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Apostila_ECA_Cursos Preparatorios_Damasio Educacional

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ECA 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO 
ADOLESCENTE 
 
 
 
 
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Sumário 
 
PARTE GERAL ....................................................................................................................................... 3 
1.Fases da Evolução do Tratamento Jurídico das Crianças e Adolescentes no Brasil ............................. 3 
“Pilares” da proteção integral: ............................................................................................................ 5 
Ato infracional: art. 103 do ECA ........................................................................................................... 7 
Medidas socioeducativas ..................................................................................................................... 9 
Cabimento da internação ................................................................................................................... 17 
Princípios das medidas socioeducativas privativas de liberdade ......................................................... 19 
Internação-sanção (regressão) ........................................................................................................... 21 
Internação provisória-art. 108 do ECA ................................................................................................ 22 
Sanções .............................................................................................................................................. 23 
Prescrição ........................................................................................................................................... 25 
Remissão (arts. 126 a 128 do ECA) ...................................................................................................... 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
PARTE GERAL 
1. Fases da evolução do tratamento jurídico das crianças e adolescentes no Brasil 
1º Fase da absoluta indiferença 
2º Fase da mera imputação criminal 
3º Fase Tutelar 
4º Fase da Proteção Integral 
 
PARTE GERAL 
 
1.Fases da Evolução do Tratamento Jurídico das Crianças e Adolescentes no Brasil 
 
1º Fase da absoluta indiferença 
 
Nessa fase, não eram estabelecidas normas jurídicas específicas (diferenciadas) para a tutela ou a proteção de 
crianças e adolescentes: a ordem jurídica disciplinava, os poderes dos adultos para que eles promovessem a tutela 
ou a proteção das crianças e adolescentes (trata-se de uma proteção reflexa ou indireta). 
 
2º Fase da mera imputação criminal 
 
Nessa fase, as primeiras normas jurídicas que tratam especificamente de crianças ou adolescentes se preocupam 
apenas com a sua punição, estabelecendo diminuições ou mitigação na quantidade da pena, que pode ser aplicada 
para menores de idade (as sanções são da mesma qualidade do adulto, apenas em menor quantidade). 
 
Trata-se do reconhecimento de uma (capacidade paradoxal), pois não lhes era reconhecida capacidade para exercer 
direitos, mas apenas capacidade para suportar sanções. 
 
I-Ordenações do Reino de Portugal 
I-Código Criminal do Império (1830) 
I-Código Penal da República (1890) 
 
3º Fase Tutelar- “objeto de controle estatal” 
 
Doutrina da situação irregular: 
 
(i) Infração penal + (ii) abandonados (“menores”) 
 
-Código de Mello Mattos (1927) 
-Código de Menores (1979) 
 
Dica: Não use mais a expressão “direito menorista” porque dá a impressão que está se vivendo ainda no século 
passado sob a égide do Código de Menores, hoje se fala em direito da criança e do adolescente, o “menor” é uma 
expressão que ficou estigmatizada porque era quem se aplicava o Código de Menores, só era aplicado para aqueles 
considerados em “situação irregular” por motivo de abandono ou de cometimento de infração penal. 
 
4º Fase da Proteção Integral- “sujeitos de direito” 
 
Embora o ECA tenha sido o primeiro diploma normativo a adotar a expressão da proteção integral. Essa doutrina 
já foi acolhida/adotada na Constituição da República, 02 anos antes (art. 227, CF). 
 
 
 
 
 
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-CF 88, art. 227, caput 
-ECA, art. 1º-Estatuto (proteção) 
 
“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à 
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito 
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda 
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade 
e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 
2010)” 
 
“Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao 
adolescente.” 
 
-Todos menores de 18 anos 
A lei se aplica para todo e qualquer menor de 18 anos. 
 
-Eles são a única categoria de sujeitos que tem reconhecido em texto constitucional, a absoluta prioridade na 
garantia e no respeito de seus direitos. 
 
-Prioridade “qualificada”. 
 
Proteção: direitos 
 
Integral: 
-Objetivo: abrange TODOS os direitos da pessoa humana + específicos (art. 3º, caput do ECA). 
Art. 3º, caput do ECA 
 
“Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos 
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção 
integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por 
outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes 
facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, 
em condições de liberdade e de dignidade. 
 
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas 
as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação 
familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, 
condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição 
econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra 
condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em 
que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)” 
 
I-art. 16, IV do ECA (direito de brincar) 
 
“Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: 
 
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, 
ressalvadas as restrições legais; 
 
II - opinião e expressão; 
 
 
 
 
 
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III - crença e culto religioso; 
 
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; 
 
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; 
 
VI - participar da vida política, na forma da lei; 
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. 
 
-Subjetivo: alcança TODAS as pessoas menores de 18 anos (art. 3º, Parágrafo Único + art. 2º do ECA). 
 
“Art. 3º (...). 
 
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas 
as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação 
familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, 
condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição 
econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra 
condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em 
que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)” 
 
“Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até 
doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e 
dezoito anos de idade. 
 
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se 
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um 
anos de idade.” 
 
“Pilares” da proteção integral: 
 
1.Absoluta prioridade: art. 227, caput, da CF + art. 4º do ECA 
 
 
“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à 
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito 
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda 
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade 
e opressão.(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 
2010)” 
 
“Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e 
do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos 
direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao 
esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao 
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. 
 
