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ESTUDO DE VIABILIDADE DA PRODUÇÃO DE MUDAS DE VETIVER EM ESTÉRIL DE MINÉRIO DE FERRO ATRAVÉS DA TÉCNICA DE SECCIONAMENTO DE COLMOS

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Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG
Unidade de João Monlevade
Graduação em Engenharia Ambiental
CAROLINE LUZ SILVA
MURILO FREITAS DE SANTI
ESTUDO DE VIABILIDADE DA PRODUÇÃO DE MUDAS DE VETIVER EM ESTÉRIL DE MINÉRIO DE FERRO ATRAVÉS DA TÉCNICA DE SECCIONAMENTO DE COLMOS
João Monlevade
20162017
 CAROLINE LUZ SILVA
MURILO FREITAS DE SANTI
ESTUDO DE VIABILIDADE DA PRODUÇÃO DE MUDAS DE VETIVER EM ESTÉRIL DE MINÉRIO DE FERRO ATRAVÉS DA TÉCNICA DE SECCIONAMENTO DE COLMOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Ambiental na Faculdade de Engenharia da Universidade do Estado de Minas Gerais.
Projeto de Pesquisa apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Ambiental na Faculdade de Engenharia da Universidade do Estado de Minas Gerais.
Professora Orientadora: Fabiana de Ávila Modesto
Cooorientadora: Larissa de Oliveira Santiago Araújo M. Sc.
 
João Monlevade
20162017
CAROLINE LUZ SILVA
MURILO FREITAS DE SANTI
ESTUDO DE VIABILIDADE DA PRODUÇÃO DE MUDAS DE VETIVER EM ESTÉRIL DE MINÉRIO DE FERRO ATRAVÉS DA TÉCNICA DE SECCIONAMENTO DE COLMOS
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado e aprovado para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental para os alunos Caroline Luz Silva e Murilo Freitas De Santi na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade João Monlevade.
Este Projeto de Pesquisa foi julgado e aprovado para a elaboração do TCC no Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia de Universidade do Estado de Minas Gerais.
___________________________________________________________________Fabiana de Ávila Modesto
___________________________________________________________________Larissa de Oliveira Santiago Araújo, M. Sc.
 Marcos Antônio Gomes, D.Sc.José Rubenildo dos Santos, M. Sc.
 Marcos Antônio Gomes, D.ScTelma Ellen Drumond, M. Sc.
Dedicamos este trabalho a todas as pessoas que nos apoiaram na realização deste, em especial à professora Gleicia Miranda Paulino, pelo auxílio e disponibilidade de material para pesquisa do tema e à nossa orientadora Fabiana de Ávila Modesto pelo seu empenho e dedicação nas diversas análises deste trabalho. 
AGRADECIMENTOS
Às nossas famílias, pela confiança e apoio, em especial a D. Maria, avó da Caroline, por ceder o espaço necessário para a confecção deste trabalho.
À professora Fabiana de Ávila Modesto, nossa orientadora, por toda confiança depositada em nós em todas as etapas desse trabalho, pela atenção, apoio e por todo o tempo investido.
À professora Larissa de Oliveira Santiago Araújo, nossa coorientadora, por todo apoio, orientações e auxilio técnico.
À professora Ariete Pontes de Oliveira por todo apoio, orientações e auxilio técnico.
À professora Gleicia Miranda Paulino pela orientação técnica e apoio prestados, quando este ainda era tão somente um projeto de pesquisa.
À professora Stela Roberto Nacif, por nos apresentar o Vetiver, aquele que um dia seria base para nosso Trabalho de Conclusão de Curso.
À Fernanda Ávila, pelo apoio e incentivo em todos os momentos.
As empresas Arcelor Mittal Mineração Brasil e Deflor Bioengenharia, por acreditarem em nossa proposta de pesquisa e auxiliar na doação de insumos para a realização do presente trabalho.
“O insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar de novo com mais inteligência."
 (FORD, 1922, [sp])
RESUMO
A atividade mineradora tem grande destaque na composição da economia brasileira. Entretanto, a prática causa significativo impacto ambiental no que se refere à exploração de recursos naturais e geração de resíduos. No processo de explotação (extração de recurso mineral) é gerado o resíduo denominado estéril, caracterizando-se como material que não possui valor econômico ou comercial e que deve ser removido na lavra, a fim de propiciar a liberação/acesso ao minério. Esse material é geralmente armazenado em pilhas projetadas e rigidamente monitoradas. Para a mititigação dos impactos negativos ao meio ambiente e recuperação da área sugere-se sua revegetação através de gramíneas. A espécie vegetal Chrysopogon zizanioides (Vetiver) é gramínea perene de origem indiana, que é muito indicada como barreira física para reter sedimentos e na estabilização e recuperação de áreas erodidas. Este trabalho teve como objetivo estudar o desempenho de mudas de capim Vetiver através do método de seccionamento de colmos obtidos de touceiras do capim, em substrato contendo estéril da mineração de ferro, na presença e ausência de adubação orgânica e adubação química com duas formulações de NPK (4 14 8 e 10 10 10) e superfosfato simples, e na ausência de adubação química. O experimento consistiu de 08 tratamentos, no delineamento experimental inteiramente casualizado, com 10 repetições. A sobrevivência e desempenho das mudas foram monitorados ao longo de 03 meses do experimento, a fim de se analisar o estabelecimento de raízes e crescimento aéreo, apresentando desta forma o estéril de minério de ferro, resíduo da mineração, como substrato para a gramínea. Nos substratos contendo estéril sem matéria orgânica e com NPK 4 14 8 ou super simples foram observadas brotações ao longo de 02 meses, mas posteriormente as mudas secaram completamente. As mudas cultivadas em substratos contendo estéril e matéria orgânica sem fertilização química obtiveram 50% de sobrevivência, valores médios de altura da parte aérea de 33,34cm e 10,23g de massa fresca, comprimento de raiz de 12,28cm e 2,32g de massa seca. Esse foi o tratamento que apresentou os melhores resultados no plantio direto. Buscando a melhor metodologia de plantio por seccionamento de colmos, optou-se, no decorrer do experimento quanto à aplicação do método indireto de plantio, no qual os colmos seccionados passam por caixa de areia estabilizadora antes do plantio em estéril com e sem matéria orgânica. Este experimento consistiu de 02 tratamentos, no delineamento experimental inteiramente casualizado, com 10 repetições. Ao final obteve-se um melhor resultado no substrato com matéria orgânica quando comparado ao substrato de estéril de minério de ferro “puro”, sendo os resultados de 70% e 20% de aproveitamento, respectivamente. Pode-se concluir ao final deste trabalho que o estéril de minério de ferro está apto a se tornar substrato para a produção de mudas da gramínea Vetiver.
Palavras-chave: Estéril de mineração. Minério de ferro. Vetiver. 
ABSTRACT
The mining activity is highly prominent in the Brazilian economy. However, it causes a great impact to the environment, such as exploitation of natural resources and waste production. A residue called tailing is produced in the mining process. The materials without economic or commercial value compose this waste. It must be removed from the minerals in order to improve the process. This material is usually stored in designed and tightly controlled cells which might be vegetated by the end of the process in order to minimize the negative environmental impacts. The plant Chrysopogon zizanioides (Vetiver) is a perennial grass of Indian origin, which is well indicated as a physical barrier to retain sediments and in the stabilization and recovery of eroded areas. The objective of this work was to study the performance of Vetiver seedlings through the method of sectioning stalks obtained from the grass clumps, in a substrate containing tailing of iron ore, in the presence and absence of organic fertilization and chemical fertilization with two formulationsof NPK (4 14 8 and 10 10 10) and simple superphosphate, and in the absence of chemical fertilization. The experiment consisted of 08 treatments, in the completely randomized experimental design, with 10 replicates. The survival and performance of the seedlings were monitored during 03 months, in order to analyze root establishment and aerial growth, thus presenting the iron ore tailing as a substrate for the grass. In the substrates containing tailing without organic matter and with NPK 4 14 8 or simple superphosphate got sprouts in the first 02 months, but later the seedlings dried completely. The seedlings grown on substrates containing tailing and organic matter without chemical fertilization obtained a 50% survival, average values of shoot height of 33.34cm and 10.23g of fresh mass, root length of 12.28cm and 2.32g of Dry mass. This was the treatment that presented the best results in the direct method. During the experiment, in order to achieve the best method of Vetiver planting through sectioning stalks, it was therefore decided to apply the indirect method of planting, in which, sectioned stems pass through stabilizing sandbox before planting in sterile with and without organic matter. This experiment consisted of 02 treatments, in the completely randomized experimental design, with 10 replicates. At the end, a better result was obtained in the substrate with organic matter when compared to the "pure" iron ore sterile substrate, with results of 70% and 20% of utilization, respectively. In conclusion, this study shows that the iron ore sterile is able to become a substrate for a production of Vetiver grass seedlings.
Keyword: Mining Sterile. Iron Mining. Vetiver.
LISTA DE FIGURAS
	FIGURA 1 –– FLUXOGRAMA DO PROCESSO MINERÁRIO...................................
FIGURA 2 – HEMATITA...........................................................................................
	 18
....19 11
	FIGURA 32 – – PILHA DE ESTÉRIL COM PLANTIO DE VETIVER..............................
	202
	FIGURA 43 – – PILHA DE ESTÉRIL COM APLICAÇÃO DE VETIVER........................
	1225
	FIGURA 5 4 – – CAPIM VETIVER..................................................................................
	1246
	FIGURA 65 – – AÇÃO DO VETIVER EM CONTENÇÃO DE SOLOS...........................
	1257
	FIGURA 76 – – SISTEMA RADICULAR DO VETIVER................................................
	270
	FIGURA 87 -– PLANTIO DE VETIVER EM ÁREA DE MINERAÇÃO.........................
	271
	FIGURA 98 – – COLMO DE VETIVER COM PERFILHO EM DESTAQUE...................
	282
	FIGURA 109 –– COLMOS DE DE VETIVER SECCIONADOS...........................................
	293
	FIGURA 110 –– PLANTIO DOS COLMOS SECCIONADOS DE VETIVER EM AREIA E MATÉRIA ORGÂNICA................................................................................
	
