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ROTEIRO 2 b) Obrigação de dar coisa incerta (obrigação genérica) – art. 243 ao 246 CC · Conceito: é aquela cujo objeto é indicado pelo gênero e pela quantidade, faltando apenas determinar a qualidade (art. 243 CC). Não haverá obrigação se faltar também qualquer daquelas especificações. Exemplo: Gabriel pactua com Luana a entrega de um animal que faz parte do rebanho do vendedor (devedor da coisa). Gabriel ____________ (entregar um animal) ___________ Luana (devedor) (credora) * Nesse caso, haverá a necessidade de determinação futura do objeto, por meio de uma escolha, denominada concentração, que constitui um ato jurídico unilateral (art. 244 CC). * Em regra a escolha cabe ao devedor, que não poderá dar a pior, nem será obrigado a dar a melhor do gênero. · Após a escolha, e tendo sido cientificado o outro sujeito da obrigação, a obrigação genérica é convertida em obrigação específica (dar coisa certa) – art. 245. Art. 246 do CC. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. Atenção: Regra de direito: o gênero não perece (tratando-se de gênero ilimitado). Cuidado: o gênero pode ser limitado. Das obrigações de fazer – art. 247 ao 249 CC - Tem por objeto uma atividade lícita exigível do devedor. - Conceito: é uma obrigação positiva cuja prestação consiste no cumprimento de uma tarefa ou atribuição por parte do devedor. Exemplo: contrato de prestação de serviço. Espécies: a) Infungível (personalíssima ou intuitu personae) – quando convencionado que o devedor cumpra pessoalmente a prestação ou a própria natureza desta impedir a sua substituição. b) Fungível (impessoal) – é aquela em que a prestação pode ser cumprida por terceiro, uma vez que sua execução não depende de qualidades pessoais do devedor. c) Consistente em emitir declaração de vontade (pacto de contrahendo) – tal modalidade se configura quando o devedor, em contrato preliminar ou pré-contrato, promete emitir declaração de vontade para a celebração de contrato definitivo. Exemplo: Em um compromisso de compra e venda, o promitente vendedor se obriga a celebrar o contrato definitivo, outorgando a escritura pública ao compromissário comprador, depois de pagar todas as prestações. Importante: a sentença judicial que condene o devedor a emitir declaração de vontade, transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida (art. 501 do CPC). · Consequências do inadimplemento: a) Devido à impossibilidade da prestação: - sem culpa do devedor, resolve-se a obrigação (art. 248, 1ª parte CC). - com culpa do devedor, responderá este por perdas e danos (art. 248, 2ª parte CC). b) Devido à recusa do devedor: - se obrigação é infungível, o obrigado indenizará perdas e danos (art. 247 CC). - se é fungível, será livre ao credor mandar executar o fato por terceiro, à custa do devedor, sem prejuízo da indenização cabível (art. 249 CC). Das obrigações de não fazer (obrigação negativa) – art. 250 e 251 CC - Tem por objeto um comportamento negativo do devedor. - É sempre infungível, pois a abstenção é um comportamento pessoal e intransferível do devedor. - Extingue-se pela impossibilidade superveniente do objeto (art. 250 do CC). (Classificação – continuação) II - Quanto aos elementos constitutivos: · Simples, compostas (complexas) a) Simples: tudo no singular (sujeitos e prestação). Apresentam-se com um sujeito ativo, um sujeito passivo e um único objeto. b) Compostas ou complexas: b.1) Compostas com multiplicidade de objetos - podem ser: - Cumulativas ou conjuntivas – objetos ligados pela conjunção ‘e’; - Alternativas ou disjuntivas – objetos ligados pela conjunção ‘ou’; - Facultativas – com faculdade de substituição do objeto, conferida ao devedor. b.2.) Composta com multiplicidade de sujeitos – dividem-se em: - Divisíveis – art. 257 CC - Indivisíveis (art. 258 ao 263 CC); e - Solidárias – art. 264 ao 285 CC b.1) Composta objetiva (multiplicidade de objetos) – há uma pluralidade de objetos ou prestações. - Obrigações cumulativas (conjuntiva) – o sujeito passivo (devedor) deve cumprir todas as prestações previstas, sob pena de inadimplemento total ou parcial. Desse modo, a inexecução de somente uma das prestações já caracteriza o descumprimento obrigacional. Geralmente, essa forma de obrigação é identificada pela conjunção ‘e’, de natureza aditiva. Exemplo: na obrigação de entregar um veículo ‘e’ um animal, ou seja, os dois cumulativamente. - Obrigações alternativas (disjuntivas) – art. 252 ao 256 CC * Conceito – é composta pela multiplicidade de objetos. Tem por conteúdo duas ou mais prestações, das quais somente uma será escolhida para pagamento ao credor e liberação do devedor. Os objetos são ligados pela disjuntiva ‘ou’. * Direito de escolha (concentração) – o direito de escolha, em regra, caberá ao devedor, “se outra coisa não se estipulou” (art. 252, caput CC). Pode ainda a opção ser deferida a terceiro, de comum acordo. Se este não aceitar a incumbência, “caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes” (art. 252, § 4º CC). Art. 252 CC. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. § 1º. Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. § 2º. Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. § 3º. No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. § 4º. Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. Ilustração a título de exemplo: A __________ 100 sacas de milho ___________ B (devedor) ou (credor) 100 sacas de café * Consequências do inadimplemento – as consequências do inadimplemento estão nos artigos 253 ao 256 CC. (Serão estudadas em detalhe no próximo roteiro)