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10/2/2016 1 Propriedades físicas e sensoriais • Mutarrotação • Poder adoçante • Higroscopicidade • Solubilidade • Cristalização Mono e dissacarídeos • Mutarrotação Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos É a interconversão das formas α e β em solução, incluindo a formação intermediária da forma acíclica, provocando variações no desvio da luz polarizada. Açúcar αααα-Piranose ββββ-Piranose αααα-Furanose ββββ-Furanose D-glucose 36 64 --- < 1 D-manose 67 33 --- < 1 D-galactose 27 73 --- < 1 D-ribose 22 58 6 14 D-frutose 3 57 9 31 % de formas α/β e piranosídicas/furanosídicas em solução (equilíbrio). • Mutarrotação Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Isômeros α e β possuem valores distintos de ROE Anéis piranosídicos e furanosídicos possuem valores distintos de ROE O ângulo de rotação de uma solução recém- preparada de um isômero muda assim que um equilíbrio for estabelecido Variações no desvio da luz polarizada • Mutarrotação Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Sol. aq. α-D-glucopiranose recém-preparada: [αααα]D: + 112 o Sol. aq. β-D-glucopiranose recém-preparada: [αααα]D: + 18,7o [α]D = Constante de rotação específica. [αααα]D: + 52,7o [αααα]D: + 52,7o Equilíbrio entre as formas anoméricas em solução!! Forma αααα Acíclica ⇔⇔⇔⇔ Forma ββββ ⇔⇔⇔⇔ • Mutarrotação Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Açúcar Constante de rotação específica ([α]D) Forma α Forma β Equilíbrio D-Glucose +112 +18,7 +52,7 D-Galactose +150,7 +52,8 +80,2 D-Manose +29,3 -17 +14,5 D-Frutose - -133,5 -92 Lactose - +34,2 +53,6 Maltose +173 +112 +130 É uma característica de açúcares redutores (mono e dissacarídeos) e pode influenciar outras propriedades (poder adoçante e solubilidade). • Poder adoçante Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Mono e dissacarídeos (e seus polióis correspondentes) são doces. • Qualidade do gosto doce (ex: sacarose confere um gosto agradável; gentiobiose é amarga) • Intensidade do gosto doce (ex: diminui conforme a cadeia de oligossacarídeos aumenta) • Threshold • Isômeros α e β Diferenças que caracterizam os açúcares: 10/2/2016 2 • Poder adoçante Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Threshold: menor concentração na qual o gosto doce é percebido. Fonte: Belitz (2009). • Poder adoçante Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Açúcar Poder adoçante em relação à sacarose (100) Forma α Forma β D-Glucose 67 <67 D-Galactose 60 - D-Manose 50 Amarga D-Frutose - 130 Lactose 27 50 Maltose - 38 Xilitol 100 Manitol 56 Glucitol (sorbitol) 58 • Higroscopicidade Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos É a capacidade do açúcar na forma cristalina de absorver umidade da atmosfera. Indesejável Desejável • Higroscopicidade Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Depende: • Da estrutura química (número e disponibilidade de OH – frutose é o mais higroscópico) • Pureza (as impurezas prejudicam as reações químicas e deixam as OH mais livres) A água absorvida dissolve os açúcares da superfície dos alimentos (deliquescência), deixando-os pegajosos. • Higroscopicidade Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Açúcar Número de moles de água (20 ◦C) Galactose 13 Frutose 10 Glucose 2 Maltose <1 Lactose <1 Frutose + glicose (3:1) 9,5 Frutose + glicose (1:3) 9 • Higroscopicidade Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos 10/2/2016 3 • Solubilidade Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Os açúcares possuem alta capacidade de dissolução em água devido à presença de muitas OH na molécula. • Temperatura (solubilidade aumenta com o aumento da temperatura) • Preservação Fatores importantes: • Solubilidade Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Açúcar g/100 g de água (25 ◦C) Sacarose 204 Frutose 375 Glucose.H2O 107 Maltose 83 Lactose 20 • Solubilidade Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos O aumento da concentração de glucose, que tem menor solubilidade em água, diminui a velocidade de dissolução de balas duras e, portanto, a bala dura mais tempo na boca. Influência do tipo de açúcar • Solubilidade Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Açúcar Solubilidade (g/100 g de água a 0 ◦C) Forma α Forma β Equilíbrio Lactose 5 45,1 11,9 T = 0 ◦C α:β = 1:1,8 T = 20 ◦C α:β = 1:1,68 Aumenta a concentração da forma α, que cristaliza ao voltar para o congelador (pois é menos