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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS – LÍNGUA PORTUGUESA COMPONENTE CURRICULAR: ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
ALEXANDRA MARQUES DE SOUZA 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
RIO DE JANEIRO 
JUNHO
2023
ALEXANDRA MARQUES DE SOUZA 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
Relatório de Estágio Supervisionado apresentado ao curso de Letras, de modalidade presencial, em cumprimento à exigência para a obtenção de aprovação na disciplina contida na grade curricular do curso de Letras.
Profª Orientador UVA: Flávia da Cunha 
RIO DE JANEIRO
 JUNHO 
2023.
DEDICATÓRIA
Dedico à minha família, em especial ao meu irmão, pais, avôs e marido.
[
AGRADECIMENTOS
 Agradeço primeiramente, a Deus por ter me mantido na trilha certa durante esse curso e com saúde e forças para chegar até o final. Sou grata à minha família pelo apoio que sempre me deram durante toda a minha vida. Deixo um agradecimento em especial, para minha supervisora de estágio, Flavia da Cunha, por seu incentivo e pela dedicação do seu escasso tempo. Ao Colégio Machado de Oliveira, em especial à equipe pedágogica e a professora de Português e Literatura Rosimere, por todo acolhimento e suporte dado a mim durante esse período. Todos os funcionários, durante o período em que estagiei lá, me trataram com muito afeto, acolhimento, e respeito. Agradeço também aos alunos, por toda simpatia e carinho comigo durante o estágio.
Além disso, agradeço à minha maior motivação, meu irmão caçula, Isaque Alexandre, saiba que todas as vezes que pensei em desistir, era em você que eu lembrava. Saiba que todo meu esforço e dedicação, é para que no futuro, todos os profissionais da rede pública e rede privada, estejam preparados para lidar com qualquer tipo de déficit. E para todos os outros adolescentes, se algum dia, lerem artigos, retórios, projetos ou monografias saibam que todo esforço e dedicação, é por todos vocês, que em algum momento sentiram incapaz de aprender ou compreender a língua portuguesa. E também, quero que saibam que no futuro, entenderão que suas limitações, é o que os torna tão especiais e únicos. 
Por fim, mas não menos importante, agradeço aos meus pais e avôs, por me proporcionar a oportunidade de realizar uma graduação, e me apoiar em todas as fases e decisões durante esse processo, sem eles nada disso seria possível. Outrossim agradeço à você que sempre acreditou em mim, agredeço por sempre ter disponibilizado alguns minutos do seu dia-a-dia para escutar todos os meus choros e surtos, agradeço pelo teu amor, porque ele me salvou. 
E deixo uma pequena reflexão, eu leio porque a leitura me salvou; e eu escrevo para salvar vidas! 
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” 
(Cora Coralina)
1. MEMORIAL ACADÊMICO 
	O presente memorial acadêmico tem o objetivo de apresentar a minha experiência acadêmica enquanto discente de Letras, 8º semestre, no ensino remoto em decorrência da pandemia do Covid-191 , na Universidade Veiga de Almeida – UVA. Pensar a educação na contemporaneidade é desafiador, pois envolve a construção de um pensamento complexo, aberto e livre, relacionado a uma capacidade de contextualização e integração de múltiplos saberes dentro de um universo de constantes mudanças e fluidez (BAUMAN, 2001).
Nessa perspectiva, o ensino remoto apresentou-se como alternativa favorável em diversos níveis educacionais. Para isso, tivemos a nosso favor as tecnologias que viabilizam através da internet, celular, notebooks, e-mail e redes sociais, minimizar as distâncias entre educandos e educadores o que tornou possível dar continuidade a vida acadêmica, mesmo diante de muitas tensões e dilemas.
Em um contexto de mudança de paradigma na educação de uma perspectiva tradicional (baseada na racionalidade técnico-científica e cursos presenciais nos campi universitários) para cursos a distância (que desafiam a autonomia do aluno e a coconstrução do conhecimento de forma mais fluida framework), é fundamental refletir sobre os fundamentos dessa transmutação, que envolve também a condição de acesso o tecnologias e acessórios que permitam o ensino a distância em casa, para enfrentar os novos desafios do presente desde que seja no âmbito social, cultural, campos econômicos ou tecnológicos, por exemplo.
