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Prova CPC – Resumo ATOS PROCESSUAIS Fatos Jurídicos Processuais O processo é uma sequência ordenada de fatos, atos e negócios processuais Fato processual – todo acontecimento natural com influência sobre o processo. Ato processual – toda ação humana que produza efeito jurídico em relação ao processo. Distingue-se dos demais por pertencerem ao processo e produzirem efeito jurídico direto e imediato sobre a relação processual, seja na sua constituição, desenvolvimento ou extinção. Ato processual será aquele que o advogado praticar no processo com base no mandato ad judicia (a petição, a presença em audiência, o recurso, etc.) São a arguição de transação ou de compromisso, bem como a sentença que homologa a solução negocial do litígio. “Ato emanado das partes, dos agentes da jurisdição, ou mesmo dos terceiros ligados ao processo, suscetível de criar, modificar ou extinguir efeitos processuais.” Características: A) unidade de finalidade: todos os atos de todos os sujeitos do processo se voltam para um único fim, qual seja, a prestação jurisdicional. Todos têm o propósito de preparar e atingir o provimento judicial, com que se dará solução ao conflito reproduzido em juízo pelo pedido da parte. B) interdependência: todos eles se integram dentro de uma só relação jurídica dinâmica, formando uma cadeia de atos, de modo que nenhum pode ser isolado dos outros, para sujeitar-se a interpretação que não leve em conta sua posição diante dos demais. É que todo ato praticado no processo influi nos que o sucederão, ao mesmo tempo em que sofre influência dos que o precederam. Atos do processo e atos do procedimento O processo busca alcançar um objetivo, e para isso, seus atos dizem respeito a consecução de seu fim. São atos que solucionam afinal a lide, como a petição inicial, a citação, a contestação, produção de provas e sentença. Já no plano procedimental, reflete-se o rito, sem influir na relação processual e no encaminhamento do feito rumo à solução do litígio. Ex: ampliação ou redução do prazo, quando se adia uma audiência por acordo das partes ou deliberação do juiz, etc. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS Classificação objetiva A) atos de iniciativa: os que se destinam a instaurar a relação processual (a petição inicial) B) atos de desenvolvimento: os que movimentam o processo, compreendendo atos de instrução (provas e alegações) e de ordenação (impulso, direção, formação) C) atos de conclusão: atos decisórios do juiz ou dispositivos das partes, como a renúncia, a transação e a desistência. Classificação subjetiva (mais utilizada) A) atos das partes B) atos dos órgãos jurisdicionais Novo CPC, atos processuais divididos em: A) atos da parte (art. 200 a 202) B) atos do juiz (arts. 203 a 205) C) atos do escrivão ou do chefe de secretaria (arts. 2016 a 211) FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS Conjunto de solenidades para que ato jurídico seja plenamente eficaz. Atos solenes e não solenes: solenes são aqueles em que a lei prevê uma forma como condição de validade; não solenes são os de forma livre independente de qualquer solenidade e que se provam por quaisquer dos meios de convencimento admitidos em direito. A forma existe para que o ato produza o efeito pelo qual foi destinado sua finalidade. O art 188 observa que “os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir”, o que significa que ainda que haja exigência de determinada solenidade, considerar-se-ão validos os atos, que realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. Somente quando o texto legal cominar, expressamente, a pena de nulidade para a inobservância de determinada forma, como as citações (art. 280), o ato não produzirá eficácia jurídica O interesse público no procedimento não está localizado na forma, mas no objetivo a ser processualmente assegurado (isonomia das partes, contraditório, ampla defesa, etc). Processo moderno – comprometido com a funcionalidade. Os atos processuais se legitimam antes pelos resultados alcançados do que pelo rigor das formas procedimentais prescritas. PROCESSO ELETRONICO O envio de petições, de recursos e a prática de atos processais em geral por meio eletrônico serão admitidos mediante uso de assinatura eletrônica, sendo obrigatório o credenciamento prévio no Poder Judiciário, conforme disciplina a ser definida pelos órgãos judiciais respectivos (art 2o) Todos as atos processuais praticados nessa nova linguagem deverão ser assinados eletronicamente na forma já aludida, isto é, por assinatura digital certificada por Autoridade Certificadora e mediante cadastro do Poder Judiciário (art. 8o, parágrafo único). O processo