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ECA-Menor impúbere e adolescente

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VOLUÇÃO DO TRATAMENTO JURÍDICO CONFERIDO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE NO BRASIL
 
A evolução do tratamento da criança e do adolescente no Brasil pode ser resumida em quatro fases:
 
	FONTE NACIONAL
	Fases
	Diplomas legislativos correspondentes
	1-    Da absoluta indiferença = não existia normas relacionadas a essas pessoas
	Não havia
	2-    Da mera imputação criminal = as leis tinham um único propósito: coibir a prática de ilícitos
	Ordenações do Reino (A.M.F)
Código Criminal do Império – 1830
Código Penal de 1890
	3-    Tutelar = conferindo ao mundo adulto poderes para promover a integração sócio familiar da criança, com tutela reflexa de seus interesses pessoais.
	 
Código Mello Matos[1] – 1927
Código de Menores – 1979
 
	4-    Da Proteção Integral = as leis passam a reconhecer direitos e garantias às crianças, considerando-as como uma pessoa em desenvolvimento.
	Constituição Federal de 1988
Estatuto da Criança e do Adolescente – 1990
[1] Primeiro código brasileiro para assistência e proteção à Infância e Adolescência, elaborado pelo professor e jurista José Cândido de Albuquerque Mello Mattos, primeiro juiz de menores do Brasil e da América latina, e promulgado no dia 12 de outubro de 1927.
FONTES INTERNACIONAIS
 
1-    Convenções da Organização Internacional do Trabalho (1919)
 
A primeira Conferência Internacional do Trabalho, ocorrida no ano de 1919, atendendo as reclamações dos sindicatos e da classe operária, promoveu seis convenções. Dentre as convenções 3 (três) diziam respeito a criança:
 
è PROTEÇÃO A MATERNIDADE
è PROIBIÇÃO DO TRABALHO NOTURNO À MENORES DE 18 ANOS
è DEFINIÇÃO DA IDADE MÍNIMA DE 14 ANOS PARA O TRABALHO
 
Foi o primeiro documento internacional a promover, de forma parcial, a defesa dos interesses da criança e do adolescente.
 
2-    Declaração de Genebra (1924)
 
Em decorrência das consequências da Primeira Guerra Mundial e da Revolução Russa o mundo passou a dar mais importância a “dignidade da pessoa humana” e, inseridos neste “rol” estavam as crianças.
 
Considerado o primeiro documento de caráter amplo e genérico relacionado a criança.
 
Amplo e genérico porque ao contrário das convenções da OIT não se limitou apenas no enfoque de defesa dos direitos da criança, mas contemplou a proteção da infância em todos os seus aspectos.
 
è CARACTERÍSTICA: tratava as crianças como objetos de proteção
 
3-    Declaração dos Direitos da Criança (1959)
 
Responsável por uma verdadeira alteração de paradigma, pois a criança deixou de ser considerada como objeto de proteção para ser ELEVADA A SUJEITO DE DIREITO e paralelamente em sentido amplo a infância passou a ser considerada um sujeito coletivo de direitos.
 
Nesta declaração foram adotados dez princípios, dentre os quais se destacam:
 
è Princípio III – direito a um nome e uma nacionalidade
è Princípio V – cuidados especiais para os portadores de necessidades, amor e cuidado dos pais.
è Princípio VII – direito a educação escolar
 
Em comemoração aos 20 anos da Declaração dos Direitos da Criança, em 1979 foi elaborada a Convenção sobre os Direitos da Criança qual levou 10 anos para ser finalizada (1989). O Brasil promulgou a convenção internamente em 1990 através do Decreto nº 99.710/90 mesmo após a edição do Estatuto da Criança e do Adolescente.
LEITURA DOS ARTIGOS 1º AO 6º DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
CONTINUAÇÃO: 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
-> FONTES NACIONAIS
FASES
2.   DA MERA IMPUTAÇÃO CRIMINAL
 
2.1       ORDENAÇÕES FILIPINAS
A imputabilidade era alcançada aos 7 anos de idade.
 
Dos 7 aos 17 anos, o tratamento era igual ao adulto, mas com atenuação da pena.
 
