Buscar

Conceituação o que é cidade - Leonardo Benévolo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

De acordo com o autor Leonardo Benévolo, em seu livro “A história da Cidade”, o surgimento dessa é pautado pelo desenvolvimento humano sobre o ambiente que lhe é fornecido, enfatizado pelo surgimento de uma nova divisão de trabalhos. O autor inicia sua obra analisando o ambiente pré-histórico, anterior à origem da cidade de fato. O homem paleolítico, como Benévolo explica, utilizava-se do espaço fornecido pela natureza, fazendo nele alterações superficiais que criariam o ambiente construído desse período; tendo isso em vista, ele habitava cavernas naturais e abrigos produzidos com o uso de ossos e peles de animais. Posteriormente, já no período neolítico, o ser humano torna-se sedentário, e o autor observa que suas ações implicam em mudanças na natureza, apresentando como modelo disso o cultivo da terra para a produção de alimentos, caracterizando o processo de Revolução Agrícola que é marco desse período.
Momentos após essa Revolução, a fixação do ser humano no ambiente torna-se mais complexa, suscitando na sociedade uma divisão de prestação de serviços, o que promoveria também certa possibilidade de especialização em suas respectivas atividades. Dessa noção parte o conceito de Benévolo do que é uma cidade. Conforme as ideias do autor, essa “sede de autoridade” origina-se na aldeia, contudo torna-se cidade a partir do momento em que o exercício vinculado à indústria e ao comércio é realizado por um grupo de pessoas (intitulado, pelo escritor, “grupo dominante”) enquanto a prática agrícola é executada por um “grupo subalterno”, o qual se beneficia pelas invenções favorecidas pelo grupo anterior e garante a produção de um “excedente”. Isso, por sua vez, permite ao “grupo dominante” a especialização em suas tarefas, progredindo e transformando a cidade e as profissões que nela existem. Dessa forma, observa-se que a transformação no campo permitiu uma alteração na estrutura econômica da cidade.
Em sequência, Benévolo comprova sua ideia usando como exemplo cidades que surgiram com a Revolução Urbana, na região da Mesopotâmia com o fim da era glacial. As sociedades que habitavam esse local de planícies cultiváveis e irrigada por rios, como ditado pelo autor, desenvolveram uma produção agrícola responsável por gerar acúmulo do que foi produzido. Com isso, pode-se observar que o aumento do cultivo agrícola suscitou o aumento da quantidade de excedente nas núcleos urbanos, o aumento da população e, inclusive, o aumento dos produtos técnicos desenvolvidos nas cidades, assinalando, pois, a superioridade técnica e militar que a cidade detinha sobre o campo.

Mais conteúdos dessa disciplina