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: 
 
 
 
 
 
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a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer 
circunstâncias; 
 
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância 
pública; 
 
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais 
públicas; 
 
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas 
com a proteção à infância e à juventude.” 
 
2. Respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento-art. 227, §3º, V da CF+ 6º, do ECA 
 
É o que justifica que se tenha uma tutela específica, uma proteção especial para que sejam conferidos direitos 
específicos para crianças e adolescentes. Exemplo: direito de brincar, estabelecimento de sanção diferenciada, que 
são as medias socioeducativas. 
 
“Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais 
a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres 
individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do 
adolescente como pessoas em desenvolvimento.” 
 
 
Art. 2º, caput, ECA: regra geral, alcança pessoas menores de 18 anos. 
 
“Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até 
doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e 
dezoito anos de idade. 
 
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se 
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um 
anos de idade.” 
 
- 21 anos é o limite intransponível de aplicação do ECA. 
 
I-critério etário ou cronológico ou biológico ( + puro ou absoluto) 
 
A aquisição de capacidade civil por emancipação legal ou voluntária não interfere na aplicação do ECA. Integral é 
não excludente de pessoa alguma, se eu excluir alguém dessa proteção, ela passa a ser parcial. 
 
-Criança: menor de 12 anos (12 anos incompletos). 
 
-Adolescente: 12 anos completos, menor de 18 anos 
 
Obs.: Convenção sobre os Direitos da Criança (Decreto nº 99710-90) - art. 1º: criança-pessoa menor de 18 anos. 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
PARTE GERAL 
Ato infracional 
Medidas socioeducativas 
 
PARTE GERAL 
 
Ato infracional: art. 103 do ECA 
 
Considera-se ato infracional: a conduta que, praticada por criança ou adolescente, é definida em lei como crime ou 
contravenção penal. É a chamada tipicidade remetida, eu remeto a tipicidade do direito penal comum. 
 
“Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime 
ou contravenção penal.” 
 
Se for contravenção para o adulto, também é ato infracional para o ECA. 
 
Infração penal é gênero (abrange crime e contravenção penal), para o ECA é ato infracional, correspondente a este 
crime ou equivalente a este crime. 
 
-Criança (menor de 12 anos): SÓ medidas de proteção (art. 105 c.c. 101). Exemplo: encaminhamento dos pais ou 
responsável, matrícula no ensino fundamental. 
 
“Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as 
medidas previstas no art. 101.” 
 
“Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a 
autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as 
seguintes medidas: 
 
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de 
responsabilidade; 
 
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; 
 
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de 
ensino fundamental(...); 
 
 
Para criança foi adotado o sistema de absoluta irresponsabilidade. 
 
-Adolescente: medidas de proteção (art. 101) 
 
(12 anos completos, menor de 18 anos) + medidas socioeducativas (art. 112). Sistema de responsabilidade 
diferenciada ou especial. 
“Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade 
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: 
 
I - advertência; 
 
 
 
 
 
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II - obrigação de reparar o dano; 
 
III - prestação de serviços à comunidade; 
 
IV - liberdade assistida; 
 
V - inserção em regime de semi-liberdade; 
 
VI - internação em estabelecimento educacional; 
 
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. 
 
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua 
capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração. 
 
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a 
prestação de trabalho forçado. 
 
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental 
receberão tratamento individual e especializado, em local adequado 
às suas condições.” 
 
-Criança e adolescente são penalmente inimputáveis. 
 
-Irresponsáveis são apenas criança, que só podem receber medidas de proteção. 
 
-Adolescente: se diz em doutrina que para o adolescente, o ECA adota um sistema, de responsabilidade 
diferenciada ou especial, porque ele recebe uma sanção diferenciada da sanção do adulto, é uma sanção própria. 
 
Quando se fala em adolescente infrator, se pode afirmar que ele é penalmente inimputável, mas ele responsável 
no ECA porque ele tem uma responsabilidade diferenciada ou especial, com a aplicação de medida socioeducativa. 
 
-Criança e adolescente não sofre “prisão”, mas “apreensão”. 
 
 Encaminhamento (atendimento) 
-criança: (menor 12 a) -para Conselho Tutelar (art. 136, I, ECA) 
-adolescente: (12 a completes, menor de 18 
anos) 
-Flagrante: autoridade policial (art. 172) 
-ordem judicial: para Juiz VIJ- Vara da Infância 
e Juventude (art. 171) 
 
“Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar: 
 
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 
98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII; 
 
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas 
previstas no art. 129, I a VII; 
 
III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto: 
 
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço 
social, previdência, trabalho e segurança; 
 
 
 
 
 
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b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de 
descumprimento injustificado de suas deliberações. 
 
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua 
infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou 
adolescente; 
 
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência; 
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, 
dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de 
ato infracional; 
 
VII - expedir notificações; 
 
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou 
adolescente quando necessário; 
 
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta 
orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da 
criança e do adolescente; 
 
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos 
direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal ; 
 
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda 
ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de 
manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural. 
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
 
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, 
ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento de 
sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei 
nº 13.046, de 2014) 
 
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho 
Tutelar entender necessário o afastamento do convívio familiar, 
comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe 
informações sobre os motivos de tal entendimento e as providências 
tomadas para a orientação,o apoio e a promoção social da família. 
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência” 
 
“Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional 
será, desde logo, encaminhado à autoridade policial competente. 
 
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para 
atendimento de adolescente e em se tratando de ato infracional 
praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição da 
repartição especializada, que, após as providências necessárias e 
conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial própria.” 
 
