Prévia do material em texto
Trabalho doenças fúngicas Aspergilose Nocardiose Integrantes: Daniele Liscano, Jéssica Vieira e Thaline Nunes Curso: Medicina Veterinária, 7º semestre Professor: Gabriel Charão Alegrete 2022 Resumo: A doença é causada por infecções pela Nocardia. A Nocardia é uma bactéria aeróbica, Gram-positiva ramificante e filamentosa que se encontra no solo, decompondo matéria vegetal, e em ambientes aquáticos. A infecção pode ocorrer por inalação ou inoculação diretas. Estão descritas pelo menos 13 espécies de Nocardia que causam doença humana, sendo a maioria das causas identificadas o complexo N. asteroids e a N. brasiliensis. A nocardiose está frequentemente associada com antecedentes de traumatismo (feridas perfurantes ou arranhões de gatos), imunodeficiência, resistência a terapia prévia com antibióticos, ou febre A nocardiose é de distribuição universal, acomete todas as faixas etárias, mas a maior incidência ocorre em adultos mais velhos, em especial do sexo masculino e pacientes imunocomprometidos. A disseminação de pessoa para pessoa é rara. Nocardia é encontrado em água parada, plantas em decomposição e no solo. A infecção ocorre pela inalação de poeira que contém bactérias ou pela inoculação direta da pele quando o solo ou a água contaminada penetra um corte ou arranhão. Sinais e sintomas: A nocardiose geralmente se inicia como uma infecção pulmonar subaguda que se assemelha à actinomicose; porém, Nocardia se dissemina mais, tanto localmente quanto hematogenicamente. A disseminação com formação de abscessos pode envolver qualquer órgão, mas afeta com mais frequência cérebro, pele, rins, ossos, ou músculos. Os sintomas mais comuns do envolvimento pulmonar — tosse, febre, calafrios, dor no peito, fraqueza, anorexia e perda ponderal — são inespecíficos e podem se assemelhar aos da tuberculose ou da pneumonia supurativa. Derrame pleural também pode ocorrer. Abscessos cerebrais metastáticos, ocorrendo em 30 a 50% dos casos, geralmente produzem cefaleias intensas e anormalidades neurológicas focais. As infecções podem ser agudas, subagudas, ou crônicas. Abscessos de pele ou subcutâneos ocorrem com frequência, algumas vezes como o local primário de inoculação. Podem aparecer como • Celulite firme • Síndrome linfocutânea • Um actinomicetoma A síndrome linfocutânea consiste em lesão primária (pioderma) e em nódulos linfáticos semelhantes à esporotricose. Actinomicetoma decorrente de nocardiose começa como um nódulo, supura, se dissemina ao longo da fáscia e drena por meio de fístulas crônicas. Diagnóstico: Exame microscópico ou cultura O diagnóstico de nocardiose é feito pela identificação da Nocardia spp no tecido ou em amostras das lesões localizadas identificadas por exame físico, radiografia ou outros exames de imagem. Acúmulo de filamentos, semelhantes a um rosário de bactérias Gram-positivas (que podem ser fracamente resistentes ao ácido), é visto com frequência. Tratamento: • Sulfametoxazol-trimetoprima (SMX-TMP) Sulfametoxazol-trimetoprima (SMX-TMP), 15 mg/kg/dia (do componente TMP), por via oral, a cada 6 a 12 h, ou doses elevadas somente de sulfonamida (p. ex., sulfadiazina, 1 g, por via oral, a cada 4-6 horas) é usada. Considerando que a maioria dos pacientes responde de maneira lenta, a dose de sulfonamida necessária para manter a concentração sérica de 12 a 15 mg/dL 2 horas antes da última dose deve ser mantida durante ≥ 6 meses. Em pacientes imunocomprometidos e pacientes com doença disseminada, sulfametoxazol-trimetoprima (SMX-TMP) deve ser utilizado com amicacina, imipenem ou meropenem pendente de identificação das espécies