Buscar

Biomedicina

Prévia do material em texto

21Biomedicina na prática: 
da teoria à bancada SUMÁRIO
- Colocar a mistura na lâmina com pré-cobertura, cobrindo com lamínula;
- Colocar as lâminas na câmara úmida por 10 minutos na geladeira;
- Retirar a lamínula, bem devagar, de maneira que a amostra fique na lâmina;
- Colocar as lâminas imersas na solução de lise e deixar na geladeira por no mínimo 
24 horas (máximo de 48 horas);
5. Retirar as lâminas da geladeira e proceder a Eletroforese, conforme descrito:
- Preparar o tampão de eletroforese e deixar na geladeira até atingir 4º C;
- Retirar as lâminas da Solução de Lise com auxílio de uma pinça, secando a parte de 
baixo e a lateral;
- Colocar as lâminas de forma horizontal na cuba de eletroforese, sem espaço entre 
elas e entre as duas colunas de lâminas, de maneira que fiquem com as tarjas para a 
direita (lado positivo).
- Colocar gelo ao redor da cuba de eletroforese, controlando a temperatura que deve 
ser 4ºC;
- Colocar o tampão eletroforese (4ºC) na cuba de eletroforese até cobrir as lâminas e 
deixar por 25 minutos;
- Após os 25 minutos, programar a fonte de eletroforese para 25V constantes e 300mA 
e deixar migrar por 25 minutos;
- Após, tirar as lâminas com pinça e secá-las na lateral e embaixo;
- Colocar as lâminas na cuba de vidro e mergulhar no tampão de neutralização, 
repetindo por 3x durante 5 minutos cada;
6. Realizar a coloração das lâminas da seguinte forma:
- Lavar as lâminas por 2x com água destilada;
- Deixar as lâminas secarem por, no mínimo, 2 horas a 37ºC na estufa (por mais tempo 
se for em temperatura ambiente);
- Fixar as lâminas por 10 minutos em solução fixadora;
- Lavar as lâminas 3 vezes com água destilada;
- Secar as lâminas por, pelo menos, 5h a temperatura ambiente, ou por 1,5h a 37ºC na 
estufa;
- Hidratar os géis das lâminas por 5 minutos em água destilada;
- Corar as lâminas com agitação no escuro por 35 minutos utilizando a solução 
corante que deve ser preparada na hora.
- Lavar as lâminas 3 vezes com água destilada;
- Colocar as lâminas na solução de parada por 5 minutos;
- Lavar as lâminas 3 vezes com água destilada;
- Deixar secar em temperatura ambiente.
22Biomedicina na prática: 
da teoria à bancada SUMÁRIO
7. Proceder a análise das lâminas:
- Em microscópio óptico analisar 100 núcleos em aumento de 400x;
- Classificá-los de 0 a 4;
- Obter escore de 0 a 400 para cada amostra.
FREQUÊNCIA DE CÉLULAS MICRONUCLEADAS COMO INDICADOR DE GENOTOXICIDADE
O dano de DNA é particularmente prejudicial, pois ele pode se tornar uma mutação e, 
se não reparado em tempo apropriado, ser transmitido às células filhas. A mutação é uma 
alteração no material genético, que quando não é letal para a célula, pode propagar-se pelo 
corpo em crescimento (mutação somática) ou transmitir-se às gerações seguintes (mutação 
germinal). A taxa de mutação espontânea de uma determinada população refere-se a uma 
frequência basal, que pode alterar-se ao longo da história evolutiva, podendo sofrer um 
aumento induzido por agentes físicos, químicos ou biológicos, bem como de alguns vírus.
Para avaliação de risco individual é de extrema importância poder estimar as alterações 
funcionais das células ou tecido. Os fatores de risco individual como a predisposição genética, 
estado nutricional e estilo de vida, podem piorar os possíveis danos causados por fatores 
ambientais. Nesse sentido, a determinação das alterações moleculares em nível de DNA pode 
se tornar um marcador de suscetibilidade de risco individual.
Técnicas como a análise de micronúcleos têm sido utilizadas como uma forma alternativa 
e não invasiva de biomonitorar populações humanas expostas a agentes mutagênicos. Isso 
porque os biomarcadores têm a capacidade de indicar eventos celulares e moleculares 
importantes para esclarecer sobre as relações entre a exposição a agentes causadores de 
doenças e os efeitos sobre a saúde humana, além do processo de doença. Assim, utilizando-se 
da análise da frequência de micronúcleos (MN) em células epiteliais, fibroblastos ou linfócitos 
de sangue periférico em cultura, estas técnicas podem ajudar a melhor compreender a 
etiologia e a patogênese das doenças, subsidiando, assim, mais efetivamente, o planejamento 
de estratégias de prevenção e tratamento.
A frequência de MN vem pode ser facilmente ser avaliada em linfócitos e células 
epiteliais, como por exemplo, as provenientes da mucosa oral, urotelial e nasal, para se obter 
uma medida de dano de DNA induzido in vivo. A presença de MN em células é um evento 
relativamente raro e, os dados epidemiológicos disponíveis são bastante limitados devido à 
falta de padronização de protocolos utilizados, quanto a própria variabilidade individual, a 
qual costuma ser bastante grande. 
A expressão de micronúcleos pode ser consequência de aberrações cromossômicas 
causadas por quebra de DNA (clastogênese) ou disfunção de fuso mitótico, caracterizando 
a perda de cromossomos inteiros (aneugênese). Além da detecção de eventos clastogênicos 
e aneugênicos, o micronúcleo pode expressar amplificação gênica. Com o bloqueio da 
citocinese, é possível analisar aquelas células que completaram apenas uma divisão e se 
apresentam binucleadas. Além disso, o escore de micronúcleos é simples, requer um pequeno 
treinamento e consome pouco tempo.
Micronúcleos são detectados em células interfásicas como pequenas partículas 
de cromatina, perto do núcleo principal. Derivam de fragmentos de cromossomos ou 
cromossomos inteiros que foram perdidos durante a anáfase, por falharem ao se ligar ao fuso 
mitótico e serem excluídos do núcleo. Na análise microscópica, pela formação de carioteca 
ao seu redor, é possível a visualização de um pequeno núcleo que pode ter um diâmetro entre

Mais conteúdos dessa disciplina