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AD 5 FILOSOFIA E ÉTICA

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Universidade Federal Fluminense (UFF)
Curso de Administração Pública
Disciplina: Filosofia e ética
Nome do Aluno: Klariely Alves Gomes
Polo: Bom Jesus do Itabapoana - RJ
Matrícula: 19113110103
QUESTÕES AD5
Explique os temas centrais da ética de Platão.
R: Platão propõe uma ética transcendente, dado que o fundamento de sua proposta ética não é a realidade empírica do mundo, nem mesmo as condutas humanas ou as relações humanas, mas sim o mundo inteligível. O filósofo centra suas indagações na Ideia perfeita, boa e justa que organiza a sociedade e dirige a conduta humana. As Ideias formam a realidade platônica e são os modelos segundo os quais os homens têm seus valores, leis, moral. Conforme o conhecimento das ideias, das essências, o homem obtém os princípios éticos que governam o mundo social. Fica evidente que a proposta de Platão liga-se, principalmente, às ideias de Justiça e do Bem. Assim, Platão busca por definições gerais, universais, imutáveis, eternas, existentes por si mesmas: as Ideias.
O que significa a Justiça na ética de Platão?
R: Platão em A República apresenta uma longa reflexão sobre a decadência da democracia ateniense, formulando um ideal de cidade justa visto que a Atenas da época era considerada decadente e corrupta por Platão. Foi a partir daí que surgiu a questão sobre “O que é a justiça?” ou “O que é a conduta correta?”. O diálogo trata-se de um período considerado intermediário da obra platônica em que o filósofo formula sua teoria das ideias. Parte da resposta á questão sobre o que é a justiça consiste precisamente no conhecimento da forma da justiça e envolve a discussão sobre a natureza das formas e a possibilidade de conhecê-las. Glauco apresenta a tese de que os homens somente são justos porque temem ao castigo. Se estivessem certos de toda a impunidade, cometeriam todo o tipo de atos condenáveis. Deem a um individuo o poder de fazer o que quiser e ele não hesitará em agir de forma injusta e de acordo com seu interesse particular (Algo que nos dias atuais claramente se vê no nosso dia a dia, principalmente no meio político. Onde pessoas que se dizem ser “de bem” ultrapassam os limites do bem comum para satisfazerem seus desejos pessoais, esquecendo-se dos menos favorecidos e olhando para o próprio umbigo.). Glauco afirma que se dermos o poder a um homem por mais que ele seja considerado um homem de bem, rapidamente ele se corromperia e agiria como um injusto, impulsionado a querer sempre mais, porem a força da lei o impõe limites. A justiça não é, portanto, uma qualidade individual, pois sempre que acreditarmos que podemos praticar atos injustos, não deixaremos de fazê-lo.
A virtude pode ser ensinada ou é inata?
R: Segundo o dicionário, a virtude trata-se de uma qualidade do que se conforma com aquilo que é considerado correto e desejável. Para Platão, a virtude é algo que não pode ser ensinada. Algo que trazemos conosco e que não pode ser inserida em nós. Por isso ela deve ser inata. Pois se encontra adormecida em cada uma das pessoas, e o papel do filósofo é exatamente o de despertá-la. Assim, Mênon em uma de suas tentativas em definir o que viria a ser virtude, afirma que cada um tem seu tipo de virtude, buscando favorecer-se adaptá-la as suas necessidades, tão quanto como o vício. Em sua segunda tentativa de descrever a virtude, Mênon diz que a virtude é desejar as coisas belas e assim, ser capaz de consegui-las. Sócrates afirma ainda que a virtude pode ser procurada mesmo não sabendo o que seja. Esta colocação é importante, pois enfatiza mais o caminho a ser percorrido do que uma definição pronta. Uma constante indagação e busca de resposta para o entendimento da virtude é então o caminho, pois não se sabe o que é, e tudo o que pode ser conhecido requer um trabalho de rememoração.
Compare o tratamento, de forma geral, das questões éticas em Aristóteles e em Platão.