eletrônico por meio dos autos totalmente digitais foi regulado pelos arts. 8o a 13, permitindo que desde a petição inicial até o julgamento de última instancia tudo se passe de maneira informatizada. ATOS DO JUIZ Juiz - dar solução à lide e conduzir o efeito segundo o procedimento legal Atos decisórios: há sempre um conteúdo de deliberação ou comando A) atos decisórios propriamente ditos Preparar ou obter a declaração de vontade concreta da lei frente ao caso sub iudice (determinado caso que ainda está a ser julgado) B) atos executivos Realização efetiva da mesma vontade, por meio de providencias concretas sobre o patrimônio do devedor, para a satisfação do credor Art. 203, pronunciamentos do juiz: despachos, decisões interlocutórias e sentenças A coisa julgada material se formará sempre que houver solução de mérito, seja qualificado o decisório como sentença ou como decisão interlocutória. Mas os recursos serão diversos, dependendo da qualificação da decisão. I - sentenças: pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. Não é o conteúdo que qualifica a decisão como sentença, mas, sim, o fato de ela extinguir ou não o processo ou uma de suas fases. “Não só o pronunciamento judicial classificado como sentença pode conter conteúdo meritório ou processual – já que a decisão interlocutória também o poderá -, mas somente a sentença tem aptidão de pôr fim a cognição do procedimento comum sendo este, portanto, seu traço distintivo puro”. Para sentença caberá sempre apelação (À vista disso, apelação é o recurso cabível contra sentença proferida por juiz de primeiro grau, objetivando a sua reforma (vícios de juízo – errores in judicando) e/ou invalidação (vícios de atividade – errores in procedendo), não importa a matéria julgada A) sentença terminativas Poe fim ao processo sem lhe resolverem o mérito B) sentença definitivas Ato decisório do juiz que, em primeiro grau de jurisdição, conclui a fase cognitiva do processo. Art. 203 §1o, art. 485 e 487 A sentença encerra é a atividade jurisdicional cognitiva do orgão perante a qual pendia a causa, em primeiro grau de jurisdição. II - decisão interlocutória: “é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no §1o, ou seja, que não coloque fim à fase cognitiva do procedimento comum, nem extinga a execução (art. 203, §2o)”. Decisão, em sentido lato, é todo e qualquer pronunciamento do juiz, resolvendo uma controvérsia, com o que abrange, em seu significado, as próprias sentenças. Pronunciamento judicial de natureza decisória que não seja a sentença, e que não encerre a fase cognitiva do procedimento, nem ponha fim à execução. É atacável por agravo de instrumento (é o recurso interposto, em regra, contra decisões interlocutórias. Só caberá agravo de instrumento, "quando se tratar de decisão susceptível de causarà parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida). Refere-se sempre à solução de incidentes situados entre o pedido de tutela e a resposta a este pedido **Não é por versar sobre questão ligada ao mérito da causa que uma decisão configurará sentença. Nem é por tratar matéria processual que o ato do juiz será decisão interlocutória. Quando o juiz, por exemplo, exclui um litisconsorte no saneador, enfrenta questão de direito material ligada ao mérito da causa, mas não profere sentença, pois apenas elimina da marcha do processo aquilo que não será conveniente persistir para a etapa final e composição do litígio. Por outro lado, não será decisão interlocutória o provimento com que o juiz extingue o processo, sem exame do mérito, por faltar condição técnica para tanto (art. 485). III – despachos: “todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte” (art. 203, §3o). “são as ordens judiciais dispondo sobre o andamento do processo” Com eles não se decide incidente algum: tão somente se impulsiona o processo. Caso ultrapassem o limite e acarretem ônus ou afetem direitos, causando algum dano, deixarão de ser de mero expediente e ensejarão recurso. Configurarão, na realidade, não despachos, mas verdadeiras decisões interlocutórias. “acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais (art. 204), seja quando faz o papel da sentença, seja o de decisão interlocutória. (...) Os tribunais, como juízes de primeiro grau de jurisdição, ora decidem o necessário para encerrar o procedimento cognitivo ou executivo, ora se pronunciam sobre questões incidentais, sem impedir a continuidade do processo e sem exaurir a atividade de acertamento do litígio, e tampouco pôr fim ao procedimento da execução forçada pendente. Em todos os casos, porém, os decisórios colegiados dos tribunais serão denominados acórdãos”. * *O termo acórdão significa acordar, entrar