Medidas socioeducativas 
 
 
 
 
 
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I-Advertência (art. 115): admoestação oral. 
 
“Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será 
reduzida a termo e assinada.” 
 
II-Reparação dos danos (art. 116): 3 formas 
É a própria sanção. O que no Direito Penal é efeito secundário da condenação penal, não é a sanção. Para o ECA é 
a própria sanção, é a reparação dos danos pela prática do ato infracional. 
 
“Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, 
a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente 
restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra 
forma, compense o prejuízo da vítima. 
 
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá 
ser substituída por outra adequada.” 
3 Formas: 
 
1. Ressarcimento: é uma mera recomposição em dinheiro do equivalente ao prejuízo. 
 
2. Restituição do bem: se ele promover a devolução ou restituição do próprio bem subtraído. A restituição do bem 
para o ECA significa reparação dos danos. 
 
3. Por outro modo compensar o prejuízo 
 
Ele poderia promover uma compensação dos danos de outra forma qualquer que não seja ressarcimento, entregar 
dinheiro e que não seja restituição do bem. 
 
III-Prestação de serviços comunitários (art. 117) 
 
Como sanção originária ou direta para o caso concreto. Ela não vai substituir uma outra que você já quantificou 
como ocorre no Direito penal do adulto. 
 
“Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização 
de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a 
seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros 
estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários 
ou governamentais. 
 
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do 
adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito 
horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, 
de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal 
de trabalho.” 
 
-Pelo prazo não superior seis meses (MÁXIMO). 
-Com jornada semanal de no máximo 08 horas de tarefas ou serviços comunitários. 
 
 
IV-Liberdade assistida (art. 118 e 119): 
 
-Orientador 
 
 
 
 
 
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A característica marcante dela é que nela existe a figura do orientador, durante a execução dessa medida será 
designado para a execução dessa medida, um orientador, que vai acompanhar o adolescente em sua vida familiar, 
comunitária, escolar. 
 
“Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a 
medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar 
o adolescente. 
 
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o 
caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de 
atendimento. 
 
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, 
podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída 
por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o 
defensor.” 
 
“Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da 
autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, entre 
outros: 
 
I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes 
orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou 
comunitário de auxílio e assistência social; 
 
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do 
adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; 
 
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de 
sua inserção no mercado de trabalho; 
 
IV - apresentar relatório do caso.” 
 
-Prazo: 06 meses (mínimo) 
 
A lei do SINASE (12.594/12) denomina essas quatro primeiras medidas socioeducativas em “meio aberto”, elas são 
consideradas medidas socioeducativas que a lei do SINASE chama de medidas socioeducativas em meio aberto, 
que são cumpridas em meio não privativo de liberdade. 
 
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo-lei de execução das medidas socioeducativas. 
 
Abrangem a advertência, reparação de danos, prestação de serviços comunitários e a liberdade assistida. 
 
-Art. 42, §3º da Lei SINASE 
 
Privativas de liberdade 
 
V-Semiliberdade (art. 120) 
 
O adolescente infrator permanece parte do dia em liberdade e parte do dia recolhido na entidade de atendimento 
socioeducativo para cumprimento da sua medida de semi-liberdade. 
 
-Arts. 121, §5º do ECA c.c. +120, §2º 
 
 
 
 
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“Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o 
início, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a 
realização de atividades externas, independentemente de autorização 
judicial. 
 
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, 
sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na 
comunidade. 
 
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que 
couber, as disposições relativas à internação.” 
 
“Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita 
aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição 
peculiar de pessoa em desenvolvimento. 
 
(...)§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.” 
 
 
VI-Internação (arts. 121-125) 
 
I-18 anos a 21 anos de idade (liberdade compulsória) 
 
A aplicação do ECA excepcionalmente, ela pode transcender dezoito anos de idade, mas ela nunca pode 
transcender 21 anos (limite instransponível). 
Pela literalidade do ECA quem pode transcender dezoito e chegar até 21, são apenas as socioeducativas de 
internação e por extensão de semiliberdade. O STJ admite a possibilidade de também a liberdade assistida 
transcender 18 e chegar aos 21 anos, sobre essa possibilidade não tem norma escrita no ECA, entendimento 
consolidado na súmula 605 do STJ. 
 
SÚMULA Nº 605 DO STJ: 
 
“A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de 
ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em 
curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade 
de 21 anos.” 
 
Previsão legal: art. 2º, Parágrafo único 
 
“Art. 2º (...)Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se 
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um 
anos de idade.” 
 
Somente para medidas socioeducativas de internação (art. 121, §5º) e por extensão “semiliberdade”(art. 120, 
§2º). A expressa previsão legal para aplicar socioeducativa além dos dezoito anos até 21 anos, só existe no ECA e 
nesses dois dispositivos legais que nós comentamos. 
 
“Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita 
aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição 
peculiar de pessoa em desenvolvimento. 
 
(...)§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.” 
 
 
 
 
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“Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o 
início, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a 
realização de atividades externas, independentemente de autorização 
judicial. 
 
(...) § 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no 
que couber, as disposições relativas à internação. 
 
-Liberdade assistida (art. 118 e 119): Súmula nº 605, STJ 
 
Essa previsão não consta em nenhum dispositivo do ECA. Essa previsão textual só tem para internação e por 
extensão a semiliberdade. A única previsão é da súmula nº 605, STJ.SÚMULA Nº 605 DO STJ: 
 
“A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de 
ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em 
curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade 
de 21 anos.” 
 