Dos 17 aos 21 anos, eram considerados jovens adultos e já poderiam sofrer pena de morte natural (enforcamento).
		Exceção: nos crimes de falsificação de moeda, a pena de morte natural poderia ser aplicada a partir dos 14 anos de idade.
 
 
 
2.2       CÓDIGO PENAL DO IMPÉRIO (1830)
 
 
Menores de 14 anos eram inimputáveis.
 
Dos 7 aos 14 anos, se comprovado o discernimento, poderiam ser internados na “casa de correção” onde permaneciam até os 17anos de idade.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
		Início da ideia de uma “casa correcional” direcionada exclusivamente a crianças e adolescentes. 
 
	
	
	
	
 
 
 
 
 
 
2.3       CÓDIGO PENAL DE 1890 (Início do período republicano)
 
 
Baixou a imputabilidade: Menores de 9 anos eram inimputáveis.
 
A verificação do discernimento foi mantida, na idade entre 9 e 14 anos de idade.
 
Até os 17 anos, os infratores eram apenados com 2/3 da pena de um adulto.
 
Previsão dos CRIMES SEXUAIS (primeira vez)
 
O CÓDIGO PENAL DE 1890 trouxe as primeiras leis que resguardavam a dignidade sexual do infante. Nos artigos 267 e 266 do Código Penal de 1890 que previam, respectivamente,
 
Exemplo:
 
Art. 267 - a punição de dois a quatro anos para agente que deflorasse mulher virgem de menor idade empregando sedução, engano ou fraude;
 
Art. 266 - para o agente que corrompesse pessoa menor de idade, de um ou de outro sexo, praticando com ela ou contra ela atos de libidinagem.
 
 
		CURIOSIDADE: em 1912, o Dep. João Chaves apresenta projeto de lei para afastar a perspectiva do direito de crianças e adolescentes para afastá-los da área penal e propondo a especialização de tribunais e juízes, na linha, portanto dos movimentos internacionais da época.
 
 
 
3.   TUTELAR
 
 
3.1       CÓDIGO DE MELLO MATOS 1927 (subst. o Código de Menores do Brasil 1926)
 
 
É considerado o primeiro código brasileiro para assistência e proteção à Infância e Adolescência
 
Elaborado pelo professor e jurista José Cândido de Albuquerque Mello Mattos (1º Juiz de Menores do Brasil e da América latina).
 
Caberia ao juiz de menores, decidir sobre o futuro da criança.
 
A família, independente de da situação econômica, tinha o dever de suprir adequadamente as necessidades básicas das crianças e dos jovens, de acordo com o modelo idealizado pelo Estado.
 
Crianças e adolescente até 14 anos eram objeto de medidas punitivas com finalidade educacional.
 
Jovens, entre 14 e 18 anos, eram passíveis de punição, mas com a responsabilidade atenuada.
 
 
3.2       CÓDIGO DE MENORES - 1979
 
Os juízes continuavam a decidir sobre o futuro das crianças.
 
Firmou-se a ideia da intervenção Estatal sobre os jovens que estivessem em situações que a lei estabelecia como IRREGULAR.
 
No período de sua vigência a segregação era vista, na maioria dos casos, como única solução.
 
Doutrina da situação irregular: sustentada pelo antigo Código de Menores (Lei 6697/79), que admitia situações absurdas de não proteção à criança e ao adolescente. Naquele ínterim, os menores infratores eram afastados da sociedade, sendo segregados, de forma generalizada, em estabelecimentos como a FEBEM, desrespeitada a dignidade da pessoa humana e o termo “menor”, inclusive, passando a ser usado pejorativamente.
 
 
4.   Da Proteção Integral
 
As leis passam a reconhecer direitos e garantias às crianças, considerando-as como “pessoa em desenvolvimento”.
 
