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Anos Iniciais do Ensino Fundamental 91 PEDAGOGIA Mais uma vez pedimos que reflitamos a partir de uma metáfora! Quando uma gestante inicia seu pré-natal, indo mês a mês ao médico para verificar o desenvolvimento do bebê, podemos dizer que ela está fazendo uma avaliação constante, processual, para que, ao final, tenha melhores condições para o parto e para que o desenvolvimento da criança seja bom. Pois bem, com a avaliação, precisamos começar a pensar em processo e não em finalizações de etapas determinadas por planos de ensino que não levam em conta a necessidade de flexibilização em virtude da diversidade presente nas salas de aula. A avaliação deve ser construída de forma contínua, acompanhando cada etapa do processo ensino-aprendizagem. Aliás, se temos em mente que ensino-aprendizagem é um processo, por que não o vemos quando falamos de avaliação? Durante todo o percurso percorrido pelo aluno, cabe ao professor avaliar seu desempenho em todos os momentos, a fim de encaminhá-lo de forma mais coerente diante de suas dificuldades, erros e acertos. A avaliação quando pensada de forma contínua e processual evita surpresas desagradáveis ou surpresas no caminho percorrido. Um aluno alertado em tempo sobre suas dificuldades e erros não os verá crescer como uma bola de neve, cada vez mais difícil de controlar ou desfazer. O que queremos reforçar é que avaliar de forma processual e mediadora significa contribuir para o real desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem de cada aluno, orientando seu caminho de forma que ele mesmo possa reconsiderá-lo e tomar decisões acerca dos próximos passos. A avaliação processual se caracteriza de modo especial pela observação, pela percepção e pelo sentimento de responsabilidade incessante para com o desenvolvimento espiritual e a qualificação profissional do aluno, ao longo de todo o seu percurso de aprendizagem. (BOTH, 2012a, p. 169). Avaliar de forma mediadora é utilizar os instrumentos de avaliação como elementos de mediação na construção do conhecimento, na relação professor-aluno, na cumplicidade dos envolvidos neste processo. Quando consideramos a avaliação como processo e mediadora, estabelecemos novos vínculos, pois tanto quem educa, quanto quem é educado constrói caminhos e posturas reflexivas de suas práticas e saberes para a consecução de objetivos. Estes objetivos são traçados conjuntamente, na cumplicidade de quem busca vencer obstáculos, renovar saberes, forças, e seguir em frente, aprendendo na continuidade de sua vida e não apenas no ambiente escolar. A avaliação mediadora oferece maior proximidade entre os envolvidos, pois, ao invés de tolher, castrar ou amedrontar se torna instrumento pedagógico que contribui para o desenvolvimento e valorização do processo ensino-aprendizagem. A avaliação de aprendizagem adota diferentes modalidades, de acordo com a sua necessidade e momento de aplicação: Anos Iniciais do Ensino Fundamental92 PEDAGOGIA a) Diagnóstica – presente na fase inicial do processo de avaliação de aprendizagem, oferecendo subsídios para a elaboração dos planos de ensino, pois tem a função de identificar a percepção do aluno em relação à aprendizagem. b) Formativa – aquela que procura acompanhar o desenvolvimento do aluno de forma processual, contínua e sistemática, ao longo do processo de seu aprendizado, complementando a avaliação diagnóstica e oferecendo subsídios para repensar processos, metodologias e estratégias. c) Somativa – aquela realizada ao final do processo com o objetivo de indicar os resultados obtidos para definir a continuidade dos estudos do aluno (aprovação ou reprovação), num juízo globalizante do percurso percorrido. Vale reforçar que as modalidades de avaliação se complementam, oferecendo condições para o desenvolvimento de um processo efetivo de ensino e aprendizagem, acompanhando alunos e professores neste percurso, de forma reflexiva, a fim de atingir os objetivos propostos. Para desenvolvimento de avaliações nas modalidades apresentadas, é possível usar uma série de instrumentos que podem contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem do aluno, conforme apresentado por BOTH (2012a, p. 170-171): • Prova objetiva – série de questões diretas, para respostas curtas, com apenas uma solução possível entre várias alternativas. • Prova dissertativa – série de questões que exijam capacidade de estabelecer relações, resumir, analisar, julgar. • Seminário – exposição oral de tema previamente conhecido, utilizando a tela e materiais de apoio adequados ao assunto. • Trabalho em grupo – atividades de natureza diversa (por escrito, oral, gráfica, corporal) realizadas em grupo(s). • Debate – debate em que os alunos expõem seus pontos de vista a respeito de assunto normalmente polêmico. • Relatório individual – relatório elaborado depois de atividades práticas ou projetos temáticos implementados. • Autoavaliação – análise oral ou por escrito, em formato livre, que o aluno faz do próprio processo de aprendizagem. • Observação – análise do desempenho do aluno em fatos do cotidiano escolar ou em situações planejadas. • Conselho de classe ou pedagógico – reunião liderada pela equipe pedagógica da instituição para análise de grupo(s) de alunos sobre o seu desempenho escolar.