Obs.: Se o sujeito permanecer foragido até os 21 anos de idade, opera-se a denominada prescrição etária, não pode 
mais ser cogitada, a imposição de qualquer medida socioeducativa. 
 
Obs.: A internação do caso Champinha não é mais medida socioeducativa, foi convertida a internação em hospital 
psiquiátrico, mas antes foi proposta uma ação de interdição civil por incapacidade mental em uma vara de família 
para depois requerer a transferência dele para o hospital psiquiátrico. 
 
-Lei 10.216/2001-Lei Antimaniconial 
Fundamento administrativo para tratamento psiquiátrico nos termos do art. 6º, parágrafo único. 
 
-O art. 6º desta lei prevê três possibilidades de internação: internação voluntária (em que o paciente concorda, 
internação involuntária (ele não concorda, mas alguma pessoa próxima a ele requer munida com laudo emitido por 
dois médicos e a do inciso III, é a compulsória (a qual o champinha está até hoje), a compulsória é por decisão 
judicial. 
 
“Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada mediante 
laudo médico circunstanciado que caracterize os seus motivos. 
 
Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação 
psiquiátrica: 
 
I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do 
usuário; 
 
II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do 
usuário e a pedido de terceiro; e 
 
III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.” 
 
A internação do ECA jamais transcende 21 nos de idade. 
 
 
 
 
 
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O juiz não tem opção, ao completar 21 anos de idade, ele é obrigado a determinar a liberação compulsória de quem 
está internado, se ele não liberar, o juiz comete o crime do art. 235 do ECA, que vai prever como crime, alguém 
descumprir os prazos estabelecidos em lei em favor do adolescente, privado da liberdade. 
 
“Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em 
benefício de adolescente privado de liberdade: 
 
Pena - detenção de seis meses a dois anos.” 
 
Internação (+ semiliberdade)- juiz aplica na sentença SEM prazo determinado (art. 121, §2º) 
O juiz não determina o prazo a priori da medida, ele aplica com prazo em aberto. No cumprimento é que incidirão 
os prazos. 
 
Execução: reavaliação da medida a cada, no MÁXIMO 6 meses (art. 121, §2º, ECA + 42, caput da lei do SINASE 
12.594/12) 
 
“Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita 
aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição 
peculiar de pessoa em desenvolvimento. 
 
(...) § 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua 
manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no 
máximo a cada seis meses.” 
 
1. Liberação (extinção da execução das medidas socioeducativas) 
 
2. Substituição da medida por outra + branda (progressão das medidas socioeducativas) 
O mais comum do dia-a-dia é o juiz substituir a internação por liberdade assistida, também pode ser a internação 
por semiliberdade. Se o juiz pode extinguir completamente a execução da socioeducativa ou processo de execução, 
posso trocá-la por qualquer outra mais branda. 
 
3. Manutenção da medida- sem prazo 
 
Vamos retomar para as possibilidades que o juiz teria por ocasião daquela reavaliação que a lei impõe (ECA, 
SINASE), que a cada no máximo 6 meses o sujeito precisa ser reavaliado, que consiste em liberação, substituição 
da medida por outra mais branda, manutenção da medida. 
 
-Qual o limite máximo de manutenção do sujeito na mesma medida socioeducativa de internação? 
 
Limite total: 03 anos (art. 121, §3º) 
Três anos não é o limite da execução em sua integralidade de medidas socioeducativas. 
 
“Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita 
aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição 
peculiar de pessoa em desenvolvimento. 
 
(...) § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação 
excederá a três anos.” 
 
Exemplo 1: internado com 15 anos e ficou até aos dezoito anos internado. Ao cessar os três anos da internação, 
substitui por semiliberdade, onde pode mantê-lo até chegar aos 21 anos. Neste caso, a execução das medidas 
socioeducativas, não por 3 anos, mas por 06 anos (03 anos de internação mais 03 anos de semiliberdade). 
 
 
 
 
 
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Exemplo 2: internado aos 12 anos, quando chegar aos 15 anos, a internação poderá ser substituída por 
semiliberdade, mantendo o internado por mais 03 anos. Quando aos 18 anos, posso substituí-la por liberdade 
assistida e manter por mais 03 anos. Em tese, posso manter uma adolescência inteira, cumprindo medidas 
socioeducativas, chegar aos noves anos no limite. 
 
Exemplo 3: o adolescente cometeu um ato infracional definido em lei como estupro com 17 anos, 11 meses e 29 
dias. Mas não foi apreendido em flagrante e permaneceu foragido até completar 19 anos de idade. Com 19 anos a 
polícia apreende com ordem judicial e o juiz determinou uma provisória como medida cautelar, que é o equivalente 
a prisão preventiva no ECA. Mas essa internação não poderá alcançar 3 anos porque ele irá alcançar 21 anos de 
idade, sendo o juiz obrigado a ordenar a liberação compulsória dele ainda que não completados os três anos da 
medida socioeducativa de internação. 
 
Obs.: Aos vinte em anos de idade incide a denominada liberação compulsória (art. 121, §5º). 
 
Ela depende de ordem judicial? 
Dica de gabarito em provas: art. 121, §6º, ECA: desinternação deve ser sempre ser precedida de decisão judicial + 
depois de ouvido o MP. 
 
“Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita 
aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição 
peculiar de pessoa em desenvolvimento. 
 
(...) § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade. 
 