303
	FIGURA 121 -– ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DO ESTÉRIL ................................
	2734
	FIGURA 132 -– TOUCEIRAS DE VETIVER PROVISORIAMENTE PLANTADAS .... 
	2835
	FIGURA 143 -– LIMPEZA DA ÁREA DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO........ ..
	2936
	FIGURA 154 -– HOMOGENEIZAÇÃO DO SUBSTRATO ..........................................
	3137
	FIGURA 165 -– SECCIONAMENTO DOS COLMOS (a).............................................
	3239
	FIGURA 176 -– SECCIONAMENTO DOS COLMOS (b).............................................
	3239
	FIGURA 187 -– PLANTIO DOS COLMOS .................................................................
	3339
	FIGURA 19 – DESMONTE DA CAIXA ESTABILIZADORA DE AREIA...................
	41
	FIGURA 20 – PERFILHOS FORMADOS NA CAIXA ESTABILIZADORA DE AREIA.......................................................................................................................FIGURA 21 - EVOLUÇÃO DOS TRATAMENTOS EM 104 DIAS DE ANÁLISE.....
FIGURA 22 - MUDA OBTIDA COM ADUBAÇÃO ORGÂNICA................................
FIGURA 23 – MUDA OBTIDA APENAS COM ESTÉRIL COMO SUBSTRATO......
FIGURA 24 - MUDA TRATADA COM SUPERFOSFATO SIMPLES SEM MATÉRIA ORGÂNICA..............................................................................................
	
42
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45
47
	
	
	FIGURA 25 – COLMOS COM PERDA TOTAL - COM NPK 4 14 8 E SEM MATÉRIA ORGÂNICA..............................................................................................
	
47
	FIGURA 26 – ANÁLISE DE SOLO...........................................................................
FIGURA 27 – REFERÊNCIA PARA ANALISE DE SOLO........................................
FIGURA 28 – EVOLUÇÃO DOS TRATAMENTOS EM 96 DIAS DE ANÁLISE.......
FIGURA 29 – PARTE AÉREA DE MUDA OBTIDA COM ADUBAÇÃO ORGÂNICA NO PLANTIO INDIRETO......................................................................
FIGURA 30 – PARTE RADICULAR DE MUDA OBTIDA COM ADUBAÇÃO ORGÂNICA NO PLANTIO INDIRETO...................................................................... 
	48
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51
	
	
	
	
 
LISTA DE TABELAS
	TABELA 1 – CARACTERÍSTICAS GERAIS DO CAPIM VETIVER ...................
	26
	TABELA 2 – COMPOSIÇÃO DOS SUBSTRATOS TESTADOS (TRATAMENTO) NO EXPERIMENTO ...............................................................
Tabela 3 – Valores médios das variáveis analisadas para substrato contendo estéril de minério de ferro, na presença e ausência de matéria orgânica, e na presença e ausência de adubo químico......................................................................
TABELA 4 – VALORES MÉDIOS DAS VARIÁVEIS ANALISADAS PARA SUBSTRATO CONTENDO ESTÉRIL DE MINÉRIO DE FERRO, NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE MATÉRIA ORGÂNICA.......................................
	
38
46
52
LISTA DE GRÁFICOS
	GRÁFICO 1 – ALTURA DA PARTE AÉREA POR PLANTA DE VETIVER NOS SOLOS DE TEXTURA ARENOSA E ARGILOSA EM DIFERENTES PERÍODOS DE AVALIAÇÃO..............................................................................
	
30
	GRÁFICO 2 – GRÁFICO DE REGRESSÃO E CORRELAÇÃO LINEAR ENTRE O NÚMERO DE PERFILHOS DO VETIVER EM SOLO ARENOSO E ARGILOSO E O TEMPO DE AVALIAÇÃO (DIAS)..............................................
GRÁFICO 3 – Relação entre a porcentagem de mudas FORMADAS E o tipo de tratamento empregado................................
	
