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Cap. 1 Letramento

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Cap. I FUNDAMENTAÇÃO TEORICA DA PESQUISA EM RELAÇÃO AO PROCESSO DE LETRAMENTO NO BRASIL
Durante as múltiplas alterações ocorridas no cenário nacional em relação aos métodos de ensino nas escolas espalhadas pelo mundo e também nas escolas brasileiras ocorreram diferentes tipos de pensadores que ajudaram a construir uma visão mais coerente sobre o trabalho do professor diante da alfabetização primeira das crianças, mais tarde ampliando o processo também para jovens e adultos que não tiveram o acesso a formação e alfabetização dos mesmos, sempre questionando e buscando assim, métodos mais eficazes para serem abordados em sala de aula, criando didáticas que facilite o trabalho do docente no processo de alfabetização, que é sem sombra de dúvida o período mais fundamental de todo processo educacional, pois é quando os mesmos estão adquirindo os conhecimentos necessários para a construção racional, do senso crítico e desenvolvendo ser humano.
A escrita sempre esteve presente na construção antropológica do ser humano, corresponder de maneira direta o seu agir e as suas necessidades sociais. Falar sobre letramento é sempre uma necessidade da educação, que infelizmente atualmente esta relacionada aos índices altíssimos de reprovação em sala de aula. Procurou-se tomar como base teórica autores que defendem a educação infantil e que demonstram preocupação com os resultados da nossa atual configuração didática. Nomes como os de Paulo Freire, Maria Montessori, Celestin Frenet entre outros pedagogos, psicólogos e profissionais da educação que alegam que o atual modelo escolar não consegue garantir aos alunos uma formação de maior qualidade e que o processo didático vem contribuindo para a estagnação do senso critico dos mesmos.
O conceito de letramento corresponde na verdade a própria concepção do ser humano de interpretação do mundo do qual pertence, assim como, dos códigos representativos socialmente, e também da sua própria conscientização como ser pensante e atuante, mas também é a resultante das inúmeras necessidades culturais e históricas do seu agir no mundo. O letramento é muito expansivo onde o mesmo representa em primeiro momento a aquisição de conhecimentos prévios para a formação do individuo de maneira plena e completa. 
É preciso esclarecer que Letramento nem sempre corresponde a somente o processo de conhecimento das letras e dos códigos gramaticais estipulados socialmente como certos, mas também significar expandir a própria capacidade de percepção de se mesmo em diferentes contextos como: o da linguagem matemática, o da música, dos princípios básicos da ciência; dos esportes a arte, enfim, existem pessoas que não possuem nenhuma instrução cultural ou mesmo foi alfabetizada, mas que possuem um nível de esclarecimento fora do comum, enquanto existem outras que mesmo dentro da sala de aula não conseguem fazer uso de noções mínimas de interpretação textual, visual e corporal que também podem ser classificadas como sendo uma espécie diferente de analfabetismo, denominado como: analfabetismo funcional. 
O termo letramento se encontra na constituição social como sendo uma pratica desenvolvida sobre a necessidade do homem em promover a sua cidadania crítica e coerente da realidade, sendo mais tarde atribuída a pessoas que possuem algum nível de esclarecimento crítico e da escrita e também da fala, mas sabemos que este termo corresponde muito mais a própria evolução do ser humano como sendo um agente de transformação radical da sua realidade do que somente ter alguma noção de ambas, pois o simples fato de uma pessoa saber ler uma propaganda não significa que a mesma venha entender o real sentido da mensagem. É o que poderíamos chamar da leitura critica da realidade que Paulo Freire defendia dentro da educação.
Conhecer as letras do alfabeto não significa que uma pessoa é letrada, pois em sua grande maioria os alunos não conseguem transformar este conhecimento visual em cognitivo criando os déficits do processo de alfabetização, além de contribuir para o seu fracasso como leitor e também interprete do que esta lendo. Isso porque o símbolo não é interpretado pelo seu celebro deixando a sua formação de leitura fragilizada e dessa forma, o próprio processo de escrita também foi prejudicado. 
 Para Adam e Starr (1982 apud COLOMER; CAMPS, 2002):
Quando se lê um texto com significado não se lêem as letras, as palavras e as frases que o compõem do mesmo modo que se fossem apresentadas isoladamente e, inclusive, a velocidade da leitura de uma frase depende do contexto à sua volta.
