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207-Processo-Civil-Resumo-da-Aula-09-110714

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Processo Civil 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Sumário 
1. Respostas do Réu .................................................................................................... 2 
1.1 Termo Inicial do Prazo ...................................................................................... 4 
1.2 Contestação ...................................................................................................... 6 
1.2.1 Matérias alegáveis na contestação ............................................................. 8 
1.2.1.1 Questões Prévias .................................................................................... 8 
1.2.1.2 Questões de Mérito .............................................................................. 10 
 
 
 
Processo Civil 
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1. Respostas do Réu 
O artigo 297, CPC traz um rol exemplificativo de tipos de resposta do réu, mas para 
além das modalidades trazidas por este dispositivo há, ainda: contestação (artigo 300, CPC), 
reconvenção (artigo 315, CPC), exceções rituais ou instrumentais (pelas quais se alega 
incompetência relativa, impedimento e suspeição), impugnação ao valor da causa (artigo 
261, CPC), impugnação à concessão de gratuidade de justiça deferida à parte contrária (Lei 
nº 1.060/50), ação declaratória incidental (artigo 5º e 325, CPC), arguição de falsidade 
documental (artigo 390, CPC), intervenções de terceiros (artigo 77, 62 e 70, CPC) e etc. 
Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de 15 (quinze) dias, em petição escrita, dirigida 
ao juiz da causa, contestação, exceção e reconvenção. 
 
Art. 300. Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as 
razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as 
provas que pretende produzir. 
 
Art. 315. O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção 
seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. 
Parágrafo único. Não pode o réu, em seu próprio nome, reconvir ao autor, quando este 
demandar em nome de outrem. 
 
Art. 261. O réu poderá impugnar, no prazo da contestação, o valor atribuído à causa 
pelo autor. A impugnação será autuada em apenso, ouvindo-se o autor no prazo de 5 
(cinco) dias. Em seguida o juiz, sem suspender o processo, servindo-se, quando 
necessário, do auxílio de perito, determinará, no prazo de 10 (dez) dias, o valor da causa. 
 
Parágrafo único. Não havendo impugnação, presume-se aceito o valor atribuído à causa 
na petição inicial. 
 
Art. 5º Se, no curso do processo, se tornar litigiosa relação jurídica de cuja existência ou 
inexistência depender o julgamento da lide, qualquer das partes poderá requerer que o 
juiz a declare por sentença. 
 
Art. 325. Contestando o réu o direito que constitui fundamento do pedido, o autor 
poderá requerer, no prazo de 10 (dez) dias, que sobre ele o juiz profira sentença 
incidente, se da declaração da existência ou da inexistência do direito depender, no todo 
ou em parte, o julgamento da lide (art. 5º). 
 
Art. 390. O incidente de falsidade tem lugar em qualquer tempo e grau de jurisdição, 
incumbindo à parte, contra quem foi produzido o documento, suscitá-lo na contestação 
ou no prazo de 10 (dez) dias, contados da intimação da sua juntada aos autos. 
 
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Art. 77. É admissível o chamamento ao processo: 
I - do devedor, na ação em que o fiador for réu; 
II - dos outros fiadores, quando para a ação for citado apenas um deles; 
III - de todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, 
parcial ou totalmente, a dívida comum. 
 
Art. 62. Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome 
próprio, deverá nomear à autoria o proprietário ou o possuidor. 
 
Art. 70. A denunciação da lide é obrigatória: 
I - ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi transferido à 
parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evicção Ihe resulta; 
II - ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por força de obrigação ou direito, 
em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício, do locatário, o réu, citado em 
nome próprio, exerça a posse direta da coisa demandada; 
III - àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação 
regressiva, o prejuízo do que perder a demanda. 
Observação1: tradicionalmente, chama-se a resposta de ‘exceção’ (lato sensu) como, 
por exemplo, exceção de reconvenção, exceção de contestação, que se difere das exceções 
rituais ou instrumentais. Alexandre Câmara se utiliza muito dessa expressão. 
Observação2: no novo CPC, a proposta é aplicar a concentração máxima das defesas, 
ressalvado o impedimento e a suspeição, pois são incidentes da competência de um 
Tribunal, não do magistrado da causa, pelo que deve ocorrer em autos apartados. 
Observação3: chama-se de respostas do réu, no entanto não é o termo técnico, pois 
algumas destas podem ser apresentadas também pelo Autor. Por exemplo, exceção de 
impedimento e suspeição, impugnação à justiça gratuita, ação declaratória incidental. 
Observação4: o artigo 297 fala que o prazo de resposta é de 15 dias, contudo assim 
só é no rito comum ordinário. Mudando de rito, altera-se essa regra. Rito sumário, na 
audiência do artigo 277, CPC. Rito sumaríssimo, na AIJ. Processo cautelar, em 5 dias (artigo 
802, CPC). 
Art. 277. O juiz designará a audiência de conciliação a ser realizada no prazo de trinta 
dias, citando-se o réu com a antecedência mínima de dez dias e sob advertência prevista 
no § 2º deste artigo, determinando o comparecimento das partes. Sendo ré a Fazenda 
Pública, os prazos contar-se-ão em dobro. 
 