·        Constituição Federal de 1988
·        Estatuto da Criança e do Adolescente – 1990
 
O ECA resultou da articulação de três vertentes: o movimento social, os agentes jurídicos e as politicas públicas.
 Movimento social – coube reivindicar e pressionar o legislador constituinte.
Agente Jurídicos (estudiosos aplicadores da lei) – coube traduzir tecnicamente os anseios da sociedade.
Politicas públicas – coube ao Poder Público, embalado pelo ambiente de retomada democrática pós-período militar e promulgação de uma nova ordem constitucional, por meio das casas legislativas, efetivar os anseios sociais e a determinação constitucional.
LEITURA DO ECA (ART. 1º AO 6º) 
PRINCÍPIOS
1-    PROTEÇÃO INTEGRAL
 
Além de todos os direitos assegurados aos adultos, todas as garantias colocadas a disposição dos maioresde 18 anos, as crianças e os adolescentes dispõe de um PLUS simbolizado pela completa e indisponível tutela estatal para lhes garantir a vida digna e próspera, ao menos durante a fase de amadurecimento.
 
É o princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III - CF) elevado ao extremo.
 
Previsto no art. 227, CF e art. 1º e 3º do Estatuto
 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
 
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.
 
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
 
Parágrafo único.  Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem.
 
 
2-    PRIORIDADE ABSOLUTA
 
A garantia dos direitos da criança e dos adolescentes deve ser sempre prioridade quando em conflitos com direitos de algum adulto.
 
Ainda, determina que crianças e adolescentes sejam tratados pela sociedade e em especial pelo Poder Público, como total PRIORIDADE pelas políticas públicas e ações governamentais.    
 
Porque? Por serem consideradas como pessoas em desenvolvimento. Haja vista que a formação física e psíquica não está completa.
 
Previsto no art. 227, CF e art. 4º do Estatuto
 
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
 
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
 
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
 
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
 
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
 
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
3-    MUNICIPALIZAÇÃO
 
Com a promulgação da CF/88 houve a descentralização das ações governamentais na área da assistência social (art. 204, I – CF).
 
Dessa forma, a execução dos programas que venham a atender crianças e adolescentes é de competência municipal, haja vista ser o ente municipal mais próximo e identificado com a juventude local e suas peculiaridades(características específicas de cada região).
 
Entende-se que por estar mais próximo à sua população, o município identifica melhor os problemas e fica mais fácil soluciona-los.
4-    SUPERIOR INTERESSE
 
O superior interesse da criança e do adolescente é um princípio que, por sua natureza e extensão, está inserido nos tratados internacionais e interamericanos de proteção dos direitos humanos, como um instrumento de proteção e garantia para uma população que, também, por sua própria natureza é especial, priorizada pelo direito humanitário.
 
O Estado assume a responsabilidade pelos indivíduos considerados limitados.
 
Ex. Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.069/90
Ex. Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei nº 13.146/15
LEITURA PARA PRÓXIMA AULA: TÍTULO II - DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS - CAPÍTULO I - Do Direito à Vida e à Saúde
        Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
Art. 8o  É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 1o  O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção primária.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao estabelecimento em que será realizado o parto, garantido o direito de opção da mulher.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 3o  Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como o acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        § 4o  Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal.       (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)      Vigência
§ 5o  A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser prestada também a gestantes e mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que se encontrem em situação de privação de liberdade.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 6o  A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência durante o período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 7o  A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno, alimentação complementar saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento integral da criança.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 8o  A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por motivos médicos.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 9o  A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às consultas pós-parto.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 10.  Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira infância que se encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação com o sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da criança.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
         Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.
§ 1o  Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável, de forma contínua.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)§ 2o  Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de leite humano.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
         Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
        I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
        II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;
        III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
        IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato;
        V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.
         VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente.               (Incluído pela Lei nº 13.436, de 2017)         (Vigência)
Art. 11.  É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 1o  A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades específicas.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 3o  Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na primeira infância receberão formação específica e permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer necessário.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 12.  Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.         (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 1o  As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços de assistência social em seu componente especializado, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formulando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se necessário, acompanhamento domiciliar.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
§ 1o  É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.          (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e à criança.         (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 3º  A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bucal.         (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 4º  A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde.         (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro instrumento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento da criança, de risco para o seu desenvolvimento psíquico.                  (Incluído pela Lei nº 13.438, de 2017)        (Vigência)
CONCEITO DE CRIANÇA E ADOLESCENTE 
ECA – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (LEI 8.069/90)
 
MARCO na consolidação do direito da criança e do adolescente no Brasil, iniciado pela Constituição Federal de 88. A partir desta, a doutrina da “proteção integral” às crianças e aos adolescentes finalmente fora firmada a Brasil, passou a considera-los como “sujeitos de direito” – titulares de garantias expressas a todos os brasileiros e ainda, direitos especiais.
 