31
53
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas
CV: Casa de Vegetação
cm: Centímetros
CNPq: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CONAMA: Conselho Nacional de Meio Ambiente
dm3: Decímetro cúbico
DNPM: Departamento Nacional de Pesquisa Mineral
EMBRAPA: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
°C: Graus Célsius
haha: Hectares
IBRAM: Instituto Brasileiro de Mineração
kg: Quilograma
L: Litro
m: Metro
m2: Metro Quadrado
mm: Milímetros 
mg: Miligrama
MG: Minas Gerais 
NPK: Fertilizante composto por Nitrogênio, FosforoFósforo, Potássio
PE: Pernambuco
PIB: Produto Interno Bruto
FaEnge: Faculdade de Engenharia 
pH: Potencial Hidrogenioônico
Run off: Energia potencial do Escoamento Superficial
t: Toneladas
UEMG: Universidade do Estado de Minas Gerais 
SUMÁRIO
	1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................1 INTRODUÇÃO ................................................................................................
	147
	2 OBJETIVOS ....................................................................................................
	9
	g2.1 Objetivo Geral .............................................................................................
	9
	e2.2 Objetivos Específicos ................................................................................9
	2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................3 MARCO TEÓRICO .........................................................................................
	1710
	2.1 Mineração ...........................................................................................................
2.2 Minério de ferro..................................................................................................
2.3 Termos semelhantes na mineração..................................................................
2.3.1 Exploração x explotação...................................................................................
2.3.2 Rejeito x estéril .................................................................................................
2.4 Impactos ambientais oriundos da mineração ................................................
2.5 A bioengenharia ................................................................................................
2.6 A gramínea Vetiver (Chrysopogon zizanioides)..............................................
2.7 Seccionamento de colmos ...............................................................................
3 METODOLOGIA ....................................................................................................
	1017
1118
1219
1319
1320
1421
1622
1723
2228
2532
	4 MATERIAIS E MÉTODOS .....................................................................................
	2633
	4.1 Aquisição do estéril de minério de ferro .........................................................
4.2 Análise do substrato em laboratório ...............................................................
4.3 Aquisição de touceiras de Vetiver ...................................................................
4.4 Construção de casa de vegetação dedicada ao experimento......................
4.5 Preparo do substrato ........................................................................................
4.6 Extração e plantio dos colmos .........................................................................
4.7 Avaliação do comportamento do Vetiver ........................................................
4.8 Coleta e análise dos dados obtidos ................................................................
4.9 Método do plantio indireto................................................................................
5v RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................
REFERÊNCIAS .........................................................................................................
	2633
2633
2835
2936
3037
3138
3340
3340
4035
6
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567
1 INTRODUÇÃO
A atividade minerária tem grande destaque na composição da economia brasileira e enquadra-se entre as grandes comodities nacionais. Todavia, sua relevância econômica não isenta seu impacto ao meio ambiente, sobretudo quanto aà geração de resíduos. Durante as operações minerárias os resíduos gerados deverão sersão dispostos em determinadas áreas que, após sua deposição, necessitam de recuperação e manejo adequado. Um dos maiores problemas da geração de resíduos relaciona-se com a sua destinação final devido à dificuldade de se realizar manejo adequado para o descarte destes resíduos. Sendo assim, o reaproveitamento torna-se alternativa sustentável para esse problemaExiste ainda a possibilidade da reutilização dos mesmos, promovendo assim uma nova forma de aplicação desses, promovendo assimcausando menor impacto no meio ambiente. 
O A gramínea Chrysopogon zizanioides (Vetiver) Vetiver vem sendo muito utilizada na recuperação de áreas degradadas, contudo há poucas informações sobre sua eficiência na recuperação de áreas em ambientes de mineração de minério de ferro, sendo, portanto, interessante testar o crescimento e desenvolvimento das mudas em substrato proveniente de ambiente degradado pela mineração, como pilha de estéril/rejeito ou barragem de rejeito.
Tendo em vista a grande relevância do capim Vetiver, sobretudo em se tratando de recuperação de áreas degradas, e devido ao pouco número de estudos relacionando a planta com resíduos de minério de ferro, este trabalho busca analisar o desempenho de mudas da gramínea Chrysopogon zizanioides (Vetiver) em estéril do minério em questão através de um método de propagação, que ainda não tinha sido analisado em substrato de minério de ferro, no caso o seccionamento de colmos.A relevância desta análise consiste, em primeiro momento, em verificar a potencialidade do estéril de minério de ferro como substrato para o desenvolvimento de mudas da gramínea, uma vez que o estéril atualmente consiste em resíduo minerário e, portanto, de responsabilidade da empresa geradora do resíduo sua destinação final, sendo estas, normalmente, áreas dentro da própria planta da empresa. 	Comment by Fabiana: Do minério em questão
Em segundo momento, avalia-se a capacidade adaptativa da gramínea às severas condições impostas pela mineração, buscando assim nova alternativa para a recuperação de áreas afetadas diretamente pela atividade da explotação mineral. De posse desta nova alternativa, busca-se então o entendimento dos fatores agregadores da utilização do Vetiver em plantas de mineração de minério de ferro, como a capacidade da gramínea quanto a enraizamentos, altura aérea obtida em determinado prazo para, posteriormente identificar possíveis benefícios à planta, como a melhoria dos sistemas de escoamento de água, através da redução do coeficiente de run off, ou seja, a energia potencial do escoamento superficial, resistência às áreas alagadiças ou a grandes índices pluviométricos, resistividade a queimadas e, sobretudo, a estabilização de massas de solo.
Tendo em vista a grande relevância do capim Vetiver, especialmente em se tratando de recuperação de áreas degradadas, e devido ao pouco número de estudos relacionando a gramínea com resíduos de mineração, justifica-se desta maneira o desenvolvimento deste trabalho que busca analisar o desempenho de mudas do Vetiver em estéril do minério de ferro através do método de seccionamento de colmos, visando a encontrar uma maneira viável de reaproveitar os resíduos da mineração de forma a reduzir os impactos ambientais por ela causados. 
Como referencial teórico utilizou-se a conceituação de Curi (2014), no entendimento da atividade mineradora. Utilizou-se também a ideia de Mastalla (2012) a fim de explicar a bioengenharia para a recuperação de áreas degradadas, principalmente referente aos processos erosivos. E por fim, baseou-se nos trabalhos de Truong (2006) e Torrão (2011) para maior entendimento do capim Vetiver, bem como seus métodos de propagação.
Como hipótese do presente trabalho, tem-se que o método de seccionamento de colmos é maneira viável e eficiente para realizar a propagação da gramínea de Vetiver para seu emprego na recuperação de áreas degradadas.
O projeto teve como objetivo estudar o desempenho de mudas da gramínea Vetiver (Chrysopogon zizanioides) através do método de seccionamento de colmos obtidos de touceiras do capim, em substrato contendo estéril da mineração de ferro, na presença e ausência de adubação orgânica e aplicação ou não de duas formulações de adubação química com NPK (fertilizante composto por Nitrogênio, Fosforo e Potássio) e superfosfato simples. Os objetivos específicos foram abordar os principais aspectos acerca da mineração, com foco no minério de ferro, bem como as características do capim Vetiver; analisar a composição química e granulométrica do estéril de minério de ferro que será utilizado no trabalho; estudar a possibilidade da utilização de estéril de minério de ferro como substrato; e comparar a interferência da adubação química e orgânica no processo através de análise comparativa de crescimento radicular e aéreo.
O métodode realização da pesquisa se deu através da obtenção de touceiras, retirada dos colmos das touceiras, plantio dos colmos em substrato contendo resíduos de estéril provenientes da mineração de minério de ferro, sendo estas submetidas à ausência e presença de adubação orgânica (esterco bovino curtido) e 02 formulações de adubação química com NPK, além do fertilizante super fosfato simples.
A relevância desta analise consiste em, num primeiro momento verificar a potencialidade do estéril de minério de ferro como substrato para o desenvolvimento de mudas da gramínea, uma vez que o estéril atualmente consiste em um resíduo minerário e, portanto, de responsabilidade da empresa geradora do resíduo sua destinação final, sendo esta normalmente áreas dentro da própria planta da empresa. 
Em um segundo momento avalia-se a capacidade adaptativa da gramínea as severas condições impostas pela mineração, buscando assim uma nova alternativa para a recuperação de áreas afetadas diretamente pela atividade da explotação mineral. De posse desta nova alternativa, busca-se então o entendimento dos fatores agregadores da utilização do Vetiver em plantas de mineração de minério de ferro, como a capacidade da gramínea quanto a enraizamentos, altura aérea obtida num determinado prazo para, posteriormente identificar possíveis benéficos a planta, como a melhoria dos sistemas de escoamento de água, através da redução do coeficiente de runoff, resistência á áreas alagadiças ou a grandes índices pluviométricos, resistividade a queimadas e, sobretudo, a estabilização de massas de solo.A metodologia de pesquisa adotada no presente trabalho é de natureza aplicada, com abordagem qualitativa e quantitativa. Em relação aos objetivos é do tipo exploratória, e quanto aos procedimentos técnicos, é enquadrada como bibliográfica, documental e experimental. Aplicada, por gerar conhecimentos que podem ser aplicados de maneira prática. Qualitativa, por se basear em metodologias já existentes e quantitativa, por gerar dados numéricos. Além disso, é exploratória por explorar tema pouco estudado; é bibliográfica por se embasar em material publicado; documental, por também utilizar-se de material não tratado analiticamente; e é considerada pesquisa experimental por ter sido determinado objeto de estudo, no qual foram realizadas observações e análises. 
Sendo assim, este trabalho encontra-se dividido em quatro partes, sendo que na primeira é apresentado o referencial teórico, no qual são explorados temas essenciais para o entendimento do trabalho.
Na segunda parte, tem-se a metodologia e os materiais e métodos, em que se descreve o processo seguido na pesquisa, incluindo os materiais e ações necessárias para o desenvolvimento do trabalho.
Já na terceira parte, foi realizada a análise dos resultados da pesquisa, em que avalia-se o desenvolvimento do Vetiver nos diferentes tipos de tratamento aplicados para avaliar a eficiência do método de plantio. 
Enfim, tem-se a quarta parte, em que foram apresentadas as considerações finais, esclarecendo se a hipótese inicial foi confirmada ou afastada, citando as contribuições do estudo e sugestões de futuras pesquisas.
2 OBJETIVOS
O presente trabalho possui os seguintes objetivos:
2.1 Objetivo geral
O projeto tem como objetivo estudar o desempenho de mudas da gramínea Vetiver (Chrysopogon zizanioides) através do método de seccionamento de colmos obtidos de touceiras do capim, em substrato contendo estéril da mineração de ferro, na presença e ausência de adubação orgânica e aplicação ou não de duas formulações de adubação química com NPK e super fosfato simples.
2.2 Objetivos específicos
Abordar os principais aspectos acerca da mineração, com foco no minério de ferro, bem como as características do capim Vetiver;
Explanar a diferença entre os conceitos de: exploração e explotação mineral, além de rejeito e estéril;
Analisar a composição química e granulométrica do estéril de minério de ferro que será utilizado no trabalho; 
Avaliar a viabilidade da reprodução de mudas de Vetiver através do seccionamento de colmos em minério de ferro, relacionando com outros métodos de propagação; 
Estudar a possibilidade da utilização de estéril de minério de ferro como substrato;
Comparar a interferência da adubação química e orgânica no processo através de análise comparativa de crescimento radicular e aéreo.
3 MARCO TEÓRICO
 
3.1 Mineração
A mineração consiste em uma atividade de importante relevância para a sociedade, a ponto de Hartman e Mutmansky (2002) relatarem o seu surgimento há mais de 450 mil anos. Oriunda do latim medieval – mineralis, a mineração consiste em, segundo Amaral e Filho (disponível em http://www.dnpm-pe.gov.br/Geologia/Mineracao.php - acesso em 16/05/2016), um conjunto de técnicas para a extração de minerais existentes nas rochas e/ou solo.
A extração de minérios, pode ser resumida na atividade de retirada de material da lavra – conjunto de técnicas para aproveitamento de uma jazida e o beneficiamento do material extraído. Ainda na fase de lavra realiza-se a separação do material que segue para o beneficiamento, sendo o material não aproveitado, denominado estéril, encaminhado para armazenamento em pilhas. O material que segue para beneficiamento será submetido a processos de classificação granulométrica e, quando necessário, processos de concentração (aumento do teor de minério no material beneficiado). Na usina de beneficiamento produz-se dois tipos de materiais, o concentrado, que consiste no minério de ferro beneficiado, e o rejeito.
 
