Prévia do material em texto
A GESTÃO DA CLÍNICA E AS DIRETRIZES CLÍNICAS (Apresentação adaptada de Maria Emi Shimazaki - Ailton C. Alves Júnior) SETEMBRO, 2013 LABORATÓRIO DE INOVAÇÕES NA ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS DE SAÚDE DE SANTO ANTÔNIO DO MONTE - MG o Transição demográfica acelerada o Morbi-mortalidade concentrada nas condições crônicas o Causas externas e agudização de condições crônicas (AVC, IAM) o Queda da mortalidade infantil, mas com elevado número de causas evitáveis o Desigualdade nos níveis de saúde e no acesso aos serviços de saúde A SITUAÇÃO DE SAÚDE NO BRASIL - UMA SÍNTESE O DESAFIO: A INOVAÇÃO O DESAFIO A situação de saúde caracterizada pela tripla carga das doenças, com predominância relativa das condições crônicas, mas o modelo de atenção voltado para as condições agudas A INOVAÇÃO: Restabelecer a coerência entre a situação de saúde e o modelo de atenção do SUS, implantando as Redes de Atenção à Saúde, coordenadas pela Atenção Primária, através das tecnologias de Gestão da Clínica Fonte: Mendes, 2009 INOVAÇÃO NO SISTEMA DE SAÚDE Condições Agudas e Crônicas Redes de Atenção à Saúde Gestão da Clínica CIDADÃOS VIVENDO MAIS E MELHOR INOVAÇÃO NO SISTEMA DE SAÚDE Condições Agudas e Crônicas Redes de Atenção à Saúde Gestão da Clínica CIDADÃOS VIVENDO MAIS E MELHOR Inovação no Modelo de Gestão A MUDANÇA DOS PARADIGMAS NO SISTEMA DE SAÚDE MUDANÇA DE MODELO VELHO PARADIGMA NOVO PARADIGMA Atenção à saúde Condição aguda Hospitalocêntrico Condição aguda e crônica Coordenada pela APS Organização Sistema Sistema fragmentado Redes de atenção à saúde Gestão Decisão empírica Gestão de meios Decisão baseada em evidência Gestão da clínica Organizacional Estrutura centralizada e verticalizada Gerenciamento funcional Baixa capacidade de gestão Descentralizada com foco no cidadão Gerenciamento por processos: visa agregar valor ao cidadão Gestão voltada para resultado na perspectiva da sociedade OS DESAFIOS E INOVAÇÕES PARA OS SISTEMAS DE SAÚDE NO INÍCIO DO SÉC. XXI Da atenção às condições agudas para as condições crônicas Mudança de modelo de atenção à saúde Do sistema fragmentado para o sistema integrado Mudança de modelo de organização do sistema de saúde Da gestão dos recursos para a gestão dos fins Mudança de modelo de gestão do sistema de saúde MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS Fonte: MENDES EV. O Modelo de Atenção às Condições Crônicas na ESF. In: As redes de atenção à saúde As redes de atenção à saúde. Belo Horizonte, ESP/MG, 2009. Mendes EV. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2011. . A GESTÃO DA CLÍNICA O CONCEITO DE GESTÃO DA CLÍNICA A Gestão da Clínica é um conjunto de tecnologias de micro gestão, destinado a prover uma atenção à saúde de qualidade: Centrada nas pessoas Efetiva Estruturada com base em evidências científicas Segura, que não cause danos às pessoas e aos profissionais de saúde Eficiente, provida com os custos ótimos Oportuna, prestada no tempo certo Equitativa, de forma a reduzir as desigualdades injustas Ofertada de forma humanizada FONTES: INSTITUTE OF MEDICINE (2001); MENDES (2009) A GESTÃO DA CLÍNICA A grande inovação na gestão do sistema de saúde dá-se através da gestão da clínica que tem como objetivo