A produção do presente memorial justifica-se por ser um trabalho de conclusão de curso que evidencia a vivência discente diante do cenário de pandemia, que exigiu adequações pedagógicas, e também tem oportunizado uma reflexão mais aprofundada sobre o saber da experiência. Diante disso, busca-se apresentar a minha trajetória no processo de ensino e aprendizagem na modalidade remota, no cenário pandêmico, decorrente do Covid-19, os pontos positivos e negativos, desafios e vitórias desta transição abrupta do curso inicialmente presencial para modalidade a distância, e se ou como esse processo tem influenciado no ressignificar do fazer pedagógico e na minha formação discente.
Para concluir, reforço que esse projeto se originou de inquetações, assim vejo meu memórial acadêmico, como uma importante etapa no processo de aprofundamento nos meus conhecimentos teóricos, que agragados a experiências adquiridas no mercado de trabalho, vão me levar ao uma formação de qualidade. 
2. MEMORIAL LITERÁRIO 
A primeira vez que eu li um livro, de cara eu detestei. O livro era caótico e eu estava com uns onze anos... Amor Assassino, escrito por uma autora Brasileira, Bruna Caetano. Não entendi do livro na época!
Acho que diferente de todas as crianças, ao invés de ler O Pequeno Príncipe, eu já fui para um livro com maioridade. Meu gênero favorito sempre foi romance. Como viveríamos no caos sem um bom romance água com açúcar para adoçar nossa alma?! Autores como Elle Kennedy, Nathália Santos, Valentina K. Michael, Bruna Pallazo, estão marcados dentro de mim, como pessoa. Acho incrível a capacidade delas de construir personagens tão reais e passivos de erros.
Na minha cabeça de adolescente, eu lia por amor aos livros... ao drama. Mas por que só escolher livros dramáticos onde a mocinha sempre chora ou morre pelo próprio amor?! Inconscientemente, era a criança dentro de mim, querendo entender porque meu pai deixou minha mãe e a sua filhinha que ele tanto amava. Minha história de como os livros chegaram até mim, não foi porque minha mãe e meu pai sentaram comigo para contar lindas histórias.
Minha mãe não podia se dar esse luxo. Ela tinha que trabalhar para pagar a mensalidade da minha escola... Ela trabalhava no período da manhã/tarde, e de noite, ia para faculdade. Não faltava nada, mas tinha dias que não podíamos esbanjar muito também. Lembro-me da minha infância sempre com meus avós. Tanto os maternos quanto os paternos. A primeira vez que participei de um projeto para o dia dos pais, entreguei para meu avô e diss.e “meu papai é você vovô”. Acredito que a ausência de um pai para uma criança é complicada, quando não temos um alicerce. Lembro que meu pai nunca foi a nenhuma apresentação minha, era sempre minha mãe e meus avôs. Sempre, sempre. 
Quando ele decidiu que era hora de voltar para casa, foi tarde. Pelo menos para mim foi. Pois eu já tinha 12 anos e as lacunas que eu tanto queria entender, já haviam sido respondidas por livros e mais livros. Ele se foi! Ele havia deixado minha mãe e eu. E a minha mãe, como a boa esposa que ama a família, havia esperado ele. Típico filme água com açúcar. Mas parte da minha história!
Minha relação com ele no início era a base de comprimentos e educação. A doce Xandinha, não era mais tão doce. O que me levou ao segundo livro que eu li, Admirador Secreto, de Valentina K Michael, que conta a história de uma doce mulher chamada Olivia, de 24 anos, casada com um homem que era mais velho que ela de idade e espirito. Ela achava que o amava. Até que ela descobre que foi vendida pelo pai. Um livro que foi escrito por uma autora que é dessa geração, um livro que mefez perceber que não importa quanto nos enganemos, a verdade dentro de nós sempre virá à tona; E quando ela conheceu Romeo, toda a “verdade” que ela conhecia, caiu-se por terra. A autora aborda assuntos como machismo, adultério, abusos físicos e psicológicos. E desde então, me rendi a todo tipo de livros que cultivam meu coração. Meu gênero favorito hoje é o romance dark. Gosto bastante! Mas também gosto do gênero romance juvenil e inocente. Tenho 23 anos, e sou viciada em romances.