Para Ceris Ribas da Silva (2005 p.09) esta relação pode ser sentida justamente na manifestação do processo de letramento dentro da configuração social da escrita:
Essa ampliação do conceito de alfabetização decorre do fato de que as sociedades do mundo inteiro estão cada vez mais centradas na escrita. Conseqüentemente, ser alfabetizado – isto é, saber ler e escrever – tem se revelado condição insuficiente para responder adequadamente às demandas contemporâneas. É preciso ir além da simples aquisição do código escrito, é preciso fazer uso da leitura e da escrita no cotidiano, apropriar-se da função social dessas duas práticas: é preciso letrar-se.
Apesar de existir diversas áreas do conhecimento humano e diversos tipos linguagens, o fato de letramento é algo comum a todos os seres cognitivos, pois se trata de um costume tipicamente humano, pois somente os homens são capazes de criar códigos simbólicos que representa a sua atuação dentro da esfera comportamental. Em uma visão evolutiva a espécie humana foi poderia ser classificada como sendo superiores as demais espécies devido o fato de ser adaptado para adquirir conhecimentos e transformá-los em experiências validas para a sua elevação crítica. 
De acordo com as palavras da mesma autora (2005 p.08):
Com a implementação dos “ciclos básicos de alfabetização”, a partir da regulamentação da LDB, de1996, os sistemas de ensino e as escolas passaram a reconhecer a insuficiência da concepção de alfabetização, entendida apenas como a aprendizagem mecânica de ler e escrever, e que se pretendia realizar em apenas um ano de escolaridade, nas chamadas classes de alfabetização. Além de aprender a ler e escrever, a criança deve aprender a dominar as práticas sociais de leitura e de escrita.
Um fator muito importante dentro da relação do processo educativo na construção social do letramento pode ser acompanhado na forma que as políticas públicas atingem a população, pois o modelo educativo deveria procurar atender as principais manifestações da ordem social, auxiliando e combatendo as mazelas sociais como, sendo uma oportunidade de locomoção social, mas a realidade educativa do país tem se mostrado incapaz de oferecer uma formação educativa mais coerente com as necessidades das classes menos favorecidas e deixando assim serias lacunas na educação de milhares de alunos principalmente das comunidades mais carentes do país. 
Marcuschi (2007, p. 16,17) apresenta as inúmeras dificuldades de se posicionar os problemas da oralidade e escrita: 
Numa sociedade como a nossa, a escrita, enquanto manifestação formal dos diversos tipos de letramento, é mais do que uma tecnologia. Ela se tornou um bem social indispensável para enfrentar o dia-a-dia, seja nos centros urbanos ou na zona rural. Neste sentido, pode ser vista como essencial à própria sobrevivência no mundo moderno. Não por virtudes que lhe são imanentes, mas pela forma como se impôs e a violência com que penetrou nas sociedades modernas e impregnou as culturas de um modo geral. Por isso, friso que ela se tornou indispensável, ou seja, sua prática e avaliação social a elevaram a um status mais alto, chegando a simbolizar educação, desenvolvimento e poder.
Para temos uma noção bem mais detalhada desta realidade, podemos notar a relação existente entre a formação do aluno e o seu desenvolvimento cognitivo, as dificuldades envolvidas neste processo que podem assumir diferentes contextos de ordem prática, social, pedagógica e culturaldeste processo. É mais do que urgente promovermos uma discussão mais responsável em pró de uma qualidade da educação a ser oferecida aos nossos educandos, pois a mesma vem ajudando á criar sérios problemas de ordem social. 
Nas palavras de Caldart (2009, p. 107): 
não há escolas do campo num campo sem perspectiva, com um povo sem horizontes e buscando sair dele. Por outro lado, não há como implantar um projeto popular de desenvolvimento do campo sem um projeto de educação e sem expandir radicalmente a escolarização para todos os povos do campo. E a escola pode ser um agente muito importante de formação da consciência das pessoas para a própria necessidade de sua mobilização e organização para lutar por um projeto deste tipo 
A dinâmica social afeta de maneira crucial na qualidade da educação oferecida pelas instituições de ensino no país, como escolas da zona rural sofrem com o descaso da educação tendo que sobreviver diante das inúmeras dificuldades de acesso e de execução de seus recursos escassos, a educação das áreas urbanas também sofre com á falta de reparo em suas instalações, bem como, com professores maus remunerados e alunos com péssimas referencias sociais que em conjunto fazem da educação um processo árduo e desolador.