A mineração possui um importante espectro para a sociedade no decorrer dos anos, sobretudo quanto a economia, como defendido por Agrícola em 1556, em seu livro, De Re Metallica, também ressaltou a importância dos metais no contexto de sua época, na qual os metais eram itens de suma necessidade para o desenvolvimento da sociedade.
3.2 Exploração X Explotação
Quando falamos em mineração, existem dois termos que são facilmente confundidos, Exploração e Explotação. O primeiro, de acordo com Curi (2014), consiste na aplicação sistemática dos trabalhos necessários ao conhecimento geológico pormenorizado das ocorrências minerais já descobertas, ou seja, a fase que fará o estudo do local onde pretende-se instalar uma atividade minerária.	Comment by OAB: Antes disso, explicar melhor as fases da mineração e talvez até falar mais desses procedimentos para se entender em qual parte da atividade mineradora, entrará a questão debatida por vocês.	Comment by Caroline Luz Silva: Não seria melhor juntar esse tópico com a mineração?
A explotação, já faz jus a parte de lavra de mina, onde ainda segundo Curi (2014), consiste na aplicação sistemática dos trabalhos necessários ao aproveitamento econômico da jazida.
 3.3 Minério de ferro
O termo Minério pode ser definido segundo Curi (2014) como uma assembleia de um ou mais minerais ou rochas, que podem ser trabalhadas comercialmente, desde que existam condições favoráveis para tanto, como a topografia local e economia, possibilitando a extração de um ou mais metais.
O minério de ferro, que em 2014 teve 400.000.000 t.explotadas (IBRAM 2015), consiste em um dos elementos mais abundantes da natureza, apresentando-se em diversas formas, dentre as quais podemos citar a  hematita (Fe2O3), a magnetita (Fe3O4), pertencentes à classe de óxidos, que hoje são explotadas de forma economicamente viável segundo Junior e Takehara (2013). Sua utilização se dá, sobretudo, na siderurgia, sendo este a matéria prima para a produção do Aço, material fundamental para o desenvolvimento da indústria e sociedade.	Comment by Fabiana: Pq está com a inicial maiúscula?
Figura 1 – Hematita (fonte de minério de ferro)
Fonte: Pesquisa Documental (2016)
	Comment by OAB: Antes disso, explicar melhor as fases da mineração e talvez até falar mais desses procedimentos para se entender em qual parte da atividademineradora, entrará a questão debatida por vocês.	Comment by Caroline Luz Silva: Não seria melhor juntar esse tópico com a mineração?
3.4 Rejeito x estéril
Termos que também são confundidos, com relativa facilidade, na área minerária são os conceitos de rejeito e estéril. Estéril é definido como minério com pouco ou nenhum mineral útil, solo ou rocha em que o minério está ausente ou presente em teores muito baixos para ser aproveitado economicamente. Refere-se, também, aos acompanhantes de minério, que não tem aplicação econômica (Freire 2001). Rejeito consiste no material dos processos extrativos da mineração, que não são aproveitados economicamente, após passarem pelos processos de beneficiamento.	Comment by OAB: Introduzir falando que o processo minerário tem vários facilitadores e também problemas. Falar um pouco disso e entrar na questão do rejeito e estéril.
Figura 2: Pilha de estéril com o plantio de Vetiver
Fonte: Pesquisa Documental (2016)
3.5 Impactos ambientais
A definição de impacto ambiental nos é dada pela resolução CONAMA 01/86, em seu artigo 1°,no qual temos que:
Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:	Comment by OAB: Espaçamento simples, arial 10 , no final colocar: ]BRASIL, 1986.
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais.
Embasado nesse conhecimento, é inegável que a atividade minerária é uma potencial fonte de impactos ambientais pois, para sua realização, a movimentação de matérias e solos, a modificação topográfica de áreas exploradas e a alteração de lençóis d’água, quando presentes, tornam-se inevitáveis. No decorrer do processo de explotação (exploração para aproveitamento comercial de uma jazida), na lavra de uma mineração, existem dois principais resíduos gerados no processo, sendo eles o estéril e o rejeito. São denominados estéreis, os materiais que não possuem aproveitamento econômico como minério naquele momento, sendo eles armazenados dentro da planta da mineradora pois, em algum outro momento o seu teor de minério contido pode tornar-se viável para exploração. Outro material, denominado rejeito, é resultante de processos de tratamento e beneficiamento do minério na planta da usina de beneficiamento, sendo o mesmo descartado por não possuir aplicação econômica. Ambos os resíduos são fontes de degradação ambiental (VIEIRA, 2009).	Comment by Fabiana: Não precisa definir estéreo de novo.
Entre as principais alterações nas paisagens e os impactos gerados pela mineração, podemos destacar:
Remoção da vegetação em todas as áreas de extração;
Poluição dos recursos hídricos (superficiais e subterrâneos) pelos produtos químicos utilizados na extração de minérios;
Contaminação dos solos por elementos tóxicos;
Proliferação de processos erosivos, sobretudo em minas antigas ou desativadas que não foram reparadas pelas empresas mineradoras;
Sedimentação e poluição de rios pelo descarte indevido do material produzido não aproveitado (rochas, minerais e equipamentos danificados);
Poluição do ar a partir da queima ao ar livre de mercúrio (muito utilizado na extração de vários tipos de minérios);
Mortandade de peixes em áreas de rios poluídos pelos elementos químicos oriundos de minas;
Evasão forçada de animais silvestres previamente existentes na área de extração mineral;
Poluição sonora gerada em ambientes e cidades localizados no entorno das instalações, embora a legislação vigente limite a extração mineral em áreas urbanas atualmente;
Contaminação de águas superficiais (doce e salgada) pelo vazamento direto dos minerais extraídos ou seus componentes.
(Fonte: Relação disponivel em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/impactos-ambientais-mineracao.htm - Acesso em 18/05/2016)	Comment by Fabiana: Confirmar com Larissa se precisa colocar a citação aqui ou apenas nas referências.
3.6 Bioengenharia 
	
A bioengenharia consiste em uma área científica que busca a mescla de conhecimentos de áreas distintas em busca de novas soluções. Um bom exemplo é a Bioengenharia de solos, que mescla conceitos da biologia, sobretudo da botânica, para a recuperação e estabilização de solos em obras de engenharia, visando o controle de processos erosivos, e escoamento superficial (BEGEMANN E SCHIECHTL, 1994).
Figura 3: Pilha de estéril com aplicação de Vetiver
Fonte: Pesquisa Documental (2015).
3.7 Vetiver (Chrysopogon zizanioides)
	A gramínea Chrysopogon zizanioides, planta originária do continente asiático, popularmente conhecida por Vetiver, pertencente ao Reino Plantae; Divisão Magnoliophyta; Classe Liliopsida; Ordem Poales; Família Poaceae (ant. Gramineae); Subfamília Panicoideae; Tribo: Andropogoneae; Gênero: Vetiveria; Espécie: Vetiveria zizanioides (L.) Nash.; Sinonímia Chrysopogon zizanioides (L.) Roberty, possui características fisiomorfológicas únicas (TRUONG, 1999), como resistência física contra alastramento de incêndios, pH’s adversos, controle erosivo e redução do coeficiente de runoff (redução da energia potencial de escoamento superficial). 
Figura 4: Capim Vetiver 	Comment by OAB: Corrigir
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
O Vetiver tem sido utilizado em larga escala no controle de processos erosivos e contenção de sedimentos (GREENFIELD, 1989 apud TRUONG, 1999), sendo ainda destacáveis sua utilização na recuperação de solos contaminados, nas fases iniciais dos processos de recuperação florestal, tratamento de água com a redução dos valores de fosfato e nitrato, como quebra vento, em construções, como perfume e em artesanato, na confecção de cestas (L’USAID, 2010). 
Figura 5: Ação do Vetiver em contenção de solos
(Fonte: http://sistemavetiver.blogspot.com.br/p/o-capim-vetiver.html - Acesso em 17/05/2016)
 A parte aérea do Vetiver, entenda-se área respectiva da planta a altura do solo ate o final de suas folhas, alcança normalmente até 2 m de altura, assim como sua raiz, observando-se em alguns casos até 5 m de comprimento (DEFLOR, 2006). Algumas de suas características ecológicas, segundo Truong et al apud Almeida (2011), é a tolerância à contaminantes e condições adversas, desde que em ambiente aberto e com incidência de luz solar e livre de ervas daninhas, já que esta não resiste à competição ou sombra. Ainda segundo o autor, existe uma tolerância a variações climáticas, secas prolongadas, inundações, temperaturas extremas e regeneração após geadas e queimadas grande resistência a condições extremas de solo e do ambiente, como por exemplo a alta concentração de metais pesados, acidez ou basicidade e alta salinidade. Sendo assim, essa gramínea apresenta-se como uma boa alternativa para ambientes hostis, como as áreas de atividades minerárias, sobretudo no que tange a questão da estabilização de massas nestes locais.
	