Com entrada em vigor do estatuto revogou-se a lei nº 6.697/79 – chamado código de menores que tratavam as crianças e adolescentes como meros “objetos de proteção”
 
·        CONCEITO de CRIANÇA E ADOLESCENTE – art. 2º do ECA
 
Nos termos do artigo 2º do ECA, Criança é a pessoa com até 12 anos incompletos e Adolescente é aquele entre 12 anos completos até 18 anos de idade. Ao completar 18 anos o adolescente torna-se adulto, sendo responsável civil e criminalmente (art. 5º do CC, e 228 CF e 27 CP).
 
A conceituação não é por acaso, o próprio ECA distingue o tratamento com relação às crianças e adolescentes. Exemplo:
	Diferenças de tratamento entre crianças e adolescentes no Estatuto
	 
	CRIANÇA
	ADOLESCENTE
	Colocação em família substituta. - §1º e §2º art.28
	Somente opina
	Deve consentir
	Consequências da prática do ato infracional
	Somente medida de proteção - art. 101
	Medida de proteção e/ou medidas socioeducativas. Art. 101 e 112.
	Viagens domésticas (território nacional) sem a companhia dos pais ou responsável – art. 83/85
	 
Mediante autorização judicial.
	 
Viaja normalmente, sem autorização judicial.
	Viagens ao exterior (território internacional)
	Autorização judicial
	Autorização judicial
 
Primeira Infância (lei 13.257/16) – é considerada como primeira infância os primeiros 72 meses de vida, ou seja, os primeiros 6 anos. Lei específica.   
 
Art. 1º - Esta Lei estabelece princípios e diretrizes para a formulação e a implementação de políticas públicas para a primeira infância em atenção à especificidade e à relevância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento infantil e no desenvolvimento do ser humano, em consonância com os princípios e diretrizes da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente); altera a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente); altera os arts. 6º, 185, 304 e 318 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941(Código de Processo Penal); acrescenta incisos ao art. 473 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943; altera os arts. 1º, 3º, 4º e 5º da Lei no 11.770, de 9 de setembro de 2008; e acrescenta parágrafos ao art. 5º da Lei no 12.662, de 5 de junho de 2012.
APLICABILIDADE DO ESTATUTO 
CRITÉRIOS DE INTERPRETAÇÃO DO ESTATUTO
O estatuto abrange a todos os menores de 18 anos, independentemente da situação de vida. EXCEPCIONALMENTE, o estatuto será aplicado às pessoas entre 18 a 21 anos de idade.
Exemplo:
1-   Quando pratica o ato infracional antes dos 18 anos. Adolescente cumpre a medida socioeducativa. Internação (prazo máximo de 3 anos) até completar 21 anos. A internação é no caso do cometimento de crimes mais graves mediante violência ou ameaça (homicídio, latrocínio, assalto a mão armada) além de: descumprimento de medida anteriormente imposta, reiteração na pratica) art. 122 – do ECA
 
OBS: é considerada a data em que cometeu o Ato Infracional (crime) e não o resultado.
OBS²: caso o adolescente esteja foragido e a justiça não o encontre até completar 21 anos é extinta a punibilidade. (Entendimento art. 121, §5º - ECA) Obs. Ver prescrição penal – Sumula 338 STJ
 
2-   Quando houver procedimento para ADOÇÃO, desde que o adotando já esteja sob a guarda ou tutela dos adotantes ao atingir 18 anos a ação tramitará na Vara da Infância e Juventude e não na Vara de Família. Art.40 – do ECA.
 
·        CRITÉRIOS DE INTERPRETAÇÃO DO ESTATUTO – art. 6º.
As normas previstas no estatuto devem ser interpretadas considerando QUATRO critérios especiais, são eles:
 
1-   OS FINS SOCIAIS A QUE ELE SE DIRIGE = considerar as crianças e os adolescentes como sujeitos de direitos que gozam de proteção especial.
 
2-   AS EXIGÊNCIAS DO BEM COMUM = diretamente ligado à justiça e a boa-fé, na dúvida, agir em prol da criança.
 