É como se fosse a minha droga, eu preciso deles para viver. Assim como preciso de ar para respirar. E com 21 anos, eu li o pequeno príncipe. E compreendi com uma fala de Antoine em O Pequeno Príncipe, “As pessoas do seu planeta cultivam cinco mil rosas em um mesmo jardim e não encontram ali o que procuram. (…). Os olhos são cegos. É preciso ver com o coração.” E no meu coração, está a literatura. E eu me embriago todos os dias, desse universo!
3. O ESTÁGIO
	Este relatório refere-se às experiências vivenciadas no estágio de observação de ensino de Língua Portuguesa e Literatura II, do Curso de Letras Português e Literaturas, da Universidade Veiga de Almeida. 
	Neste sentido, procura-se expressar reflexões acerca das aulas de Língua Portuguesa observadas na turma 801 no Colégio Machado de Oliveira, localizado no bairro Pavuna na cidade de Rio de Janeiro. 
	A importância desse período de acompanhamento das aulas de Língua Portuguesa, justifica-se devido à necessidade de aproximação e conhecimento da realidade escolar, e da elaboração de diagnóstico dessa realidade como possibilidade para traçar o plano de ação para docência. Na tentativa de facilitar a conquista destes objetivos, foram necessárias algumas horas de observação em sala de aula, pois, acredita-se que a partir de um olhar atento seja possível aproximar a futura prática docente às reais necessidades da turma 801.
Em 18/06/02, a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, representada pelos Conselheiros Ataíde Alves e Francisco Aparecido Cordão, participou de reunião no Ministério do Trabalho e Emprego, com representantes daquele Ministério, do Ministério da Educação e de convidados interessados na temática do estágio supervisionado. Naquela oportunidade, os Conselheiros presentes à reunião se comprometeram a levar a efeito estudos, na Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, com o fim de regulamentar o disposto no artigo 82 da LDB, no que se refere a estágio supervisionado dos alunos do ensino médio e da educação profissional. Anteriormente, os relatores já haviam participado de debate semelhante no Conselho Estadual de Educação de São Paulo, o qual organizara oficina de trabalho com conselheiros, especialistas e demais interessados na matéria, incluindo entidades públicas e privadas, escolas de ensino médio e de educação profissional, bem como alunos do ensino médio e técnico. O Artigo 82 da Lei Federal nº 9.394/96 define que “os sistemas de ensino estabelecerão as normas para a realização dos estágios dos alunos regularmente matriculados no ensino médio ou superior em sua jurisdição”. O parágrafo único do mesmo artigo define que o referido estágio “não estabelece vínculo empregatício, podendo o estagiário receber bolsa de estágio, estar segurado contra acidentes e ter a cobertura previdenciária prevista na legislação específica”.
4. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
O Colégio Machado de Oliveira fica na Pavuna, Zona Norte do Rio de Janeiro. Inicialmente, é importante pontuar que está localizado em um bairro de classe baixa/classe média, por isso, a maioria dos alunos que lá estudam, não tem uma condição financeira de excelência. Além disso, sabe-se também que é um colégio que preza pela educação e respeito independente de qualquer gênero e opçaão. 
Sabe-se que a pandemia do COVID-19 afetou diretamente a educação. O Colégio Machado de Oliveira, apesar de ter adotado as aulas on-lines, sentiu diretamente o impacto no aprendizado dos alunos, e, devido a isso, nota-se um corpo docente extremamente empático e disposto a sanar as defasagens de aprendizado causadas pelo ensino à distância. Inclusive, a escola adotou o Google Classroom mesmo após a volta para o presencial, utilizando a plataforma para compartilhar materiais didáticos, avisos pedagógicos, e para a entrega de trabalhos.
O colégio está sempre em busca de se atualizar e de trazer para os alunos os métodos educacionais mais atualizados e eficazes. Por isso, o projeto político pedagógico está sendo refeito, pensando na nova configuração do Ensino Médio, levando em consideração como tal mudança afeta, inclusive, o Ensino Fundamental II. Quando solicitado o projeto político pedagógico antigo, a coordenação disse que não está disponível, pois não vai mais de encontro com as normas estabelecidas pelo MEC. Portanto, até o presente momento, não é possível ter acesso ao PPP da escola.
