Buscar

Lista com exercícios - P2

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
FACULDADE DE DIREITO
DIREITO CIVIL II
LISTA COM EXERCÍCIOS – P2
Questão 1.	(Prova antiga – Prof. Rodrigo da Guia – Adaptada) Paulo, adolescente de 17 anos e dono de grande fortuna oriunda da herança dos seus avós, é apaixonado por automobilismo e almeja adquirir um kart de alta performance. No dia 20/04/2018, em visita a uma feira de vendas, Paulo conhece Tatiana, que, ao perceber a intenção do jovem, resolve empregar as mais diversas estratégias a fim de convencê-lo a adquirir o kart pertencente à sua filha Iasmin, adolescente de 14 anos de idade. Paulo demonstra interesse e afirma que precisaria de um kart com motor de 24 hp (cavalos de potência) para que pudesse participar de um campeonato em que somente eram admitidos os karts com o referido motor, em razão de atributos técnicos eleitos pelos organizadores da competição. Ciente de que o kart pertencente à sua filha Iasmin não correspondia à mencionada exigência técnica, Tatiana deliberadamente altera o rumo da conversa e se concentra em convencer Paulo dos atributos positivos do veículo.
Já convencido no sentido de adquirir o kart, Paulo retorna à sua casa, situada no Município de Niterói, e solicita aos seus pais a interveniência no contrato de compra e venda, na qualidade de assistentes legais. Eis que os pais de Paulo descobrem que Tatiana e Iasmin são adeptas de certa religião (X) à qual se contrapõe a sua própria (Y). Em razão de tal divergência de crenças, os pais de Paulo se negam a prestar a devida assistência ao seu filho.
Irresignado com a postura dos seus pais, Paulo vai ao encontro de Tatiana e Iasmin e decide declarar que tem 18 anos de idade, de modo a evitar qualquer cogitação sobre a necessidade de interveniência dos seus pais. As partes celebram, no dia 02/05/2018, contrato de compra e venda, mediante instrumento particular, contendo, entre outras, a seguinte cláusula: 
"Cláusula Primeira - Paulo se compromete a pagar o valor correspondente a 40 salários-mínimos e Iasmin (representada por sua mãe Tatiana) se compromete a entregar o kart analisado por Paulo na feira ocorrida no dia 20/04/2018";
"Cláusula Segunda - Os efeitos do contrato serão desfeitos caso Paulo venha a falecer até o ano de 2030".
Com base na disciplina das modalidades do negócio jurídico, responda: qual é a natureza jurídica da modalidade prevista na Cláusula Segunda?
Questão 3.	(Prova antiga – Prof.ª Rose Meireles – Adaptada) Jose deve uma pensão alimentícia no valor de 2 salários mínimos ao filho menor Daniel. Há algum tempo, José não tem adimplido essa obrigação alimentar. José procura Maria, mãe de Daniel, e propõe que passe a pagar, ao invés do valor em dinheiro, a escola de Daniel. Maria concorda nos seguintes termos: “José passará a pagar a escola de Daniel, a título de alimentos, se quitar o débito existente perante a instituição de ensino e tornar-se responsável financeiro, em um mês". Considerando esses dados, responda justificadamente:
A cláusula acima configura qual tipo de modalidade de negócio jurídico?
Existe prazo para Daniel cobrar o pagamento das prestações alimentícias não pagas?
Questão 4.	(Prova antiga – Prof.ª Rose Meireles – Adaptada) Antônio é credor de Fábio no valor de 20 000 reais referente a compra e venda de imóveis planejados. Há 6 meses Fábio vem recebendo cobranças por via de email e cartas com aviso de recebimentos, enviados mensalmente. Sem obter sucesso Antônio resolve postar nas redes sociais uma charge na qual a caricatura de Fábio aparece atras das grades com a frase "quem não paga é ladrão”. Diante disso Fábio propõe ação contra Antônio afirmando a prática de ilícito e pedindo uma reparação por danos morais. Antônio de sua parte afirma que apenas exerceu seu direito, pois é verdade que Fábio é seu devedor. Opine sobre o caso, abordando a configuração do ilícito e suas exceções.