3-   OS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS = devem ser levados em conta ambos os interesses.
 
4-   CONDIÇÃO DE PESSOA EM DESENVOLVIMENTO = proteção a infância e juventude, colocando a pessoa em desenvolvimento em posição privilegiada na sociedade, ou seja, a família, a sociedade e o Estado devem dar condições e oportunidades necessárias para as crianças e adolescentes.
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS (Art. 7º ao 14)
DIREITO AO NASCIMENTO (art. 7º)
 
O direito à vida diz respeito à garantia do Poder Público em amparar o nascimento daqueles que não tem condiçõessuficientes, seja por falta de recursos ou porque a mãe não deseja manter o filho sob seus cuidados.
 
É DEVER DO ESTADO ASSEGURAR O NASCIMENTO SAUDÁVEL E NA SEQUENCIA ZELAR PARA QUE A CRIANÇA OBTENHA UM DESENVOLVIMENTO FÍSICO E MENTAL SADIO EM FAMÍLIA NATURAL OU SUBSTITUTA.
 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
		ESTADO
 
	
	
	
		GARANTIR O NASCIMENTO
 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
		ZELAR PELO DESENVOLVIMENTO FÍSICO E MENTAL
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTIONAMENTO: Como o Estado garantirá o nascimento conforme determinação do art. 7º do ECA?
 
APOIO A MULHER E A GESTANTE (art. 8º)
 
Cabe ao Estado fornecer o atendimento no que for preciso a mulher e a gestante, bem como promover campanhas de esclarecimento quanto às suas duvidas.
 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
		Fornecer atendimento médico/hospitalar durante os períodos pré-natal, perinatal e pós-natal
 
	
Obs: ENTENDIMENTO RECENTE:
Em fevereiro de 2018 o STF concedeu Habeas Corpus para todas as mulheres grávidas ou que tenham filhos de até 12 anos vivendo dentro ou fora das celas, sejam transferidas para a prisão domiciliar. Também têm direito ao benefício quem tem filhos deficientes. A decisão atinge apenas presas provisórias — ou seja, que ainda não foram condenadas.
 
Exceções: Não podem receber o benefício as mulheres que cometeram crimes violentos ou mediante ameaça. E, ainda, mulheres que cometeram crimes contra algum filho ou aquelas que perderam a guarda da criança por algum outro motivo que não seja a prisão. A medida também não atinge, por exemplo, uma mulher que tem filho, mas nunca conviveu ou cuidou dele.
ALEITAMENTO MATERNO (art. 9º)
 
É não só um direito da criança ao aleitamento materno, mas também uma necessidade por questões de sobrevivência e pela importância do alimento.
 
É direito da mãe, ter um intervalo para alimentar sua prole.
 
	
	
	
	
	
		CRIANÇA
– direito em receber o alimento
– necessidade de sobrevivência
 
	
		MÃE
– direito a ter um intervalo (caso empregada) para amamentar seu filho
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE DOS HOSPITAIS - públicos e particulares (art.10)
 
De acordo com o estatuto, os hospitais (públicos ou particulares) devem, obrigatoriamente, manter os registros das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de 18 (dezoito) anos, sob pena responderem criminalmente conforme previsto nos artigos 228 e 229 do estatuto.
 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
		HOSPITAL
 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
		1 – manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de 18 anos.
2 – identificar o recém-nascido (impressão plantar e digital)
3 – identificar a mãe (impressão digital)
4 – realizar exames necessários no recém- nascido
5 – fornecer alojamento em conjunto com a mãe
 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
		obrigação
 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO A SAÚDE PROMOVIDA PELO ESTADO (art. 11)
 
O Estado deve prestar toda assistência necessária através do SUS à criança e ao adolescente para assegurar-lhes a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida.
 
O legislador busca deixar claro que o atendimento à criança e ao adolescente NÃO se resume ao mero atendimento de médicos. Para prestar lhes ampla proteção, podem ser necessários psicólogos, fisioterapeutas e outros profissionais ligados à área da saúde. Sejam quais forem suas necessidades, o Estado, através do SUS, deverá garantir-lhes o tratamento.
 