R: Segundo o texto de Danilo Marcondes nos diálogos de Platão as questões filosóficas estão todas bem concatenadas que de uma discussão sobre a verdade passa para uma discussão sobre o conhecimento e depois para outras de natureza ética quando em Aristóteles sua filosofia é mais sistematizada, pois ele divide a natureza humana em três áreas: o saber teórico, o saber prático e o saber criativo. Outra diferença consiste na maneira como a ética nos foi apresentada, ou seja, Platão nos apresenta tudo em forma de diálogos, já Aristóteles que também possa ter escrito diálogos o que realmente ficou, sobreviveu no tempo foram às notas de aula o que nos mostra um estilo mais árido.
Como se pode entender, segundo Aristóteles, a felicidade como um conceito ético?
R: A felicidade, em Aristóteles, não se esgota no prazer, ou seja, na palavra grega eudaimonia. A felicidade é entendida como o maior bem do homem e identifica-se com o viver bem e o fazer o bem. Relaciona-se com os conceitos de virtude, amizade, honra e prazer. As virtudes são necessárias, mas não suficientes, para a vida feliz. A felicidade é o fim completo da vida humana, o único fim que não visa promover outro fim. Aristóteles considera, também, que a pessoa feliz é autossuficiente, na medida em que a sua felicidade depende dela própria e não de condições exteriores. A felicidade é um fim em si mesmo que consiste numa ação virtuosa. Não é um estado, mas sim uma atividade, a mais autossuficiente de todas. Para Aristóteles, a vida feliz parece ser uma vida que exprime a virtude, a qual é uma vida que envolve ações sérias e não consiste na diversão. Para, além disso, dizemos que as coisas sérias são melhores do que as que proporcionam divertimento, e que, em qualquer caso, a atividade da melhor parte e da melhor pessoa é mais séria e excelente; e a atividade que é melhor é superior, e por isso tem mais o carácter de felicidade. Essas ações são definidas por meio do exercício do pensamento, de forma que justiça e razão sejam relacionadas intimamente: o ser humano, que se difere dos outros animais pela capacidade de pensar, consegue examinar suas ações e determinar o que é justo e, assim, torna-se feliz. A amizade desempenha também grande importância no caminho do ser humano em relação à felicidade: o ser humano vive em comunidade e, por isso, suas ações têm impacto não apenas sobre si. Dessa forma, é na cidade, no convívio com outros humanos, que se pode agir de forma virtuosa e assim vivenciar a felicidade.
Para Aristóteles, a virtude, ou excelência moral, resulta do hábito, de sua prática. Contraste essa visão com a de Platão no Mênon, examinada no capítulo anterior.
R: Bem como sabemos a visão de Platão neste diálogo: 
- “Poderias me dizer, Sócrates, se a virtude pode ser ensinada? Ou se ela se adquire por exercício?”.
- “Muito me honras, estrangeiro, se julgas que sei se a virtude pode ser ensinada ou se ela se adquire de outro modo. Na realidade, confesso-te, Mênon, que não o sei. Aliás, nem sei o que é a virtude. E não sabendo o que é uma coisa, como queres que saiba como ela é?”.
A partir da teoria da reminiscência a qual nada se aprende e nada se ensina, pois a alma tudo se recorda Platão deixa "insinuado" que a verdadeira ciência e a verdadeira opinião são apenas uma recordação e assim o conceito de virtude também fica em aberto. Outra característica importante é a capacidade de apresentar diferentes modos de conceituar essas virtudes, mostrando sua fragilidade sem, no entanto, propor uma conclusão, deixando também a questão aberta. Ou seja, são diálogos conhecidos como aporéticos, ou seja, no final não se chega a uma conclusão e há um contraste entre a visão de Platão sobre a virtude resultar de um hábito e a visão de Aristóteles que já afirma que a virtude resulta sim de uma prática e de um hábito constante.
Referências Bibliográficas: Marcondes, Danilo. Textos básicos de Ética. De Platão a Foucault. Págs. 15 a 42.

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