Questão 5.	(Prova antiga – Prof. Rodrigo da Guia – Adaptada) Um grupo de estudantes de Direito se reúne para organizar a choppada, tradicional evento de integração da comunidade acadêmica, que nessa edição homenageará Cuba. No intuito de angariar os últimos valores necessários para o atingimento da meta de arrecadação, os estudantes passam a solicitar aos seus professores alguma contribuição financeira. Decidem, então, se dirigir ao professor Luiz, que educadamente se nega a contribuir, em razão de oposição moral ao evento. Irresignados, os estudantes ameaçam uma desistência geral em relação à turma de Direito Penal do professor Luiz na hipótese de ausência de contribuição. Preocupado com o futuro da sua disciplina, o professor Luiz doa, em 03/07/2018, o valor de R$5.000,00 (cinco mil reais) aos estudantes. Concluída, assim, a fase de arrecadação, os estudantes passam a preparar a fase de celebração dos contratos necessários à realização da choppada. Elegem, como representante, o estudante Diogo, outorgando-lhe poderes para celebrar contratos de compra e venda tendo por objetivo a organização e a promoção do evento. Diogo pesquisa no mercado os principais fornecedores de "cancháncara", drinque típico cubano, e resolve contratar a empresa La Habana Libre. Celebra-se, então, em 09/07/2018, contrato de compra e venda entre os estudantes (representados por Diogo), na qualidade de compradores, e a empresa La Habana Livre, na qualidade de vendedora, contendo, entre outras, as seguintes cláusulas:
"Cláusula Primeira - A vendedora se compromete a entregar aos compradores a quantidade de 1.000 (um mil) drinques "cancháncara" no dia 12/07/2018";
"Cláusula Segunda - Os compradores se comprometem a pagar à vendedora o valor de R$10.000,00 (dez mil reais) no dia 13/07/2018";
"Cláusula Terceira - Em caso de inadimplemento por parte dos compradores, incidirão juros de mora de 0,5% (meio por cento) ao mês sobre o valor devido";
"Cláusula Quarta - Os compradores se comprometem a pagar todos os valores devidos, inclusive os juros moratórios, a qualquer tempo, independentemente do prazo decorrido entre a data do vencimento da dívida e a data da cobrança pela vendedora.”
Suponha que Diogo se valha da condição de representante dos estudantes para celebrar, em nome dos estudantes, os seguintes contratos: (i) contrato de compra e venda, junto a uma livraria, para a aquisição de livros de direito civil para seu uso particular; (ii) contrato de mútuo feneratício (empréstimo oneroso de coisa fungível), junto a uma instituição financeira, para a obtenção de quantia necessária à aquisição de um computador para seu uso particular. Levando em consideração a disciplina da representação convencional, responda: como se devem qualificar as condutas de Diogo à luz da classificação dos atos ilícitos?
R: Abuso de Direito artigo 187 para compra do livro, e ato ilícito para contrato mútuo feneraticio, o mesmo nem tinha poderes para isso. 
Suponha a seguinte situação: embora tenham recebido regularmente os drinques, os estudantes não procederam ao pagamento da sua contraprestação. No dia 15/07/2025 a empresa La Habana Libre estabelece contato com os compradores inadimplentes a fim de cobrar todos os valores devidos (valor principal mais juros de mora). Todos os estudantes, em conjunto, assinam termo de confissão de dívida por meio do qual se comprometem a pagar o valor indicado na Cláusula Segunda do contrato de compra e venda, contudo persistem na situação de inadimplemento. A partir de tais informações, pergunta-se: a pretensão da empresa La Habana Libre foi fulminada pela prescrição?A empresa La Habana Libre terá razão ao cobrar o valor principal mais os juros de mora com base na Cláusula Quarta do contrato de compra e venda celebrado em 09/07/2018? Ese cobrar o valor principal mais os juros de mora com base na confissão de dívida realizada em 15/07/2025?
Questão 6.	(Prova antiga – Prof.ª Rose Meireles – Adaptada)	Pedro fez testamento no qual deixava um legado a Maria, com a seguinte cláusula: “Deixo a Maria o imóvel XXX de no quintal do imóvel YYY de sua propriedade forem plantadasárvores frutíferas de, pelo menos, 10 espécies diversas”. Com base na classificação das modalidades do negócio jurídico, responda: 
Se o imóvel XXX for desapropriado pelo Estado antes de serem plantadas as árvores, cabendo ao seu dono uma indenização, Maria teria direito a reclamá-la? 
R: Não, pois trata-se de uma condição suspensiva segundo o artigo 121 e 125, suspende a aquisição e o exercício do direito. Logo Maria sequer se torna dona do Imovel.
 
Considerando que o testador revogou a cláusula acima pela seguinte: “Deixo à Maria o imóvel XXX para que ela plante no seu quintal árvores frutíferas de, pelo menos, 10 espécies diversas”. Nesse caso, se o imóvel XXX for desapropriado pelo Estado antes de serem plantadas as árvores, cabendo ao seu dono uma indenização, Maria teria direito a reclamá-la? 
R: Sim, pois nos termos do art.136 o encargo não suspende a aquisição nem o exercício do Direito.
Questão 7.	(Prova antiga – Prof.ª Rose Meireles – Adaptada)	Joel, diretor comercial de Caique LTDA, na qualidade de seu representante, contratou a sociedade DigitalArt LTDA para realizar um plano de marketing para Caique LTDA em novembro de 2017. Ao realizar-se uma auditoria na Caique LTDA, verificou-se que Joel é sócio da contratada DigitalArt. Diante o resultado da auditoria pretende Caique LTDA invalidar o contrato. Consultado na data de hoje, indique o fundamento para a invalidade pretendida bem como se há argumento a ser invocado pela Digital LTDA a fim de não invalidar o negócio.