Constitui obrigação do Estado, fornecer medicamentos, próteses, órteses de forma GRATUITA, àqueles que necessitarem, inclusive fraldas, quando for o caso.
		Fornecer:
- medicamentos
- próteses
- órteses
- fraldas
 
		      OBRIGAÇÃO
 
		ESTADO
 
 
 
 
 
 
 
 
GARANTIA AO ACOMPANHANTE EM INTERNAÇÃO HOSPITALAR (art. 12)
 
Nos casos de internação hospitalar, o recém-nascido, criança ou adolescente tem direito de estar acompanhado de seus responsáveis. Da mesma forma, o estabelecimento de saúde deve, obrigatoriamente, viabilizar a permanência do responsável 24h por dia.
 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
		Recém-nascido
Criança
Adolescente
 
	
	
	
		Estar acompanhado do responsável
 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
		ESTABELECIMENTO DE SAÚDE
 
	
	
	
		Viabilizar a permanência do responsável 24h por dia
 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O legislador teve por objetivo garantir o AMPARO AFETIVO, pelos responsáveis, daqueles que estão internados. Incluem-se como responsáveis aqueles que possuem vinculo legal com a criança ou adolescente. A garantia de acompanhamento esta relacionada ao estimulo psicológico para recuperação da pessoa.
DA COMUNICAÇÃO OBRIGATÓRIA NO CASO DE MAUS TRATOS (art. 13)
 
Como estamos a tratar dos direitos fundamentais das crianças e adolescentes no tocante ao atendimento à saúde, o primeiro entendimento do artigo pode se dizer que refere-se quanto a obrigação do responsável (médico) pelo estabelecimento médico-hospitalar ou do médico.
 
Ocorre que estaobrigação estende-se a todos (família, comunidade, sociedade) conforme previsão contida no artigo 4º do estatuto.
 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
		MÉDICO
 
	
		Comunicar a suspeita à autoridade competente (conselho tutelar, delegado de polícia, membro do MP, juiz da Vara da Infância e Juventude
 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
		obrigação
 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
		obrigação
 
	
	
	
		PROFESSOR
 
	
	
	
		Comunicar a suspeita à autoridade competente (conselho tutelar, delegado de polícia, membro do MP, juiz da Vara da Infância e Juventude
 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todavia, no caso do médico e do professor (ensino fundamental, pré-escola, ou creche), caso suspeitem de maus tratos às crianças e aos adolescentes e sejam omissos estes respondem administrativamente conforme disposto no artigo 245 do estatuto.
	
	
	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto às demais pessoas
Caso haja denuncia e, por ser um dever imposto por lei, para noticiar às autoridades qualquer forma de violência ou abuso contra criança ou adolescente, naturalmente não se deve processar – civil ou penalmente – quem o faz, a menos que atue de maneira DOLOSA, comunicando algo que sabe ser falso.  
	
	
	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entendimento jurisprudencial para elucidação:
 
RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. AUTOR INDICIADO EM INQUÉRITO POLICIAL E PRESO TEMPORARIAMENTE EM RAZÃO DE SUSPEITA DA PRÁTICA DE CRIME DE ESTUPRO EM DESFAVOR DA PRÓPRIA FILHA. NOTITIA CRIMINIS FORMULADA PELOS RÉUS PERANTE A AUTORIDADE POLICIAL. EXAME DE CONJUNÇÃO CARNAL QUE ATESTA A INTEGRIDADE DO HÍMEM DA INFANTE. ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL E REVOGAÇÃO DA PRISÃO TEMPORÁRIA. INEXISTÊNCIA DE DENÚNCIA OU VINCULAÇÃO DO AUTOR A QUALQUER AÇÃO PENAL. FATO QUE FICOU RESTRITO AO CONHECIMENTO DAS PARTES E DAS AUTORIDADES POLICIAIS COMPETENTES. INEXISTÊNCIA DE GRAVES PREJUÍZOS AO AUTOR. MERO DISSABOR INCAPAZ DE CONFIGURAR DANO À MORAL. RÉUS QUE APENAS DECLARARAM SUAS SUSPEITAS PARA AS AUTORIDADES, MAS QUE NÃO FORAM RESPONSÁVEIS PELA ABERTURA DO INQUÉRITO POLICIAL OU PELA SEGREGAÇÃO DO AUTOR. DEVER DE INDENIZAR INEXISTENTE. REQUISITOS DOS ARTS. 159 DO CÓDIGO CIVIL/1916 (CORRESPONDENTE AO ART. 186 DO CC/2002) E 927 DO ATUAL CÓDIGO CIVIL NÃO CONFIGURADOS. INTELIGÊNCIA, ADEMAIS, DOS ARTS. 4, 5, 13, 17 e 18 DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO DOS RÉUS PROVIDO. PREJUDICADO O RECURSO ADESIVO. "A provocação da autoridade policial a fim de que seja apurada suposta prática de infração penal é um direito não apenas do ofendido, como de toda e qualquer pessoa do povo (art. 5º, II e § 3º, do CPP). Diante disto, a jurisprudência tem entendido, quase que unanimemente, como descabida a indenização ao indiciado por danos decorrentes de inquérito policial posteriormente arquivado, a menos que aquele que deu causa à instauração tenha, comprovadamente, agido dolosamente ou de má-fé. É dizer, somente quando a pretensa vítima descamba do exercício regular para o abuso de seu direito poderá ser civilmente responsabilizada"(Desª. Maria do Rocio Luz Santa Ritta)."É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte , ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária."(art. 4º do ECA)."Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão aos seus direitos fundamentais."(art. 5º do ECA)."Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências."(art. 13 do ECA)."O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais."(art. 17 do ECA)."É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor."(art. 18 do ECA). (TJ-SC - AC: 190974 SC 2006.019097-4, Relator: Marcus Tulio Sartorato, Data de Julgamento: 08/10/2007, Terceira Câmara de Direito Civil, Data de Publicação: Apelação Cível n. , de Chapecó)
 
 
 
ASSISTÊNCIA MÉDICA E ODONTOLÓGICA (art. 14)
 
Trata-se da assistência médica e odontológica, a ser prestada pelo SUS com foco especifico em doenças e enfermidades que afetam a população mais jovem, sendo a atuação notadamente preventiva. “Tanto que o §1º prevê a vacinação como obrigatória” 
 
A atenção odontológica terá função educativa e protetiva, prestada inicialmente, antes da criança nascer através da gestante por meio de aconselhamento pré-natal e, posteriormente aos 6 e aos 12 anos de idade.
	
	
	
	
	
	
	
	
		Promover campanhas médico/odontológicas para a PREVENÇÃO das enfermidades que afetam a população jovem.
	
	
	
	
	
	
Direito à Liberdade, ao Respeito e a Dignidade (Art. 15 à 18-B)
eito à Liberdade, ao Respeito e a Dignidade (Art. 15 à 18-B)
 
 
DIREITO A LIBERDADE e DIGNIDADE
 
O direito à Liberdade previsto no estatuto é mais amplo do que o simples conceito de “direito de ir e vir”.
 
Compreende-se como liberdade: o direito a opinião, expressão, crença e culto religioso, liberdade para brincar dentre outras.
 
Contudo, não significa dizer que a criança e o adolescente podem fazer o que bem entenderem, devem, sempre, respeitar as regras legais já instituídas tendo em vista que o direito à liberdade não é absoluto. 
 
Os artigos 16,17,18 abordam separadamente cada um dos direitos enumerados no art. 15.
 
O Respeito e a Dignidade estão diretamente relacionados com o tratamento digno indispensável às crianças e adolescentes, não podendo estes terem sua dignidade, que é “a qualidade moral que, possuída por uma pessoa, serve de base ao próprio respeito em que é tida”, abaladas, nem através dos métodos de criação e muito menos de tratamento.
 
No que diz respeito à dignidade, os artigos (art. 18-A, 18-B) inseridos pela Lei 13.010/2014, conhecida popularmente como Lei Menino Bernardo* ou Lei da Palmada, estabelecem como direito da criança e do adolescente serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos, de tratamento cruel ou degradante.
 
O nome da lei é uma homenagem ao menino Bernardo Boldrini, morto em abril de 2014, aos 11 anos, em Três Passos (RS). Os acusados são o pai e a madrasta do menino, com ajuda de uma amiga e do irmão dela. Segundo as investigações, Bernardo procurou ajuda para denunciar as ameaças que sofria.

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