho, à capacitação e desenvolvimento e à qualidade de vida, pois estes são de extrema importância para a organização. Estratificar os resultados por grupos de 25 pessoas da força de trabalho, funções na organização e, quando aplicável, por instalações também se faz necessário. (FNQ, 2009, apud MARUFF 2010, p. 32). Resultados relativos aos processos principais do negócio e dos processos de apoio: Trabalha os resultados relativos ao produto e à gestão dos processos principais do negócio e aos processos de apoio. Resultados relativos aos fornecedores: Refere-se aos produtos adquiridos e à gestão do relacionamento com os fornecedores, através dos principais indicadores relativos aos produtos. Ao utilizar os critérios de excelência como referência, uma organização, pública ou privada, pode implantar um programa de melhoria da gestão, por meio de auto avaliações e obter um profundo diagnóstico do sistema de gestão, além de ter a oportunidade de se candidatar aos prêmios estaduais e setoriais da rede QPC. O MEG permite às organizações, independentemente de porte ou setor, adaptar as suas práticas de gestão aos conceitos de uma empresa que visa ingressar como Classe Mundial, respeitando a cultura existente. Os resultados da aplicação do MEG podem ser percebidos como uma evolução da maturidade da gestão da empresa, cujo ápice é a excelência. (PANHOÇA 2005, apud RIBEIRO 2013, p. 93). Isso é possível pelo fato que o modelo é considerado referência e aprendizado, no qual não existe prescrição na implementação de práticas de gestão, tendo como foco o estímulo da organização para obtenção de respostas, com práticas de gestão, sempre com vistas à geração de resultados que tornam a organização mais competitiva. Para uma organização que utiliza o MEG como base para seu programa de melhoria contínua, a avaliação da gestão pode ser feita internamente, pelos seus gestores ou externamente, por meio de uma candidatura aos prêmios estaduais ou setoriais da rede QPC. 26 4.2 Estrutura do MEG Fonte: gazinatacado.com.br De acordo com a FNQ a organização pode ser considerada um sistema orgânico, adaptável ao ambiente externo. Com o objetivo de reproduzir de forma lógicaa condução de temas essenciais de uma organização, o MEG adota critérios que garantem à organização uma melhor compreensão de seu sistema gerencial. A estrutura do MEG compõe-se por oito critérios. O direcionamento da organização é dado pela Liderança. A implementação do modelo é realizada por meio das pessoas, que compõem a força de trabalho, utilizando-se dos processos existentes na organização. Todo esse ciclo, ao ser executado deverá conduzir a resultados, que devem ser analisados e entendidos pelos dirigentes, gerando Informações e conhecimento para serem utilizados no processo de tomada de decisão, dando um novo ciclo de gestão. 4.3 Documentação e Instrumentos de Apoio ao MEG A FNQ possui um conjunto de publicações que tem por finalidade facilitar a implementação do MEG, sendo descrito em três versões: Critérios de excelência, para organizações em estágio avançado, Rumo à Excelência, para organizações em estágios intermediários, 27 Compromisso com a Excelência, para organizações em estágios iniciais de implementação. Para se estudar ou analisar um sistema, utilizam – se modelos. Modelo é a representação de um sistema, em geral, essa representação é simbólica e pode ser gráfica, matemática ou descritiva. Essa representação descritiva ou modelo descritivo se caracteriza em uma explicação da sua composição ou funcionamento, são fatos ou acontecimentos que retratam o comportamento de uma empresa. (CHIAVENATO 2014, apud RODRIGUES 2017, p. 2). O MEG ajuda as organizações a alcançarem um patamar de excelência. Desta forma, entende-se que a busca pela excelência é: Compreender que a organização é um sistema vivo integrante de um ecossistema complexo com o qual interage e do qual depende. Gerar valor para todos os integrantes da cadeia de valor, numa relação de interdependência e cooperação, e Ter qualidade na interação com o seu ecossistema, velocidade de aprendizado e capacidade de adaptação diante de novos cenários imprevistos e incontroláveis. Neste contexto de evolução permanente, a FNQ revisa periodicamente seu modelo, com objetivo de facilitar seu uso, tornando seu entendimento mais fácil. 