Buscar

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI – UFCA 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DA BIODIVERSIDADE – CCAB 
CURSO DE AGRONOMIA 
DISCIPLINA: ZOOTECNIA II 
PROF.: IRANI RIBEIRO VIEIRA LOPES 
 
 
PRINCIPAIS RAÇAS E CRUZAMENTO DE CAPRINOS 
E SELEÇÃO DE ANIMAIS 
 
Antonio Monteiro 
Jurandi Antonio 
Rafael Silva 
Crato – CE 
2019 
 
 
 
PRINCIPAIS RAÇAS E CRUZAMENTO DE CAPRINOS E 
SELEÇÃO DE ANIMAIS 
 
CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA 
 
 
Reino: Animalia 
Filo: Chordata 
Classe: Mammalia 
Ordem: Artiodactyla 
Sub ordem: Ruminantia 
Família: Bovidae 
Sub família: Caprinae 
Gênero: Capra 
Espécie: Capra hircus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Partes a serem consideradas para uma boa aquisição: 
 
 Apresentar vigor 
 Proporcionalidade entre as regiões do corpo, com tipo e porte caractéristicos 
 Cabeça de comprimento médio, elegante, com fronte e focinho amplo e bem definidos 
 Boca ampla e boa dentição 
 Ventas abertas e limpas 
 Olhos brilhantes e vivos 
 Orelhas de tamanho adequado e de acordo com o padrão da raça 
 Ombro e paleta inclinados em direção a cernelha, fomando uma perfeita junção com o 
corpo 
 
 
 
Caracteristicas para leite 
 Vivo e descarnado, particularmente na primeira metade da lactação 
 Deve ter um percoço fino, longo e descarnado, unindo-se suavemente com as paletas e 
com o peito 
 Vértebras da coluna devem ser bem separadas, proeminentes e bem definidas 
 Ossos da costela devem ser largos, achatados e espaçados, bem arqueados, para da 
volume ao corpo 
 As pontas do ílio devem ser bem salientes e descarnadas, da mesma forma que os 
ísquios 
 Ossos achatados, com coxas moderadamente magras, encurvadas, bem separadas, 
quando vista de trás, oferecendo espaço suficiente para o adequado posicionamento do 
úbere e de seus ligamentos. 
 O úbere deve ser volumoso, adequadamente sustentado por suportes musculares fortes. 
 As veias devem ser grossas e tortuosas. 
 
 
 
 
Características para corte 
 Aparência mais compacta 
 Pescoço relativamente curto e grosso, largo na altura das paletas e na garupa, e o lombo e a 
garupa são carnosos. 
 Adequada camada muscular sobre as costelas 
 Pernas e pés devem ser robustos e de forma aproximadamente quadrada 
 O úbere deve ter inserção alta e fora de riscos de injúrias (principalmente criado de forma 
extensiva). 
 
 
 
 
Ovinos x Caprinos 
Seleção e Cruzamentos de Caprinos 
 
 
 
 A seleção e o melhoramento genético das raças caprinas se fazem considerando quatro 
fatores 
Genética 
Nutrição 
Sanidade 
Manejo 
 
 Cruzamento 
Cruzamento simples ou industrial 
Cruzamento absorvente ou contínuo 
Cruzamento alternado 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCIPAIS RAÇAS NATIVAS E CRUZAMENTO DE CAPRINOS 
 Bhuj Brasileira 
 Canindé 
 Moxotó 
 Repartida 
 
 
 
 
BHUJ BRASILEIRA 
ORIGEM 
 A Bhuj Brasileira é derivada da raça Kutchi das regiões áridas da Índia, próxima ao 
Paquistão. 
 A primeira importação brasileira ocorreu em 1962 e depois da exigida quarentena em 
Fernando de Noronha os animais foram entregues aos compradores de Pernambuco e 
outros estados do nordeste. 
 
ASPECTOS GERAIS 
 Cruzamentos sem controle com os animais locais. 
 Depois de certo tempo, a grande maioria dos animais puros foi dizimada por verminoses; 
 Restando apenas os seus descendentes mestiços. 
 