solúvel): textura arenosa indesejável Influência do tipo de isômero • Cristalização Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Formação de cristais através de um processo obtido com o resfriamento de soluções saturadas de açúcares, provocando a imobilização e reorganização das moléculas. • Indesejável: cristalização evitada • Desejável: cristalização provocada • Cristalização Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos • Grau de saturação da solução original • Tempo de cristalização (quanto mais lento for o resfriamento, maior será o tamanho dos cristais) • Temperatura de resfriamento • Presença de açúcares redutores (diminui a cristalização) Fatores importantes: 10/2/2016 4 • Cristalização Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Provocada: rock candy • Cristalização forçada da sacarose em torno de um fio ou palito • Cristais grandes e formados ao acaso • Processo lento sem controle de temperatura • Cristalização Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Provocada: rock candy https://www.youtube.com/watch?v=Jl4z9p1j1C4 • Cristalização Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Provocada: rock candy https://www.youtube.com/watch?v=VpOU0Fo7QfU • Cristalização Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Provocada: rapadura Fervura do caldo de cana Resfriamento Solidificação da massa devido à grande quantidade de cristais formados com o resfriamento (diminuição da solubilidade) • Cristalização Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Provocada: fondant • Cristalização Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Provocada: fondant • Textura característica cremosa e aveludada • Rápido resfriamento e batimento intenso para formar pequenos cristais • Usado para cobertura de bolos e doces • Agente de hidrólise para provocar o aparecimento de de açúcar invertido 10/2/2016 5 • Cristalização Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Provocada: balas moles • Presença de cristais pequenos é desejada • Opacidade e maciez (caramelos mastigáveis) • Agitação • Estado cristalino e estável (contém menos água) • Cristalização Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Evitada: balas duras e pirulitos • Solução “sólida” supersaturada • Semi-transparência e dureza • Estado amorfo e instável (contém mais água) • Utiliza-se açúcar redutor na formulação • Cristalização Propriedades físicas e sensoriais de mono e dissacarídeos Evitada: balas duras e pirulitos Transformações químicas de mono e dissacarídeos: escurecimento não enzimático • Caramelização • Reação de Maillard Mono e dissacarídeos • Caramelização Transformações químicas de mono e dissacarídeos Processo de aquecimento de açúcares (sacarose, glucose, frutose), promovendo um complexo grupo de reações e a formação de pigmentos escuros Caramelo • Condições Caramelização AçúcarPigmentos marrons + aroma alta temperatura • Altas temperaturas (~ 150 oC) • Altas concentrações de açúcares • Com adição ou não de ácidos e álcalis • Baixo teor de água 10/2/2016 6 • Etapas Caramelização Aquecimento: isomerização (enedióis) Desidratação (HMF), condensação, hidrólise Polimerização do HMF (compostos de alto peso molecular) • Formação de aromas Caramelização • Caramelo Caramelização • Produto final da caramelização • Produzido comercialmente, tanto como corante como aromatizante • Corante mais antigo e mais utilizado na indústria de alimentos • Pigmento coloidal de cor preta, com cargas positivas em meio alcalino e cargas negativas em meio ácido • Classe I, classe II, classe III e classe IV • Caramelo – classe I Caramelização • Poder ser usado álcali ou ácido • Não pode ser usado sulfito e amônia • Carga iônica líquida negativa (fraca) • Claro, amarelado • Bebidas destiladas, sobremesas e temperos • Caramelo – classe II Caramelização • Poder ser usado álcali ou ácido • Pode ser usado sulfito (amônia não) • Carga iônica líquida negativa • pH: 3-4 em solução • Marrom avermelhado • Licores • Caramelo – classe III Caramelização • Poder ser usado álcali ou ácido • Pode ser usado amônia (sulfito não) • Carga iônica líquida positiva • pH: 4,2-4,8 em solução • Marrom avermelhado • Molhos, cervejas, pudins 10/2/2016 7 • Caramelo – classe IV Caramelização • Poder ser usado álcali ou ácido • Pode ser usado sulfito e amônia • Carga iônica líquida negativa (forte) • pH: 2-4,5 em solução • Marrom • Refrigerantes Boa semana! Próxima aula: Reação de Maillard e outros oligossacarídos