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de 
autorização judicial, ouvido o Ministério Público. (...)” 
 
-Resolução 165-2012 CNJ, art. 19: independe de decisão judicial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
PARTE GERAL 
Medidas socioeducativas (continuação) 
Cabimento da internação 
Princípios das medidas socioeducativas privativas de liberdade 
 
PARTE GERAL 
 
Medidas socioeducativas 
 
I. Advertência 
II. Reparação de danos 
III. Prestação serviços comunitários 
IV. Liberdade assistida 
V. Semiliberdade 
 
“Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade 
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: 
 
I - advertência; 
 
II - obrigação de reparar o dano; 
 
III - prestação de serviços à comunidade; 
 
IV - liberdade assistida; 
 
V - inserção em regime de semi-liberdade; 
 
VI - internação em estabelecimento educacional; 
 
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. 
 
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua 
capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração. 
 
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a 
prestação de trabalho forçado. 
 
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental 
receberão tratamento individual e especializado, em local adequado 
às suas condições. 
 
 
VI. Internação 
 
Cabimento taxativo-art. 122: possibilidade jurídica da medida. 
 
I. Ato praticado COM violência ou grave ameaça a pessoa 
 
“Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando: 
 
 
 
 
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I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa; 
 
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; 
 
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida 
anteriormente imposta. 
 
§ 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não 
poderá ser superior a 3 (três)meses, devendo ser decretada 
judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei nº 
12.594, de 2012) (Vide) 
 
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra 
medida adequada.” 
 
 
Cabimento da internação 
 
VII. Internação 
 
Cabimento taxativo-art. 122: possibilidade jurídica da medida. 
 
II. Ato praticado COM violência ou grave ameaça a pessoa. 
I-tráfico de drogas –Súm. 492 do STJ 
 
“SÚMULA 492 DO STJ: 
 
O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz 
obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de 
internação do adolescente.” 
 
III. Reiteração no cometimento de atos graves 
I- A partir do 2º ato em diante... 
 
Obs.: No mínimo a prática de um segundo ato. Ainda que esses atos não contenham violência e nem contenham 
grave ameaça a pessoa, justifica aplicar a internação ao menos em nível de possibilidade jurídica. 
 
O ECA não define atos graves. Considera-se em doutrina, ato grave, aquela conduta para qual foi prevista pena de 
reclusão para o adulto. 
Exemplo: o adolescente comete dois atos, a saber: 
1. Furto- aplica liberdade assistida 
2. Tráfico de drogas-Pode internação (cabimento ou possibilidade). 
 
Haverá possibilidade de internação por ato infracional de tráfico de drogas com fundamento na reiteração. 
 
O inciso II possibilita aplicar a internação para um ato que não contém violência ou grave ameaça à pessoa. 
 
Obs.: O STJ entende que o inciso II do art. 122 do ECA exige apenas reiteração (que não se confunde com a 
reincidência do art. 63 do CP) que exige trânsito em julgado da condenação anterior. Por isso, para o STJ, basta que 
 
 
 
 
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o adolescente tenha recebido medida socioeducativa em sentença de mérito pelo ato infracional anterior, para que 
se possa agora cogitar de reiteração em atos infracionais futuros. 
 
Obs.: art. 28 da Lei 11.343/06-NUNCA pode internação. 
 
“Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou 
trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido 
às seguintes penas: 
 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
 
II - prestação de serviços à comunidade; 
 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso 
educativo. 
 
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo 
pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de 
pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar 
dependência física ou psíquica. 
 
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz 
atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local 
e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais 
e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. 
 
§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão 
aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. 
 
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do 
caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) 
meses. 
§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em 
programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, 
hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins 
lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do 
consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. 
 
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se 
refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse 
o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: 
 
I - admoestação verbal; 
 
II - multa. 
 
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do 
infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, 
preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.” 
 
Nunca punir o adolescente em maior intensidade do que o adulto. 
 
 
 
 
 
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Diretrizes de Riad + art. 35, I, Lei do Sinase (12.594/12) 
 
“Art. 35. A execução das medidas socioeducativas reger-se-á pelos 
seguintes princípios: 
 
I - legalidade, não podendo o adolescente receber tratamento mais 
gravoso do que o conferido ao adulto; 
 
(...)” 
 
1.Excepcionalidade 
 
2. Brevidade 
 
3. Respeito à condição peculiar de pessoas em desenvolvimento 
 
Princípios das medidas socioeducativas privativas de liberdade 
 
1.Excepcionalidade 
 
a) Cabimento taxativo (art. 122 do ECA) -possibilidade jurídica + 
b) Necessidade- art. 122, §2º do ECA 
 
-Ainda que constatada a possibilidade da internação, o juiz não deve aplicá-la, se outra for adequada ao caso 
concreto ou seja, as mais brandas, se forem adequadas e suficientes em preferência em relação à internação, 
que tem caráter de excepcionalidade. 
 
“Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando: 
 
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa; 
 
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; 
 
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida 
anteriormente imposta. 
 
§ 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não 
poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada 
judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei nº 
12.594, de 2012) (Vide) 
 
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra 
medida adequada.” 
 
2. Brevidade-menor tempo possível... (prazos) 
 
3. Respeito à condição peculiar de pessoas em desenvolvimento-art. 123, caput e Parágrafo único. 
 
“Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva 
para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, 
 
 
 
 
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obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição física 
e gravidade da infração. 
 
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, 
serão obrigatórias atividades pedagógicas.” 
 
