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Biomedicina

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15Biomedicina na prática: 
da teoria à bancada SUMÁRIO
JUNQUEIRA, L.C.U. E JUNQUEIRA, L.M.M.S. Técnicas Básicas de Citologia e Histologia. São 
Paulo. Ed. Santos, 1983.
VALLE, F.C. Práticas de citologia e genética. Rio de Janeiro, MEDSI, 2001.
16Biomedicina na prática: 
da teoria à bancada SUMÁRIO
CAPÍTULO II 
CITOGENÉTICA
Michelle Mergener
AVALIAÇÃO DE DANOS NO DNA PELO ENSAIO COMETA
O Ensaio Cometa, também conhecido como eletroforese de Célula Única (Single Cell Gel 
eletroforesis – SCGE) é uma técnica rápida, simples e sensível, de baixo custo, para mensurar 
e analisar as lesões e detectar efeitos de reparo no DNA em células individuais expostas a 
agentes genotóxicos. Tal ensaio representa um método que é capaz de detectar danos no DNA 
induzidos por agentes alquilantes, intercalantes e oxidantes. Além disso, o DNA pode sofrer 
alterações decorrentes do avanço da idade, causando alterações cromossômicas estruturais. 
Fatores como gênero, dieta, hábito de fumar e consumo de bebidas alcoólicas também podem 
alterar a frequência de mutações gênicas, causando alterações cromossômicas e/ou trocas de 
cromátides indicando uma correlação entre a atividade carcinogênica e mutagênica.
Os danos mais facilmente detectados no DNA são quebras (simples ou duplas), danos 
alcali-lábeis, crosslinks e quebras resultantes de reparo por excisão. Estes danos no DNA podem 
ser reparáveis. Entretanto, quando o tipo e a quantidade de danos superam a capacidade de 
reparo das células, esses mecanismos celulares essenciais podem ser seriamente afetados. 
Caso essas lesões não sejam removidas, podem levar as células à morte, ou resultar na 
incorporação de mutações ao genoma, sendo transmitidas para as gerações futuras, ou ainda, 
provocando efeitos genotóxicos severos e, consequentemente, gerar instabilidade genômica 
e até mesmo o surgimento de doenças crônico degenerativas, dentre elas o câncer.
Podendo ser utilizado tanto em animais como em plantas, o Ensaio Cometa demonstra 
sensibilidade e rapidez em estudos de genotoxicidade. Além disso, apresenta algumas 
vantagens sobre os testes bioquímicos e citogenéticos, uma vez que pode ser empregado em 
qualquer organismo eucarioto e apresenta bons resultados a partir de um pequeno número 
de células analisadas e sem a necessidade de que elas estejam em divisão. Assim, apresenta 
como vantagens: a simplicidade, rapidez, sensibilidade e baixo custo. Por tais motivos, este 
ensaio possui uma grande aplicabilidade como teste de genotoxicidade in vivo e in vitro, 
incluindo estudos de biomonitoramento humano e ambiental. 
Além de muitas vantagens, este teste também apresenta algumas limitações: o dano 
pode ser reparado por ser muito sensível, assim, deve-se ter cautela, além de um bom controle 
para análise das conclusões; o tempo entre a exposição ao agente e a preparação das laminas, 
até a lise, deve ser curto (até 24 horas), pois o reparo pode ocorrer imediatamente.
O princípio é simples: as células são colocadas em gel sobre uma lâmina de microscopia, 
passa-se em uma corrente elétrica (eletroforese), e se houver rompimento no DNA, migra 
para fora do núcleo dando a aparência de um cometa ou cauda. O surgimento desta cauda 
assemelha-se a de um cometa, como é mostrado na figura abaixo.
	CAPÍTULO II 
CITOGENÉTICA
	Michelle Mergener

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