MORFOLOGIA 
 CABEÇA: 
 São animais com cabeça pequena e bem conformada perfil 
ultraconvexo 
 Orelhas com as extremidades voltadas para fora, longas, largas 
e pendentes, ultrapassando a ponta do focinho.. 
 Nos machos, os chifres são curtos, fortes, chatos, saindo para 
cima e ligeiramente para trás, quase sempre formando uma leve 
espiral; 
 Mais delicados nas fêmeas, em arco ou levemente para frente. 
 
MORFOLOGIA 
 PELAGEM: 
 A pelagem é preta ou castanha escura 
 A pele é solta e escura e as mucosas também escuras. 
 APTIDÃO: 
 Está raça é apresentada no padrão homologado pela 
‘Associação Brasileira de Criadores de Caprinos’ como de 
múltipla aptidão; 
 Mas apresenta baixa produção de leite e de carne, apesar da 
estatura elevada. 
 Raça associada a produção de pele. 
 
CANINDÉ 
ORIGEM 
 No Brasil a raça existe desde o período colonial, quando 
alguns animais foram desembarcados na Bahia sendo seus 
descendentes espalhados pelo Agreste nordestino. 
 Quase foi extinta na grande seca de 1877, restando apenas 
alguns grupos de animais que foram encontrados no vale do 
rio Canindé no Piauí. 
 Hoje animais da raça são encontrados no Ceará, Bahia, 
Pernambuco e Rio Grande do Norte. 
 O nome Canindé é oriundo de ‘Calindé’ que era a tanga 
branca, de algodão rústico, usada como única vestimenta 
pelos escravos, alusão da parte coberta do corpo de cor 
branca, com o restante de cor preta. 
 
 
 
 
ASPECTOS GERAIS 
 Esses caprinos são utilizados em cruzamentos com reprodutores de 
raças exóticas; 
 Com a degeneração por cruzamentos inter sanguíneos ganharam cor 
avermelhada, que substituiu o branco original e algumas se tornaram 
até peludas. 
 
MORFOLOGIA 
 CABEÇA: 
 Cabeça de tamanho médio; 
 Chifres dirigidos para trás, orelhas pequenas a médias; 
 Pescoço delgado e bem implantado; 
 CORPO: 
 Pesa de 35 kg a 40 kg e alcança altura de 55 cm. 
 Linha dorso lombar reta, garupa curta e inclinada, membros 
delicados e frequente ausência de chifres. 
 Sua conformação geral é boa, pois mostra tendência para o tipo 
leiteiro, além de produzir carne e pele. 
 
MORFOLOGIA 
 PELAGEM: 
 Pelos curtos e brilhantes 
 Pelagem preta com barriga, pernas e região ao redor dos olhos avermelhados 
ou esbranquiçados;. 
 APTIDÃO: 
 Possui aptidão leiteira acima da média do caprino nordestino comum. 
 
 
 
MOXOTÓ 
ORIGEM 
 Originária do vale do rio Moxotó, em Pernambuco de 
onde ganhou o nome. 
 Também chamada de ‘Lombo Preto’ é a única raça 
brasileira reconhecida internacionalmente e que tem 
registro genealógico próprio. 
 A raça é oriunda de animais do grupo pirenaico sendo 
descendente da raça Serpentina de Portugal, introduzidos 
no século XVII pelos colonizadores, portugueses e 
criados sem os devidos cuidados quanto à seleção e 
alimentação. 
 
 
MORFOLOGIA 
 CABEÇA: 
 As orelhas, o ventre, os membros, as mucosas, as unhas e o 
úbere também são pretos. 
 Existe a ocorrência de animais mochos. 
 CORPO: 
 Os animais podem atingir 62 cm de altura. 
 As fêmeas adultas pesam de 30 kg a 40 kg. 
 PELAGEM: 
 Das raças nordestinas é a que apresenta a pelagem mais 
uniforme; 
 Da cor branca ou baia com um contorno preto em torno 
dos olhos e duas listras também pretas, que descem até a 
ponta do focinho. 
 