Nós fechamos no bloco anterior aqueles princípios que regem as medidas socioeducativas privativas de liberdade, 
que estão presentes tanto na Constituição como também no art. 121 do ECA. 
 
Nós analisamos o cabimento dos incisos I e II do art. 122, esses dois, o juiz estaria aplicando na sentença de mérito, 
ao final da fase de conhecimento, ela seria a sanção que o juiz aplica ao final do processo de conhecimento, na 
sentença sancionatória (equivalente a sentença condenatória do adulto). 
 
“Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando: 
 
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa; 
 
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves (...);” 
 
 
Por isso, elas são chamadas em doutrina de internações definitivas porque ela é sanção definitiva que se aplica ao 
caso concreto em decisão de mérito. 
 
Elas são aplicadas SEM prazo determinado + Limite de cumprimento 03 anos. 
 
III-descumprimento de medida anteriormente aplicada 
 
-Reiterado e injustificável: internação sanção (regressão) 
 
Exemplo: um adolescente de 15 anos (sem antecedente infracional), que era bom aluno, filho. Ele entra em uma 
farmácia e coloca a mão debaixo da camiseta e inicia a execução de um ato infracional correspondente a roubo, ele 
exerceu grave ameaça mediante simulação de estar portando arma de fogo, mas não tinha nada com ele. Vamos 
imaginar que o juiz aplicou uma semiliberdade, em que ele ficaria parte do dia solto para estudar e trabalhar e 
parte do dia recolhido para realizar atividades pedagógicas. 
 
Mas poderia ser também uma liberdade assistida porque não era um fato concretamente tão grave, embora 
possibilitasse internar porque ele contém grave ameaça do inciso I do art. 122. 
 
Durante o cumprimento da semiliberdade, o adolescente era solto de manhã para estudar e não retornou para a 
entidade. Se ele descumprir mais de uma vez, poderá intimá-lo para punir o descumprimento de outra medida 
anteriormente aplicada. 
 
Essa internação sanção-COMPRAZO determinado + Limite de 3 meses (art. 122, §1º). 
 
Essa não pode ultrapassar 3 meses, ao contrário da internação definitiva que é de até 03 anos. 
 
 
“Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando: 
 
(...) § 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo 
não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada 
 
 
 
 
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judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei nº 
12.594, de 2012) (Vide) 
 
(...)” 
 
Internação-sanção (regressão) 
 
Procedimento 
 
Antes do juiz poder decretar a internação sanção-regressa, quando ele receber a notícia, desse descumprimento 
reiterado de medida socioeducativa anteriormente aplicada em fase de conhecimento, ele tem que: 
 
1º designar uma “audiência para justificação” ouvido o adolescente. 
 
O juiz tem que primeiro ouvir o adolescente em audiência para justificação e depois que ele houver tido a 
possibilidade de se justificar o descumprimento, o juiz avalia se entende justificado ou não, se o juiz declara 
injustificado e aplica a internação sanção ou a internação regressão, mas não posso aplicar sanção sem antes 
possibilitar uma mínima oportunidade de contraditório e ampla defesa ao adolescente. 
 
Isso hoje já é previsão da lei do Sinase, mas antes mesmo da lei do Sinase, já era o entendimento consolidado na 
Súmula 265 do STJ. 
 
“SÚMULA Nº 265 DO STJ: 
 
É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a 
regressão da medida sócio-educativa.” 
 
I-art. 43, §4º, II da Lei 12.594/12 
 
“Art. 43. A reavaliação da manutenção, da substituição ou da 
suspensão das medidas de meio aberto ou de privação da liberdade e 
do respectivo plano individual pode ser solicitada a qualquer tempo, a 
pedido da direção do programa de atendimento, do defensor, do 
Ministério Público, do adolescente, de seus pais ou responsável. 
 
§ 1º Justifica o pedido de reavaliação, entre outros motivos: 
 
I - o desempenho adequado do adolescente com base no seu plano de 
atendimento individual, antes do prazo da reavaliação obrigatória; 
 
II - a inadaptação do adolescente ao programa e o reiterado 
descumprimento das atividades do plano individual; e 
 
III - a necessidade de modificação das atividades do plano individual 
que importem em maior restrição da liberdade do adolescente. 
 
§ 2º A autoridade judiciária poderá indeferir o pedido, de pronto, se 
entender insuficiente a motivação. 
 
§ 3º Admitido o processamento do pedido, a autoridade judiciária, se 
necessário, designará audiência, observando o princípio do § 1º do art. 
42 desta Lei. 
 
 
 
 
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§ 4º A substituição por medida mais gravosa somente ocorrerá em 
situações excepcionais, após o devido processo legal, inclusive na 
hipótese do inciso III do art. 122 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 
(Estatuto da Criança e do Adolescente), e deve ser: 
 
I - fundamentada em parecer técnico; 
 
II - precedida de prévia audiência, e nos termos do § 1º do art. 42 desta 
Lei.” 
 
Internação provisória-art. 108 do ECA 
 
I-função cautelar (medida cautelar pessoal) 
 
Não tem natureza de sanção. Ela pode perdurar por no máximo 45 dias. Essa internação é improrrogável. 
 
Antes da sentença-é a provisória por até 45 dias. 
 
Na sentença de mérito que encerra a fase de conhecimento-é a internação definitiva que você aplica sem prazo, 
cujo limite de cumprimento é de até 03 anos. 
 
