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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ABAETETUBA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA LINGUAGEM - FACL POLO UNIVERSITÁRIO DE TOMÉ-AÇU LETRAS – LÍNGUA PORTUGUESA ANTONIO MARCOS LOPES FREITAS SEQUENCIA DIDÁTICA SOBRE O GÊNERO TEXTUAL CRÔNICA TOMÉ-AÇU-PA 2018 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ABAETETUBA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA LINGUAGEM - FACL POLO UNIVERSITÁRIO DE TOMÉ-AÇU LETRAS – LÍNGUA PORTUGUESA ANTONIO MARCOS LOPES FREITAS SEQUENCIA DIDÁTICA SOBRE O GÊNERO TEXTUAL CRÔNICA Este trabalho é um requisito válido como forma de avaliação para a disciplina Oficina de compreensão e produção escrita em português do curso de Letras-Língua portuguesa. TOMÉ-AÇU-PA 2018 Sequencia didática. Dados de identificação Universidade Federal do Pará- UFPA Disciplina: Língua Portuguesa Serie: 8º ano Tempo estimado: 8 aulas Tema: Gênero textual crônica. Objetivo geral: Promover a compreensão e a produção do gênero textual crônica. Objetivos específicos: - Desenvolver a habilidades e o gosto pela leitura. - Reconhecer as características do gênero crônica. - Reconhecer o contexto de produção da crônica. - Reconhecer os elementos próprios da composição da crônica e de características da linguagem nela utilizada - Desenvolver a habilidade de produzir textos escritos em grupo. - Desenvolver a habilidade de reproduzir de forma escrita cenas do cotidiano. Recursos: - Quadro branco - Pincel - Datashow - Recursos humanos. Metodologia 1° aula 1 - Distribuir copias do texto “Vício secreto”, de Moacyr Scliar para os alunos e pedir aos mesmos para fazerem uma leitura silenciosa do texto. (Anexo 1) 2 - Após a leitura, perguntar se os alunos costumam ler esse tipo de texto e explicar que o texto é caracterizado como uma crônica. 3 - Indagar os alunos para saber o que conhecem sobre a crônica e qual o nível de familiaridade que eles possuem com o tema proposto. 4 - Explicar a estrutura e as características do gênero. Explicar que a origem da palavra crônica está ligada à noção de tempo. Chamar a atenção para palavras que possuem a mesma raiz, como cronograma, cronômetro e cronologia, podendo fazer uma alusão ao deus da mitologia grega: Chronos. No gênero, essa relação com o tempo se mostra tanto na brevidade dos textos quanto no fato de ele se basear em acontecimentos cotidianos. 5 – Sistematização da crônica no quadro branco sobre as características do gênero. 2° aula 1 - Mostrar para os alunos cenas que representem o dia a dia. As imagens serão apresentadas por meio de Datashow. (Anexo 2) 2 - Pedir para os alunos observarem se a foto é antiga ou atual, o cenário, objetos, ângulo, movimento, semblante das pessoas. 3 - Solicitar para cada aluno que descrevam o sentimento que lhe propiciou naquele momento: comoção, alegria, dor, pena, revolta, indignação, etc. 4 - Cada aluno, após a apresentação das imagens, deverá escolher aquela que mais o chamou a atenção. Em seguida solicitar que cada aluno expresse por escrito seus motivos, investigações e reflexões sobre o mundo imagético observado nas cenas. 5 - Pedir para que o aluno crie uma crônica a partir da imagem escolhida. 3° aula 1 - Distribuir copias do texto “A bola”, de Luís Fernando Veríssimo para fazer a leitura do texto como os alunos. (Anexo 3) 2 - Após a leitura, fazer a discursão sobre o texto estimulando os alunos a notarem algumas das principais características do gênero e que estão presentes. 3 - Após discutir o texto, pedir aos alunos para escreverem no caderno as características da crônica presente no texto lido, retirando trechos como exemplo. 4° aula 1 - Distribuir atividades aos alunos para que exercitem a identificação do tom das crônicas. (Anexo 4) 2 - Correção da atividade. 5º aula 1 - Distribuir questionário escrito aos alunos com perguntas sobre o contexto da produção das crônicas. (Anexo 5) 2 - Correção da atividade. 6º aula 1 - Organizar os alunos em grupos 2 - Distribuir aos grupos copias de notícias inusitadas retiradas da internet. (Anexo 6) 3 - Pedir para que cada grupo escolha uma notícia e transforme-a em crônica. 4 - Pedir para que o grupo escolha um integrante para ler a crônica produzida para todos na sala de aula. Todos os grupos deverão fazer a leitura do texto produzido. 5 - Após as leituras fazer a correção dos textos de forma geral, apontando os erros e os acertos de cada redação. 