Buscar

Prévia do material em texto

1/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
 
Anatomia da Cabeça 
Gabriela Gusmão 
FAMINAS - MG 
 2/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A cabeça é a parte superior do corpo que está fixada ao tronco pelo pescoço. É formada 
pelo encéfalo e por seus revestimentos protetores, as orelhas e a face. 
 
O CRÂNIO 
O crânio é o esqueleto da cabeça. Uma série de ossos forma suas duas partes: neurocrânio 
e viscerocrânio. 
O neurocrânio é a caixa óssea do encéfalo e das meninges cranianas, e contém também as 
partes proximais dos nervos cranianos e a vasculatura do encéfalo. É formado por uma série de 
oito ossos: frontal, etmoide, esfenoide, occipital, temporal e parietal (Fig. 1A). O neurocrânio 
apresenta ainda um teto em forma de cúpula, a calvária, e um assoalho ou base do crânio. A 
medula espinal mantém a continuidade com o encéfalo através do forame magno, uma grande 
abertura na base do crânio (Fig. 1C). 
O viscerocrânio (esqueleto facial) forma a parte anterior do crânio e consiste nos ossos que 
circundam a boca (maxila e mandíbula), nariz/cavidade nasal, e a maior parte das cavidades 
orbitais. É formado por 15 ossos irregulares: mandíbula, etmoide, vômer, conchas nasais inferiores, 
zigomáticos, palatinos, ossos nasais e lacrimais (Fig. 1A). As maxilas representam a maior parte 
do esqueleto facial superior, formando o esqueleto da arcada dentária superior, que está fixada à 
base do crânio. A mandíbula forma o esqueleto da arcada dentária inferior, que é móvel porque se 
articula com a base do crânio nas articulações temporomandibulares (Fig. 1A). 
Vários ossos do crânio, tais como frontal, temporal, esfenoide e etmoide, são ossos 
pneumáticos, contendo espaços aéreos, provavelmente para reduzir seu peso. Na posição 
anatômica, o crânio está orientado de modo que a margem inferior da órbita e a margem superior 
do poro acústico externo do meato acústico externo de ambos os lados situam-se no mesmo plano 
horizontal, este é o chamado plano orbitomeático (plano horizontal de Frankfort). 
 
 
 
 
 3/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
 
Figura 1. Crânio de adulto. Fonte: Anatomia Orientada para a Clínica, 2014. 
 
Vista frontal do crânio 
 
A vista frontal (facial) ou anterior do crânio é formada pelos ossos frontal e zigomático, 
órbitas, região nasal, maxila e mandíbula (Fig. 2). O frontal forma o esqueleto da fronte, 
articulando-se na porção inferior com o osso nasal e o zigomático. 
O osso frontal também se articula com o lacrimal, etmoide e esfenoide. A parte orbital do 
osso frontal forma o teto da órbita e uma porção do assoalho da parte anterior da cavidade do 
crânio (Fig. 2). Em alguns crânios, a margem supraorbital do osso frontal tem um forame ou 
 4/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
incisura supraorbital que dá passagem ao nervo e aos vasos supraorbitais. Logo acima da margem 
supraorbital há o arco superciliar, que se estende lateralmente de cada lado da glabela. (Fig. 2). 
Os zigomáticos, que formam as proeminências das bochechas, situam-se nas paredes 
inferior e lateral das órbitas, apoiados sobre as maxilas. Um pequeno forame zigomaticofacial 
perfura a face lateral de cada osso (Fig. 2). Os zigomáticos articulam-se com o frontal, o esfenoide, 
o temporal e a maxila. 
Inferiormente aos ossos nasais está a abertura piriforme, através da qual pode ser 
observado o septo nasal dividindo a cavidade nasal em direita e esquerda. Na parede lateral de 
cada cavidade nasal há lâminas ósseas curvas, as conchas nasais (Fig. 2). 
As maxilas formam o esqueleto do arco dental superior, e circundam a maior parte da 
abertura piriforme e formam as margens infraorbitais medialmente. Seus processos alveolares 
incluem as cavidades (alvéolos) dos dentes. As duas maxilas são unidas pela sutura intermaxilar 
no plano mediano. Apresentam ampla conexão com os zigomáticos lateralmente e possuem um 
forame infraorbital que dá passagem ao nervo e aos vasos infraorbitais (Fig. 2). 
A mandíbula também apresenta processos alveolares que sustentam os dentes 
mandibulares. Consiste em uma parte horizontal, o corpo, e uma parte vertical, o ramo. 
Inferiormente aos segundos dentes pré-molares estão os forames mentuais para os nervos e 
vasos mentuais. A protuberância mentual, que forma a proeminência do queixo, é uma elevação 
óssea triangular situada em posição inferior à sínfise da mandíbula (Fig. 2). 
 