Art. 802. O requerido será citado, qualquer que seja o procedimento cautelar, para, no 
prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido, indicando as provas que pretende produzir. 
 
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Observação5: há partes que têm prazo diferenciado como, por exemplo, Fazenda 
Pública e Ministério Público, que têm prazo em quádruplo pra contestar e em dobro para 
recorrer (artigo 188, CPC). Bem como litisconsortes com advogados diferentes, que têm 
prazo em dobro (artigo 191, CPC). 
Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer 
quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público. 
 
Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados 
em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos. 
 Existe cumulação dessas prerrogativas de prazo? 
Exemplo: supondo que ‘A’ ajuíze ação contra o Estado (Fazenda Pública) e um 
litisconsorte (banco privado). O Estado terá prazo em quádruplo paracontestar, por meio do 
seu PGE (artigo 188, CPC). Já o banco terá o seu advogado particular, pelo que se trata de 
caso de litisconsortes com advogados diferentes. Assim, o banco privado terá prazo em 
dobro. Não se confundir achando que ambos terão prazos em quádruplo. 
 Muda alguma coisa no caso de não se tratar de rito comum ordinário? 
Exemplo: supondo que se trate de acidente de trânsito, que é ação que tramita pelo 
rito sumário, caso em que o prazo para resposta é na audiência. Assim, não se aplicam as 
prerrogativas do prazo, devendo todos os réus contestar na audiência do artigo 277 do CPC. 
Dessa forma é toda vez que não se tratar de rito ordinário, não se aplicando as 
prerrogativas. 
1.1 Termo Inicial do Prazo 
O prazo começará a contar da juntada aos autos do AR – carta registrada com aviso 
de recebimento é obrigatório, súmula 429 do STJ - já que a regra é que a citação seja postal 
(artigo 241, CPC). Quem deve assinar o AR é o citando, pessoalmente, salvo no caso de se 
tratar de pessoa jurídica, quando qualquer preposto pode fazê-lo (artigo 215, CPC). 
Súmula 249 do STJ 
A citação postal, quando autorizada por lei, exige o aviso de recebimento. 
 
Art. 215 Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao 
procurador legalmente autorizado. 
(i) Litisconsórcio: toda vez que há litisconsórcio o prazo de resposta começa quando 
da juntada aos autos do último mandado de citação ou do aviso de recebimento (artigo 241, 
III, CPC). 
 
 
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Art. 241. Começa a correr o prazo: 
III - quando houver vários réus, da data de juntada aos autos do último aviso de 
recebimento ou mandado citatório cumprido; 
Observação: a regra acima não se aplica nos embargos do executado, pois é regra do 
processo de conhecimento. Para os embargos do executado há regra específica (artigo 738, 
parágrafo 1º, CPC). 
Art. 738. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contados da data 
da juntada aos autos do mandado de citação. 
 