Segundo fonte do (INEP) Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, em um estudo realizado em 2007 foi constatado a seguinte realidade:
as escolas rurais apresentam características físicas e dispõem de infra-estrutura bastante distinta daquelas observadas nas escolas urbanas. Em termos dos recursos disponíveis, a situação das escolas da área rural ainda é bastante precária [...] serviços e insumos básicos presentes na maioria das escolas urbanas são escassos ou inexistentes nas escolas rurais. Por exemplo, enquanto 75,9% dos estabelecimentos urbanos estão equipados com microcomputadores, apenas 4,2% dos estabelecimentos rurais de ensino contam com este recurso. Equipamentos como biblioteca, laboratório e quadras de esporte não fazem parte da realidade das escolas rurais (INEP, 2007, p. 29).
Dessa maneira, como podemos notar o discurso de que existiria uma educação igualitária para todos que a Constituição Brasileira defende, assim como, outros documentos das diretrizes didáticas da educação alegam existir, quando na verdade não corresponde a realidade dos fatos, pois os baixos índices da educação vem demonstrando que os problemas enfrentados pela educação brasileira são algo crônico dentro da sociedade e que para a sua superação precisaria mudar muita coisa.
 Mas como podemos corrigir os problemas enfrentados pela alfabetização de milhares de alunos sejam crianças ou adultos espalhados pelo país? Na verdade é muito simples entendermos, que se temos uma escola fraca em zonas de maior fragilidade social, vamos ter na melhor das hipóteses, alunos culturalmente fragilizados e com sérios problemas de leitura, de escrita e principalmente de interpretação. Sendo assim, urgente fazemos em investimentos para melhorar as condições do processo de alfabetização, ampliando o acesso dos alunos as escolas e garantindo que o seu processo de reconhecimento e aquisição da bagagem gramatical seja positivo.
2.1 A Construção histórica social do letramento
A construção histórica do letramento sempre esteve acompanhada da própria evolução intelectual do ser humano, onde o mesmo desenvolveu a pratica da escrita e constitui o seu primeiro método de transmissão de valores e códigos gramaticais que deveriam corresponder às transformações ocorridas, dessa forma, quase todas as antigas civilizações procuraram desenvolver o seu método de escrita e de leitura que sempre estivesse voltado para as suas transformações sociais culturais. 
Segundo o (PNC’s) Parâmetros Curriculares Nacional de Língua Portuguesa aponta que a língua de um povo é um dos traços mais marcantes da sua expressa produção cultural, e dessa forma, cabem as instituições de ensino garantir uma formação de qualidade para a evolução de seu povo: 
O domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade de plena participação social, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha e constrói visões de mundo, produz conhecimento. Assim, um projeto educativo comprometido com a democratização social e cultural atribui à escola a formação e a responsabilidade de acesso aos saberes lingüíticos necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de todos (BRASIL, 1998, p. 25).
Podemos admitir que fosse somente com o aparecimento e o desenvolvimento do sistema de escrita e de leitura que cada civilização conseguiu se avançar socialmente melhorando a sua qualidade de vida, mas principalmente colocando o mesmo em uma relação de exploração da realidade.
Para Rapôso, em 1962 o conceito de educação foi alterado:
“... entende-se como educação de base o processo de autoconscientização das massas, para uma valorização plena do homem e uma consciência crítica da realidade (...). Concomitantemente, deve propiciar todos os elementos necessários para capacitar cada homem a participar do desenvolvimento integral de suas comunidades e de todo povo brasileiro” (Rapôso, 1985)
Cultura muito antiga como a Egito tinha o seu modelo de escrita estipulado pela sua própria manifestação cultural e que correspondiam às necessidades de seu povo, mais outras também construíam o seu próprio sistema de interpretação e de leitura do mundo. 