REPARTIDA 
ORIGEM 
 Raça nativa do nordeste brasileiro descendente de raças 
suíças; 
 É também conhecida como Surrão, nome de um saco de 
couro para transportar sal para o gado, que tinha um lado 
mais sujo do que o outro devido ao uso, isso pela mistura 
de pelos claros e pretos apresentada por alguns animais. 
 Os animais têm peso mínimo de 36 quilos. 
MORFOLOGIA 
 CABEÇA: 
 Cabeça de tamanho médio. 
 Pescoço preto com bordo inferior baio. 
 Orelhas manchadas com a parte interna preta. 
 Cauda preta na parte dorsal e clara nas bordas. 
 Chifres divergentes para trás e para os lados ou 
ligeiramente para trás e para os lados com pontas 
reviradas. 
 
 
ASPECTOS GERAIS PELAGEM: 
 Os animais apresentam pelagem preta na parte 
anterior do corpo e baia na posterior, porém com 
delimitação irregular. 
 
 APTIDÃO: 
 É especializada na produção de pele. 
 
 
PRINCIPAIS RAÇAS EXÓTICAS E CRUZAMENTO DE 
CAPRINOS 
 Anglo-nubiana 
 Parda alpina 
 Toggenburg 
 Saanen 
 
ANGLO-NUBIANA 
ORIGEM 
 É uma raça que possui temperamento manso, bem 
adaptada aos climas quentes e secos; originária da Núbia, 
no centro-oeste africano. 
 
 O peso varia de 40 a 50 quilos (Kg) para as fêmeas e 50 a 
95 quilos (Kg) para os machos; com altura em torno de 70 
centímetros (cm) para as fêmeas e 90 centímetros (cm) 
para os machos. 
 
MORFOLOGIA 
 CABEÇA: 
 Cabeça de tamanho médio, delicada e bem feminina, olhos 
grandes, focinho largo, narinas e lábios fortes; 
 Orelhas largas, longas, pendentes, com ponta recurvada para 
frente; 
 Chifres nos machos são curtos, achatados e dirigidos para trás e 
nas fêmeas geralmente ausentes; 
 Pescoço longo, delgado, bem inserido à cabeça e às espáduas; 
MORFOLOGIA 
 CORPO: 
 Corpo longo e forte, bem conformado, grande perímetro 
torácico e ventre profundo; 
 Garupa larga, inclinada e de comprimento médio; 
 Membros fortes, longos, bem aprumados elegantes; 
 Úbere globuloso com boa inserção no abdômen e tetas 
simétricas. 
 
 PELAGEM: 
 Sua pelagem é negra, branca, castanho escuro, baia ou 
cinza; 
 Com manchas preta ou castanha, formando padrão 
tartaruga; 
 Pelos curtos, macios e brilhantes. 
 
PARDA ALPINA 
ORIGEM 
 Bastante rústica, originária dos Alpes europeus, adaptou-se muito 
bem no Brasil, tendo um bom desenvolvimento zootécnico, 
permitindo uma boa produção leiteira. 
 Quando das importações iniciais nas décadas de 70/80, foram 
trazidos animais de origem alemã (então chamadas Pardas 
Alemãs) e animais de origem alpina francesa. 
 Atualmente, chamada raça Alpina. 
 No Brasil, a média diária de leite tem variado de 2,0 Kg a 4,0 kg 
para uma lactação com duração de 240 dias a 280 dias 
MORFOLOGIA 
 CABEÇA: 
 Cabeça média, cônica, alongada e fina; 
 Testa bem proporcionada e descarnada, fronte larga. 
 Orelhas finas, estreitas de tamanho médio, grandes e dobradas; 
 Possuem chifres, mas alguns são mochos. 
 Pescoço nos machos são fortes e implantados, nas fêmeas 
delgado e harmoniosos. 
 CORPO: 
 Tronco bem conformado, longo e profundo; 
 Linha dorso-lombar retilínea; 
 Garupa longa e larga, suavemente inclinada. 
MORFOLOGIA 
 PELAGEM: 
• Pelagem castanho-parda, apresentando listra preta da nuca até a garupa, ventre preto ou 
creme, chanfro e parte distal dos membros pretos. 
ASPECTOS GERAIS 
 APTIDÃO: 
 As cabras alpinas em seus países de origem, ou nas regiões 
já adaptadas, podem produzir em média 4 litros de leite por 
dia. 
 No entanto, tem-se registrado produção de até 8 litros 
diários em algumas cabras nas primeiras semanas após o 
parto. 
 Estes animais por serem excelentes produtores de leite e 
rústicos, têm sido difundidos em vários países do mundo, 
inclusive no Brasil. 
 
