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FARMACOTÉCNICA HOMEOPÁTICA: Medicamento homeopático PROF. Dr. ALDO CÉSAR PASSILONGO DA SILVA Graduado em Farmácia– Bacharelado / UFJF Habilitação em Análises Clínicas/ UFJF Mestre em Ciências Farmacêuticas – Programa de Pós-graduação do Departamento de Farmácia – UFPE Doutor do Programa de Pós-graduação em Inovação Terapêutica - UFPE aldocesafarma@gmail.com profaldocesarfarma@gmail.com Medicamento Homeopático “Medicamento homeopático é toda apresentação farmacêutica destinada a ser ministrada segundo o principio da similitude, com finalidade preventiva e terapêutica, obtida pelo método de diluições seguidas de sucussões e/ou triturações sucessivas. quando considera a força vital responsável pela manutenção da saúde. Farmacopeia Homeopática II. Origem do medicamento homeopático 1 - Derivados de vegetais: o maior número deles. - Plantas inteiras: Belladonna, Aconitum napelus Partes delas: Svmphytum officinalis (raízes frescas), Sanguinaria canadensis (raízes frescas), Nux vomica (sementes), Lycopodium clavatum (esporos) Origem do medicamento homeópático - Produtos fisiológicos (SARCÓDIOS) Ex.: Asa foetida, Terebinthinae oleum, Hura brasiliensis, Opium (resinas vegetais) - Produtos patológicos (NOSÓDIOS) Ex: Secale cornutum (fungo Claviceps purpurea que cresce sobre o grão de centeio). Ustilago maidis (fungo sobre grão de milho) Solanum tuberosum aegrotans (fungo que cresce na batata = Solanum tuberosum). Origem do medicamento homeópático 2 - Derivados de animais: Inteiros, partes, frescos ou secos, vivos ou mortos Ex: Apis mellifica (abelhas vivas) Cantharls vesicatoria (cantáridas secas) Tarantula cubensis e Tarantula hispana (aranhas inteiras) Origem do medicamento homeópático - Produtos fisiológicos (SARCÓDIOS) Ex: Lachesis trigonocefalus, Crotalus horridus, Naja vipera (venenos de cobras), Sepia succus (tinta de polvo), Mephites putorius (secreção de glândulas anais de um tipo de raposa), Moschus (musk), Lac defloratum e Lac caninum (leites) Calcarea ostrearum (pó de cascas de ostras). Origem do medicamento homeópático - Produtos patológicos (NOSÓDIOS), bactérias ou suas toxinas, órgãos doentes ou suas secreções. Ex.: Tuberculinum, Syphylinum, Psorinum, Streptococcinum - ORGANOTERAPICOS, obtidos de órgãos frescos ou secos, ou de suas secreções, como os hormônios. Ex.: Thyreoidinum, Ovarium, Insulina, Adrenalina Origem do medicamento homeópático - AUTO-ISOTERAPICOS ou AUTONOSÓDIOS: produtos fisiológicos ou patológicos de um doente, utilizados com a finalidade de tratar sua própria doença. São as “auto vacinas homeopáticas”, geralmente preparadas a partir de secreções do nariz, orofaríngea, sangue (auto- hemoterápicos), pele (eczemas, pus, carcinomas), urina, fezes, etc. Origem do medicamento homeópático 3 - Derivados do reino mineral: - Origem natural: Ex.: Aurum metalicum (Ouro) , Kali carbonicum (carbonato de potássio obtido das cinzas de plantas), Natrum muriaticum (sal marinho não-purificado), Graphites (produto inglês da mina de Borrowdale), Petroleum (da Austria) Mica (completamente branca, da Índia), Sulphur (da Itália). Origem do medicamento homeópático - Origem industrial, sintética: sais orgânicos, vitaminas. Ex.: Sulfanilamida, Mercurius iodatus ruber, diversas penicilinas. Origem do medicamento homeópático - Preparações exclusivamente homeopáticas: Ex.: Hepar sulphuris = cascas de ostras em pó com enxofre Causticum = mistura de cal em água, com bissulfito de potássio e água fervente Mercurius solubilis = nitrato de protóxido de mercúrio com amônia Caícarea acetica = pó de