4.4 Fundamentos do MEG Para a implantação do MEG deve-se partir da incorporação dos Fundamentos da Excelência pela organização e o uso das práticas para atender aos critérios, que se baseiam em um conjunto de fundamentos da excelência, traduzidos em práticas encontradas em organizações de elevado desempenho que refletem valores e conhecidos internacionalmente. Os fundamentos dos critérios de Excelência da FNQ acima descritos estão baseiam-se nos seguintes pontos: Pensamento sistêmico: Compreender que há relações de interdependência entre os diversos segmentos de uma organização, bem como entre eles e o ambiente com o qual interagem. O Pensamento sistêmico parte da compreensão e tratamento das relações de interdependência e seus efeitos entre os diversos componentes que formam a organização, bem como entre eles e o ambiente com o qual interagem. (ROBBINS 2005, apud EVANGELISTA 2015, p. 5). 28 Aprendizado organizacional: A organização alcança o conhecimento através de reflexão, percepção, avaliação e compartilhamento de experiências. É a busca de maior eficácia e eficiência dos processos da organização. Cultura e inovação: É entendida como a promoção de um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de novas ideias capazes de gerar ganhos de competitividade com desenvolvimento sustentável. Liderança e constância de propósitos: Atuação de líderes democráticos visando o desenvolvimento ininterrupto da cultura de excelência. Importante registrar a Liderança como fundamento para atuação dos líderes de forma inspiradora, exemplar, realizadora e com constância de propósito, estimulando as pessoas em torno de valores, princípios e objetivos da organização, explorando as potencialidades das culturas presentes, preparando líderes e interagindo com as partes interessadas. Orientação por processos e informações: Refere-se a busca de eficiência e eficácia nos conjuntos de atividades que formam a cadeia de agregação de valor para os clientes e demais partes interessadas. É uma administração focada nos processos e não nos programas cotidianos da empresa. Baseia-se na compreensão e segmentação do conjunto das atividades e processos da organização que agregam valor para as partes interessadas, sendo que as tomadas de decisões e execução de ações devem ter como base a medição e análise de desempenho, levando-se em consideração as informações disponíveis, além de incluir os riscos identificados. Visão de futuro: Compreensão dos fatores que afetam a organização a curto e longo prazo. É onde a empresa está e onde ela gostaria de estar dentro de algum tempo. Diante de visões bem definidas, a empresa pode lograr um crescimento no curto, médio e longo prazo. Uma empresa sem visão pode desaparecer com tempo. Olhar para o futuro é a projeção e compreensão de cenários e tendências futuras, prováveis do ambiente e dos possíveis efeitos sobre a organização. Geração de valor: Obtenção de resultados consistentes que se tornam perenes com o passar do tempo, assegurando à organização o aumento de valores tangíveis e intangíveis, de forma sustentada para todas as partes interessadas. Valorização das pessoas: Favorecimento das relações entre as pessoas potencializando as virtudes e maximizando o desempenho através do comprometimento. A Valorização das pessoas e da cultura é criação de condições 29 favoráveis e seguras para as pessoas se desenvolverem integralmente, com ênfase na maximização do desempenho, na diversidade e fortalecimento de crenças, costumes e comportamentos favoráveis a excelência. Conhecimento sobre o cliente e mercado: Visando a criação de valor de forma sustentada. Visa interagir e ter entendimento de suas necessidades, expectativas e comportamentos, explícitos e potenciais, criando valor de forma sustentável. O conhecimento do cliente é o valor das relações de uma organização com seus clientes incluindo a lealdade de seus consumidores para a companhia ou produto, baseado na reputação, padrões de compra ou capacidade