assegurar padrões clínicos ótimos e, conseqüentemente, melhorar a qualidade das práticas clínicas (DEPARTMENT OF HEALTH, 2002) A GESTÃO DA CLÍNICA A gestão da clínica dispõe de um conjunto de instrumentos tecnológicos que permite integrar verticalmente os diversos pontos de atenção à saúde para conformar uma rede de atenção à saúde, capaz de prestar a atenção no lugar certo, no tempo certo, com o custo certo e a qualidade certa (MENDES, 2002) A Singularidade Organizacional: A organização profissional da saúde A Singularidade Econômica: A indução da demanda pela oferta: A Lei de Roemer (leito disponível é leito ocupado) As Leis e Princípios dos Sistemas de Saúde: A Lei de Wildavsky (lei do “saco sem fundo”) A Lei da variabilidade na prestação dos serviços de saúde (não por evidencia clínica ou necessidade, mas por disponibilidade dos serviços, preferências culturais, ideologia das escolas médicas, padrão estrutural e financeiro dos incentivos presentes) FONTE: MENDES (2002) POR QUE A GESTÃO DA CLÍNICA? FATOR PARTICIPAÇÃO Inflação geral da economia 42% Variabilidade nos procedimentos clínicos 32% Inflação dos preços da saúde 17% Envelhecimento da população 9% A LEI DA VARIABILIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E OS FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O AUMENTO DOS CUSTOS DA ATENÇÃO À SAÚDE NOS ESTADOS UNIDOS FONTE: GRAY (2009) A Lei da caneta do médico (a parte mais significativa dos gastos dos sistemas de serviços de saúde é realizada pelos médicos, com sua autorização escrita) A Lei da concentração da severidade e dos gastos com as doenças (uma pequena minoria é responsável por uma grande maioria dos gastos de atenção à saúde) FONTE: MENDES (2002) POR QUE A GESTÃO DA CLÍNICA? A LEI DA CONCENTRACÃO DA SEVERIDADE E DOS GASTOS NOS ESTADOS UNIDOS PORCENTUAL DA POPULAÇÃO PORCENTUAL DOS GASTOS EM SAÚDE 1% 30% 2% 41% 5% 58% 20% 72% Custo per capita/ano médio dos 1% com condições crônicas muito complexas: US$ 90.000,00 Custo per capita/ano dos 50% com condições de saúde de baixa complexidade: US$ 180,00 FONTES: BERK & MONHEINT (1992); EVANS (1996) A LEI NO SISTEMA UNIMED DE MINAS GERAIS FONTE: CHAVES (2009) AS MUDANÇAS NA PRÁTICA CLÍNICA • Prescritiva e centrada na doença • Não programada • Uniprofissional • Atenção médica especializada • Presencial • Individual • Atenção profissional • Colaborativa e centrada na pessoa e na família • Programada • Multiprofissional • Atenção médica generalista • Não presencial • Em grupo • Atenção por leigos • Autocuidado apoiado MENDES (2009) UMA DAS TECNOLOGIAS DE GESTÃO DA CLÍNICA: AS DIRETRIZES CLÍNICAS FONTE: MENDES (2009) OUTRAS GESTÃO DA CONDIÇÃO DE SAÚDE GESTÃO DE CASO AUDITORIA CLÍNICA LISTA DE ESPERA O CONCEITO DE DIRETRIZES CLÍNICAS As Diretrizes Clínicas são recomendações preparadas, de forma sistemática, com o propósito de influenciar decisões dos profissionais de saúde e das pessoas usuárias a respeito da atenção apropriada, em circunstâncias clínicas específicas. FONTE: INSTITUTE OF MEDICINE (1999) TIPOS DE DIRETRIZES CLÍNICAS LINHAS-GUIA PROTOCOLOS CLÍNICOS PROCED. OPERACIONAIS PADRÃO - POP Normalizam todo o processo de atenção, em todos os pontos de atenção, obedecendo a ação coordenadora da atenção primária à saúde