No Brasil, o modelo de ensino e também de aprendizado foi desenvolvido de acordo com as manifestações trazidas de Portugal, que além, de conquistar o país, modificou a expressão cultural importando novos conceitos oriundos de outras culturas, e o sistema pedagógico nacional é fortemente influenciado durante séculos pela ordem da coroa portuguesa e também pela forte influência da igreja católica que dominou o país durante muito tempo. 
No Brasil o inicio da alfabetização foi em 1875, com um documento precário de alfabetização denominado na época de Cartas de ABC. Mais tarde “Método João de Deus”, em 1876, elaborada pelo Português João de Deus para alfabetizar suas filhas. Em 1880 começou a ser divulgada pelo país em São Paulo e Espírito Santo. Antônio da Silva Jardim (1860-1891) defendia o uso da Cartilha Materna ou arte da leitura. 
Com o advento das inúmeras transformações ideológicas, políticas, sociais e educativas o conceito de letramento foi altera mediante o processo didático que passou a incorporar novos conceitos e diversas alterações ocorreram na produção e representatividade dentro do modelo pedagógico de cada período. 
O Brasil teve que superar diversas turbulências na sua organização política, social e cultural que não só atingiram o comportamento do cidadão brasileiro como também na elaboração do seu currículo escolar e sua didática trabalhada, isso porque o regime ditatorial imposto pela ditadura nacional deformou a concepção da educação onde a mesma teve os seus limites estipulados pela ordem militar que influenciou a produção intelectual e também remeteu a população a um período de trevas e obscuridade.
2.2 A percepção da linguagem no ensino
De acordo com a Ireland (2007, apud AMORIM; FARAGO, 2015) os baixos índices de aproveitamento escolar e as péssimas condições sociais só ajudam a criar um processo de alfabetização negativo, onde os alunos passam por ele sem conhecerem as regras gramaticais corretamente e não sendo capaz de produzir uma leitura simples deixando a sua capacidade de intervenção social comprometida:
774 milhões da população no mundo são analfabetas, não possuindo competências para ler, escrever e compreender um texto escrito. Essa defasagem é concebida por fatores sociais, econômicos e metodologias pedagógicas que não são pertinentes para um ensino de qualidade.
O Brasil está entre os países monitorados e se inclui no grupo E9 composto por nove Países: Brasil, Bangladesh, China, Egito, Índia, Indonésia, México, Nigéria e Paquistão, e a taxa de analfabetismo é semelhantecom a da China, Indonésia e México chegando a 11,1% da população. Constatou-se que nestes Países, concentram mais da metade dos alunos em período escolar, em um índice de 70% dos 771 milhões de analfabetos no nosso Planeta.
A construção escolar segue as próprias influencias da configuração social, que diante de inúmeras manifestações ajudam a construir o pensamento critico racional estipulado como sendo valido em cada período histórico. Onde dentro, do modelo curricular a linguagem assumiu diferentes contornos na classificação e percepção das capacidades de cada aluno fazendo os mesmos agir de maneira muito próxima tornando o processo didático em algo mecanizado e estático. 
Especialmente desde as últimas duas décadas, (do século XX) as vidências que sustentam originariamente essa associação entre escola e alfabetização vêm sendo questionadas, em decorrência das dificuldades de se concretizarem as promessas e os efeitos pretendidos com a ação da escola sobre o cidadão. (MORTATTI, 2006, p.3)
Hoje com a evolução das áreas do conhecimento humano como a psicologia tem a uma visão mais realista da educação onde ficou muito clara que a mesma não consegue oferecer uma formação de qualidade aos seus educandos, por não conseguirem fazer uso de um modelo educacional que corresponda às necessidades do desenvolvimento infantil e as suas particularidades. A educação transformou todos os alunos em um mesmo fenômeno dentro de sala de aula, quando na verdade cada indivíduo é um ser dotado de necessidades únicas e características que precisam ser respeitadas. 
2.4. A função social do letramento na atualidade
A principal função social do letramento pode ser entendida como sendo a de preparação do individuo para o seu desenvolvimento racional e critico dentro da ordem social, que toma como base de referencia a promoção social que o processo de letramento assume dentro da configuração social. O processo de letramento é natural e este deveria corresponder às necessariedades do individuo. 