de compra do cliente. Visa gerar maior competitividade nos mercados. Desenvolvimento de parcerias: Propiciar atividades em conjunto com outras organizações para potencializar competências, objetivando benefícios para ambas as partes. Responsabilidade Social: Viabiliza o desenvolvimento sustentável da sociedade com a preservação dos recursos ambientais e culturais para as futuras gerações. Quando o assunto é o meio social, novos arranjos se fazem ininterruptamente, estando o objeto de estudo sempre por conhecer. E estas questões são amplamente contempladas pelo pensamento sistêmico. (VASCONCELOS 2002, apud ESPIRITO SANTO 2008, p. 5). Significa o grau de obrigações que uma organização assume por meio de ações que protejam e melhorem o bem-estar da sociedade à medida que procura atingir seus próprios interesses. Se define pela relação ética e transparente da organização com todos os públicos com os quais se relaciona, estando voltada para o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando as diversidades e promovendo a redução das desigualdades sociais como parte integrante da estratégia da organização. 4.5 O caminho para a excelência Uma organização que está em busca da excelência da gestão passa por etapas e diferentes níveis de maturidade das suas práticas de gestão. O caminho em busca da excelência apresenta marcos relevantes, que definem os estágios de maturidade 30 para o sistema de gestão da organização. A figura abaixo mostra o caminho, representado na curva de evolução de maturidade e seus respectivos estágios. Fonte:docplayer.com.br Critério excelência: Aplicáveis às organizações que têm um sistema de gestão bastante evoluído e que já demonstram excelência em alguns resultados, competitividade na maioria e pleno atendimento às expectativas de partes interessadas em quase todos eles. A excelência é um alvo móvel. Se em algum instante há o convencimento de tê-la alcançado, este é o momento em que esta se perde. Os critérios de excelência são utilizados pela FNQ para avaliar candidatas ao Prêmio Nacional da Qualidade. Critério rumo à excelência: Aplicáveis às organizações cujo sistema de gestão está em franca evolução e já demonstram competitividade e atendimento às expectativas de partes interessadas em vários resultados. Critério compromisso com a excelência: Aplicáveis às organizações que estão em estágios iniciais de evolução do seu sistema de gestão e começando a medir e perceber melhorias nos seus resultados. Critério primeiros passos para a excelência: Aplicáveis às organizações que iniciam um programa de melhoria da gestão. Organizações que utilizam o modelo MPE Brasil estão nesse nível. Os critérios Primeiros passos para a excelência, Compromisso com a excelência e Rumo à Excelência, são derivados do Critérios de excelência, os quais 31 tiveram a quantidade e a profundidade das questões e do sistema de pontuação adequadas. São utilizados como referência para as organizações se auto avaliarem e desenvolverem seu sistema de gestão gradualmente. São utilizados também como referência para processos de premiação estaduais e setoriais da Rede de Qualidade, Produtividade e Competitividade (Rede QPC), na avaliação de suas candidatas. Em uma avaliação utilizando esses critérios, são solicitadas informações complementares, para buscar a excelência em algumas práticas de gestão, chamadas de complementos para a Excelência. As evidências requeridas ao lado de algumas questões definem informações, que servem para demonstrar a existência do processo gerencial e devem ser apresentadas no caso de uma avaliação. As orientações ao lado de cada questão visam a ajudar na compreensão das questões, bem como os respectivos complementos para a excelência. Essas orientações incluem esclarecimentos, inter-relacionamentos com outros processos gerenciais, exemplos, abrangência esperada e outras explicações importantes. As orientações devem levar em conta o perfil e as estratégias da organização ao serem consideradas. Essas questões trabalham juntas, como uma estrutura única e integrada, para gerir o desempenho da organização de forma sistêmica. Responder às questões auxilia a organização a alinhar seus recursos; identificar pontos fortes e oportunidades de melhoria; aprimorar a comunicação, a produtividade e a efetividade de suas ações; e atingir os objetivos estratégicos. (FNQ 2014, apud RIBEIRO 2017, p. 17). 