Normalizam o padrão de atendimento à determinada patologia ou condição, discriminando as ações de prevenção, diagnóstico, cura/cuidado ou reabilitação em um determinado ponto de atenção Normalizam a execução das tarefas prioritárias - críticas (rotina diária), para garantir o resultado final desejado (Mendes, 2007; Falconi, 2009) Função gerencial Função educacional Função comunicacional Função legal DIRETRIZES CLÍNICAS: FUNÇÕES (ROBSON, STEINNER, 1998; HURWITZ,1999; MENDES 2007) • População alvo • Caracterização da população-alvo • Estratificação por grau de risco • Principais processos • Fluxo do atendimento • Manejo clínico adequado • Apoio diagnóstico e terapêutico • Parametrização: • Incidência e prevalência das condições e doenças • Demais indicadores A FUNÇÃO GERENCIAL DA LINHA-GUIA • Dimensionamento da necessidade de saúde • Programação das ações de saúde • Organização dos processos de trabalho na APS • Elaboração da agenda de atendimentos da equipe • Dimensionamento dos recursos necessários: estrutura-física, equipamentos, material, insumos, medicamentos, pessoal • Pactuação entre SMS, equipe da APS e comunidade A FUNÇÃO GERENCIAL DA LINHA-GUIA • Definição dos fluxos assistenciais • Dimensionamento da demanda gerada para a atenção secundária e terciária • Organização da atenção secundária e terciária • Regulação do acesso da atenção secundária e terciária, para as condições crônicas pela APS A FUNÇÃO GERENCIAL DA LINHA-GUIA AS ATUAIS LINHAS-GUIA DA SES/MG FONTE: www.saude.mg.gov.br Laboratório Centro Viva Vida Especialidades Maternidade Alto Risco Maternidade risco habitual Casa da Gestante Fonte: Mendes, 2007 AVALIAÇÃO DE DIRETRIZES CLÍNICAS – AGREE II AVALIAÇÃO DE DIRETRIZES CLÍNICAS – AGREE II 1. ESCOPO E FINALIDADE DA DIRETRIZ CLÍNICA ITEM DE VERIFICAÇÃO PONTUAÇÃO* COMENTÁRIO 3 2 1 0 1.1Todos os objetivos estão descritos com clareza na diretriz clínica 1.2 As recomendações de saúde contidas na diretriz clínica estão descritas com clareza 1.3 A população-alvo (usuários, público) está definida com clareza TOTAL AVALIAÇÃO DE DIRETRIZES CLÍNICAS – AGREE II 4. CLAREZA NA APRESENTAÇÃO ITEM DE VERIFICAÇÃO PONTUAÇÃO* COMENTÁRIO 3 2 1 0 4.1 As recomendações são específicas e claras 4.2 As recomendações- chave são facilmente identificadas na diretriz clínica 4.3 A diretriz clínica contém os algoritmos para sua aplicação TOTAL AVALIAÇÃO DE DIRETRIZES CLÍNICAS – AGREE II AVALIAÇÃO GLOBAL Você recomenda o uso desta diretriz clínica na prática? Forte recomendação Recomendo Recomendo com alterações Não recomendo COMENTÁRIO FINAL: INOVAÇÕES NA NOVA VERSÃO DA LINHA-GUIA HIPERDIA – SES/MG • Abordagem populacional das condições crônicas abordadas (MACC). • Maior rigor científico e adequação aos parâmetros do AGREE. • Consideração da prática de novas teconologias (leves). • Novas estratificações de risco para a organização da rede de atenção. • Indicadores de qualidade do programa de controle das condições crônicas abordadas. “Nesse mundo de transformações e turbulências crescentes, as pessoas precisam de ajuda para aprender e inovar. As organizações também. Não basta apenas fazer o que sempre foi feito. É preciso fazer o que nunca foi feito antes.” FONTE: CHIAVENATO (2002) Grato! cartonjunior@hotmail.com