Entre uma das inúmeras funções atribuídas pela educação esta seria responsável pela estabilidade social e aquisição de conhecimentos desenvolvendo as suas capacidades qualificando o sujeito para o mercado de trabalho. A educação infantil assume um papel de destaque dentro da configuração social da educação, pois entendemos que a mesma seria a principal etapa do desenvolvimento do individuo onde o processo de letramento e de alfabetização assume a responsabilidade de fornecer as características necessárias para que o aluno venha se desenvolver por completo. 
 Outro ponto culminante na relação de alfabetização e letramento é que o processo de leitura esta fortemente relacionado a própria bagagem cultural do aluno e que esta intimamente interligada a outros fatores de ordem social com: a própria participação da família, na proposta de ensino do professor e da instituição de ensino, que em conjunto acabam criando um processo de falta de incentivo pela leitura deixando este que é um dos mais fundamentais processo de aquisição de conhecimento ajuda a colaborar com a visão pejorativa que as classes menos favorecidas tem sobre a leitura, criando uma barreira dentro e fora de sala de aula.
Seria muito mais fácil para o docente em sala de aula se seus alunos adquirissem o gosto pela leitura, pois isso ajudaria a libertar os alunos de ideologias vazias de comportamento e de agir dentro da ordem social. Pois não podemos mais aceitar que as classes menos favorecidas sejam as que menos consomem livros e fazem uso de recurso pouco significativo como: músicas de péssima qualidade, de redes sociais e de dedicar o seu tempo livre ao “ostracismo social“ 
Pesquisas têm demonstrado que filhos de pais que incentivam seus filhos a lêem e escreve, geralmente possuem mais facilidade de interpretação dentro de sala de aula, apresentando melhores notas e com resultados mais satisfatórios, desenvolvendo maior eloqüência e vocabulário. 
2.5 Alfabetização e letramento
Antigamente eram trabalhados em sala de aula conceitos próprios da alfabetização em conjunto do letramento, mais de uma forma distinta uma da outra, onde o primeiro correspondia às necessidades do aluno, mas com os avanços ocorridos na forma de se pensar á educação encontramos um processo mais dinâmico e atento as necessidades do aluno como, por exemplo, quando o professor esta ensinando as letras que compõem o nome MÁRIO, o mesmo precisa está atento as necessidades dos alunos em fazem a sua interpretação de cada letra com o som produzido e também que os mesmo tenham noção do como se comporta cada vogal e silaba como um todo. Pois não basta somente transmitir e escrever na lousa o nome do aluno é preciso fazer com que os mesmo tenham plena conscientização do significado de cada palavra e também do conjunto formado por elas, para que esta informação venha se tornar conhecimento prático em sua cabeça. 
A leitura ajuda o aluno a construir o mundo a sua volta dando a ele o sentido concreto e abstrato da realidade do qual pertence, interpretando mediante o seu contato físico, mas também a sua forma de ler o mundo. 
Muita coisa se alterou dentro do processo didático do professor, novos métodos de ensino, teorias do desenvolvimento infantis e dinâmicas que transformaram radicalmente a atuação prática e também teórica dentro das salas de aula. E no que se referem os processos de alfabetização e letramento também ocorreram modificações no comportamento pedagógico em relação ao trabalho desenvolvido. De acordo com o pensamento de Segundo Batista (201 2, p. 23):
O professor precisa conhecer a bagagem de conhecimento prévio que cada criança traz consigo, e agir no sentido de ampliar suas noções matemáticas, ou seja, é necessário respeitar a criança na sua inteligência,no seu aprendizado construído, para que a aprendizagem seja significativa e prazerosa.
Antigamente o processo era constituído pela alfabetização do aluno sendo aos poucos letrado, hoje muitas teorias alegam que este processo deveria ocorrer de maneira conjunta. Para Bevilacqua, (2005, p. 289) as noções de leitura acontecem muito antes das crianças entrarem para a escola:
O letramento se inicia antes da criança entrar na escola. Observa-se que a criança imita o adulto escrevendo mesmo antes de compreender a função social da escrita e compreende a função social da escrita muito antes de saber propriamente ler e escrever. Pode-se ver a criança em algumas brincadeiras de faz de conta “preenchendo cheques”, “dando recibos”,“lendo livros...”.