32 5 MEG E O CICLO PDCA /PDCL Fonte: slideplayer.com.br No MEG os Fundamentos da Excelência são expressos em características tangíveis e distribuídos em requisitos, agrupados para reproduzir a condução de temas essenciais de um negócio e que são denominados critérios e itens, sendo representado por um diagrama, permitindo ao administrador a visão sistêmica da gestão organizacional. O diagrama simboliza a organização, adaptável, interagindo com o ambiente externo, onde os elementos do modelo, relacionam-se harmônico e integrado, para a geração de resultados. Inicialmente era nomeado Ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act) podendo ser aplicado para todos os processos e sistemas de gestão da qualidade como um todo, com significado de: Plan (planejar): Estabelecer os objetivos do sistema e os processos e recursos necessários para entregar resultados de acordo com os requisitos dos clientes e políticas da organização, Do (fazer): Implementar o que foi planejado, Check (checar): Monitorar e medir os processos, produtos e serviços resultantes em relação a políticas, objetivos e requisitos, e reportar tais resultados, Act (agir): Executar ações para melhorar desempenho, conforme necessário. 33 O PDCA é aplicado principalmente nas normas de sistemas de gestão e pode ser utilizado em qualquer organização de forma a garantir o sucesso nos negócios, independentemente da área ou departamento (vendas, compras, engenharia, etc.). PDCA de melhoria é utilizado para a solução de problemas e para atingir metas de forma contínua. Este método é composto por oito etapas: identificação do problema, observação do problema, análise do processo, plano de ação, ação, verificação, padronização e conclusão. Para auxiliar o método são utilizadas ferramentas de acordo com a complexidade do problema que variam de ferramentas básicas até avançadas. (CAMPOS 2004, apud AVILA, 2015, p.4). Este ciclo tem como lógica a representação para definir, implementar, controlar e melhorar a prática ou processo de gestão organizacional, sendo usado no melhoramento de um processo existente ou para estabelecer um novo processo, e também para a manutenção do nível de controle, quando o processo é repetitivo. A melhor interpretação do desenho do MEG é o do conceito de aprendizado do ciclo do PDCL (Planejar, Fazer, Checar e Aprender), que teve o ciclo PDCA como base estrutural. Este conceito mostra a aplicabilidade do Modelo de Excelência dentro do ciclo PDCL, onde foi substituído a expressão A-Action, por L-Learn, que representaria melhor o conceito de aprendizado organizacional. A ideia de transformar o conhecido PDCA por PDCL partiu da proposta elaborada por autores americanos. Após o planejamento, é necessário colocá-lo em prática. Fazer (D) tem como fatores principais no MEG as pessoas e os processos da empresa. As pessoas devem estar capacitadas para as atribuições, e precisam atuar em um ambiente adequado para que os processos sejam executados conforme o planejado, considerando os custos, prazos, investimentos e riscos previstos. Os resultados, na forma de informações e de conhecimento, são analisados para se aprender com os acertos e erros cometidos, de modo que se possa iniciar novamente o planejamento e recomeçar o ciclo, considerando o aprendizado obtido. O PDCL é uma metodologia utilizada para realimentar o sistema com novas aprendizagens, de forma a se promover a melhoria contínua, a partir do que realmente foi aprendido em cada PDCA realizado. De um modo geral, as ferramentas PDCA e PDCL acontecem de forma muito mesclada, muito similar. (FNQ 2014, apud SANTOS 2016, p.12). Sobre o Ciclo PDCL (Plan, Do, Check, Learn), é importante ressaltar sua participação na implementação da forma de gestão organizacional. 