6 - Pedir para que o aluno pesquise e copie uma notícia recente para entregarem na próxima aula. Poderá ser uma notícia do cotidiano ou uma notícia política. 7º aula 1 - Pedir para o aluno produzir uma crônica jornalística a partir da notícia trazida pelo próprio aluno. 2 - Conduzir o aluno para que se reescreva e se reestruture a crônica, utilizando-se dos conceitos aprendidos até então. Durante o processo de escrita, o professor deve lembrar aos alunos para que fiquem atentos à presença dos aspectos do gênero. 3 - Após a escrita, os trabalhos serão recolhidos para uma correção e posterior avaliação. 8º aula 1 - Entregar aos alunos os textos corrigidos. 2 - Pedir para que os alunos reescrevam as crônicas para corrigir os eventuais erros apontados pelo professor. Durante a reescrita o professor deve pedir aos alunos a verificarem mais uma vez a coerência, o vocabulário utilizado, o desfecho, eliminar redundâncias e a pontuação. 3 - Após o término das correções, o professor deverá recolher as crônicas e corrigir o conteúdo, devolvendo-as em seguida. Avaliação No decorrer das aulas, observar a participação dos alunos, sobretudo nos momentos de discursão e reflexão. Os debates em sala de aula e os textos entregue devem mostrar se os alunos compreenderam o gênero estudado. Referências Oficina sobre sequencia didática – escrevendo o futuro. Disponível em: https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/formacao/na-pratica/pautas-de- formacao/artigo/1364/oficina-sobre-sequencia-didatica. Acesso em 02/12/2018 Sequencia didática e ensino de gêneros textuais – escrevendo o futuro. Disponível em: https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas- publicacoes/revista/artigos/artigo/1539/sequencia-didatica-e-ensino-de-generos-textuais. Acesso em 02/12/2018. VIEIRA, Regiane dos Santos. Uma proposta de sequência didática com o gênero crônica no ensino fundamental. Universidade Federal do Norte do Paraná, Cornélio Procópio, 2014. https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/formacao/na-pratica/pautas-de-formacao/artigo/1364/oficina-sobre-sequencia-didatica https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/formacao/na-pratica/pautas-de-formacao/artigo/1364/oficina-sobre-sequencia-didatica https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/artigos/artigo/1539/sequencia-didatica-e-ensino-de-generos-textuais https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/artigos/artigo/1539/sequencia-didatica-e-ensino-de-generos-textuais Anexos Anexo 1 – Texto para discursão e leitura silenciosa. Vício secreto Depois de vários assaltos, ela decidiu que estava na hora de mudar de vida. De nada adianta, dizia, andar de carro de luxo e morar em palacete se isso serve apenas para atrair assaltantes. De modo que comprou um automóvel usado, mudou-se para um apartamento menor e até começou a evitar os restaurantes da moda. Tudo isso resultou em inesperada economia e criou um problema: o que fazer com o dinheiro que ela já não gastava? Aplicar na Bolsa de Valores parecia-lhe uma solução temerária; não poucos tinham perdido muito dinheiro de uma hora para outra -quase como se fosse um assalto. Outras aplicações também não a atraíam. De modo que passou a comprar aquilo de que mais gostava: jóias. Sobretudo relógios caros. Multiplicavam-se os Bulgan, os Breitling, os Rolex. Já que o tempo tem de passar, dizia, quero vê-lo passar num relógio de luxo. E aí veio a questão; onde usar todas essas joias? Na rua, nem pensar. Em festas? Tanta gente desconhecida vai a festas, não seria impossível que ali também houvesse um assaltante, ou pelo menos alguém capaz de ser tentado a um roubo ao ter a visão de um Breitling. Sua paranoia cresceu, e lá pelas tantas desconfiava até de seus familiares. De modo que decidiu: só usa as joias quando está absolutamente só. Uma vez por semana tranca-se no quarto, abre o cofre, tira as joias e as vai colocando: os colares, os anéis, os braceletes -os relógios, claro, os relógios. E admira-se longamente no espelho, murmurando: que tesouros eu tenho, que tesouros. O que lhe dá muito prazer. Melhor: lhe dava muito prazer. Porque ultimamente há algo que a incomoda. É o olhar no rosto que vê no espelho. Há uma expressão naquele olhar, uma expressão de sinistra cobiça que não lhe agrada nada, nada. Moacyr Sclyar Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff050115.htm Anexo 2 - Atividade de observação de imagens do cotidiano. a) observe as figuras abaixo e escolha uma imagem que mais lhe tocou. Elabore um parágrafo explicitando seus motivos da escolha da imagem. b) elabore uma crônica a partir da imagem escolhida. Fonte:https://www.google.com.br/search?q=imagens+cotidianas&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUK Ewi3i6ip6YTfAhXKGZAKHUhFDtAQ_AUIDigB&biw=1280&bih=61 Anexo 3 – texto para leitura e discursão em sala de aula. a) identifique as características da crônica presente no texto. Para cada característica encontrada retire um trecho do texto como exemplo e escreva no seu caderno. A Bola O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar a sua primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial de couro. Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola. O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse "Legal!". Ou o que os garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa. - Como é que liga? - Perguntou. - Como, como é que liga? Não se liga. O garoto procurou dentro do papel de embrulho. - Não tem manual de instrução? O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os tempos são decididamente outros. - Não precisa manual de instrução. - O que é que ela faz? - Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela. - O quê? - Controla, chuta... - Ah, então é uma bola. - Claro que é uma bola. - Uma bola, bola. Uma bola mesmo. - Você pensou que fosse o quê? - Nada, não. O garoto agradeceu, disse "Legal" de novo, e dali a pouco o pai o encontrou na frente da tevê, com a bola nova do lado, manejando os controles de um videogame. Algo chamado Monster Ball, em que times de monstrinhos disputavam a posse de uma bola em forma de bip eletrônico na tela ao mesmo tempo que tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava ganhando da máquina. O pai pegou a bola nova e ensaiou algumas embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé, como antigamente, e chamou o garoto. - Filho, olha. O garoto disse “Legal”, mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou a bola com as mãos e a cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro de couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de instrução fosse uma boa ideia, pensou. Mas em inglês, para a garotada se interessar. Luís Fernando Veríssimo Fonte: http://elipalupa.blogspot.com/2015/12/a-bola-luis-fernando-verissimo.html Anexo 4 - Atividade para identificação dos tons das crônicas a) identifique os tons das crônicas abaixo: A pedra da bruxa de Lya Luft Quando meu filho tão querido sumiu, quando se transformou, se matou, se jogou ou caiu da Pedra da Bruxa, se perdeu no mato - ou saiu voando e nunca mais voltou -, entendi que nossa cumplicidade só existia na minha imaginação. Essa foi a sua verdadeira morte: nossa relação tão especial era mentira. A boa vida familiar era falsa. Andávamos sobre uma camada fina de normalidade. Por baixo corriam rios de sombra que eu não queria ver. Ele, meu filho tão extraordinariamente amado, era irremediavelmente sozinho - eu, que me considerava a melhor das mães, de nada adiantei. Os dois irmãos davam-se bem, mas sem intimidade. Eu raramente a via juntos. Um parecia achar graça do outro. Ele chamava o maior de troglodita, naquele tom de afetuosa implicância que acontece entre irmãos; o mais velho o chamava de queridinho da mamãe, no mesmo tom sem maldade. Quando já era um adolescente alto, magro, um pouco desajeitado, naquela manhã fatal em nossa casa na montanha, ele chegou perto do pai quando este pegava a chave do carro, e, num esforço para vencer a barreira da timidez, pediu: - Pai, a gente pode conversar um pouco? O pai, desacostumado, espantou-se. Homem racional e direto, disse algo direto e racional: - Filho, estou atrasado, preciso estar na cidade em uma hora. Na minha volta a gente fala, está bom? - E partiu sem nenhum remorso porque não imaginava o que estava por vir (...). Transcrição parcial da crônica a Pedra da Bruxa de Lya Luft Fonte: LUFT, Lya. O Silêncio dos Amantes. 8º edição. Editora Record. Rio de Janeiro, 2009. p.13-22 “O anão” de Lya Luft Você não foi parido, foi cagado! – Gritou meu colega no pátio da escola durante o recreio. Muitos começaram a rir, apontaram “ooohhhh botando a mão na boca. Mas o outro menino, estimulando pelas risadas, repetiu: - É isso mesmo, meu pai disse que você não foi parido, foi cagado! Não havia nenhum adulto por perto, e não fiz queixa a ninguém. Estou acostumado. Esses insultos me fortalecem o meu ódio. Minha tristeza também me ajuda mais (...). Saiu pisando com ódio, bateu a porta da casa, bateu a porta do carro e arrancou ainda furioso. Ele bate em tudo porque não pode bater em mim. Sou pequeno demais. Sou um pobre anãozinho encolhido na sua cadeira. Aí eu fui escorregando para o chão, e deitado embaixo da mesa comecei a grunhir baixinho (...). Transcrição parcial da crônica o anão de Lya Luft Fonte: LUFT, Lya. O silêncio dos amantes. 