e resultados de teste de sensibilidade. Quando o paciente apresenta hipersensibilidade ou infecção refratária à sulfonamida, podem-se usar amicacina, uma tetraciclina (particularmente, a minociclina), imipeném/cilastatina, meropenem, ceftriaxone, cefotaxima, fluoroquinolonas de amplo espectro (p. ex., moxifloxacino) ou dapsona. Tigeciclina pode ser uma alternativa eficaz. Dados sobre a sensibilidade in vitro devem orientar a escolha dos fármacos alternativos. Abscessos localizados costumam exigir incisão, drenagem e desbridamento cirúrgico. Relato de caso em felino: A nocardiose cutânea é uma condição supurativa a biogranulomatosa, que ocorre após penetração do agente em ferimentos na pele que foram expostas a água ou ao solo contaminado. A doença se manifesta com formação de abscessos localizados, com fístulas e úlceras necróticas que drenam uma secreção serosanguinolenta, atingindo membros ou abdômen. É rara em gatos, e nestes, a maior parte se deve a infecção por Nocardia asteroides. Este relato objetivou descrever o diagnóstico clínico e laboratorial de um felino doméstico com diagnóstico microbiológico de Nocardia asteroides, descrevendo o tratamento preconizado com base no antibiograma. Uma gata castrada, sem raça definida (SRD), com cinco anos de idade, desenvolveu lesão cutânea em forma de tratos fistulosos drenando secreção biosanguinolenta sob a região frontal da face, membros torácicos e abscesso em membro pélvico, além de inapetência, emagrecimento e apatia. Havia sido tratada anteriormente de forma empírica para infecção bacteriana com enrofloxacina, seguida de cefalexina após identificação bacteriana de Staphylococcus spp. Realizou-se coleta do exsudato para realização de cultura e antibiograma. O diagnóstico foi de nocardiose e o agente identificado como Nocardia asteroides e os microrganismos foram sensíveis apenas a amicacina, neomicina e canamicina. Foi instituído tratamento com amicacina (10 mg/kg, a cada 12 horas), passando após sete dias a ser administrado a cada 24 horas devido a cilindrúria constatada através de urinálise. A remissão dos sinais ocorreu com 20 dias de uso contínuo do antibiótico, o qual foi mantido por mais três semanas sem outras complicações com resolução da cilindrúria. Referências: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as- infecciosas/bacilos-gram- positivos/nocardiose#:~:text=(Nocardia)&text=Nocardiose%20%C3 %A9%20uma%20infec%C3%A7%C3%A3o%20aguda,sistema%20n ervoso%20central%20%C3%A9%20comum. https://periodicos.uff.br/rbcv/article/view/7306 https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram-positivos/nocardiose#:~:text=(Nocardia)&text=Nocardiose%20%C3%A9%20uma%20infec%C3%A7%C3%A3o%20aguda,sistema%20nervoso%20central%20%C3%A9%20comum https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram-positivos/nocardiose#:~:text=(Nocardia)&text=Nocardiose%20%C3%A9%20uma%20infec%C3%A7%C3%A3o%20aguda,sistema%20nervoso%20central%20%C3%A9%20comum https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram-positivos/nocardiose#:~:text=(Nocardia)&text=Nocardiose%20%C3%A9%20uma%20infec%C3%A7%C3%A3o%20aguda,sistema%20nervoso%20central%20%C3%A9%20comum https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram-positivos/nocardiose#:~:text=(Nocardia)&text=Nocardiose%20%C3%A9%20uma%20infec%C3%A7%C3%A3o%20aguda,sistema%20nervoso%20central%20%C3%A9%20comum https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram-positivos/nocardiose#:~:text=(Nocardia)&text=Nocardiose%20%C3%A9%20uma%20infec%C3%A7%C3%A3o%20aguda,sistema%20nervoso%20central%20%C3%A9%20comum https://periodicos.uff.br/rbcv/article/view/7306