34 A tradição, sucesso e sobrevivência de uma organização estão diretamente relacionados à capacidade de atender necessidades e expectativas dos clientes, criando valor necessário para conquistá-los e retê-los. Para que haja continuidade operacional, a organização deve atuar com responsabilidade perante a sociedade e comunidades, além das obrigações legais e regulamentares, atrelados ao desenvolvimento socioambiental. Os líderes são os principais responsáveis pelos resultados e satisfação das partes interessadas e a perpetuidade da organização, pois estes, através de ações requeridas, consolidam o aprendizado organizacional, através de estratégias. Estas estratégias direcionam a organização e o seu desempenho, determinando o nível de competitividade, através de metas e números melhores que o dos concorrentes, avaliando permanentemente a implementação das estratégias, monitorando os ambientes interno e externo. 6 PRÊMIO MICRO E PEQUENAS EMPRESAS BRASIL (MPE-BRASIL) Fonte: aintec.com.br O Prêmio de Competitividade para Micros e Pequenas Empresas (MPE- BRASIL) é um prêmio que reconhece empresas estaduais e nacionais, que se destacam na promoção do aumento a qualidade, produtividadee competitividade, disseminando conceitos e práticas de gestão. 35 ...a FNQ acredita no potencial das pequenas organizações para o crescimento econômico do País e aposta na adoção de práticas sistêmicas de gestão das micro e pequenas empresas para ampliar a competitividade e proporcionar mais chances de sucesso. (MARTINS, 2013 apud RIBEIRO 2013, p.94). Este reconhecimento é realizado através de categorias, dentre elas o agronegócio, comércio, indústria, serviço de educação e saúde, serviços de tecnologia da informação e comunicação, serviço de turismo, dentre outros. As MPE possuem na sua essência recursos limitados e nem sempre são dotadas de infraestruturas e sistemas informáticos que lhes permitam gerir o seu negócio de forma transversal, por vezes também não possuem um Sistema Integrado de Gestão que mapeie todos os processos da empresa, acarretando em dificuldades para sobreviver nos primeiros anos de vida. Diversos fatores estão atrelados a isso, como a falta de planejamento prévio. Com isso, existe a extrema necessidade na melhoria de gestão das empresas e aperfeiçoamento de produtos e serviços às necessidades dos clientes, fazendo com que os empresários monitorem mais de perto a evolução do seu próprio negócio, além da gestão constante de pessoas. Os espaços mercadológicos de pequenas empresas são por vezes limitado e, em geral, não possuem exposição internacional, nem presença no mercado global pela via digital. As suas competências específicas raramente permitem apresentar uma oferta global, composta de diferentes produtos e serviços combinados. Por serem pequenas, não têm normalmente força negocial perante os seus fornecedores e eventuais parceiros estratégicos. Usualmente as empresas buscam alinhamento com diretrizes estratégicas da organização para atrair, desenvolver e reter indivíduos com o perfil desejado valorizando a necessidade de trabalhadores mais responsivos, capazes de gerir sua própria carreira, empreendedores de si mesmos, que busquem autoconhecimento, capazes de aprender continuamente. Os componentes da organização devem estar capacitados e comprometidos, atuando para a excelência, executando e gerenciando adequadamente os processos, criando valor para os clientes e aperfeiçoando o relacionamento com os fornecedores. A contribuição das micro e pequenas empresas é reconhecida principalmente pela capacidade de gerar empregos, absorvendo mão-de-obra daqueles que possuem maior dificuldade de ingressar no mercado de trabalho, como jovens 36 em busca pelo primeiro emprego e pessoas com mais de 40 anos. (SEBRAE 2012, apud RODRIGUES, 2017, p.4). 6.1 Critérios de avaliação das MPE A avaliação das MPE, é realizada no âmbito estadual e nacional. Na etapa Estadual, as empresas são avaliadas por meio de questionário de auto avaliação que analisa as dimensões de gestão empresarial, empreendedorismo e destaque de boas práticas de responsabilidade social. Já na etapa Nacional, a avaliação das empresas vencedoras da etapa estadual, é analisada através de questionário de auto avaliação e do relatório de avaliação, respondidos na etapa estadual, com os comentários do avaliador sobre os pontos fortes e oportunidades de melhoria na gestão da empresa. 