em acordo, pois eles resultam de um acordo total ou majoritário sobre a solução do objeto litigioso ATO PROCESSUAL NO TEMPO E NO ESPAÇO O TEMPO A) momento adequado ou útil para a atividade processual Art. 212, art. 214 Salvo citação e intimação, de nenhum efeito são os atos praticados em dias não úteis ou fora do horário legal. É pelo protocolo que a lei avalia a tempestividade do recurso e não pelo despacho do juiz Ato eletrônico - art. 213 Feriados e férias forenses – art. 216, art. 214 O prazo para a resposta do réu só começará a correr no primeiro dia útil seguinte ao feriado ou às férias. Apenas praticará ele os atos processuais que a lei permite sejam efetuados em férias, não autorizando o seguimento do processo após o cumprimento da medida urgente. B) prazo fixado para a prática do ato Há processos que tem curso normal no período de férias, processam-se durante as férias e não se suspendem, como os demais, pela superveniência delas. Enumerados pelo art. 215 O LUGAR Art. 217 Ato praticado fora do juízo por interesse da Justiça, é a inspeção judicial in loco (art. 41) Art 751, o ato pode ser levado a efeito em lugar estranho em hipótese como a inquirição de interditando incapaz de locomover-se ou de ser conduzido à presença do juiz PRAZOS Sob pena de preclusão do direito de praticá-los,” os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei” (art. 218) Prazo é o espaço de tempo em que o ato processual da parte pode ser validamente praticado Delimitado por dois termos: inicial (dis a quo) e o final (dies ad quem). O termo inicial é, a intimação da parte; o final, o momento que se encerra o lapso previsto em lei. Os prazos podem ser: A) legais São os fixados pela própria lei, como o de resposta do réu e o dos diversos recursos. B) judiciais Os marcados pelo juiz, em casos como o da designação de data para audiência (art. 334), o de fixação do prazo do edital, o de cumprimento de carta precatória, o de conclusão da prova pericial C) convencionais Ajustados, de comum acordo, entre as partes, como o de suspensão do processo, ou de concessão pelo credor ao devedor, na execução, para que a obrigação seja voluntariamente cumprida Os prazos são dilatórios ou peremptórios. Dilatórios são aqueles que embora fixado na lei, admite ampliação pelo juiz ou que, por convenção das partes, pode ser reduzido ou ampliado, de acordo com a conveniência dos interessados. Peremptório é o que, a convenção das partes e o próprio juiz não poderiam alterar. Contagem dos prazos: termo inicial Os prazos são contados, com exclusão do dia de começo e com inclusão do de vencimento Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica. Prazos para Recurso Começa a ser contado na data que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a defensoria pública ou o ministério público forem intimados da decisão. A fluência do prazo começa a dar-se a partir da audiência, excluindo o dia de sua realização (art. 224) Preclusão Vem a ser a perda da faculdade ou direito processual, que se extinguiu por não exercício em tempo útil Prazos para as partes Quando nem a lei nem o juiz fixar prazo para o ato,” será de cinco dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte” (art. 218) É possível a renúncia pela parte, de prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde que o faça de maneira expressa (art. 225) Se figurarem litisconsortes na relação processual e forem diversos os seus advogados, de escritórios de advocacia distintos, os prazos para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, serão contados em dobro, independentemente de requerimento Se a ação for ajuizada contra dois réus e um deles se tornar revel, não haverá mais que se falar contagem em dobro dos prazos para manifestar nos autos Para prazos eletrônicos a contagem em dobro não se aplica aos processos eletrônicos. Prazos para o juiz e seus auxiliares A) cinco dias para despachos (art. 226) B) dez dias para decisões interlocutórias (art. 226) C) trinta dias para sentenças (art. 226) Havendo motivo justificado o juiz pode exceder os prazos a que está submetido (art. 227) Escrivães ou chefes de secretaria (art. 228). Atua como corda ou mola que dá permanente movimento ao processo, daí a marcação de prazos curtos para seus atos, que, na maioria, são meras intimações e singelos registros das ocorrências nos autos. Prazos para o Ministério Público, Fazenda Pública e Defensoria Pública MP: prazo em dobro para manifestações processuais (art. 180) prazos em que a própria lei estabelece de forma expressa não cabe a contagem (art. 183) Defensora Pública: contagem em dobro Inobservância dos prazos do juiz Em relação ao juiz, não há preclusão de seus atos