A maioria das mortes por COVID-19 pode ser o resultado de uma infecção completamente diferente

Prévia do material em texto

1/3
A maioria das mortes por COVID-19 pode ser o resultado de
uma infecção completamente diferente
(Yakobchuk Olena/iStock/Getty Images Plus)Tradução
A COVID-19 não é mais classificada como uma emergência de saúde global pela Organização Mundial
da Saúde, mas os cientistas ainda estão trabalhando duro para entender mais sobre o vírus e seu
impacto – incluindo como o coronavírus afeta o corpo e leva à morte.
Uma nova análise sugere que uma alta porcentagem de pessoas que exigiram ajuda de um ventilador
devido a uma infecção por COVID-19 também desenvolveram pneumonia bacteriana secundária. Esta
pneumonia foi responsável por uma taxa de mortalidade mais elevada do que a infecção por COVID-19.
Assim, embora a COVID-19 possa ter colocado esses pacientes no hospital, foi realmente uma infecção
causada pelo uso de um ventilador mecânico que era mais provável que fosse a causa da morte quando
essa infecção não responda ao tratamento.
“Nosso estudo destaca a importância de prevenir, procurar e tratar agressivamente a pneumonia
bacteriana secundária em pacientes gravemente doentes com pneumonia grave, incluindo aqueles com
COVID-19”, diz Benjamin Singer, pneumologista da Northwestern University, em Illinois.
A equipe analisou registros de 585 pessoas admitidas na unidade de terapia intensiva (UTI) no
Northwestern Memorial Hospital, também em Illinois. Todos eles tinham pneumonia grave e / ou
insuficiência respiratória, e 190 tinham COVID-19.
Usando uma abordagem de aprendizado de máquina para processar os dados, os pesquisadores
agruparam os pacientes com base em sua condição e na quantidade de tempo que passaram em
terapia intensiva.
Os resultados refutam a ideia de que uma tempestade de citocinas após a COVID-19 – uma resposta
inflamatória esmagadora que causa a falência de órgãos – foi responsável por um número significativo
de mortes. Não houve evidência de falência multirórgão nos pacientes estudados.
https://www.sciencealert.com/coronavirus
https://www.sciencealert.com/heres-what-it-means-that-the-who-says-covid-is-no-longer-a-global-health-emergency
https://www.sciencealert.com/what-does-the-world-health-organisation-do
https://www.sciencealert.com/virus
https://www.sciencealert.com/coronavirus
https://www.sciencealert.com/pneumonia
https://news.feinberg.northwestern.edu/2023/05/05/secondary-bacterial-pneumonia-drove-many-covid-19-deaths/
https://www.sciencealert.com/artificial-intelligence
https://www.sciencealert.com/artificial-intelligence
https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fimmu.2020.01446/full
2/3
Os pesquisadores usaram o aprendizado de máquina para identificar padrões. (Gao et al., J.
Clin (em inglês). Investig., 2023)
Em vez disso, os pacientes com COVID-19 eram mais propensos a desenvolver pneumonia associada à
ventilação mecânica (VAP) e por períodos mais longos. Os casos em que a PAVM não respondeu ao
tratamento foram significativos em termos das taxas gerais de mortalidade no estudo.
“Aqueles que foram curados de sua pneumonia secundária provavelmente viveriam, enquanto aqueles
cuja pneumonia não se resolveu eram mais propensos a morrer”, diz Singer.
“Nossos dados sugeriram que a mortalidade relacionada ao vírus em si é relativamente baixa, mas
outras coisas que acontecem durante a UTI permanecem, como pneumonia bacteriana secundária,
compensam isso”.
Esses resultados sugerem que os resultados da UTI poderiam ser melhorados se houvesse melhores
estratégias para diagnosticar e tratar episódios de PAVM – algo que os pesquisadores dizem que precisa
ser abordado no futuro.
Vale a pena ter em mente que, se a exigência de um paciente para um ventilador para tratar
complicações da COVID-19 leva à PAVM, isso não implica que uma infecção por COVID-19 seja menos
perigosa, nem diminua o número de mortes por COVID-19.
Como os autores escrevem em seu artigo, “o tempo relativamente longo de permanência entre pacientes
com COVID-19 é principalmente devido à insuficiência respiratória prolongada, colocando-os em maior
risco de PAVM”.
Mas os resultados destacam a necessidade de mais estudos e para serem cautelosos ao fazer
suposições sobre a causa da morte em casos de COVID-19. Uma análise molecular detalhada do
mesmo estudo deve revelar mais sobre o que faz a diferença entre a recuperação ou não da PAVM.
É também outro exemplo de como a inteligência artificial de aprendizado de máquina pode processar
grandes quantidades de dados e detectar padrões além de nós, meros seres humanos – seja analisando
proteínas ou avançando matemática.
“A aplicação do aprendizado de máquina e da inteligência artificial aos dados clínicos pode ser usada
para desenvolver melhores maneiras de tratar doenças como a COVID-19 e ajudar os médicos da UTI a
gerenciar esses pacientes”, diz Catherine Gao, também pneumologista da Northwestern.
https://www.jci.org/articles/view/170682
https://news.feinberg.northwestern.edu/2023/05/05/secondary-bacterial-pneumonia-drove-many-covid-19-deaths/
https://www.jci.org/articles/view/170682
https://www.sciencealert.com/artificial-intelligence
https://www.sciencealert.com/artificial-intelligence
https://www.sciencealert.com/ai-predicts-the-shape-of-nearly-every-protein-known-to-science
https://www.sciencealert.com/ai-is-discovering-patterns-in-pure-mathematics-that-have-never-been-seen-before
https://news.feinberg.northwestern.edu/2023/05/05/secondary-bacterial-pneumonia-drove-many-covid-19-deaths/
3/3
A pesquisa foi publicada no Journal of Clinical Investigation.
https://www.jci.org/articles/view/170682