Na verdade, a educação passou a tentar dominar a consciência da sociedade, tomando para se inúmeras atribuições como o comportamento dos seus alunos, a obrigação de ensinar todas as coisas do mundo e de ter sempre uma resposta valida para os dilemas enfrentados socialmente, mas na verdade a criança mesmo antes de poderem freqüentar a escola já possui certo senso critico da realidade em sua volta, sabendo analisar os conceitos fazendo a sua leitura de mundo. 
Segundo Kleiman (1995, p. 20) as escolas atuam como as instituições responsáveis pela formação do ser humano e das suas capacidades sociais, físicas e emocionais: 
[...] a escola, a mais importante das agências de letramento, preocupa -se, não com o letramento, prática social, mas com apenas um tipo de prática de letramento, a alfabetização, o processo de aquisição de códigos (alfabético, numérico), processo geralmente concebido em termos de uma competência individual necessária para o sucesso e promoção na escola. Já outras agências de letramento, como a família, a igreja, a rua como, lugar de trabalho, mostram orientações de letramento muito diferentes.
 As dificuldades existem no processo de leitura podem ser de ordem conceitual oriundos da própria falias do processo de aprendizado e de falta de coerência dos educadores na hora da transmissão dos códigos gramaticais. O processo de alfabetização é um processo técnico de características didáticas e conceituais enquanto que o letramento corresponde de maneira direta às necessidadesantropológicas e culturais da quais as crianças estão envoltas. 
Referenciais Bibliográficas Utilizadas no Capitulo I
AMORIM; Meire Catalani Beluzo FARAGO, Alessandra Corrêa. As práticas de leitura na educação infantil. Meire Catalani Beluzo Amorim; Alessandra Corrêa Farago, Cadernos de Educação: Ensino e Sociedade, Bebedouro - SP, 2 (1): 134 - 154, 2015.
BATISTA, Nailson dos Anjos. O Ensino da Matemática na Educação Infantil através das Atividades Lúdicas. 2012. 29f. Grupo Educacional Uninter, Macapá.
BEVILACQUA; M.C; MORET; A.L. Deficiência auditiva: Conversando com familiares e profissionais de saúde. São José dos Campos- SP: Pulso Editorial Ltda, 2005.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais em língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998.
_______ Congresso Nacional. LDB – Lei de Diretrizes e Bases de da Educação Nacional. Brasília, 1996.
CALDART, Roseli Salete. A escola do campo em movimento. In: ARROYO, Miguel Gonzalez; CALDART, Roseli Salete; MOLINA, Mônica Castagna. (orgs.) Por uma educação do campo. 4 ed. Petrópolis – RJ: Vozes, 2009.
COLOMER, Teresa; CAMPS, Anna. Ensinar a ler, ensinar a compreender. São Paulo: Artmed, 2000. 
INSTITUTO Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP. Panorama da educação no campo. Brasília/DF: MEC, 2007.
IRELAND, Vera Esther (Coord.). Repensando a escola: um estudo sobre os desafios de aprender, ler e escrever. Brasília: UNESCO, MEC/INEP, 2007.
KLEIMAN, A. B. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. In:______. (org.) Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, Mercado das Letras, 1995.
MORTATTI, Maria do Rosário Longo. História dos métodos de alfabetização no Brasil. Brasília: Conferência proferida durante o Seminário "Alfabetização e letramento em debate", promovido pelo Departamento de Políticas de Educação Infantil e Ensino Fundamental da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, 2006.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In:______. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 8. Ed. São Paulo: Cortez, 2007.
RAPÔSO, Maria da Conceição Brenha. Movimento de Educação de Base – MEB; Discurso e Prática, 1961 – 1967. São Luís, UFMA/Secretaria de Educação. Coleção Ciências Sociais. Série Educação, 1; 1985
SILVA, Ceris Ribas da. OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICADE ENSINO DA ALFABETIZAÇÃOE DO LETRAMENTO PARA ASCRIANÇASDE SEIS ANOS: A política de inclusão de crianças de seis anos na escola e sua repercussão no ensino da leitura e da escrita. Ceris Ribas da Silva, 2005.