A organização pedagógica da escola se divide em: um diretor pedagógico, um diretor administrativo, uma acessoria pedagógica que serve de apoio para os alunos e supervisão de funcionários. Além disso, cada segmento conta com orientação educacional e seus respectivos coordenadores, sendo as do Ensino Fundamental II, Marina e Andrea , na qual a última também atua no corpo docente da instituição.
O estágio supervisionado tem como objetivo proporcionar o entrelaçamento entre a teoria e a pratica ao cotidiano dos educantos, promovendo assim, a vivência no âmbito escolar. 
O colégio também se preocupa com o bem estar físico dos alunos, e, além das aulas de Educação Física, promove Olimpíadas anuais. Nesta competição, os alunos do Ensino Fundamental II são divididos por suas turmas e separados por cores, e jogam entre si: sexto contra sétimo ano, e oitavo contra nono. 
A estrutura do colégio é impecável. Todas as salas de aula possuem um computador e um projetor de vídeo, caso o professor queira passar algum conteúdo online. Além disso, todas as salas são equipadas com cadeiras acolchoadas e mesas, além de ares condicionados potentes. Na área externa, que por sinal é muito grande, existem quadras, parquinhos, e espaços de lazer em que os alunos podem usufruir nos momentos de intervalo.
As avaliações do Colégio Machado de Oliveira são divididas em: um trabalho valendo dois pontos, este trabalho pode ser relacionado com a matéria ou com o livro paradidático, mas sempre busca explorar a imaginação do aluno; e prova. No total, espera-se que o aluno some, pelo menos 7 pontos para ficar na média. 
Quanto Projeto Político Pedagógico da escola está sendo reformulado e por isso, não tive acesso. Mas, segundo a diretora, o Projeto Político Pedagógico, visa não apenas às necessidades materiais da escola, mas também um ensino de qualidade com a participação de todos os profissionais com o objetivo de melhorar o desempenho escolar e dentre outros objetivos, possibilitar a autonomia e a identidade pedagógica, política, administrativa e financeira da instituição escolar. Nessa perspectiva pode se dizer que o Projeto Político Pedagógico é de fundamental importância para definir e manter as tomadas de decisões acerca do que se quer realizar na escola. Ainda segundo a diretora, o PPP contempla os fatores de ações favoráveis a nossa missão de educadores, visando à elaboração de um projeto flexível e contextualizado com a historicidade cultural e econômica da região, que mediante os avanços e retrocessos, vive uma constante necessidade de novas avaliações com amplitudes que contemple as propostas e metas a serem alcançadas, pois a escola anseia por melhorias que vise resultados satisfatórios em todas as áreas do processo do ensino-aprendizagem. 
4.1. Aspectos organizacionais da escola
A escola hoje é constituída de 87 funcionários, distribuídos da seguinte forma: três (3) auxiliares administrativos, uma (1) secretária, sete (7) merendeiras, quatro (4) serventes, Quinze (15) auxiliares de serviços gerais, Quatro (4) vigia os quais trabalham em turnos diferenciados, um (1) inspetor, dois (2) agentes administrativos,dois (2) técnicos pedagógicos, uma (1) diretora, uma (1) vice-diretora e quarenta e cinco (45) professores sendo que oito atuam na educação infantil, 17 no Ensino Fundamental Menor e 20 no Ensino Fundamental Maior. Dentre esses professores 10 são Pós Graduados, 20 deles tem ensino superior e os outros 15, estão cursando a graduação. A escola conta com 1734 alunos matriculados e são distribuídos em quatro turnos: manhã, intermediário, tarde e noite. 
4.2 O Projeto Político Pedagógico (PPP) 
O Projeto Político Pedagógico (PPP) da escoda escola em questão é um documento de fácil acesso a qual está disponível na secretaria da instituição, segundo o PPP, os pontos fortes na área pedagógica são: Compromisso da direção com o pedagógico; qualificação e compromisso dos professores e Atendimentos Educacional Especializado para os alunos com necessidades especiais. Tendo por objetivo promover a aprendizagem de todos os seus alunos, lhes assegurando uma trajetória de sucesso; orientar o educando da importância e necessidade do saber e da relevância do aprender para poder ser; oportunizar momentos de formação permanente, garantindo aos educandos uma melhoria na ação pedagógica; envolver a família nas atividades escolares, assumindo um maior compromisso no acompanhamento dos seus filhos.