Tabela 1: Características gerais do Capim Vetiver
	Tipo de solo
	Qualquer tipo de solo
	Temperatura
	-9 a 50°C
	Índice de chuva/ Ano
	300 a 3000 mm
	Consorciação
	Com leguminosas
	Adubação
	Fosfatada no plantio
	Profundidade de plantio
	5 a 10 cm
	Hábito de crescimento
	Touceiras
	Tolerância
	A secas, fogo, geadas e alagamentos
	Utilização
	Controle de erosão/ retenção de sedimentos
	Biomassa
	30 a 60 t/ha
	Semeadura
	Curvas de nível e em linha
	Tempo de formação
	60 a 90 dias
Fonte: Adaptado de PEREIRA (2006)
Além de apresentar todas as características descritas na Tabela 1, o Capim Vetiver, segundo TRUONG ET al. (2006), apresenta características ecofisiológicas únicas no mundo, sendo elas: 
Resistência ao fogo, por apresentar a sua coroa abaixo da superfície do solo permanentemente, seprotegendo também do pisoteio animal; 
Capacidade de formar uma barreira vegetal viva e densa, permanentemente, acima do nível do terreno, funcionando como um filtro, retendo sedimentos e reduzindo a energia potencial do escoamento superficial (run off); 
Capacidade de crescer e se desenvolver em diferentes tipos de solo, independente do pH, toxidez, salinidade, resíduos industriais e rejeitos de mineração; 
Capacidade de desenvolver novas raízes quando sua coroa ficar encoberta de sedimentos, crescendo novamente até atingir o novo nível do terreno, e formando terraços naturais; 
Possui baixo custo de implantação e manutenção, não necessita podas periódicas, adubação ou irrigação, devido a sua rusticidade e tolerância à seca, fogo, alagamento, etc; 
Capacidade de não competir com espécies protegidas, devido, principalmente, à profundidade de seu sistema radicular, que apresenta grande geotropismo positivo; 
Não é hospedeira de insetos e fungos, apresentando-se livre de pragas e doenças; 
Possui um sistema radicular penetrante, capaz de suportar entubamentos (túneis) e rachaduras nas estruturas do solo;
Característica de planta xerófica e hidrófica para sobreviver em condições intempéricas, suportando condições extremas de seca e enchentes após o seu estabelecimento; 
Possui colmos eretos e resistentes, de maneira a conter o fluxo de água; 
Boa adaptação a condições extremas, como precipitações de 300 mm a 6.000 mm, temperaturas de -9 °C até 50 °C, e capacidade de suportar grande período de estiagem. 
Esta planta possui em sua estrutura a sílica, responsável pela resistência mecânica. Outras características notáveis são crescimento da parte aérea em até 2 metros e um sistema radicular que pode atingir até 5 metros de profundidade (EMBRAPA, 2011).
Figura 6: Sistema radicular da gramínea Vetiver
Fonte: DEFLOR 2006
Estudos sobre a utilização da gramínea em áreas de mineração são existentes, principalmente quanto a recuperação de solos compostos por rejeitos da mineração de ouro, bauxita e carvão na Austrália e África do Sul, apontando para o êxito na recuperação de solos degradados pelas atividades minerárias. 	Comment by Fabiana: Aqui seria rejeitos ou estéreo?
Figura 7: Plantio de vetiver em área de mineração
Fonte: Pesquisa Documental (2015).
3.8 Colmos
O caule de uma planta possui a função de integrar as raízes com as folhas da planta, sendo responsável por dar sustentação à copa das árvores e transportar a seiva elaborada e bruta produzidas pelas plantas desde as raízes até as folhas. O colmo consiste em um dos diversos tipos de caules existentes, sendo suas características a não ramificação e divisão nítida em gomos, sendo esses ocos, como no bambu, ou cheios como no milho, cana de açúcar e no próprio Vetiver.
Figura 8: Colmo de Vetiver
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
3.9 Seccionamento de colmos
A técnica de seccionamento de colmos consiste na divisão do caule da planta, quando esse possui a fisiologia de colmos, visando a replicação desta planta, gerando assim novos descendentes. O uso dos colmos da planta para a produção de mudas também tem bons resultados, porém o tempo até a muda estar pronta para uso é muito maior, já que as mudas provenientes da separação da touceira podem ser usadas de imediato (TORRÃO 2009). As folhas que recobrem os colmos devem ser retiradas e o corte do colmo deve ser feito em cada um de seus nós, deixando de 5 cm de entrenó para cima e para baixo do nó (TORRÃO 2009). 
As partes cortadas são então plantadas em substrato com areia e matéria orgânica e devem ser irrigadas diariamente 
	Comment by OAB: Corrigir.Fazer um paragrafo antes explicando a figura 9. Fazer outro, explicando a figura 10 e coloca-la só depois.
Figura 9: Colmos de Vetiver seccionados
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
Figura 10: Plantio dos colmos seccionados de Vetiver
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
4 METODOLOGIA
A metodologia de pesquisa adotada no presente trabalho é de natureza aplicada, com abordagem qualitativa e quantitativa. Em relação aos objetivos é do tipo exploratória, e quanto aos procedimentos técnicos, é enquadrada como bibliográfica, documental, experimental, e pesquisa-ação.
 A pesquisa é classificada como aplicada, por gerar conhecimentos a respeito da utilização do capim Vetiver em resíduos de minério de ferro, possibilitando a aplicação desse conhecimento de maneira prática. 
Qualitativa, por se tratar da interpretação de pesquisas já realizadas como embasamento para a realização desta. Quantitativa, pois utiliza-se de informações numéricas em relação ao crescimento do Vetiver, juntamente com suas análises estatísticas, que geram dados numéricos, possibilitando assim posteriores conclusões. 
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, a pesquisa é considerada bibliográfica, pois a sua elaboração foi embasada em material publicado. 	É também enquadrada como pesquisa documental, já que utilizou-se de material não tratado analiticamente, como manuais técnicos. É uma pesquisa experimental porque foi determinado um objeto de estudo, no qual foram realizadas observações e análises. Por fim, é considerada uma pesquisa ação, já que se configura como uma possível solução de um problema coletivo, no caso a recuperação de áreas degradadas principalmente pela mineração e a reutilização de resíduos de minério de ferro.
5 MATERIAIS E MÉTODOS
O desenvolvimento da pesquisa ocorreu com a aquisição de estéril de minério de ferro; a análise desse material em laboratório; construção de uma casa de vegetação, espaço destinado à concretização do trabalho; obtenção de touceiras do capim Vetiver, preparação dos tratamentos químicos e orgânicos; separação dos colmos; plantio; desmonte e medição aérea e radical das amostras; e tratamento estatístico dos dados. 
5.1. Aquisição do estéril de minério de ferro
O resíduo de minério de Ferro utilizado como componente do substrato para a produção das mudas do capim Vetiver foram obtidos por meio de parceria com a Mina do Andrade, propriedade da Arcelor Mittal, e que se localiza no Município de João Monlevade. No total, foram coletados 150kg de estéril de minério de Ferro em quatro pilhas de estéril distintas da unidade. 	Comment by Fabiana: Bela Vista de Minas
5.2. Análise do substrato em laboratório
Após a obtenção do estéril, amostras foram enviadas ao Laboratório de Química da Universidade do Estado de Minas Gerais, onde foram submetidas à análise química, conforme recomendação de EMBRAPA (1999). 	Comment by Fabiana: Levadas para o ...
A fim de determinar a necessidade de correção do substrato, foram realizadas análise granulométrica e medição de pH. A análise granulométrica (Figura 11), de acordo com Dias (2004), consiste na determinação das dimensões das partículas componentes das amostras, seguido do tratamento estatístico dessa informação. O que é preciso fazer, essencialmente, é “determinar as dimensões das partículas individuais e estudar a sua distribuição, quer pelo peso de cada classe dimensional considerada, quer pelo seu volume, quer ainda pelo número de partículas integradas em cada classe”. (DIAS, 2004, p.10). 
Figura 11: Análise granulométrica do estéril 
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
A análise granulométrica do estéril de minério de Ferro também foi realizada no Laboratório de Biologia da FaEnge. Para tanto, foram selecionadas 6 amostras de cada um dos diferentes tipos de estéril cedidosrecipientes sacola contendo estéril que foram cedidos pela empresa Arcelor Mittal de Bela Vista de Minas, sendo que este coletado em quatro pontos distintos, totalizando 24 amostras. Elas foram levadas ao laboratório de Biologia da FaEnge, submetidas à miscigenação e separados em seis blocos. As amostras foram colocadas em bancadas sobre papel toalha para que o excesso de umidade fosse retirado. Após 3 dias de secagem natural, foi realizado feito o peneria 
análise granulométrica e de pH. O pH (potencial dehidrogênio iônico), isto é, a escala que mede o grau de acidez, neutralidade ou alcalinidade de uma solução, foi determinado a partir de um aparelho medidor de pH (popularmente conhecido como ‘’pHmetro’’), propriedade do Laboratório de Química da FaEnge, que consiste em um eletrodo acoplado a um potenciômetro, que é um aparelho medidor de diferença de potencial. O aparelho é calibrado de acordo com os valores referenciados em soluções de calibração. A leitura do aparelho é feita em função da leitura da tensão que o eletrodo gera quando inserido na amostra.
A intensidade da tensão medida é convertida para uma escala de pH. O aparelho faz essa conversão, tendo como uma escala usual de 0 a 14 pH.
O uso do pHmetro é comum em qualquer setor da ciência que trabalhe com soluções aquosas. É utilizado na agricultura, tratamento e purificação da água, fabricação de papel, indústria petroquímica, na produção e desenvolvimento de medicamentos, fabricação de alimentos, entre outros. A medição do pH foi realizada a partir da introdução do eletrodo calibrado em três soluções com amostras do estéril diluídas em água destilada que foram levemente agitadas. Após estabelecido o equilíbrio, foi feita a leitura do pH. Ao final do procedimento, o eletrodo foi lavado com água destilada.
A análise granulométrica (Figura 11), de acordo com Dias (2004), consiste na determinação das dimensões das partículas componentes das amostras, seguido do tratamento estatístico dessa informação. O que é preciso fazer, essencialmente, é “determinar as dimensões das partículas individuais e estudar a sua distribuição, quer pelo peso de cada classe dimensional considerada, quer pelo seu volume, quer ainda pelo número de partículas integradas em cada classe”. (DIAS, 2004.p10). A análise granulométrica do estéril de minério de Ferro também foi realizada no Laboratório de Química da FaEnge. 
Figura 11: Análise granulométrica do estéril 
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
5.3. Aquisição de touceiras de Vetiver
A planta Matriz de Vetiver utilizada no presente estudo foi cedida pela empresa Deflor Bioengenharia Ltda., localizada em Contagem/MG. Foram adquiridas, no total, 2 (duas) touceiras de Vetiver, em Novembro de 2015. Estas foram coletadas e provisoriamente plantadas (Figura 12) no local em que fora construída a casa de vegetação do projeto para que fosse possível o melhor desenvolvimento dos colmos em relação ao diâmetro e altura. 
Figura 12: Touceiras de Vetiver provisoriamente plantadas 
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
5.4 Construção de uma casa de vegetação dedicada ao experimento 
A área utilizada para o desenvolvimento do projeto situa-se no Bairro Areia Preta, em João Monlevade, Minas Gerais. Para a realização do experimento, foi instalada uma casa de vegetação simples, em um espaço de aproximadamente 30m2, utilizando de recursos do CNPq, por meio de bolsa de iniciação científica. Na construção do espaço, foram utilizados 1 tela de sombreamento (sombrite) com malha 50%, 8 caibros de Pinus, e arame galvanizado. Além disso, foi preparado o sistema de drenagem de água da chuva, por meio de valas. A área utilizada pode ser melhor visualizada na figura 3. 
Figura 13: Limpeza da área de desenvolvimento do projeto 	Comment by OAB: idem.
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
 O Vetiver é uma gramínea muito tolerante em condições climáticas extremas, porém é tipicamente intolerante a sombras. (TRUONG ET al. 2006). Entretanto, por se tratar de um viveiro de mudas, optou-se por aplicar uma estrutura parcialmente sombreada. Pode-se, no decorrer do trabalho, realizar um comparativo do desenvolvimento das mudas na ausência de sombreamento. 
5.5 Preparo do substrato
Na ocasião de preparação do substrato, foram produzidos 8 tipos diferentes de tratamentos, com 10 repetições de cada um, que foram homogeneizados com o resíduo sobre uma lona. (Figura 14). Esses foram compostos pelo estéril de minério de Ferro na presença ou ausência de adubo orgânico, na forma de esterco bovino curtido, e na presença ou ausência de adubo químico, na forma de NPK (fertilizante composto por Nitrogênio, Fósforo e Potássio) nas formulações 4 14 8, 10 10 10 e super simples ou superfosfato simples. Esse procedimento foi realizado para avaliar a influência da presença e ausência da adubação orgânica e química sobre o desempenho das mudas de vetiver. 
A Tabela 2 mostra os diferentes tipos de substratos a serem testados (tratamentos).
	Tabela 2: Composição dos substratos testados (Tratamento) no experimento
	Resíduo de Mineração
	Adubação Orgânica
	Adubação química
	