fora do prazo legal. Chamado de “atos impróprios” Se ocorrer desrespeito ao prazo processual estabelecido em lei, regulamento ou regimento interno, por parte do juiz ou do relator, qualquer das partes, o MP e a DP encaminharão caso ao órgão competente para que haja procedimento de apuração de responsabilidade. Se o caso vier a ter procedência, em decisão liminar, determinar-se-á a intimação do magistrado representado por meio eletrônico para que, em dez dias pratique o ato (art. 235). Persistindo a inércia, ordenará a remessa dos autos ao substituto legal do juiz ou do relator, contra o qual se representou, para decisão em dez dias (art. 235) CITAÇÃOCitação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual (art. 238) A validade do processo é não apenas a citação, mas também a citação válida, pois o Código fulmina de nulidade expressa as citações e as Intimações "quando feitas sem observância das prescrições legais (art. 280). E trata-se de nulidade insanável, segundo o entendimento da melhor doutrina Só ocorre no caso de revelia do demandado (estado de fato gerado pela ausência jurídica de contestação do réu) Modos de realizar a citação Art. 246 A) correio Regra geral do processo civil B) oficial de justiça Sempre também que a citação postal se frustrar (art. 249) Hipóteses em que há citação por mandado (art. 247, incisos I, II, III, IV, V). Requisitos para que o documento que legitima a citação (art. 250) C) pelo escrivão ou chefe de secretaria D) por edital E) por meio eletrônico Quando o oficial de justiça não conseguir encontrar a pessoa para lhe dar pessoalmente a ciência do fato de cuja pratica foi incumbido, fará por citação com hora certa (art. 252) Efeitos da Citação A) induz a litispendência Torna completa a relação processual trilateral em torno da lide. Por força da litispendência, o mesmo litígio não poderá voltar a ser objeto, entre as partes, de outro processo, enquanto não se extinguir o feito pendente Com a litispendência, o direito processual procura: I) evitar o desperdício de energia jurisdicional que derivaria do trato da mesma causa por parte de vários juízes II) impedir o conveniente de eventuais pronunciamentos judiciários divergentes a respeito de uma mesma controvérsia jurídica B) torna litigiosa a coisa O bem jurídico disputado entre as partes se torna vinculado à sorte da causa, de modo que, entre outras consequências, não é permitido aos litigantes alterá-lo, sob pena de cometer atentado C) constitui em mora o devedor, ressalvando o disposto nos arts. 397 e 398 do Código Civil D) interrompe a prescrição A citação do devedor constitui fato hábil a interromper a prescrição, ainda que ordenada por juiz incompetente. INTIMAÇÕES Ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo – art. 269 É da intimação que começam a fluir os prazos para que as partes exerçam os direitos e as faculdades processuais. O processo se encaminha gerando preclusão das fases vencidas, rumo a prestação jurisdicional, que é sua razão de ser. Não dependem de provocação das partes e são determinadas pelo juiz de oficio, no curso do processo Efeitos da Intimação As intimações terminam o dia em que começa a correr o prazo processual, pois como dispõe o art. 230, o prazo para a parte, o procurador, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública e o Ministério Público serão contado da citação, intimação ou da notificação OUTROS ATOS PROCESSUAIS Registro Serve para documentar a entrada dos feitos no cartório, como meio de identificação da causa e controle estatístico É o registro o primeiro ato que o escrivão pratica logo após a autuação da petição inicial. Também nas secretarias dos Tribunais, quando sobre o processo em grau de recurso, há novo registro Por meio do registro, o cartório ou a secretaria estará sempre documentado para certificar a existência ou não de processo sobre determinado litígio Distribuição Quando há vários juízes ou cartórios com a mesma competência, há necessidade de distribuir os feitos entre eles na sua entrada em juízo. Se um só é o juiz competente e vários os cartórios que o auxiliam, a distribuição será só de cartórios, e assim vice-versa. A distribuição será feita obedecendo o art. 285 São realizados sorteios para completar o número de varas existentes, de modo que as mesmas só voltam a completar depois de completar-se todas. Só assim se mantem a observância dos requisitos legais da aleatoriedade e da igualdade na distribuição, repetindo-se sucessivamente a sequência de sorteios. Como se vê, se várias são as varas igualmente competentes, só após a distribuição é que o juiz estará em condições de proferir o despacho da inicial. A petição inicial não é distribuída