8.edição. Rio de Janeiro: Editora Record. 2009, p.23-32 “Os Turistas secretos” de Moacyr Scliar Havia um casal que tinha uma inveja terrível dos amigos turistas – especialmente dos que faziam turismo no exterior. Ele, pequeno funcionário de uma grande firma, ela, professora primária, jamais tinham conseguido juntar o suficiente para viajar. Quando dava para as prestações das passagens não chegava para os dólares, e vice-versa; e assim, ano após ano, acabavam ficando em casa. Economizavam, compravam menos roupa, andavam só de ônibus, comiam menos – mas não conseguiam viajar para o exterior. Às vezes passavam uns dias na praia. E era tudo (...). Transcrição parcial da crônica Os turistas secretos de Moacyr Scliar Fonte:http://pedrolusodcarvalho.blogspot.com.br/2010/12/moacyr-scliar-os-turistassecretos.html O Trem Fantasma: Moacyr Scliar Depois de duas semanas, enfim, o médico confirmou que meu melhor amigo Matias estava com leucemia, o maior desejo de Matias era ir a um trem fantasma, mas não seria possível, pois não havia este brinquedo na cidade. A mãe de Matias me deu dinheiro para cumprir o último desejo de meu amigo. Peguei um ônibus e fui até a cidade mais próxima com o brinquedo, andei e andei, várias vezes anotando tudo. Seria muito difícil montar um trem fantasma, mas estava disposto a fazê-lo. Depois de muito tempo, tudo estava pronto, botei-o dentro de um carrinho de supermercado e comecei a empurrá-lo pelo corredor, a porta do salão se abriu, entrei por ela e ai estava a mãe de Matias vestida de bruxa com uma roupa preta, dei duas voltas no corredor e saí, a próxima parada foi no banheiro onde Matias encontrou seu pai enforcado, após isso virei para o quarto de suas irmãs que estavam apunhaladas. Matias estava exausto, mas mesmo assim estava muito feliz, algumas semanas depois Matias morreu (...). Transcrição parcial da crônica Trem Fantasma de Moacyr Scliar Fonte: http://oitavacmaq.wordpress.com “Os Namorados da Filha” de Moacyr Scliar Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua juventude. Homem avançado, esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo. Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado: ─ Mas aqui em casa. Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito. O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja (...). Transcrição parcial da crônica: Os namorados da filha de Moacyr Scliar. Fonte: (Crônica extraída da Revista Zero Hora, 26/4/1998, e contida no livro Boa Companhia: crônicas, organizado por Humberto Werneck, São Paulo: Companhia das Letras, 2006, 2. Reimpressão, pp. 205-6.) “A bola”, Luís Fernando Veríssimo O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar sua primeira bola do pai. U número 5 sem tento oficial de couro. Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola. O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “legal” Ou o que os garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa. - Como é que liga?_ Perguntou. - Como, como é que liga? Não se liga. O garoto procurou dentro do papel de embrulho. - Não tem manual de instrução? O pai começou a desanimar e pensar que os tempos são outros. Que os tempos são decididamente outros. - Não precisa manual de instrução. - O que é que ela faz? - Ela não faz nada, você é que faz coisas com ela. - O quê? - Controla, chuta... - Ah, então é uma bola. Uma bola, bola. Uma bola mesmo (...). Transcrição parcial da crônica de Luiz Fernando Veríssimo Fonte: http://elipalupa.blogspot.com/2015/12/a-bola-luis-fernando-verissimo.html “O aniversário”, Lya Luft No dia dos seus muitíssimos anos, acordou como de costume, emergindo sem susto nem alarma. Ele não estava a seu lado, percebeu sem estender a mão nem abrir os olhos. Algo mais concreto do que tato e visão lhe dizia isso: fazia parte do fluir incessante entre os dois há tantos anos. E lhe dava uma sensação de conforto, saber que tinham essa ligação. Depois abriu os olhos e divisou o quarto, cada detalhe tão familiar, o Buda de madeira sobre a cômoda, a veneziana da sacada entreaberta revelando o parque com árvores (...). Transcrição parcial da crônica O aniversário de Lya Luft Fonte: LUFT, Lya. O silêncio dos amantes.8.edição. Rio de Janeiro: Editora Record. 