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Caso Concreto 4 de Direito Civil 3

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Caso Concreto do Plano de Aula 4
Caio ajuizou uma demanda buscando o ressarcimento de danos materiais e morais advindos da perda da propriedade de dois lotes de terra urbanos adquiridos da empresa “Da Terra Ltda.", no ano de 2004, decorrentes da evicção. Alega Caio que, tão logo se imitiu na posse dos bens adquiridos, foi deles retirado por credor do alienante. O credor do alienante apresentou escritura particular demonstrando que os lotes que Caio acabara de adquirir lhe foram entregues em dação em pagamento. Considerando os dados fornecidos, esse pedido será julgado procedente ou improcedente? Por quê? Fundamente sua resposta.
Resposta: Segundo o ordenamento jurídico pátrio, a evicção é uma perda de um bem por motivo de decisão judicial ou ato administrativo. Cabe ressaltar que essa perda pode ser parcial ou total.
	Sendo assim, ao se analisar o caso concreto exposto, chega-se ao entendimento que o pedido será julgado como improcedente, visto que, para que o instituto jurídico chamado evicção seja concretizado, necessário é que a perda do imóvel se dê por sentença judicial ou administrativo. Ressaltas-se que, sobre o ato administrativo, trata-se de posicionamento jurisprudencial, o qual é aceito nos julgamentos. 
	Em virtude dos fatos mencionados, o pedido será improcedente, porque a perda do bem ocorrera por decisão transitada em julgado ou ato administrativo (posição jurisprudencial), mas sim por dação em pagamento, a qual não se trata de uma evicção.	 
Questão objetiva
(DPE-SP-2006) Sobre os vícios redibitórios, é correto afirmar:
a) São defeitos ocultos existentes na coisa alienada, objeto de qualquer tipo de contrato.
b) Ocorrendo vício redibitório pode o adquirente rejeitar a coisa ou conservar o bem e reclamar abatimento no preço sem acarretar a redibição do contrato, através da ação estimatória ou quanti minoris.
c) Se o alienante tinha ciência do vício oculto, deverá restituir o que recebeu, sem perdas e danos.
d) Se a coisa vier a perecer em poder do alienatário, em razão do defeito já existente ao tempo da tradição, o alienante não terá de restituir o que recebeu.
e) A ação redibitória ou estimatória deve ser proposta dentro do prazo de trinta dias, em se tratando de bens móveis ou imóveis.
Resposta: b.
Justificativa:
a) Errada: defeitos somente para contratos comulativos. 
	 Art. 441 CC. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
	Comutativos – é aquele em que as partes podem antever os efeitos que serão produzidos daquele contrato. Quando ambas as partes sabem com exatidão suas prestações e contraprestações. (As prestações se equivalem)
b) Certa: art. 442 CC. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
c) Errada: art. 443 CC. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
d) Errada: art. 444 CC - A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
e) Errada: deve ser proposta em 30 dias para móveis e 1 ano para imóveis - art 445 CC.
Art. 445 CC. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
Existe a possibilidade da opção entre duas formas de ações edilícias: a AÇÃO REDIBITÓRIA e a AÇÃO ESTIMATÓRIA OU QUANTI MINORIS. Ambas as ações encontram seu fundamento no princípio que veda o enriquecimento ilícito, através da proteção ao adquirente, evitando que ele sofra prejuízo com a aquisição de coisa defeituosa.
Ação Estimatória ou Quanti Minoris
Através dessa ação, o adquirente apenas reclama uma redução ou abatimento
do preço, porque, apesar da existência do defeito oculto, que desvalorizou a coisa adquirida, ainda é possível o seu uso normal.
Com essa medida judicial, o adquirente, ao invés de enjeitar a coisa defeituosa, pedindo a rescisão do contrato com a devolução do preço, ele, simplesmente, pede o abatimento no preço pela desvalorização em razão do vício.
IMPORTANTE: As consequências dos vícios redibitórios são, também, cabíveis nos contratos aleatórios, DESDE QUE TAIS VÍCIOS ESTEJAM FORA DO RISCO CONTRATADO. Ou seja, se o contratante concordou em correr o risco "X", mas foi implementado o risco "Y", ele pode, sim, redibir o contrato. 
Ex: compra e venda de bem futuro. Exemplo clássico: compra de bezerro no ventre da vaca. Comprador arca com o  risco de o bezerro não vingar, mas sabe que, se vingar, será o bezerro da raça A. Nasce, parece que é da raça A, mas, com o tempo, vê-se que é mistura de outras raças, o que o torna impróprio para a reprodução. É óbvio que cabe alegar vício redibitório nesse caso. 
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