cascas de ostras com vinagre de vinho Origem do medicamento homeópático Imponderáveis: não-enquadrados nos casos anteriores. Ex.: Magnetis polus arcticus, Eletricidade, Raios-X, Ralo de sol, Raio de lua. Origem do medicamento homeópático 4 ) Reino Fungi 5) Reino Protista 6) Reino Monera Veículos e Excipientes Veículos e excipientes, também chamados de insumos inertes, são substâncias e produto utilizado em Homeopatia para realizar diluições, incorporar dinamizações e extrair os princípios ativos de drogas e na elaboração das tinturas homeopáticas. Condições de pureza exigidas pelas farmacopéias. Veículos e Excipientes Os veículos e excipientes utilizados em Homeopatia são a água, o álcool etílico, a glicerina, a lactose e a sacarose, bem como os glóbulos, microglóbulos, comprimidos e tabletes inertes. Veículos e Excipientes Água A água utilizada em Homeopatia é a água pura obtida por meio de destilação, bidestilação, deionização com filtração esterilizante e osmose reversa. Apresentação : límpida, incolor, inodora e isenta de impurezas, como amônia, cálcio, metais pesados, sulfatos e cloretos. Veículos e Excipientes Água Acondicionamento é feito em recipientes bem fechados, em geral barriletes de vidro ou PVC, devendo ser renovada todos os dias, pela manhã. A destilação é o processo mais recomendado para as farmácias homeopáticas. Veículos e Excipientes Álcool O álcool utilizado em Homeopatia é o álcool etílico bidestilado obtido em alambiques de vidro. Apresentação límpido, incolor, com odor característico, sabor ardente e isento de impurezas, principalmente aldeídos e álcoois superiores. Veículos e Excipientes Álcool Seu acondicionamento deve ser feito em recipientes herméticos, como bombonas de polietileno que não tenham sido usadas para outros fins, longe do fogo ou do calor. Veículos e Excipientes Álcool Álcool 20%: é empregado na passagem da forma sólida (trituração) para a forma líquida. Álcool 30%: é utilizado na dispensação de medicamentos homeopáticos administrados sob a forma de gotas. Álcool 70%: é empregado nas dinamizações intermediárias. Veículos e Excipientes Álcool Alcool igual ou superior a 70%: é utilizado na preparação de dinamizações que irão impregnar a lactose, os glóbulos, os comprimidos e os tabletes, bem como na moldagem de tabletes. Álcool 96%: é empregado na dinamização de medicamentos preparados na escala cinqüenta milesimal-LM (proporção 1/50.000). Veículos e Excipientes Álcool Diferentes diluições alcoólicas: são utilizadas na elaboração das tinturas homeopáticas e na diluição de drogas solúveis, nas três primeiras dinamizações centesimais (1/100) ou nas seis primeiras dinamizações decimais (1/10). Veículos e Excipientes Glicerina A glicerina utilizada em Homeopatia é a glicerina bidestilada obtida em alambiques de vidro para evitar a presença de metais. Seus principais contaminantes são a acroleína, compostos amoniacais, glicose, sulfatos, cloretos, metais pesados, ácidos graxos e ésteres. Veículos e Excipientes Glicerina Apresentação clara, incolor, na consistência de xarope, com odor característico e sabor doce, seguido de sensação de calor. Deve ser acondicionada em recipientes bem fechados (vidro ou plástico), pois é higroscópica. Veículos e Excipientes Glicerina Empregada a glicerina nas tinturas homeopáticas preparadas a partir de órgãos e glândulas de animais superiores, nas três primeiras dinamizações centesimais (1/100) e nas seis primeiras dinamizações decimais (1/10), a partir de tinturas-mães, e na preparação de certos bioterápicos. Veículos e Excipientes Glicerina Utilizada misturada com água na