A organização curricular do Colégio Machado de Oliveira baseia-se no desenvolvimento de competências e habilidades básicas no intuito de desenvolver a aprendizagem, baseando-se na lei de diretrizes e na bncc. Na construção do PPP a escola em questão reuniu com professores, alunos, pais e demais funcionários no intuito de discutir temáticas relevantes na construção e desenvolvimento pleno dos alunos, a escola é estabelecido em regime anual e clicado, isso é, considera as variações evolutivas dos alunos, bem como sua trajetória histórica no contexto pessoal e familiar, a qual busca compreender os alunos na perspectiva de suas peculiaridades.
	
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
Este capítulo traz os pressupostos teóricos que darão suporte para a disciplina de estágio. O estágio obrigatório é uma das etapas fundamentais para o processo de formação acadêmica dos profissionais na aréa da educação, ocupando a posição de estratégia nessa formação compreendida como totalidade. 
Adentrar a sala de aula na posição de professores requer de nossa parte o compromisso com o aluno que diante de nós está. O professor de português está na ambígua posição de lecionar o conteúdo da Gramática Tradicional (não sem protestos) e a Literatura2 , incluído aí a preparação e a prática de escrita de textos. Essencialmente, linguagem. Mas se nos questionarmos o que é linguagem, colocaríamos em risco toda a nossa tradição; ainda não temos uma resposta suficiente e temos várias teorias ao redor do mundo que tentam dar conta desse fenômeno exclusivamente humano.
A prática de estágio deve ser pautada na perspectiva da formação do professor crítico-reflexivo, deixando em destaque a unidade teórica e prática, e a pesquisa como base da formação profissional. 
Conforme a lei de nº 28/2001: 
O parecer n. 28/2001 (Brasil, 2002) afirma que o estágio curricular supervisionado pretende oferecer ao futuro licenciado um conhecimento do real em situação de trabalho diretamente em unidades escolares dos sistemas de ensino.
	O estágio pode proporcionar aos estagiários o conhecimento de práticas pedagógicas desenvolvidas no campo de estágio a partir da caracterização dessa prática na instituição escolar e na sociedade, da vivência de experiências pedagógicas. Ter na teoria um suporte para percebê-la através das práticas existentes é algo que traz embasamento e alicerce, neste caso, a investigação revelou forte embasamento em Freire, mas percebemos também nas falas, pensamentos que se assemelham a outros teóricos como Pimenta e Lima, Frigotto, Ghedin, Oliveira e Almeida, Franco; Gatti et all. e Freitas.
	O estágio supervisionado necessita desse viés em que teoria e prática estão lado a lado para ampliar a formação. Não existe verticalização nesse processo, mas sim relações em que tanto a teoria quanto a prática possuem funções a desmpenhar para a ampliação e consolidação dos conhecimentos e relações educacionais. Por isso, o estágio supervisionado tem sua importância enquanto espaço privilegiado para o estabelecimento de relações horizontais na construção do conhecimento.
	Portanto, os cursos de formação de professores têm, através dos aspectos pedagógicos, didáticos e demais situações de vivência, a necessidade de fortalecerem o estágio supervisionado a fim de que este seja, de fato, um momento em que o futuro docente entrará em contato concreto com a realidade em que atuará futuramente. A linguagem é considerada como instrumento mais complexo para viabilizar a comunicação, a vida em sociedade. Sem linguagem, o ser humano não é social, nem histórico, nem cultural.
6. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 
O estágio obrigatório é uma vivência fundamental na formação de qualquer docente. É nele que observa-se o dia a dia de uma escola, sem a romantização que muitas vezes ocorre por parte dos alunos dentro da graduação. Kulcsar considera os “estágios supervisionados uma parte importante da relação trabalho-escola, teoria-prática, e eles podem representar, em certa medida, o elo de articulação orgânica com a própria realidade” (KULCSAR, 1991, p. 63).
O estágio teve início dia 26/04 e será finalizado no dia 31/05 , totalizando 30h semanais. No primeiro dia em que cheguei, a professora me apresentou às turmas, e todos foram bastante receptivos comigo. Vale ressaltar que o professor que acompanho, Rosemere, ela é professora de Português do 8º. 