	Tratamento
	
Estéril
	
Com MO*
	NPK (4 14 8)
	
	1
	
	
	NPK (10 10 10)
	
	2
	
	
	Super Simples
	
	3
	
	
	Sem NPK
	
	4
	
	
Sem MO
	NPK (4 14 8)
	
	5
	
	
	NPK (10 10 10)
	
	6
	
	
	Super Simples
	
	7
	
	
	Sem NPK
	
	8 (sem tratamento)
2
* Matéria orgânica
Fonte: Pesquisa Documental (2015)
A quantidade dos adubos a ser aplicada foi definida com base no resultado da análise química do estéril. A proporção empregada foi de 50% de resíduo de mineração, 50% de AO (adubação orgânica), quando utilizado e 50 g de NPK, quando utilizado (seguindo os parâmetros indicados pelo orientador)1. Os substratos foram inseridos em sacos de plantio para mudas de 0,5l. Na homogeneização foram utilizadas colheres, lona, enxadas e balanças de pesagem. (Figura 14). A irrigação será aplicada conforme a demanda das mudas, cujo volume a ser aplicado dependerá das características do substrato e das condições climáticas na ocasião.
Figura 14: Homogeneização do substrato 
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
5.6 Separação dos colmos
Após o tempo necessário para o desenvolvimento dos colmos nas touceiras de Vetiver, estes foram separados e seccionados de 20 em 20 cm (Figura 15 e 16), cujos pedaços (estacas) constituíram o material propagativo. Os colmos da planta foram cortados próximo a base e subdivididos em partes menores, deixando um “nó” íntegro e 5 cm de entrenó, segundo recomendação de EMBRAPA (2011). 
Figuras 15 e16: seccionamento dos colmos 	Comment by OAB: idem
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
5.7 Plantio
Após a separação dos colmos, estes foram plantados nos substratos preparados, em Março de 2016, no total de 80 (8 tratamentos com 10 repetições cada), sendo colocados 2 (dois) colmos por amostra. Os colmos foram inseridos de modo que o “nó” ficasse submerso. (Figura 17). 
Figuras 17: Plantio dos colmos 
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
5.8 Avaliação do comportamento do Vetiver
Ao longo do experimento, após o plantio, até seu desmonte, serão realizadas análises semanalmente para acompanhar o desempenho das mudas do capim Vetiver quanto ao brotamento, crescimento aéreo e eventuais perdas. 
5.9 Coleta e análise dos dados obtidos
Ao final do experimento, será realizado o desmonte das amostras, pretendendo-se fazer as seguintes medições das mudas: massa seca e fresca da parte aérea, e comprimento, volume e massa fresca e seca do sistema radicular. Os sacos de plantio serão abertos e a parte radicular será submetida a um jateamento de água para a retirada do substrato. Após esse procedimento, os comprimentos serão medidos com fita métrica enquanto para as pesagens será usada balança. Depois disso, as amostras serão submetidas a estufa para que sejam também realizadas medição e pesagem da massa seca. Posteriormente será feita a análise estatística dos dados. 	Comment by Fabiana: realizada
 REFERENCIAL TEÓRICO
 
A seguir serão apresentados conceitos que nortearão o presente trabalho.
2
.1 Mineração
A mineração consiste em atividade de importante relevância para a sociedade, a ponto de Hartman e Mutmansky (2002) relatarem o seu surgimento há mais de 450 mil anos. Oriunda do latim medieval -mineralis-, a mineração consiste, segundo Amaral e Filho (DNPM/Pe), em conjunto de técnicas para a extração de minerais existentes nas rochase/ou solo.
A extração de minérios, pode ser resumida na atividade de retirada de material da lavra, que consiste em conjunto de técnicas para aproveitamento de jazida e o beneficiamento do material extraído. Ainda na fase de lavra realiza-se a separação do material que segue para o beneficiamento, sendo o material não aproveitado, denominado estéril, encaminhado para armazenamento em pilhas. O material que segue para beneficiamento será submetido a processos de classificação granulométrica e, quando necessário, processos de concentração (aumento do teor de minério no material beneficiado). Na usina de beneficiamento produz-se dois tipos de materiais, o concentrado, que consiste no minério de ferro beneficiado, e o rejeito, material economicamente não aproveitado. O processo pode ser mais bem compreendido na Figura 1.
Figura 1: Fluxograma do Processo minerário
Fonte: Sampaio e Penna (2001).
A mineração possui importante espectro para a sociedade no decorrer dos anos, sobretudo quanto à economia, como defendido por Agrícola em 1556, em seu livro, De Re Metallica, que ressaltou a importância dos metais no contexto de sua época, na qual os metais eram itens de suma necessidade para o desenvolvimento da sociedade. Atualmente, a mineração está entre as principais atividades econômicas do nosso país (VALE, 2016) sendo que o setor, em 2013, apresentou superávit de US$ 27,4 bilhões, chegando a 23,5% das exportações brasileiras, correspondendo, assim, à cifra de US$: 85 bilhões ou aproximadamente 4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro (Ministério de Minas e Energia), reforçando assim a importância do setor para o País.
 2.2 Minério de ferro
O termo minério pode ser definido segundo Curi (2014) como assembleia de um ou mais minerais ou rochas, que podem ser trabalhadas comercialmente, desde que existam condições favoráveis para tanto, como a topografia local e economia, possibilitando a extração de um ou mais metais.
O minério de ferro, que em 2014 teve 400.000.000 toneladas explotadas (IBRAM, 2015), consiste em um dos elementos mais abundantes da natureza, apresentando-se em diversas formas, dentre as quais podemos citar a hematita (Fe2O3), ilustrada na Figura 2, e a magnetita (Fe3O4), pertencentes à classe de óxidos, que hoje são explotadas de forma economicamente viável segundo Junior e Takehara (2013). 
Figura 2: Hematita
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
A utilização do minério de ferro se dá, sobretudo, na siderurgia, sendo esse a matéria prima para a produção do aço, material fundamental para o desenvolvimento da indústria e sociedade.
2
.3 Termos semelhantes na mineração
Dentro das atividades minerárias, existem alguns termos que, por terem grafias ou características muito similares podem ser confundidos. Os tópicos a seguir fazem a abordagem de alguns deles, visando maior entendimento do trabalho apresentado.
2.3.1 Exploração X explotação
Quando se fala em mineração, existem dois termos que se assemelham: exploração e explotação. O primeiro, de acordo com Curi (2014), consiste na aplicação sistemática dos trabalhos necessários ao conhecimento geológico pormenorizado das ocorrências minerais já descobertas, ou seja, a fase que fará o estudo do local onde pretende-se instalar uma atividade minerária.
A explotação, já faz jus à parte de lavra de mina, em que ainda segundo Curi (2014), consiste na aplicação sistemática dos trabalhos necessários ao aproveitamento econômico da jazida.
2.3.2 Rejeito x estéril
Termos que também podem ser confundidos na área minerária são os conceitos de rejeito e estéril. Estéril é definido como minério com pouco ou nenhum mineral útil, solo ou rocha em que o minério está ausente ou presente em teores muito baixos para ser aproveitado economicamente. Refere-se, também, aos acompanhantes de minério, que não tem aplicação econômica (Freire, 2001). Já o rejeito consiste no material dos processos extrativos da mineração, que não são aproveitados economicamente, após passarem pelos processos de beneficiamento. Na Figura 3 observa-se pilha de estéril com o plantio do Vetiver.
Figura 3 - Pilha de estéril com plantio de Vetiver
Fonte: Santi et al. (2015).
Diferentemente do estéril, que é armazenado na forma de pilhas, os rejeitos são, comumente, dispostos em barragens.
2.4 Impactos ambientais oriundos da mineração
A definição de impacto ambiental nos é dada pela resolução CONAMA 01/86, em seu artigo 1°, no qual temos que:
Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I - A saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - As atividades sociais e econômicas;
III - A biota;
IV - As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - A qualidade dos recursos ambientais. (BRASIL, 1986).
Embasado nesse conhecimento, é inegável que a atividade minerária é potencial fonte de impactos ambientais, pois, para sua realização, a movimentação de matérias e solos, a modificação topográfica de áreas exploradas, e a alteração de lençóis d’água, quando presentes, tornam-se inevitáveis, gerando assim, impacto significativo na biota existente no local, com a alteração e quebra das cadeias ecológicas existentes, supressão de cobertura vegetal, remoção de solo superficial e modificação do habitat natural de espécies locais, bem como na circunvizinhança do empreendimento, através do incômodo sonoro gerado pela movimentação de máquinas, processos e beneficiamento, alteração na qualidade e quantidade de água disponível no lençol freático e a emissão de particulados dispersos na atmosfera. No decorrer do processo de explotação (aproveitamento comercial de jazida), na lavra de mineração, existem dois principais resíduos gerados no processo, sendo eles o estéril e o rejeito. Destaca-se o fato de que ambos os resíduos são causadores de degradação ambiental (VIEIRA, 2009), pois em sua composição podem existir metais pesados, contaminantes, além da própria característica dos materiais, sendo potenciais assoreadores de cursos hídricos quando carreados.
Entre as principais alterações nas paisagens e os impactos gerados pela mineração, segundo Pena no site Mundo educação (acesso em maio, 2016), destacam-se: a) 
remoção da vegetação onde ocorre a extração; b) sedimentação, 
poluição e contaminação dos corpos hídricos (superficiais e subterrâneos); c) contaminação dos solos por elementos tóxicos; d) aumento do processo erosivos; e) poluição sonora no entorno das instalações; f) poluição do ar a partir da queima ao ar livre de mercúrio; g) mortandade de peixes em áreas de rios poluídos por elementos químicos provenientes da mineração; h) evasão forçada de animais silvestres previamente existentes na área de extração mineral. 
2.5 A bioengenharia 
	
