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Contestação Exoneração de Alimentos

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA XXX VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE PETRÓPOLIS - RJ
Processo nº: XXX
MARCO AURÉLIO URBINO, (qualificação)
CONTESTAÇÃO
à Ação de Exoneração de Alimentos ajuizada por JUVENAL URBINO, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
I. DOS FATOS
O Autor ajuizou a presente ação visando à exoneração da obrigação alimentar prestada ao Réu, sob o fundamento de que este completou 18 anos de idade. No entanto, Marco Aurélio Urbino é estudante do segundo período do curso de Medicina, cursando período integral em instituição privada, necessitando, portanto, da continuidade do auxílio financeiro para sua manutenção.
II. DA NECESSIDADE DE CONTINUIDADE DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR
O Código Civil, em seu artigo 1.694, estabelece o dever de prestar alimentos aos filhos que não possuem meios próprios de subsistência, especialmente quando estes ainda estão em processo de formação educacional, como é o caso do Réu.
Além disso, a jurisprudência brasileira reconhece que a maioridade civil (18 anos) não extingue automaticamente o direito à percepção de alimentos, principalmente quando o alimentando ainda se encontra em fase de formação acadêmica. Conforme entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça, Súmula 358:
"O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos." 
III. DA IMPOSSIBILIDADE DE EXONERAÇÃO
1. Necessidade do Alimentando: Marco Aurélio Urbino, apesar de ter completado 18 anos, ainda depende economicamente do auxílio prestado pelo pai para custear suas despesas educacionais e de manutenção, uma vez que o curso de Medicina exige dedicação exclusiva.
2. Capacidade Contributiva do Alimentante: O Autor não demonstrou qualquer alteração significativa em sua capacidade financeira que justifique a exoneração do dever alimentar. Além disso, o valor de um salário mínimo é razoável e não compromete a subsistência do Alimentante.
IV. DO VALOR ATRIBUÍDO À CAUSA
O valor atribuído à causa pelo Autor é irrisório e não condiz com a natureza da obrigação alimentar discutida. Tal valor deve ser corrigido para refletir a real quantia discutida, ou seja, o montante anual correspondente ao valor mensal de um salário mínimo nacional vigente.
V. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
3. A intimação do Autor para que se manifeste sobre a presente contestação;
4. A realização de audiência de conciliação, instrução e julgamento, caso não haja acordo na fase preliminar;
5. O julgamento pela improcedência do pedido de exoneração de alimentos, mantendo-se a obrigação alimentar no valor de um salário mínimo nacional vigente;
6. A correção do valor da causa, de acordo com a quantia anual discutida (12 salários mínimos);
7. A condenação do Autor ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.
Protesta-se pela produção de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente documental, testemunhal e pericial, caso necessário.
Nestes termos, 
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, data.
Advogado xxx

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