§ 1º Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar 
conta-se a partir da juntada do respectivo mandado citatório, salvo tratando-se de 
cônjuges. 
Exemplo: ‘C’ ajuíza ação contra os dois devedores ‘A e B’, com base em título 
executivo extrajudicial, uma execução extrajudicial. Nesse caso, o prazo para embargos do 
executado não seguirá a regra, isto é, não começará a contar da juntada do último mandado 
de citação aos autos. Aqui, da juntada de cada mandado contará o prazo para aquele 
executado que foi citado. Salvo se o litisconsórcio for entre cônjuges, quando somente 
começará o prazo da juntada do último mandado. 
(ii) Citação por edital: o prazo para resposta quando do término do prazo assinalado 
pelo magistrado (artigo 241, V, CPC). 
Art. 241. Começa a correr o prazo: 
V - quando a citação for por edital, finda a dilação assinada pelo juiz. 
Exemplo: no prazo de 15 dias, acontecerão, pelo menos, 1 citação publicada no 
Diário Oficial e, no mínimo, 2 nos jornais locais. O juiz, a contar da primeira publicação, 
assinalará um prazo, de 20 a 60 dias, para ver se o réu comparece ao processo (esse não é o 
prazo de resposta). Terminado esse prazo, começa o prazo de 15 dias para resposta. 
(iii) Citação eletrônica: para qualquer processo eletrônico exige-se 
certificação/assinatura digital, que não é assinatura digitalizada e torna a petição apócrifa 
(ato processual inexistente) e cadastro exigido pelo tribunal (Lei 11.419/06). 
O mandado de citação fica disponível no site do tribunal. E o prazo de resposta 
começa do dia que a publicação é acessada no site. E, concomitantemente à 
disponibilização, começará a fluir um prazo de 10 dias corridos. Se nesse prazo não houver 
acesso à publicação, considera-se citado, começando a correr o prazo de resposta. 
Exemplo: disponibilização da decisão na segunda-feira (pode acessar desde esse 
primeiro dia até 10 dias depois). 10 dias depois, se não houver acesso, o prazo se inicia no 
primeiro dia útil subsequente. 
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Observação: disponibilizou na sexta: o primeiro dia dos 10 dias para consultar, 
facultativamente, a decisão é no sábado. Dias corridos!!! 
- a citação eletrônica é pessoal (real) para todos os efeitos legais. Não é ficta, 
modalidade onde só se enquadram a citação por edital e por hora certa. 
1.2 Contestação 
Há dois princípios, majoritariamente, que regem/determinam a contestação: 
(i) Princípio da Concentração ou Eventualidade (artigo 300, CPC): o réu está 
obrigado a trazer na sua contestação toda a matéria de defesa. Ainda que as 
teses de defesa apresentadas se mostrem incompatíveis entre si, sob pena de 
preclusão consumativa. Não se permite a emenda à contestação no rito 
ordinário. 
 Art. 300. Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as 
razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as 
provas que pretende produzir. 
(i) Princípio da Impugnação Específica dos Fatos (artigo 302, CPC): cabe ao réu 
impugnar fato a fato o que foi alegado em petição inicial. Fato não impugnado 
é tido como incontroverso, sobre o qual há presunção relativa de veracidade, 
e contra ele não se produz provas, podendo, inclusive, gerar o julgamento 
antecipado da lide (artigo 334, e 330, I, do CPC). 
 
Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na 
petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo: 
I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão; 
II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei 
considerar da substância do ato; 
III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. 
Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não 
se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público. 
 
Art. 334. Não dependem de prova os fatos: 
III - admitidos, no processo, como incontroversos; 
 
Art. 330. O juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença: 
I - quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, 
não houver necessidade de produzir prova em audiência; 
 
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Exceções: 
- ao princípio da concentração ou eventualidade (artigo 303, CPC): hipóteses em que 
a defesa pode ser trazida após a contestação, no caso das matérias de ordem pública, que 
são aquelas que não precluem, e que o juiz pode conhecer de ofício e a qualquer tempo. 
Exemplo: prescrição, incompetência absoluta, litispendência, perempção, coisa 
julgada etc. 
 Ou ainda, matérias decorrentes de fatos supervenientes. 
Exemplo: pagamento posterior da dívida, novação etc. 
Art. 303. Depois da contestação, só é lícito deduzir novas alegações quando: 
I - relativas a direito superveniente; 
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; 
III- por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo. 
- ao princípio da impugnação específica (artigo 302, parágrafo único, CPC): 
contestação por negativa geral. 
A contestação por negativa geral somente pode ser realizada por algumas pessoas, 
que detêm essa prorrogativa processual conferida pela lei: advogado dativo, membro do 
Ministério Público e curador especial (que é nomeado toda vez que existe revelia em citação 
ficta, trata-se de garantia do contraditório. Veja que, tecnicamente, não há revelia, mas 
contumácia, como chamado pela doutrina, já que o curador especial vai apresentar 
contestação, que pode ser por negativa geral). 
A contumácia acontece quando o réu deveria praticar um ato processual, mas não o 
fez. É gênero, já revelia é espécie. 
Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na 
petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo: 
Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não 
se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público. 
 A Fazenda Pública também está abarcada pela exceção do artigo 302, caput, do CPC, 
ou seja, tem o ônus de contestar especificamente os fatos? 
R: a regra é que a Fazenda Pública tem o ônus da impugnação específica dos fatos, 
não podendo contestar genericamente. 
 Mas se a Fazenda Pública deixa de contestar o juiz pode considerar a veracidade 
relativa dos fatos alegados na inicial? Se, por exemplo, apresentar contestação de 
negativa geral? 
R: para a jurisprudência não se aplica a presunção de veracidade, majoritariamente. 
Já para a doutrina, o raciocínio que se utiliza é que quando tratar-se de direitos indisponíveis 
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não há presunção de veracidade. Do contrário, quando direitos disponíveis, aplicável seria a 
veracidade relativa dos fatos não contestados especificamente pela Fazenda Pública (ex.: 
ação indenizatória contra o Estado). 
 