Na fase de execução de outra medida socioeducativa porque ela foi descumprida de forma reiterada e injustificável-
é a internação sanção, mas se aplica na fase de execução, por prazo determinado, de até 03 meses. 
 
“Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo 
prazo máximo de quarenta e cinco dias. 
 
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em 
indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a 
necessidade imperiosa da medida.” 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
PARTE GERAL 
Sanções 
 
PARTE GERAL 
 
Sanções 
 
Internação provisória Sentença (internação 
definitiva) 
Execução de outra medida 
(internação sanção-
regressão) 
Art. 108 Art. 122, I e II Art. 122, III 
Medida Cautelar Prazo indeterminado Prazo determinado 
Limite: 45 dias Limite: 03 anos Limite: 03 meses 
 
Segundo o professor João Batista da Costa Saraiva: na sistemática do ECA não tem sanção equivalente à medida de 
segurança do adulto. 
 
Adulto (sanção penal) 
Pena OU Medida de Segurança 
 
Adolescente 
Medidas socioeducativas (art. 112) OU Medidas de proteção (art. 101, V) 
 
-Art. 112, §1º: Só posso aplicar socioeducativa se o adolescente tiver capacidade de cumprimento da medida. Se 
não tem capacidade de compreensão, ele não sofre socioeducativa (sanção), no ECA não foi prevista sanção alguma 
para o adolescente que seja doente mental, ele não recebe sanção porque não tem capacidade de compreensão. 
 
Será aplicado medida de proteção, não tem caráter de sanção, que é requisição de tratamento médico, psicológico 
ou psiquiátrico. 
 
“Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade 
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: 
 
(...) § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua 
capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração.” 
 
“Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a 
autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as 
seguintes medidas: 
 
(...)V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, 
em regime hospitalar ou ambulatorial;(...)” 
 
Dupla inimputabilidade: esse adolescente é inimputável por duas causas, uma causa biológica (menos de 18 anos) 
e uma causa biopsicológica (doença mental), que gera total incapacidade de compreensão da conduta praticada. 
 
 
 
 
 
 
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Chamavam o adolescente mental como causa de dupla inimputabilidade porque é sempre inimputável por ser 
menor de 18 anos e aqui ele é de novo inimputável por doença mental. Como esse apresenta duas causas de 
inimputabilidade, chamaram esse de dupla inimputabilidade. 
 
O que pode ser aplicado no caso de dupla inimputabilidade? 
Posso aplicar medida de proteção consistente na requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico. 
É a chamada dupla inimputabilidade porque ele é sempre inimputável por ser menor de dezoito anos e ainda é 
doente mental. 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
PARTE GERAL 
Prescrição 
Remissão 
 
PARTE GERAL 
 
Prescrição 
 
O ECA não previu prescrição para medida socioeducativa, mas o STJ entende que aplica. O tema não foi disciplinado, 
por isso gerou polêmica. 
-Súmula 338, do STJ 
“SÚMULA 338 DO STJ: 
 
A prescrição penal é aplicável nas medidas sócio-educativas.” 
 
2 posições: 
 
1º. Posição: 
-Não se aplica: ECA silencia... (caráter educativo, não é sanção). 
 
2º. Posição: 
-Aplica sim (finalidade pedagógica, tem caráter sanção...) 
 
-STJ aplica sim, por analogia. 
 
-Súmula 338 do STJ: prescrição PENAL. 
 
Como calcular? 
 
STF-igual ao adulto: pena máxima cominada no tipo penal. 
 
-Art. 157, caput, do CP: reclusão 4 anos-10 anos 
-Redução 1/2: 08 anos (art. 115, CP) 
 
-STJ-sanção máxima do ECA (03 anos de internação) 
-Art. 109, IV, CP: 08 anos 
-Redução: 1/2: 4 anos (art. 115, CP) 
 
“Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o 
criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, 
na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)” 
 
Por que a diferença? 
 
Porque eles partem de critérios de bases de cálculo diversos, o STF orientar pegar a pena máxima do tipo penal do 
adulto, no caso do roubo que são dez anos. Agora do STJ, baseia-se na sanção máxima do ECA, que são três anos 
de internação. 
 
 
 
 
 
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A prescrição máxima do ECA é quatro anos, desde que a prescrição penal do adulto não seja menor. Se a do adultofor menor, você deixa de aplicar 4 e adota a prescrição maior porque não posso nunca punir o adolescente onde 
não se puniria o adulto. Se a prescrição penal do adulto der menor que quatro, eu deixo de usar essa e adoto a do 
adulto, quando benéfico para o adolescente. 
 
Exceção: ameaça (art. 147 CP: det. 1m-6m ou multa) 
 
-Art. 109, VI, CP: 03 anos-1/2 (art. 115 CP): 1ª6m 
-Art. 35, I da Lei do Sinase (Lei 13.594/2012) 
-Diretrizes de Riad da ONU 
 
A prescrição das medias socioeducativas seria no máximo 4 anos, salvo se no penal ela resultar inferior, daí você 
abre mão dos quatro anos de acordo com o STJ e dato a prescrição do adulto. 
 
Procedimento de apuração de ato infracional praticado por adolescente. 
 