Minha primeira impressão sobre o colégio foi ótima, achei todos bem receptivos e organizados, também senti que os professores têm uma boa relação entre si e com os alunos. Sobre os alunos, pude notar que, devido à pandemia do COVID 19, têm um déficit de aprendizagem muito grande, pois, apesar da escola ter adotado o método remoto desde a primeira semana em que foi decretada a pandemia, os alunos não tiveram quase nenhum aproveitamento de matéria. 
Notei, ainda, uma certa ansiedade por parte dos alunos, que a todo tempo precisavam estar interagindo entre si, o que acabou, por diversas vezes, atrapalhando a aula. A maioria dos alunos, apesar de agitados, são bem respeitosos, porém alguns são mais ríspidos e tratam os funcionários com grosseria e desrespeito. Notei que, devido aos anos isolados, muitos deles têm dificuldade de interação e uma irritabilidade mais alta que o normal. 
Nas atividades desenvolvidas no decorrer do estágio de Observação foram observadas a da prática docência da professora Rosimere Mello, como também a análise crítica, da situação de ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa no 8º ano do Ensino Fundamental da turma, com a intenção de registrar tudo que o que foi visto por mim, no que tange as experiências vividas durante o estágio de observação e regência. Desse modo, a observação é um instrumento que nos permite realizar uma análise da metodologia, que nos interessa a partir das observações, que visa conhecer as normas e regras de funcionamentos que regem a aula, adequando ao contexto da qual serão postas em prática como: a dinâmica, a comunicação, a interação entre o aluno e professor, para o desenvolvimento do ensino- aprendizagem de Língua Portuguesa. A turma do 9º ano é bastante participativa, e, apesar das dificuldades devido à pandemia, sempre estão tentando tirar dúvidas e compreender a matéria. 
- Primeira semana de observação 8º ano – 26 à 28 de abril: 
 Nesta semana, o professor apresentou aos alunos o conceito de orações principais, pois o principal foco do primeiro semestre do ano são orações subordinadas e coordenadas. Logo após, realizou alguns exercícios, nos quais dei apoio na correção. Além disso, também conversou com a turma sobre um trabalho que eles teriam que fazer, onde precisavam criar um meme com uma oração subordinada substantiva. Alguns alunos se mostraram mais dedicados e interessados,enquanto outros não tiveram muito interesse.
 - Segunda semana de observação 8º ano – 02 à 09 de maio: 
O professor trabalhou o conceito de orações subordinadas substantivas reduzidas, e, em seguida, aprofundou o conteúdo através de exercícios no livro didático.
Terceira semana de observação 10 à 12 de maio: 
No dia 10/05, as aulas foram desenvolvidas com leitura e correção de trabalhos, e nas aulas do dia 11/0modelo 5, a professora aplicou trabalhos avaliativo em grupos. No dia 12/05, foram aplicados testes de atividades – Variações Linguísticas, individual. A professora chamou a atenção dos alunos para a leitura e escrita e em seguida, fizeram atividades descritiva do texto estudado individual. 
Vale ressaltar, que as aulas de observação foram uteis para o meu desempenho no estágio da docência, porque por meio da observação, pude ver com detalhes a rotina do ensino de Língua Portuguesa, como as dificuldades apresentadas pelos alunos no ensino-aprendizagem, lembrando que a professora sabe lidar com naturalidade as situações inesperadas que surge no decorrer da aula, e essa naturalidade da professora proporcionou-me tranquilidade para exercer o estágio da docência por meio da convivência que eu tive durante o estágio de Observação foi crucial para o bom desempenho do meu estágio de regência.
- Quarta semana de observação – 15 à 31 de maio:
 Nesta semana o professor fez uma breve revisão dos conteúdos com os alunos, pois a prova seria na semana seguinte. Em um dado momento, o professor teve uma reunião e auxiliei a turma com a revisão.
Nas provas de poruguês, senti que os alunos têm muitas dificuldades em gramática referente à séries anteriores às deles, o que me fez refletir sobre a lacuna de aprendizado que ficou durante a pandemia. Além disso, também apliquei prova para alunos do 8º ao 9º ano que têm déficits de aprendizagem como TDAH, em uma sala de recursos especiais. No entanto, não pude aplicar a prova para meu irmão como mencionado anteriomente, Isaque. Nesta experiência, achei bem interessante que o colégio não fez nenhuma separação de alunos em sala de aula, a professora aplicou a prova com todos os alunos em sala de aula. Quando fui questiona-lá sobre os alunos que possuem alguma dificuldade, déficit ou transtorno, ela me explicou que ela não precisa fazer separação de alunos, porque a maneira que ela busca incluir todos, e que não podia fazer separação se o aluno não quisesse fazer a prova com os amigos de classe.
7. AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS
Neste caso, nos cabe pautar também sobre os dizeres de Geraldi (2009), quando este reflete sobre o estudo e o ensino da língua ligados ao social, como nos mostra o excerto abaixo: 
O estudo e o ensino de uma língua não pode, neste sentido deixar de considerar – como se fossem não pertinentes – a diferentes instâncias sociais, pois os processos interlocutivos se dão no interior das múltiplas e complexas instituições de uma dada formação social. A língua, enquanto produto desta história e enquanto condição de produção da história presente, vem marcada pelos seus usos e pelos espaços sociais destes usos. Neste sentido, a língua nunca pode ser estudada ou ensinada como um produto acabado, pronto, fechado em si mesmo, de lado porque sua, ‘apreensão’ demanda apreender no seu interior as marcas de sua exterioridade constitutiva (e por isso o externo se internaliza), de outro lado porque o produto histórico – resultante do trabalho discursivo do passado – é hoje condição de produção do presente que, também se fazendo história, participa da construção deste mesmo produto, sempre inacabado, sempre em construção. (GERALDI, 2009, p. 26). 
Como forma de alcançar a consciência acerca das variedades linguísticas, bem como exercitar a prática da fala, da escuta, da escrita e da leitura de textos, sem dúvida, torna-se interessante o contato com diversos gêneros textuais nas instituições de ensino. Assim, o aluno percebe com mais facilidade a multiplicidade dos usos da língua e as diversificadas situações em que acontece.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme foi apontado ao decorrer do relatório o estágio propiciou a cima de tudo colocar em prática toda a teorização do decorrer do curso, pois conforme citado anteriormente o estágio proporciona muitas vezes a primeira experiência prática de sala de aula que não seja na qualidade de aluno.
O presente estágio foi bastante valioso possibilitando reflexão e construção de uma prática educativa sistemática junto aos alunos do fund II, que, sem dúvida, contribuirão para o desenvolvimento profissional. O estágio proporciona um rico acervo de informações que possibilita ao aluno a reflexão sobre a construção da prática educativa, fomentando qualidades críticas e reflexivas, promovendo sempre a formação de profissionais responsáveis, conscientes e engajados.
Resumidamente, neste trabalho foram apresentadas as experiências da estagiária enquanto aluna da disciplina de Estágio Supervisionado, e enquanto estagiária do Colégio Machado de Oliveira. Foram semanas de estágio, onde foi possível se distanciar da romantização feita pelos alunos na Universidade e se aproximar da realidade da sala de aula buscando notar o que funciona e o que não funciona.
Além disso, abordou-se muito uma questão extremamente importante: a influência da pandemia no aprendizado e nas relações interpessoais, seja entre os próprios alunos ou entre os alunos e professores. Nota-se que muitos conteúdos foram suprimidos e se perderam, o que causou uma enorme dificuldade para compreender assuntos novos, além da dificuldade de interação entre os alunos, que se mostram muitas vezes ríspidos, ansiosos, agressivos e impacientes, também, muito provavelmente, sendo resultado dos dois anos de reclusão.
Por fim, também trouxe a tona a experiência enquanto aluna, na qual a docente Flavia da Cunha foi fundamental, pois além de trazer conteúdos relevantes para as aulas, deu a oportunidade de atuação na área de Literatura, confiando em seus alunos e deixando-os livres para produzir algo interessante para suas turmas de Ensino Médio. A experiência de estágio foi engrandecedora e contribuiu bastante para o crescimento profissional e pessoal da aluna Alexandra Marques de Souza, mais do que aprender a preparar aulas, o estágio evidenciou a importância da relação professor-aluno, confirmando que o respeito, dedicação e boa vontade resultam em pequenas vitórias na sala de aula.
9. PLANEJAMENTO DE AULA 
· EIXO: Leitura
· OBJETIVO DO CONHECIMENTO: Reconhecer a leitura como crtítica; escolher temática de textos; organizar espaço de leitura; 
· HABILIDADES: EF69LP46 / EF69LP53
HABILIDADE NA BNCC EF69LP46: Práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias/ manifestações artísticas, como rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dramáticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etc.)