1.2.1 Matérias alegáveis na contestação 
1.2.1.1 Questões Prévias 
a) Preliminares: em sua maioria são questões processuais que vão levar à extinção 
do processo sem resolução do mérito. 
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação; 
II - incompetência absoluta; 
 III - inépcia da petição inicial; 
 IV - perempção; 
 V - litispendência; 
 Vl - coisa julgada; 
VII - conexão; 
Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
IX - convenção de arbitragem; 
X - carência de ação; 
Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar. 
Observação1: alguns autores como, por exemplo, Barbosa Moreira subdividem as 
preliminares em espécies, da seguinte forma: 
- Preliminares dilatórias: dilatam a marcha processual. 
Exemplo: incompetência absoluta, que vai dilatar a marcha processual, já que o 
processo vai ser remetido para outro juízo que seja o competente (artigo 301, II, c/c artigo 
113, parágrafo segundo, CPC). 
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: 
II - incompetência absoluta; 
 
Art. 113. A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada, em 
qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção. 
§ 2o Declarada a incompetência absoluta, somente os atos decisórios serão nulos, 
remetendo-se os autos ao juiz competente. 
- Preliminares peremptórias: vão gerar extinção do processo sem resolução do 
mérito. 
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: 
IV - perempção; 
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V - litispendência; 
Vl - coisa julgada; 
 Vl - coisa julgada; 
Observação2: outros autores subdividem as preliminares em três espécies: 
- Preliminares dilatórias 
- Preliminares peremptórias 
- Preliminares dilatórias potencialmente peremptórias: é dilatória, mas pode gerar 
extinção sem resolução de mérito caso não seja atendida. 
Exemplo: inépcia da petição inicial, sendo dado ao autor prazo para emenda. Se não 
emendar, ocorrerá a extinção do processo. 
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: 
III - inépcia da petição inicial; 
Observação3: há, ainda, uma terceira classificação das preliminares, também de 
Barbosa Moreira. 
- Preliminares de mérito: preliminares que exercem função preliminar, mas são de 
mérito, como é caso da prescrição e da decadência. 
No entanto, a jurisprudência entende que prescrição e decadência não são questões 
preliminares, mas sim prejudicial (entendimento majoritário). As preliminares são aquelas 
do artigo 301, CPC (é o que deve ser observado para a prova objetiva). 
- Preliminares ao mérito: preliminares do artigo 301, CPC, pois vêm antes do mérito. 
- Preliminares processuais: questões processuais que a lei exige análise anterior (Ex.: 
repercussão geral – artigo 543-A, parágrafo segundo, CPC). 
Art. 543-A. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do 
recurso extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer 
repercussão geral, nos termos deste artigo. 
§ 2º O recorrente deverá demonstrar, em preliminar do recurso, para apreciação 
exclusiva do Supremo Tribunal Federal, a existência da repercussão geral. 
Veja que é possível a alegação de preliminar recursal, que é diferente daquelas do 
artigo 301, CPC e podem tratar, por exemplo, de intempestividade, falta de preparo etc. São 
preliminares de admissibilidade do recurso, que não se confundem com as estudadas acima. 
Isto quer dizer que existem preliminares no CPC além daquelas do referido artigo. 
b) Prejudiciais: são questões de direito material que têm por efeito direcionar a 
análise de mérito/julgamento 
Exemplo: paternidade e alimentos. 
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Nada impede que haja uma prejudicial processual, no entanto, é situação 
excepcional. 
Exemplo: denunciação da lide e ação principal – o resultado improcedente da ação 
principal prejudica a análise da denunciação da lide quanto ao direito de regresso; bem 
como a inadmissão de um recurso principal gera prejudicialidade no recurso adesivo. 
Espécies de Prejudiciais: 
- Prejudicial interna: quando a questão prejudicial e a questão prejudicada estão no 
mesmo processo. 
Exemplo: ação de investigação de paternidade c/c alimentos. 
- Prejudicial externa: quando a questão prejudicial e a questão prejudicada estão em 
processos distintos. Sendo frequente a suspensão da ação prejudicada até o fim da analise 
da prejudicial. 
Exemplo: ação penal onde se discute negativa de autoria e ação indenizatória cível; 
constitucionalidade de lei; julgamento de recurso repetitivo pelo STJ e suspensão de ação 
que trate da mesma matéria até o julgamento do recurso. 
Art. 265. Suspende-se o processo: 
IV - quando a sentença de mérito: 
a) depender do julgamento de outra causa,ou da declaração da existência ou 
inexistência da relação jurídica, que constitua o objeto principal de outro processo 
pendente; 
- Prejudicial homogênea: quando a questão prejudicial e a questão prejudicada 
referem-se ao mesmo ramo do direito. 
- Prejudicial heterogênea: quando a questão prejudicial e a questão prejudicada 
referem-se a ramos diferentes do direito. 
1.2.1.2 Questões de Mérito 
a) Defesa Direta de Mérito 
Importante coadunar o assunto com o artigo 333, CPC, que adotou a teoria estática 
do ônus da prova: ao autor incumbe provar o fato constitutivo do seu direito e ao réu o fato 
impeditivo, modificativo ou extintivo. 
Art. 333. O ônus da prova incumbe: 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do 
autor. 
Parágrafo único. É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova 
quando: 
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I - recair sobre direito indisponível da parte; 
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
No entanto, hoje, já se fala em teoria dinâmica de distribuição do ônus da prova, que 
traz uma visão totalmente processual diferente da teoria está tica que tem embasamento no 
direito material. Pela teoria dinâmica prova quem tem melhores condições, não havendo 
regras previamente estabelecidas sobre o ônus. Já é adotada pelo STJ em ações coletivas 
que envolvam meio ambiente. 
Assim, tem-se que a defesa direta de mérito é aquela que vem apenas negar o fato 
constitutivo. No caso de defesa direta, o ônus da prova continua a recair sobre o autor (de 
acordo com a teoria estática adotada pelo CPC). 
Exemplo: ‘A’ ajuíza ação de cobrança contra ‘B’, tendo o ônus de comprovar que o 
contrato existe. Se ‘B’ contesta e diz que sequer conhece ‘A’ e não há contrato. 
 