I- Obs.: criança-Conselho Tutelar (art. 136, I, ECA) - desjudicialização 
 
CPP ECA 
-Ação penal -Ação socioeducativa 
-Pública (MP oferece denúncia) I-Sempre pública incondicionada (MP oferece 
representação)-petição inicial 
-Incondicionada ou Condicionada 
-Privada (ofendido oferece queixa) 
 
O que é denúncia no processo penal é representação no ECA. No ECA a representação é um poder que pertence ao 
MP, por meio da qual ele está promovendo a ação socioeducativa contra o adolescente infrator. No ECA não tem 
iniciativa pública condicionada. A ação socioeducativa é EXCLUSIVA do MP. 
 
Remissão (arts. 126 a 128 do ECA) 
 
I-Forma alternativa para abreviar o procedimento (diversificação). 
 
É muito comum verificar isso em criminologia. É o que se faz hoje mediante transação penal, acordo de não-
persecução penal, suspensão condicional do processo, que são formas para abreviar o procedimento, economizar 
atos do processo e evitar que ele seja condenado, é uma diversificação. É uma solução diversa para abreviar o 
procedimento, mas é uma solução diversa do procedimento tradicional, que cominaria em uma sentença 
condenatória do adulto ou em uma sentença sancionatória, na sistemática do ECA. 
 
-A remissão enquanto forma de diversificação, ela não significa necessariamente o perdão. 
 
“Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de 
ato infracional, o representante do Ministério Público poderá 
conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo 
às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto social, bem 
como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor 
participação no ato infracional. 
 
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão 
pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do 
processo.” 
 
 
 
 
 
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“Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento 
ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de 
antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer 
das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-
liberdade e a internação.” 
 
“Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista 
judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do 
adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público.” 
 
2 Formas: 
 
I. Perdão puro e simples (própria) 
Quem pode conceder é o MP e o juiz. 
 
II. Transação (imprópria) 
Na remissão concedida sob a forma de transação, a diferença é que não vou simplesmente perdoa-lo, vou 
dar remissão para abreviar o procedimento e evitar que nós cheguemos em uma sentença ao final, 
sancionatória. Abreviar o procedimento em troca do cumprimento de uma medida socioeducativa 
alternativa ou não privativa de liberdade. 
Posso conceder remissão cumulando dentro dela uma socioeducativa não privativa de liberdade sob a 
forma de transação. 
 
III. Transação (imprópria) 
 
I-cumulada com a aplicação de medida socioeducativa, salvo internação, semiliberdade. 
 
Na remissão eu posso cumular qualquer medida socioeducativa que não seja privativa de liberdade. 
 
-É um ato bilateral (precisa de aceitação do ofendido e seu defensor). 
 
-Posso propor que se aplique na remissão as socioeducativas em meio aberto, incisos I a IV do art. 112 do 
ECA, que abrange a advertência, reparação dos danos, prestação de serviços comunitários ou liberdade 
assistida. 
 
Vantagens: 
 
Ainda que ele venha cumprir uma socioeducativa por intermédio da remissão transação, ele não foi 
processado completamente e ao final, ele não foi sentenciado a uma socioeducativa em sentença de 
mérito, que tenha reconhecido contra ele a responsabilidade pela prática de um ato infracional. 
 
Obs.: a remissão, tanto a concedida sob a forma de perdão como aquela concedida sob a forma de 
transação, não implica confissão nem assunção de responsabilidade pelo ato infracional, além de nunca 
gerar antecedentes infracionais. 
 
Exemplo: 1º comete um ato infracional correspondente ao crime de furto qualificado, não há violência, 
grave ameaça e não há de se cogitar de reiteração, primeiro ato a ser praticado pelo adolescente. 
-Remissão + prestação de serviços comunitários 
-Tráfico de drogas: cabe internação por reiteração de atos graves (art. 122, II, ECA). 
 
Caso exemplificativo: 
 
1. Furto qualificado: remissão com prestação de serviços comunitários. 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
PARTE GERAL 
Remissão (continuação) 
 
PARTE GERAL 
 
Remissão (continuação) 
 
Caso exemplificativo: 
 
2. Furto qualificado: remissão com prestação de serviços comunitários. 
 
3. Tráfico de drogas: cabe internação por reiteração em atos graves (art. 122, II, ECA). 
 
Não, porque o ato infracional em que concedida remissão é como se nunca houvesse existido. Como se o 
tráfico de drogas fosse o primeiro ato praticado. 
 
O crime não tem violência ou grave ameaça a pessoa do art. 122, I e ele também não configura reiteração 
porque o ato anterior não pode ser computado como primeiro. Para que esse fosse considerado um 
segundo, já que reiteração é fazer de novo. Esse tráfico é como se fosse, por isso não possibilita internar. 
 
A remissão faz com que o ato em que ela é concedida, é como se ele não houvesse existido. 
 
Quem concede: MP (art. 126, caput) Juiz (art. 126, p. único) 
 Momento: pré-processual: antes da 
instauração do processo 
 processual durante o 
processo (antes da 
sentença)-art. 188, ECA 
 Efeitos: exclusão do processo suspensão do processo ou 
extinção 
 
 
A remissão do MP impede que se instaure um processo, tem efeito de exclusão do processo. Exclui a 
possibilidade do seu surgimento. 
 
Se o juiz conceder como mero perdão, ela suspende ou extingue o processo? 
O que é consumação instantânea gera extinção. Se o juiz concedeu como forma de transação? 
 
Depende da socioeducativa, se for advertência já se extingue instantaneamente. 
 
Se ele aplicar remissão cumulada com prestação de serviços comunitários, de execução continuada e por 
isso caberia a suspensão no aguardo do cumprimento. 
 
Art. 128-A remissão permite revisão pelo juiz da infância e juventude a requerimento do interessado.

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