6.2 Etapa Estadual Esta etapa é composta de quatro etapas, sendo elas: 1° Etapa: Questionário de auto avaliação, analisadas pela comissão técnica, resultando em uma pontuação obtida por cada empresa, considerando aptas as empresas que obtiverem melhor pontuação em seu estado e apresentarem informações adicionais coerentes com as suas respostas. 2° Etapa: As empresas selecionadas serão visitadas pelas comissões técnicas para comprovar os dados respondidos nos questionários. 3° Etapa: Os avaliadores ajustarão a pontuação, caso necessário emitindo um relatório. 4° Etapa: Os relatórios emitidos pelos avaliadores e compilados pela comissão técnica serão apresentados a uma banca de juízes, que os validará considerando as etapas anteriores, definindo e declarando as empresas vencedoras em cada categoria. 37 6.3 Etapa Nacional 1° Etapa: As empresas vencedoras na etapa estadual que tenham se classificado para a etapa nacional deverão confirmar as informações e os dados prestados na inscrição e apresentados no questionário de auto avaliação. 2° Etapa: As informações prestadas e apresentadas no questionário de auto avaliação e no relatório de avaliação serão analisadas pela comissão técnica, resultando em uma pontuação obtida para cada empresa. 3° Etapa: As empresas selecionadas serão visitadas por um avaliador que validará as informações fornecidas na inscrição e no questionário de auto avaliação 4° Etapa: Os relatórios emitidos pela comissão técnica serão apresentados a uma banca de juízes, que os validará considerando as etapas anteriores, definindo e declarando a empresa vencedora em cada categoria por meio de um parecer técnico. 6.4 Premiação, direitos e obrigações das vencedoras As vencedoras da etapa nacional recebem como recompensa os prêmios da etapa estadual e uma viagem de capacitação. A divulgação é facultativa, porém se ocorrer, esta deverá ocorrer com a utilização obrigatória do nome da razão social que consta do contrato social ou com o uso do nome fantasia, além da indicação da categoria e ciclo de premiação. Será reservado às organizações promotoras o direito de divulgar os nomes das vencedoras, além de exibir os respectivos casos em universidades, seminários, outros eventos e em todas as mídias disponíveis por tempo indeterminado. As empresas vencedoras deverão compartilhar suas experiências com outras organizações, resguardando informações de caráter nacional. As finalistas receberão certificado de reconhecimento, participação em Seminário Internacional realizado pela FNQ, Relatório de Avaliação com os pontos fortes e oportunidades de melhorias. As empresas consideradas vencedoras receberão troféu, certificado de reconhecimento, relatório de avaliação com os pontos fortes e oportunidades de melhorias, participação em seminários, realizado pela FNQ, viagem de capacitação no território nacional e direito de veiculação, que foi a melhor do país em sua categoria no prêmio MPE Brasil, incluindo o ciclo de premiação. 38 6.5 Participantes do Prêmio O Prêmio MPE tem como condição que as empresas participantes se enquadrem nestes quesitos: Receita bruta anual de até dois milhões e quatrocentos mil reais; Contemplação de pelo menos um ano fiscal, Domicílio fiscal no estado da respectiva inscrição, Regularidade fiscal e estatuária, como por exemplo, CNPJ, certidão negativa de débito de INSS e FGTS, certidão conjunta de débitos a tributos federais e à dívida ativa da União, recibo de entrega de declaração da RAIS, declaração do contador da empresa, relatando que a mesma não ultrapassa o limite máximo de enquadramento de micro e pequena empresa MPE e documentos legais, de acordo com seu ramo de atividade. 