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Trabalho de Antropologia

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
SEMINÁRIO DE LEITURA II:
Particularidades e generalizações: Reflexões a partir de uma pesquisa urbana entre usuários de drogas em Porto Alegre. 
Contagem
2020
Resumo do texto Particularidades e generalizações de Fernanda Delvalhas Piccolo: 
Fernanda Delvalhas Piccolo quando realiza o trabalho é reside em Porto Alegre possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1998), cursando mestrado pela mesma universidade. O texto trata de uma experiência que a autora teve ao realizar um trabalho de campo com um grupo de usuários de drogas e moradores de uma vila em Porto Alegre entre os anos de 1997 a 2000. Durante sua pesquisa, ela passa por diferentes desafios e tensões como, por exemplo, da dificuldade de encontrar participantes para responder as perguntas e também no medo/receio de como se aproximar e lidar com os moradores da vila e com os usuários. O maior obstáculo que ela temia encontrar era sobre a não concordância da participação dos usuários à sua pesquisa por terem medo ou desconfiança que ela fosse da policia e que pudesse estar tentando descobrir alguma informação que os denunciassem. Com o passar do tempo Fernanda criou certo vinculo com os moradores e usuários que já tinham se acostumado com sua presença devido ao tempo que durou sua pesquisa, assim ganhando a confiança dos moradores e usuários. Ela percebeu que o motivo que poderia levar ao uso era o costume de conviver com aquela situação desde criança e achar normal. Ela conclui o texto mostrando a importância da quebra de preconceito sobre aquilo que irá pesquisar, ignorando a visão que a sociedade e a mídia colocam sobre o assunto, contudo considerando sim os perigos, mas procurando participar da vida nesse local para que se gere conhecimento sobre a verdadeira realidade. 
Relação do Texto Particularidades e Generalizações com o texto Trabalho de Campo de Roberto da Matta: 
Roberta da Matta na terceira parte do seu livro Relativizando, onde relata o trabalho de campo do antropólogo social, que em meados do século XX ele abandona a postura evolucionista, a importância do etnólogo em sair de sua zona de conforto e lança-lo na incerteza do campo, vemos a pesquisadora saindo de sua região para adentrar em uma região desconhecida. Também identificamos o Ritual de Passagem da autora em que Roberto da Matta conceitua, em que o pesquisador retira-se de sua sociedade e realizando uma viagem para os limites de seu mundo diário, realizando a pesquisa e após retorna para seu ponto inicial com uma nova perspectiva (um novo status). A pesquisadora saindo de sua região (convívio social) para adentrar a uma vila de Porto Alegre, e após 3 anos, retornando para sua sociedade ela transforma sua ignorância etnográfica em conhecimento e dissipa o medo. Da Matta diz que o antropólogo precisa de alguém que lhe ensinará os caminhos e desafios encontradiços na sociedade que pretende estudar, sendo assim a pesquisadora tem pessoas que a ajuda, como exemplo temos pessoas do Projeto Redução de Danos, Rodolfo, as crianças da vila, André e Adriana. Descreve que podemos fazer uma relação entre ‘’transformar o exótico no familiar’’ de Da Matta no momento que Fernanda inicia sua pesquisa em um meio social não muito bem conhecido por todos e que sempre causou muito medo e estranheza a todos fora dessa realidade por causa de alguns mitos conhecidos sobre usuários e pessoas que moram em vilas ou favelas como pessoas violentas e que só fazem o mal. Na pesquisa de Fernanda ela teve que colocar de lado os seus medos e tudo o que ela já tinha escutado e basear se apenas no conhecimento adquirido no local da pesquisa. Em referência à ‘’transformar o familiar no exótico’’ ela pôde perceber que todos compartilhavam da mesma cultura que ela, mas tinham jeitos diferentes de ver a vida e as situações por falta de uma melhor condição financeira, de moradia, de costumes, entre outros.

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