proporção 1:1; com água e álcool na proporção 1:1:1 ou em outras proporções de acordo com as monografias citadas nas farmacopéias homeopáticas. Veículos e Excipientes Glicerina A lactose utilizada em Homeopatia é a obtida a partir do leite de vaca. Deve serusada pura, livre de impurezas como o amido, a sacarose e a glicose. Sua purificação consome quatro litros de álcool etílico para cada 1.000 g. Veículos e Excipientes Glicerina Apresentação na forma de pó cristalino, branco, inodoro, com leve sabor doce, e ser acondicionada em recipientes bem fechados, pois absorve odores rapidamente, A lactose é utilizada nas dinamizações feitas a partir de substâncias insolúveis (trituração) e na confecção de comprimidos, tabletes e glóbulos inertes. Veículos e Excipientes Glicerina Pode ainda ser impregnada com dinamizações líquidas, para a obtenção da forma farmacêutica sólida de uso interno chamada “pós”. Veículos e Excipientes Sacarose A sacarose utilizada em Homeopatia é o açúcar purificado obtido da cana-de- açúcar, principalmente. Suas principais impurezas são os metais pesados, o cálcio, os cloretos e os sulfatos. Apresentação na forma de cristais ou massas cristalinas, incolores ou brancas, ou pó cristalino branco, com sabor doce bastante característico. Veículos e Excipientes Sacarose Deve ser acondicionada em recipientes bem fechados. A sacarose é utilizada na fabricação dos glóbulos inertes. Formas Farmacêuticas Glóbulos Inertes São pequenas esferas compostas de sacarose ou mistura de sacarose e pequena quantidade de lactose. São obtidos industrialmente a partir de grânulos de açúcar mediante drageamentos múltiplos. Formas Farmacêuticas Glóbulos Inertes Apresentam-se com pesos medianos de 30 mg, 50 mg e 70 mg, na forma de grãos esféricos, homogêneos e regulares, brancos, praticamente inodoros e de sabor doce. Devem ser acondicionados em recipientes hermeticamente fechados. Os glóbulos inertes são impregnados com dinamizações líquidas, para a obtenção da forma farmacêutica sólida chamada “glóbulos”. Formas Farmacêuticas Microglóbulos Inertes Microglóbulos inertes são pequenìssimas esferas compostas de sacarose e amido obtidos industrialmente pelo processo de fabricação semelhante aos glóbulos. São comercializados na padronização de 63 mg para cada cem microglóbulos. Formas Farmacêuticas Microglóbulos Inertes Apresentam-se na forma de grãos esféricos, homogêneos e regulares, brancos, praticamente inodoros e de sabor doce. Devem ser acondicionados em recipientes bem fechados (frascos de vidro âmbar, por exemplo). Os microglóbulos são utilizados na preparação de medicamentos na escala cinqüenta milesimal. Formas Farmacêuticas Comprimidos Inertes Os comprimidos inertes utilizados em Homeopatia são pequenos discos obtidos pela compressão de lactose ou mistura de lactose e sacarose, com ou sem granulação prévia. Apresentam-se na forma discóide, homogêneos e regulares, com peso compreendido entre 100 e 300 mg, brancos, inodoros e de sabor levemente adocicado. Formas Farmacêuticas Comprimidos Inertes Devem ser acondicionados em recipientes bem fechados. Os comprimidos inertes são impregnados com dinamizações líquidas, para a obtenção da forma farmacêutica sólida chamada “comprimidos”. Formas Farmacêuticas Tabletes Inertes Os tabletes utilizados em Homeopatia são pequenos discos obtidos por moldagem da lactose em tableteiro. Apresentam-se na forma discóide, não tão homogêneos e regulares quanto os comprimidos, com peso compreendido entre 100 e 300mg, brancos, inodoros e de sabor levemente adocicado. Devem ser acondicionados em recipientes bem fechados.