O fundamento para invalidade é 119 caput, ao qual dispõe sobre conflito de interesse, a Digital LTDA pode contra argumentar com parágrafo único do art 119 aonde diz que é o prazo de 180 dias para pleitear anulação do contrato. 
Trata-se de conflito de interesse pois o representante de uma empresa mesmo sendo sócio de outra não era representante dela, sendo assim impossível de configurar autocontrado.
Questão 8.	(Prova antiga – Prof.ª Rose Meireles – Adaptada) Assinale V (para verdadeiro) ou F (para falso) nas assertivas abaixo:
Segundo o Código Civil em vigor, é de 4 anos, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio celebrado consigo mesmo. (  f)
Os poderes da representação são outorgados por ato unilateral, abstrato e autônomo denominado procuração. (v  )
Segundo a teoria do ato "ultra vires", a atuação do representante além dos poderes que lhe foram conferidos é ineficaz em relação ao representado. ( V  )
Nas hipóteses de representação eletiva, conforme o Código Civil em vigor, pode-se afirmar que será nulo o negócio jurídico quando for concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser de conhecimento de quem com ele contratou. (F   )
Questão 9.	(Prova antiga – Prof.ª Rose Meireles – Adaptada) Com relação à representação, assinale a opção correta:
Os poderes de representação podem ser conferidos pelo interessado ou pela lei.
É necessária a demonstração de prejuízo para se anular negócio jurídico concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado.
É anulável o negócio jurídico que o representante celebra consigo mesmo, ainda que o permita o representado.
A confissão feita pelo representante em nome do representado é sempre eficaz.
Admite-se representação em todos os atos da vida civil.
Questão 10.	(Prova antiga – Prof.ª Rose Meireles – Adaptada)No que se refere aos atos ilícitos, preconizados no Código Civil, assinale alternativa correta:
O ato praticado em legítima defesa em regra constitui ato ilícito.
A deterioração de coisa alheia a fim de remover perigo iminente é ato ilícito, mesmo que absolutamente necessário.
Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ou causar dano a outrem, exceto se exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Comete ato ilícito o titular de um direito que ao exercê-lo excede os limites impostos pelo seu fim econômico ou social pela boa-fé ou pelos bons costumes.
O ato praticado no exercício regular de um direito por regra é ilícito.
Questão 11.	(Prova antiga – Prof.ª Rose Meireles – Adaptada) A respeito do ato jurídico, assinale a opção correta:
O exercício de um direito não constitui ato ilícito, ainda que exceda manifestadamente os limites impostos pelos bons costumes.
O mero fato de dirigir em alta velocidade, com visível negligência, caracteriza ilícito civil ainda que não haja dano ou violação de direito alheio.
A destruição de coisa alheia para remover perigo iminente não constitui ato ilícito, mas pode gerar o dever de indenizar.
Aquele que ao agir em legítima defesa pratica ato ilícito será obrigado a indenizar.
O agente que cause dano a terceiro ainda que em decorrência de ato praticado no exercício regular de um direito deverá repara-lo.
Questão 12.	(Prof. Rodrigo da Guia)	João decide doar a um amigo, José, sua casa de praia em Arraial do Cabo, tendo em vista que não a utiliza e que José não é proprietário de nenhum imóvel. Ao adentrar a casa, José percebe que há um carro na garagem e que todos os móveis são embutidos. A doação se estende ao carro e aos móveis?
Com relação aos moveis sim, pois o móvel embutindo é um bem acessório. Porem o carro não
Questão 13.	(Prof. Rodrigo da Guia – Adaptada) Pereira sempre desejou adquirir o terreno atrás da casa de seu irmão Roberto, onde este cria um velho cachorro, para poder expandir a sua própria casa, que fica no terreno vizinho. Roberto, conhecendo este antigo desejo, contrata a doação do referido terreno para Pereira, a produzir efeitos no dia da morte do velho cão em 2013, exigindo, porém, que Pereira coloque no terreno uma pequena estátua em homenagem aos cachorros. Pereira descobre que crianças do bairro têm pulado o muro e vandalizado o terreno atrás da casa de seu irmão, sem medo do cachorro, que já não tem forças para ameaçá-las. Pode ele, mesmo contra a vontade do irmão (que acredita que a companhia das crianças seja agradável ao cão), tomar providências para impedir que a grama e as árvores sejam destruídas?
Questão 14.	(Prof. Rodrigo da Guia – Adaptada) Tício, renomado professor de Direito Civil, em ato de liberalidade, doa todos os seus livros para a biblioteca da universidade em que ministra aulas. Ele subordina, no entanto, a eficácia da doação à alocação de uma placa em sua homenagem na biblioteca. Há configuração de um elemento acidental no presente caso? Fundamente.
R: É uma condição suspensiva, visto que só irão ganhar os livros mediante a condição atendida, surbodinando a aquisição e o benefício do direito em razão de um futuro incerto.

Mais conteúdos dessa disciplina