A bioengenharia consiste em área científica que busca a mescla de conhecimentos de áreas distintas em busca de novas soluções. Um bom exemplo é a bioengenharia de solos, que mescla conceitos da biologia, sobretudo da botânica, para a recuperação e estabilização de solos em obras de engenharia (Figura 4), visando o controle de processos erosivos, e escoamento superficial (MASTALLA, 2012).
Figura 4: Pilha de estéril com aplicação de Vetiver
Fonte: Santi et al. (2015).
Dentre as diversas técnicas de bioengenharia de solos, a utilização de gramíneas e/ou leguminosas é comum na revegetação de taludes, graças ao impedimento da ação direta da chuva sobre o solo, prevenindo o carreamento de partículas, aumentando o tempo de absorção de água pelo solo, o que pode prevenir rupturas deste. Além disso, sua capacidade de crescimento e estabelecimento é rápida quando comparada a outras plantas (SOUZA, 1997 apud MANHAGO, 2008).
2.6 A gramínea Vetiver (Chrysopogon zizanioides)
	A gramínea Chrysopogon zizanioides (Figura 5), planta originária do continenteasiático, popularmente conhecida por Vetiver, pertencente ao Reino Plantae; Divisão Magnoliophyta; Classe Liliopsida; Ordem Poales; Família Poaceae (ant. Gramineae); Subfamília Panicoideae; Tribo: Andropogoneae; Gênero: Vetiveria; Espécie: Vetiveria zizanioides (L.).; Sinonímia Chrysopogon zizanioides (L.) Roberty, possui características fisiomorfológicas únicas (TRUONG, 1999), como resistência física contra alastramento de incêndios, pH’s adversos, controle erosivo e redução do coeficiente de run off (redução da energia potencial de escoamento superficial). 
 
Figura 5: Capim Vetiver
 
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
O Vetiver tem sido utilizado em larga escala no controle de processos erosivos e contenção de sedimentos (GREENFIELD, 1989 apud TRUONG, 1999), como pode ser visto na Figura 6, sendo ainda destacável sua utilização na recuperação de solos contaminados; nas fases iniciais dos processos de recuperação florestal; no tratamento de água com a redução dos valores de fosfato e nitrato; em construções, como quebra vento; na indústria de cosméticos como perfume e em artesanato, e na confecção de cestas. (L’USAID, 2010). 
Figura 6: Ação do Vetiver em contenção de solos
Fonte: Registro digital Verdetec (acesso em maio, 2016)..
Uma das características ecológicas do Vetiver, segundo Truong (2006) et al apud Almeida (2011), é a tolerância a contaminantes e condições adversas, desde que em ambiente aberto e com incidência de luz solar e livre de ervas daninhas. Ainda segundo o autor, existe tolerância a variações climáticas, secas prolongadas, inundações, temperaturas extremas e regeneração após geadas e queimadas grande resistência a condições extremas de solo e do ambiente, como por exemplo, a alta concentração de metais pesados, acidez ou basicidade e alta salinidade. Sendo assim, essa gramínea apresenta-se como boa alternativa para ambientes hostis, como as áreas de atividades minerárias, sobretudo no que tange a questão da estabilização de massas nestes locais. As características citadas do Capim Vetiver podem ser mais bem observadas na Tabela 1.
	Tabela 1: Características gerais do Capim Vetiver
	Tipo de solo
	Qualquer tipo de solo
	Temperatura
	-9 a 50°C
	Índice de chuva/ Ano
	300 a 3000 mm
	Consorciação
	Com leguminosas
	Adubação
	Fosfatada no plantio
	Profundidade de plantio
	5 a 10 cm
	Hábito de crescimento
	Touceiras
	Tolerância
	A secas, fogo, geadas e alagamentos
	Utilização
	Controle de erosão e retenção de sedimentos
	Biomassa
	30 a 60 t/ha
	Semeadura
	Curvas de nível e em linha
	Tempo de formação
	60 a 90 dias
Fonte: PEREIRA (2006).
Além de apresentar todas as características descritas na Tabela 1, o Capim Vetiver, segundo Truong et al. (2006), apresenta características ecofisiológicas únicas no mundo, sendo elas: 
a) Resistência ao fogo e pisoteio animal por possuir coroa abaixo da superfície do solo; b) capacidade de compor barreira vegetal densa e perene, a qual retém sedimentos e reduz o run off; c) resistência a diferentes tipos de solo, independente do pH, toxidez, salinidade, resíduos industriais e rejeitos de mineração; d) possui baixo custo de implantação e manutenção; e) alta tolerância à seca, fogo, alagamento e diversas faixas de temperatura; f) não é hospedeira de insetos e fungos; g) possui um sistema radicular penetrante, de modo a ser capaz de suportar rachaduras nas estruturas do solo; h) possui colmos eretos e resistentes, de maneira a conter o fluxo de água.
Esta planta possui em sua estrutura a sílica, responsável pela resistência mecânica. Outras características notáveis são crescimento da parte aérea (Figura 7) em até 2 metros e de sistema radicular que pode atingir até 5 metros de profundidade (DEFLOR, 2006).
Figura 7: Sistema radicular da gramínea Vetiver
Fonte: Deflor, 2006.
Na Figura 8, observa-se o plantio de Vetiver em pilha de rejeito de minério de ferro.
Figura 8: Plantio de Vetiver em área de mineração
Fonte: Santi et al. (2015).
Estudos sobre a utilização da gramínea em áreas de mineração são existentes, principalmente quanto à recuperação de solos compostos por estéreis e rejeitos da mineração de ouro, bauxita e carvão na Austrália e África do Sul, apontando para o êxito na recuperação de solos degradados pelas atividades minerárias.
2.7 Seccionamento de colmos
O caule das plantas possui a função de integrar as raízes com as folhas da planta, sendo responsável por dar sustentação à copa das árvores e transportar a seiva elaborada e bruta produzidas pelas plantas desde as raízes até as folhas. O colmo consiste em um dos diversos tipos de caules existentes, sendo suas características a não ramificação e divisão nítida em gomos, podendo estes serem ocos, como no bambu, ou cheios como no milho, cana de açúcar e no próprio Vetiver. Busca-se através do seccionamento de colmos o desenvolvimento de perfilhos, (Figura 9) brotos idênticos ao colmo, com a capacidade de formar seu próprio sistema radicular, propiciando assim a geração de novas mudas.
Figura 9: Colmo de Vetiver com perfilho em destaque
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
A técnica de seccionamento de colmos consiste na divisão do caule da planta, quando esse possui a fisiologia de colmos, visando a replicação desta planta, gerando assim novos descendentes. O uso dos colmos da planta para a produção de mudas também tem bons resultados, porém o tempo até a muda estar pronta para uso é muito maior, já que as mudas provenientes da separação da touceira podem ser usadas de imediato (TORRÃO, 2009). As folhas que recobrem os colmos devem ser retiradas e o corte do colmo deve ser feito em cada um de seus nós, como visto na Figura 10, deixando 5 cm de entrenó para cima e para baixo do nó (TORRÃO, 2009). 
Figura 10: Colmos de Vetiver seccionados
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
Segundo Andrade e Chaves (2013), para melhor desempenho na produção de mudas de Vetiver, deve-se plantar os colmos em substrato composto por 50% de areia esterilizada e 50 % de matéria orgânica (Figura 11) que devem ser irrigadas diariamente a fim de melhorar o desenvolvimento de raízes e após a emissão dos primeiros brotos e raízes, podem ser transplantadas para sacos plásticos ou direto para o campo.
Figura 11: Plantio dos colmos seccionados de Vetiver em areia e matéria orgânica
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
Ainda, de acordo com Abraão et al (2015), se comparado o desenvolvimento do Vetiver em solo argiloso e arenoso, os melhores resultados, em relação ao comprimento da parte aérea (Gráfico 1) foram obtidos no solo arenoso.
Gráfico 1 – Altura da parte aérea por planta de Vetiver nos solos de textura arenosa e argilosa em diferentes períodos de avaliação.
 