7 PROCESSOS GERENCIAIS Fonte: erpflex.com.br As organizações trabalham como um sistema, um conjunto de processos inter- relacionados, interagindo para o alcance dos interesses. Estes processos são executados continuamente por pessoas integrantes de seu quadro profissional. Os produtos, provenientes de um processo, constituem a entrada para outro ou para outros processos até a sua chegada ao consumidor para o uso. 39 As partes interessadas constituem os fornecedores, colaboradores, acionistas, sociedade e clientes externos e internos. O processo gerencial não é algo abstrato. Pelo contrário, cada função administrativa que o compõe tem especificidades. Quando se fala em planejar está-se referindo a onde chegar e como chegar. Organizar significa identificar, obter, alocar e avaliar o uso dos recursos necessários para alcançar os objetivos pretendidos; dirigir éum trinômio de motivar, liderar e comunicar constantemente; finalmente, mas não o menos importante, controlar significa medir constantemente, comparar os resultados das mensurações com um padrão e, caso os resultados não sejam os pretendidos, corrigir. (Maximiano 2000, SILVA 2011, p. 6). Processo é a sequência de passos, tarefas e atividades que convertem a entrada de fornecedores em uma saída, desde o início do pedido até a entrega do produto. É a combinação de elementos, equipamentos, insumos, métodos ou procedimentos, condições ambientais, pessoas e informações do processo ou medidas, com objetivo de fabricar um bem ou prestação de um serviço. A composição do processo são atividades inter-relacionadas que, executadas em uma sequência determinada, conduzem a um resultado esperado, transformando insumos em bens ou serviços, que devem assegurar o atendimento das necessidades ou expectativas dos clientes e outras partes interessadas. 7.1 Gerenciamento por processos A Gestão dos Processos de uma organização que busca a excelência apoia-se no fundamento orientação por processos e informações. Este fundamento indica que a organização deve ser compreendida e gerenciada por meio de processos, visando a melhoria do desempenho e a agregação de valor para as partes interessadas. Indica também que a organização compreende e agrupa logicamente o conjunto destas atividades, visando facilitar a tomada de decisões e execução das ações. Isso é realizado com base na medida e análise do desempenho, levando-se em consideração as informações disponíveis e o uso de indicadores adequados, além de incluir os riscos identificados As práticas de gestão utilizadas para o gerenciamento dos processos principais do negócio, dos processos de apoio, do relacionamento com os fornecedores e dos aspectos econômicos financeiros devem apresentar características do nível de maturidade alcançado. Essas características incluem a adequação, proatividade, 40 disseminação, continuidade, refinamento e integração com as estratégias e objetivos, entre as áreas, com outras práticas de gestão da organização e com as partes interessadas. Essas características constituem aspectos importantes para demonstrar o estágio de maturidade da gestão de uma organização O trabalho necessário para cumprir a missão da organização é realizado de maneira estruturada por meio de processos, realizado a partir da identificação das necessidades e expectativas dos clientes e das demais partes interessadas e toda a organização, considerando requisitos determinados, buscando atendê-las. Para cumprir esta missão, a organização precisa mapear os processos, definindo as atividades e as responsabilidades das pessoas envolvidas estabelecendo o uso adequado dos recursos disponíveis. Nestas condições, as pessoas operam os processos e, também, participam no planejamento das atividades, na prevenção e solução dos problemas, na eliminação de desperdícios e no aumento da produtividade. A Gestão por Processos une as pessoas da organização em torno de objetivos comuns, criando um ambiente agradável, cooperativo e produtivo, o qual assegura os resultados da organização. Um dos conceitos principais associados à gestão por processos é ver a organização como um sistema integrado, onde o trabalho é executado através de seus processos. “Quando se examina com atenção uma organização, a primeira coisa que se vê são as diversas funções. No entanto, a visão sistêmica sugere que essa perspectiva não nos permite compreender o modo como o trabalho é realmente feito, e isso é um precursor necessário ao aperfeiçoamento do desempenho. A falta de visão sistêmica dos processos da