HABILIDADE NA BNCC EF69LP53: Ler em voz alta textos literários diversos – como contos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas, humorísticas, críticas; bem como leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão, como romances, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura infanto-juvenil, – contar/recontar histórias tanto da tradição oral (causos, contos de esperteza, contos de animais, contos de amor, contos de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição literária escrita, expressando a compreensão e interpretação do texto por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite o ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto pela pontuação quanto por outros recursos gráfico-editoriais, como negritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações etc., gravando essa leitura ou esse conto/reconto, seja para análise posterior, seja para produção de audiobooks de textos literários diversos ou de podcastsde leituras dramáticas com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas diversos, tanto de forma livre quanto de forma fixa (como quadras, sonetos, liras, haicais etc.), empregando os recursos linguísticos, paralinguísticos e cinésicos necessários aos efeitos de sentido pretendidos, como o ritmo e a entonação, o emprego de pausas e prolongamentos, o tom e o timbre vocais, bem como eventuais recursos de gestualidade e pantomima que convenham ao gênero poético e à situação de compartilhamento em questão.
· DESENVOLVIMENTO AULA: Leitura de obras em formato roda leitura; explicar a estrutura do texto narrativo; ler em voz alta textos literários diversos
Atividade 1
	Esta é uma proposta de atividade permanente para trabalhar rodas de leitura. O campo de atuação priorizado nessa atividade é o artístico-literário. O objetivo é promover a leitura como compartilhamento de ideias, valorizando o sujeito-leitor participativo. Para isso, os recursos tecnológicos e de acesso público de textos são meios a serem utilizados: contações compartilhadas, fanpages, fanclipes, podcasts, booktubers. O foco para o 8º ano do Ensino Fundamental é destacar o poder que a leitura tem para ocasionar mudanças nas pessoas.
RELATÓRIO DE ATIVIDADE OFICINA LITERÁRIAS
Em uma das aulas de Estágio Supervisionado, sabendo que nossa disciplina é voltada para Literatura também, a professora Flávia da Cunha abordou conosco a importância de trabalharmos oficinas de modos diferentes; e decidi aplicar essa metodologia na minha aula de regência, com uma aula onde os alunos do 8º ano possam promover a leitura como compartilhamento de ideias, valorizando o sujeito-leitor participativo. Para isso, os recursos tecnológicos e de acesso público de textos são meios a serem utilizados: contações compartilhadas.
Para a realização do trabalho, alguns pontos foram levados em consideração: o fato de que hoje em dia os jovens não estão tão familiarizado com rodas de leituras, direcionando os alunos como mediadores de suas próprias leituras. Dentro desse foco, buscam-se novas interações com o livro de maneira prazerosa, entendendo os textos como fonte de múltiplas informações e também de entretenimento. O destaque deste ciclo é a formação de comunidades leitoras, o compartilhamento de ideias por meio da leitura e a troca de informações tendo como base os objetos da cultura juvenil.
Nessa variação, o foco é incluir obras best-sellers que fazem parte do universo juvenil. Pode-se continuar a ideia da dinâmica principal indagando aos estudantes: Qual o poder dos best-sellers? Por que eles vendem tanto? Por que atraem tantas pessoas? Por qual motivo você admira a história dele? Quais passagens têm o poder de te encantar? Para a leitura desses livros, que, geralmente, apresentam maior extensão, utilizar a estratégia de iniciar a leitura do primeiro capítulo na aula e indicar o término como atividade extraclasse ou realizar a leitura de um capítulo por sessão de roda de leitura.
A recepção do trabalho foi muito melhor do que esperávamos, e sentimos que os alunos receberam muito bem nossa proposta. Foi extremamente gratificante vê-los tão empolgados com o trabalho proposto, muitos perguntaram mais sobre a obra e realmente demonstraram-se interessados com o assunto, todos deram o seu melhor. 
TURMA 801 – 8° ANO – FUND II
 
ANEXOS DA FICHA DE FREQUENCIA DO ESTÁGIO DIÁRIA, FICHA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO ESTÁGIARIO, PLANO DE AULA. 
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