2009, p.33-38 “A mais pura verdade”, de Arnaldo Jabor A medida que envelheço e convivo com outras, valorizo mais ainda as mulheres que estão acima dos 30. Elas não se importam com o que você pensa, mas se dispõem de coração se você tiver a intenção de conversar. Se ela não quer assistir ao jogo de futebol na tv, não fica à sua volta resmungando, vai fazer alguma coisa que queira fazer. Senhoras, eu peço desculpas! Para todos os homens que dizem: "Porque comprar a vaca, se você pode beber o leite de graça?", aqui está a novidade para vocês: Hoje em dia 80% das mulheres são contra o casamento e sabem por quê? "Porque as mulheres perceberam que não vale a pena comprar um porco inteiro só para ter uma linguiça!". Nada mais justo (...). Transcrição parcial da crônica “A mais pura verdade” de Arnaldo Jabor Fonte: http://pensador.uol.com.br/frase/NzEyNDY Anexo 5 - Questionário escrito com perguntas sobre o contexto de produção das crônicas a) responda as perguntas abaixo de acordo com as crônicas do exercício anterior: 1-Em que época foi escrita a crônica; 2-Qual fato é narrado; 3-Esta crônica é um gênero predominante da linguagem oral ou escrita; 4-A qual esfera da comunicação humana pertence esta crônica; 5-Quem produziu esta crônica; 6-A quem se dirige a edição desta crônica; 7-Qual é o objetivo ou finalidade da escrita desta crônica; 8-Sobre qual tema tratou a produção e edição desta crônica; 9-Qual o valor desta crônica para a sociedade; 10-Qual o suporte utilizado para a edição desta crônica; 11-Em qual meio circula esta crônica. Anexo 6 - Notícias para a primeira produção de uma crônica a) Leia as sugestões de notícias abaixo e escolha uma delas para a produção de uma crônica: Sugestão 1 Menino telefona para a polícia para pedir ajuda com dever de matemática nos EUA Garoto de 10 anos do Colorado não sabia fazer divisão. A polícia do estado americano do Colorado divulgou um áudio em que um menino de 10 anos liga para o telefone de emergência para pedir ajuda com seu dever de casa de matemática. O caso ocorreu em Fort Collins. O garoto relata ao policial que atendeu ao telefone que não sabe como dividir 3.052 por 71. Chris Clow, o policial, deu a resposta correta para o garoto: 42,9. A polícia lembrou que o telefone de emergência deve ser usado apenas para emergências reais. https://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2018/09/27/menino-telefona-para-a-policia-para-pedir-ajuda-com- dever-de-matematica-nos-eua.ghtml Sugestão 2 Ladrões furtam 13 pés direitos de sapatos em loja nos EUA Dono da loja na Virgínia afirma que eles terão dificuldade em usar ou vender o produto do roubo. A polícia de uma cidade americana está atrás de assaltantes que furtaram 13 pés direitos de sapatos de uma loja de calçados O caso ocorreu em Roanoke, no estado da Virgínia. Rob Wickham, dono da loja, disse à imprensa local que o estabelecimento foi invadido por duas vezes: por duas pessoas em 20 de julho e por uma pessoa em 25 de agosto. Entre os produtos furtados, estavam camisetas, agasalhos, uma jaqueta, um par de tênis -e 13 pés direitos de sapatos. Wickham explicou que ele geralmente deixa os pares separados, com os pés direitos em exposição, e os esquerdos atrás do balcão. Segundo ele, os ladrões "arriscaram sua liberdade por nada", pois não vão poder usar nem vender o produto do roubo. Fonte:https://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2018/08/31/assaltantes-furtam-13-pes-direitos-de-sapatos-em- loja-nos-eua.ghtml e julho. Sugestão 3 Bombeiros resgatam papagaia 'boca-suja' em Londres Ave disse vários palavrões enquanto era retirada de telhado. Uma papagaia "boca-suja" foi salva pelos bombeiros de Londres nesta semana. Durante o resgate, ela disse vários palavrões para os resgatistas. O corpo de bombeiros divulgou imagens do resgate. A papagaia Jessie fugiu e ficou três dias no telhado do vizinho em Edmonton. Preocupada que ela se machucasse, sua dona chamou os bombeiros. Ela avisou que os bombeiros deveriam dizer "eu te amo" para conseguir se aproximar da ave. PO bombeiro Chris Swallow seguiu a instrução e conseguiu apanhar Jessie. Depois disso, a papagaia enfileirou vários palavrões. Assim que terminou o resgate, Jessie fugiu de novo e voou para o teto de outro vizinho, mas acabou voltando para casa no dia seguinte sã e salva. A dona de Jessie fez um vídeo em que ela "agradece" aos bombeiros pelo resgate. Fonte:https://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2018/08/14/bombeiros-resgatam-papagaia-boca-suja-em- londres.ghtml