TOGGENBURG 
ORIGEM 
 Originária da Suíça, do vale do Toggenburg, mediante 
cruzamento inicial da cabra fulva de Saint-Gall com a branca de 
Saanen. 
 É uma das mais predominantes na Suíça, mas, também, é bem 
difundida na Inglaterra, Estados Unidos e outros países, graças à 
sua aptidão produtiva. 
 No Brasil, a média diária de leite tem variado de 2,0 kg a 4,0 kg 
para uma lactação com duração de 255 dias a 290 dias. 
MORFOLOGIA 
 CABEÇA: 
 Cabeça de tamanho médio com chanfro retilíneo podendo ser um pouco 
côncavo; 
 Orelhas curtas e eretas; 
 Pescoço longo, peito bastante profundo. 
 CORPO: 
 Corpo comprido e garupa alongada; 
 Abdômen profundo e membros fortes; 
 Úbere grande com tetas simétricas, com peso em torno de 50 quilos (Kg) 
para as cabras e 70 quilos (Kg) para os reprodutores. 
 
MORFOLOGIA 
 PELAGEM: 
 Os animais dessa raça apresentam pelos compridos; 
 Pelagem cinzenta com manchas brancas na cabeça e nos 
membros. 
 APTIDÃO: 
 Produção de leite; 
 E a semelhança das outras raças exóticas, a Toggenburg 
está sendo mantida em rebanhos puros ou utilizadas em 
cruzamento com raças nativas de características 
fenotípicas semelhantes para obter mestiços rústicos. 
 
 
SAANEN 
 ORIGEM 
 A raça Saanen originou-se no Vale do Saanen, na Suíça, embora exista 
legitimidade da raça em vários países do mundo. 
 São animais com peso variando de acordo com o local de origem. 
 Embora não seja muito recomendada para algumas regiões do Nordeste 
brasileiro, existem produtores formando núcleos de animais puros de 
origem (PO) e núcleos puros por cruzamentos (PC); 
 Utilizando os reprodutores com cabras de características fenotípicas 
semelhantes, visando a obtenção de animais mestiços com uniformidade 
de pelagem e em condições de sobreviverem nas condições adversas do 
Nordeste, produzindo leite em quantidade superior a produção dos 
caprinos nacionais. 
 
MORFOLOGIA 
 CABEÇA: 
 Cabeça com testa larga; 
 Podendo ser mochos ou chifrudos; 
 Orelhas pequenas e eretas. 
 CORPO: 
 Peito profundo e largo; 
 Linha dorso lombar horizontal, garupa pouco inclinada; 
 Membros de comprimento médio; 
 Úbere volumosos e tetas de médias a grandes. 
MORFOLOGIA 
 PELAGEM: 
 Pelagem branca 
 Pelos curtos. 
 APTIDÃO: 
 Produção de leite em quantidades superiores comparado a 
produção dos caprinos nacionais; 
 Visam a obtenção de pelagem. 
 
Referências 
 
 
 
 
RIBEIRO, Silvio Doria de Almeida. Caprinocultura: Criação Racional de Caprinos. 
São Paulo: Nobel, 1997. 
 
SALLUM, W. B. et al. Manual de criação de caprinos, Brasília: Codevasf, 2011. 
 
SILVA, Maria das Graças Carvalho Moura: Criação Racional de Caprinos. Lavras: 
UFLA, 2015

Mais conteúdos dessa disciplina