organização, aliada a uma preocupação das equipes apenas com suas áreas, diminuindo a importância dos clientes internos e externos, são alguns dos fatores que criam um conjunto desalinhado de esforços, que podem fazer pessoas e equipes de boas intenções caminharem em direções diferentes. (CAMPOS 2003, apud MARUFF 2010, p.34). Benefícios da gestão por processos: Concentra o foco no trabalho, é uma ferramenta para implementação da estratégia organizacional, confere simplicidade e agilidade às atividades, dota a organização de flexibilidade organizacional, facilita a gestão através da identificação de indicadores de desempenho e medição de melhorias nos processos, permite uma visão integrada da organização, instrumentaliza a aplicação de abordagens inovadoras, facilita a gestão do conhecimento organizacional e a gestão de competências. 41 Processos de apoio: São aqueles que apoiam ou suportam os processos principais do negócio e a si mesmo, fornecendo produtos, serviços e insumos adquiridos ou comprados, equipamentos, tecnologia, softwares, manutenção de equipamentos e instalações, recursos humanos, informações e outros, peculiares a cada organização. Podem ser classificados em quatro grupos genéricos e comuns à maioria das organizações: Suprimento, desenvolvimento de tecnologia gerenciamento de recursos humanos e gerenciamento de infraestrutura organizacional, ou processos organizacionais. Os processos organizacionais estão relacionados à liderança, planejamento estratégico, gestão das informações, clientes, sociedade, pessoas, processos relativos à gestão do relacionamento com os fornecedores e processos relativos à gestão econômico-financeira. Requisitos dos Processos: Os processos de agregação de valor da organização, objetivam satisfazer as necessidades e expectativas dos clientes e das demais partes interessadas. O requisito aplicável a um processo é a tradução das necessidades e expectativas dos clientes e das demais partes interessadas, as quais não são necessariamente expressas formalmente em linguagem técnica definindo os atributos do produto ou do serviço. Como exemplos de requisitos de processos, citam-se prazos de entrega, tempo de garantia, especificações técnicas do produto ou serviço, tempo de atendimento, qualificação de pessoal e condições do pagamento, o que confere qualidade às organizações. O conceito básico de qualidade è a ausência de defeitos e adequação ao uso. A qualidade deixou de ser um aspecto do produto e responsabilidade apenas de departamento específico, e passaram a ser um problema da empresa, abrangendo, como tal, todos os aspectos de sua operação. (MIRANDA 1994, apud SILVA 2006, p. 3). Além de requisitos de natureza técnica, é cada vez maior a exigência dos requisitos que protegem a sociedade, e relacionados a aspectos ambientais e sociais, como a preservação do meio ambiente, descarte adequado de produtos não perecíveis e exigência de uma condução ética dos negócios. Os processos principais e os processos de apoio do negócio precisam ser gerenciados para que as necessidades e expectativas dos clientes e outras partes 42 interessadas, sejam plenamente atendidas, para isso deve-se estabelecer um indicador de desempenho para cada um dos requisitos a serem cumpridos e atendidos pelos processos. O indicador de desempenho mede ou quantifica as entradas, o processamento e as saídas dos processos, permitindo o seu monitoramento durante a execução e após a conclusão do mesmo, assegurando o atendimento dos requisitos dos processos e das necessidades e expectativas dos clientes e demais partes interessadas. A determinação dos requisitos aplicáveis aos processos principais do negócio, acontecem na etapa de negociação dos clientes, quando são identificadas, entendidas e compreendidas as suas necessidades e expectativas, e na etapa de preparação para o projeto do produto ou do serviço para atender às necessidades e expectativas dos clientes. Nestas duas etapas a tradução das necessidades e expectativas dos clientes é feita por meio da análise criteriosa dessas necessidades, conduzida por pessoal com amplo conhecimento dos processos principais do negócio