b) Defesa Indireta de Mérito 
Na defesa indireta o réu traz fatos modificativos, impeditivos ou extintivos do direito 
do autor. Quando assim o faz, o réu já está implicitamente aceitando o fato constitutivo. 
Observação: quando a teoria estática causa impossibilidade de prova do fato 
constitutivo, aplicável a inversão do ônus da prova (Ex.: direito do consumidor). Não se 
confunde com a teoria dinâmica, que seria um critério de inversão diferente do estático, que 
é o adotado quando se fala em inversão do ônus da prova, no entanto aplicado em caso 
excepcional previsto no ordenamento. 
É comum a utilização da defesa direta, se valendo da teoria estática, para forçar uma 
regra de julgamento. 
No novo CPC se pretende adotar a teoria dinâmica, de maneira subsidiária à estática. 
Observação2: pelo princípio da concentração ou eventualidade as defesas devem ser 
concentradas e assim será. Na mesma contestação poderão existir defesas diretas e 
indiretas. Ao fazer a defesa indireta, de maneira subsidiária, está se aceitando a direta, 
automaticamente, o que se correlaciona ao ônus da prova (está aceitando que o fato 
constitutivo existe). 
Exemplo: o réu traz na defesa indireta a alegação que já pagou parcialmente a dívida, 
mas não consegue provar – péssima atuação, já que não apresentou fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito do autor e, ainda, aceitou como existente o fato 
constitutivo. Se for para alegar e não provar, melhor não alegar. 
Por fim, importante saber que a defesa de mérito influencia no procedimento. Se na 
contestação o réu só trouxe defesa direta, apenas negou o fato constitutivo do direito do 
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autor, assim não tem por que intimar o autor para réplica. Por outro lado, se o réu traz 
defesa indireta, apresenta, portanto, fatos novos, pelo que deverá o autor ser intimado para 
se manifestar em réplica (10 dias). 
Art. 326. Se o réu, reconhecendo o fato em que se fundou a ação, outro Ihe opuser 
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 10 
(dez) dias, facultando-lhe o juiz a produção de prova documental. 
 
Art. 327. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 301, o juiz mandará 
ouvir o autor no prazo de 10 (dez) dias, permitindo-lhe a produção de prova documental. 
Verificando a existência de irregularidades ou de nulidades sanáveis, o juiz mandará 
supri-las, fixando à parte prazo nunca superior a 30 (trinta) dias. 
Na hipótese da defesa direta, como o réu não traz fatos novos, o ônus da prova fica 
com o autor para que comprove o fato constitutivo do seu direito. Próximo passo, em 
provas, sem réplica. 
Assim, a réplica só vai existir no caso de questões prévias e defesas indiretas.

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