Fonte: Abraão et al (2015)
Ainda nessa pesquisa, o maior número de perfilho do Vetiver (Gráfico 2), foi obtido no solo arenoso. 
Gráfico 2: Gráfico de regressão e correlação linear entre o número de perfilhos do Vetiver em solo arenoso e argiloso e o tempo de avaliação (dias).
 
Fonte: Abraão et al (2015)
Além disso, em caso de utilização de viveiros, deverá apresentar sombreamento em torno de 50% e, em casos de seca, receber irrigação diária.	Comment by Coord Amb: Percentual de sombra
3 METODOLOGIA
A metodologia de pesquisa adotada no presente trabalho é de natureza aplicada, com abordagem qualitativa e quantitativa. Em relação aos objetivos é do tipo exploratóriatipo exploratório, e quanto aos procedimentos técnicos, é enquadrada como bibliográfica, documental e experimental, e pesquisa-ação..
 A pesquisa é classificada como aplicada, por gerar conhecimentos a respeito da utilização do capim Vetiver em resíduos de minério de ferro, possibilitando a aplicação desse conhecimento de maneira prática, no caso, na recuperação de áreas degradadas principalmente pela mineração e a reutilização deresíduos de minério de ferro.
. 
Qualitativa, por se tratar da interpretação de pesquisas já realizadas como embasamento para a realização desta. Quantitativa, pois se utiliza de informações numéricas em relação ao crescimento do Vetiver, juntamente com suas análises estatísticas, que geram dados numéricos, possibilitando assim posteriores conclusões. 
A pesquisa é considerada exploratória quanto aos objetivos por se tratar de tema pouco explorado portanto, portanto é preciso que haja processo de sondagem o que permite o aprimoramento de ideias e, posteriormente a construção de hipóteses. 
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, a pesquisa é considerada bibliográfica, pois a sua elaboração foi embasada em material publicado. T ambém enquadrada como pesquisa documental, já que se utilizou de material não tratado analiticamente, como manuais técnicos. E por fim, é considerada É uma pesquisa experimental porque foi determinado objeto de estudo, no qual foram realizadas observações e análises. Por fim, é considerada uma pesquisa ação, já que se configura como uma possível solução de um problema coletivo, no caso a recuperação de áreas degradadas principalmente pela mineração e a reutilização de resíduos de minério de ferro.
4 MATERIAIS E MÉTODOS
O desenvolvimento da pesquisa ocorreu com a aquisição de estéril de minério de ferro; a análise desse material em laboratório; construção de casa de vegetação, espaço destinado à concretização do trabalho; obtenção de touceiras do capim Vetiver; preparação dos tratamentos químicos e orgânicos; separação dos colmos; plantio; desmonte e medição aérea e radicular das amostras; e tratamento estatístico dos dados. 
4.1. Aquisição do estéril de minério de ferro
O resíduo de minério de ferro utilizado como componente do substrato para a produção das mudas do capim Vetiver foi obtido por meio de parceria com a Mina do Andrade, propriedade da Arcelor Mittal, e que se localiza no Município de Bela Vista de Minas. No total, foram coletados 150kg de estéril de minério de ferro em quatro pilhas de estéril distintas da unidade. 
4.
2. Análise do substrato em laboratório
Após a obtenção do estéril, amostras foram levadas ao Laboratório de Biologia da Universidade do Estado de Minas Gerais, unidade João Monlevade, onde foram submetidas à análise de pH, conforme recomendação de EMBRAPA (1997). 
A fim de determinar a necessidade de correção do substrato, foram realizadas análise granulométrica e medição de pH. A análise granulométrica (Figura 12), de acordo com Dias (2004), consiste na determinação das dimensões das partículas componentes das amostras, seguido do tratamento estatístico dessa informação. O que é preciso fazer, essencialmente, é “determinar as dimensões das partículas individuais e estudar a sua distribuição, quer pelo peso de cada classe dimensional considerada, quer pelo seu volume, quer ainda pelo número de partículas integradas em cada classe”. (DIAS, 2004, p.10). 
Figura 12: Análise granulométrica do estéril 
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
A análise granulométrica do estéril de minério de ferro foi realizada no Laboratório de Biologia da UEMG, Unidade de João Monlevade. Para tanto, foram coletadas 6 amostras de cada um dos diferentes tipos de estéril cedidos pela empresa Arcelor Mittal de Bela Vista de Minas, sendo que esse foi coletado em quatro pontos distintos da mina, totalizando 24 amostras. Estas foram levadas ao laboratório de Biologia da UEMG, unidade de João Monlevade, submetidas à homogeneização e separadas em seis blocos. As amostras foram colocadas em bancadas sobre papel toalha para que o excesso de umidade fosse retirado. Após 3 dias de secagem natural, foi efetivado o peneiramento individual de cada bloco, utilizando peneira de 2mm. Após a análise granulométrica foi realizada a medição de pH.
O pH (potencial de hidrogêniônico), isto é, a escala que mede o grau de acidez, neutralidade ou alcalinidade de uma solução, foi determinado a partir de aparelho medidor de pH (popularmente conhecido como ‘’pHmetro’’), propriedade do Laboratório de Biologia da UEMG, unidade de João Monlevade, que consiste em eletrodo acoplado a potenciômetro, que é aparelho medidor de diferença de potencial. O aparelho é calibrado de acordo com os valores referenciados em soluções de calibração. A leitura do aparelho é feita em função da leitura da tensão que o eletrodo gera quando é submerso na amostra. O valor da tensão é convertido em escala de pH que varia de 0 a 14, sendo que quando o valor obtido é inferior a 7, a substância analisada possui caráter ácido, já quando esse valor é superior a 7, tem-se caráter básico. A medição do pH foi realizada a partir da introdução do eletrodo calibrado em três soluções com amostras do estéril diluídas em água destilada que foram levemente agitadas. Após estabelecido o equilíbrio, foi feita a leitura do pH. Ao final do procedimento, o eletrodo foi lavado com água destilada. (EMBRAPA, 1997).
4.3. Aquisição de touceiras de Vetiver
A planta matriz de Vetiver utilizada no presente estudo foi cedida pela empresa Deflor Bioengenharia Ltda., localizada em Contagem/MG. Foram adquiridas, no total, 2 (duas) touceiras de Vetiver, em Novembro de 2015. Estas foram coletadas e provisoriamente plantadas (Figura 13) no local em que fora construída a casa de vegetação do projeto para que fosse possível o melhor desenvolvimento dos colmos em relação ao diâmetro e altura. 
Figura 13: Touceiras de Vetiver provisoriamente plantadas
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
Após 3 (três) meses do plantio, os colmos obtiveram desenvolvimento necessário para a realização do experimento. 
4.4 Construção de casa de vegetação dedicada ao experimento 
A área utilizada para o desenvolvimento do projeto situa-se no Bairro Areia Preta, em João Monlevade, Minas Gerais. Para a realização do experimento, foi instalada casa de vegetação simples, em área de aproximadamente 30m2, utilizando de recursos do CNPq, por meio de bolsa de iniciação científica. Na construção do espaço, foram utilizados 1 tela de sombreamento (sombrite) com malha 50%, 8 caibros de Pinus, e arame galvanizado. Além disso, foi preparado o sistema de drenagem de água da chuva, por meio de valas. A área utilizada pode ser mais bem visualizada na Figura 14. 
Figura 14: Limpeza da área de desenvolvimento do projeto 
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
 O Vetiver é uma gramínea muito tolerante em condições climáticas extremas, porém é tipicamente intolerante a sombras. (TRUONG et al. 2006). Entretanto, por se tratar de viveiro de mudas, optou-se por aplicar estrutura parcialmente sombreada. 
4
.5 Preparo do substrato
Na ocasião de preparação do substrato, foram produzidos 8 tipos diferentes de tratamentos, com 10 repetições de cada um, que foram homogeneizados com o resíduo sobre uma lona (Figura 15). Na homogeneização foram utilizadas colheres, lona, enxadas e balanças de pesagem. 
Figura 15: Homogeneização do substrato 
Fonte: Pesquisa Documental (2016).
Os substratos foram compostos pelo estéril de minério de ferro na presença ou ausência de adubo orgânico, na forma de esterco bovino curtido, e na presença ou ausência de adubo químico, na forma de NPK (fertilizante composto por Nitrogênio, Fósforo e Potássio) nas formulações 4-14-8, 10-10-10 e super simples ou superfosfato simples, escolhidas afim de análise de viabilidade. O NPK 4-14-8 fornece 4% de nitrogênio, 14% de fósforo e 8% de potássio, 10-10-10 provê os três elementos de maneira proporcional, enquanto o superfosfato simples oferece 18% de fósforo, 16% de cálcio e 8% de enxofre (EMBRAPA, 1997). Esse procedimento foi realizado para avaliar a influência da presença e ausência da adubação orgânica e química sobre o desempenho das mudas de Vetiver. A Tabela 2 mostra os diferentes tipos de substratos que foram testados. 
	Tabela 2: Composição dos substratos testados (Tratamento) no experimento
	Resíduo de Mineração
	Adubação

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