se não houver acompanhada do competente instrumento do mandato outorgado a advogado. Mesmo sem o aludido mandato, haverá distribuição se: A) for para evitar preclusão, decadência, prescrição ou para praticar ato considerado urgente B) a parte estiver representada pela Defensoria Pública C) a representação decorrer diretamente de norma prevista na CF ou em lei Valor da causa É o valor que se pode atribuir à relação jurídica que se afirmar existir sobre tal objeto. Determina-se o valor da causa apurando-se a expressão econômica da relação jurídica material que o autor quer opor ao réu. O valor do objeto imediato pode influir nessa estimativa, mas nem sempre será decisivo. Haverá de atribuir-se, por simples estimativa, um valor à causa, já que, em nenhuma hipótese, a parte é dispensada do encargo de atribuir um valor à demanda (art. 291). Art. 292 - critérios para ser atribuído o valor da causa. Na contestação, é lícito ao réu discordar do valor atribuído à causa pelo autor e impugná-lo em preliminar, sob pena de preclusão (NCPC, art. 293, primeira parte). TUTELA DE URGÊNCIA E TUTELA DE EVIDÊNCIA O que caracteriza a atividade jurisdicional é a tutela ao direito daquele que, no conflito, se acha na situação de vantagem garantida pela ordem jurídica. Tutelar os direitos, portanto, é a função da Justiça, e o processo é o instrumento por meio do qual se alcança a efetividade dessa tutela. O novo Código sistematizou, ainda, dentro das tutelas sumárias, as que se prestam a proteger provisoriamente situações jurídicas substanciais reveladoras da existência de direitos subjetivos reconhecíveis prima facie (prova que é suficiente para permitir a suposição ou consolidação de um fato, a menos que seja refutada), hipótese em que a tutela provisória se denomina tutela da evidência. As ditas “tutelas provisórias” arroladas pela legislação processual civil renovada correspondem, em regra, a incidentes do processo, e não a processos autônomos ou distintos. As tutelas provisórias têm em comum a meta de combater os riscos de injustiça ou de dano, derivados da espera, sempre longa, pelo desate final do conflito submetido à solução judicial. • Provimento imediato: minimizar os inconvenientes sofridos pela parte A essas tutelas de urgência, agregou-se, mais modernamente, a tutela da evidência, que tem como objetivo não propriamente afastar o risco de um dano econômico ou jurídico, mas, sim, o de combater a injustiça suportada pela parte que, mesmo tendo a evidência de seu direito material, se vê sujeita a privar-se da respectiva usufruição, diante da resistência abusiva do adversário. • Favorece-se a parte que tem o direito material a favor de sua pretensão, garantindo-lhe tutela satisfativa imediata, imputando o ônus de aguardar os efeitos definitivos da tutela jurisdicional • Tutela de evidencia não é um simples segmento da tutela de urgência. o Proteção do direito como objetivo principal o Não é, porém, no sentido de uma tutela rápida e exauriente que se concebeu a tutela que o novo Código de Processo Civil denomina de tutela da evidência, a qual, de forma alguma, pode ser confundida com um julgamento antecipado da lide, capaz de resolvê-la definitivamente. A tutela provisória, em suma, não se presta a deslocar ou transferir risco de uma parte para a outra. Irreversibilidade como regra da antecipação de tutela A lei, como já observado, ao tutelar provisoriamente o direito de uma parte, não quer que a medida de urgência crie uma situação de fato e de direitoque não possa ser revertida, na eventualidade de sucumbência do beneficiário no julgamento final do litígio (art. 300, §3o) Natureza provisória da tutela de urgência, que exige sempre possibilidade de retorno ao status quo “É improcedente – segundo o STJ – o pedido de cautela, se a medida pleiteada simplesmente inverteria o perigo de lesão irreversível, fazendo-o incidir sobre o réu do processo cautelar.” Tutela cautelar ≠ tutela satisfativa Ambas integram um só gênero, o das tutelas de urgência Tutela satisfativa estabilizar-se na ausência de recurso da parte contrária, o que não acontece na tutela conservativa Oportunidade da tutela de urgência A) antes da dedução da pretensão principal (tutela antecedente) B) na petição inicial da ação principal (tutela cumulativa) C) no curso do processo principal (tutela incidental) - Art. 299, NCPC, pressupõe a iniciativa da parte ao dispor que “a tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal”. A tutela de urgência, cautelar ou antecipatória, deverá ser requerida pela parte, mesmo porque, a respectiva execução corre por sua conta e risco, configurando hipótese legal de responsabilidade civil processual objetiva (art. 302)