 
Figura 2. Vista frontal/facial do crânio. Fonte: Anatomia Orientada para a Clínica, 2014. 
 
 5/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
Vista lateral do crânio 
 
A vista lateral do crânio é formada pelo neurocrânio e viscerocrânio. Os principais 
constituintes do neurocrânio são a fossa temporal, o poro acústico externo do meato acústico 
externo e o processo mastoide do temporal. Os principais constituintes do viscerocrânio são a 
fossa infratemporal, o arco zigomático e as faces laterais da maxila e mandíbula. 
Os limites superior e posterior da fossa temporal são as linhas temporais superior e inferior; 
o limite anterior é formado pelo osso frontal e pelo zigomático; e o limite inferior é o arco zigomático 
(Fig. 3). O poro acústico externo é a entrada do meato acústico externo, que leva à membrana 
timpânica (Fig. 3). O processo mastoide do temporal situa-se póstero-inferiormente ao poro 
acústico externo do meato. Antero-medialmente ao processo mastoide há o processo estiloide do 
temporal. A fossa infratemporal é um espaço irregular situado inferior e profundamente ao arco 
zigomático e à mandíbula e posteriormente à maxila. 
 
Figura 3. Vista lateral do crânio. Fonte: Anatomia Orientada para a Clínica, 2014. 
 
 
 6/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
Vista occipital do crânio 
 
A vista occipital ou posterior do crânio é formada pelo occipício, partes dos parietais e partes 
mastóideas dos temporais (Fig. 4). Em geral, a protuberância occipital externa é palpada com 
facilidade no plano mediano mas, às vezes, é imperceptível. A crista occipital externa desce da 
protuberância em direção ao forame magno. A linha nucal superior, que forma o limite superior do 
pescoço, estende-se lateralmente a partir de cada lado da protuberância; a linha nucal inferior é 
menos evidente. No centro do occipúcio, o lambda indica a junção das suturas sagital e 
lambdóidea. 
 
 
Figura 4. Vista Occipital do Crânio. Fonte: Anatomia Orientada para a Clínica, 2014. 
 
Vista superior (vertical) do crânio 
 
A vista superior (vertical) do crânio, em geral um pouco oval, alarga-se em sentido 
posterolateral nas eminências parietais (Fig. 5). A sutura coronal separa o frontal e os parietais, a 
sutura sagital separa os parietais e a sutura lambdóidea separa os parietais e temporais do 
occipital (Fig. 5). O bregma é o ponto de referência craniométrico formado pela interseção das 
suturas sagital e coronal. O vértice, o ponto mais alto da calvária, está perto do ponto médio da 
sutura sagital. 
 
 7/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
 
Figura 5. Vista superior/vertical do Crânio. Fonte: Anatomia Orientada para a Clínica, 2014. 
 
Vista inferior da base do crânio 
 
A base do crânio é a parte inferior do neurocrânio e viscerocrânio, exceto a mandíbula (Fig. 
6). A vista inferior da base do crânio é constituída pelo arco alveolar da maxila, pelos processos 
palatinos das maxilas e pelo palatino, esfenoide, vômer, temporal e occipital. 
A parte anterior do palato duro é formada pelos processos palatinos da maxila e a parte 
posterior, pelas lâminas horizontais dos palatinos. A margem posterior livre do palato duro da 
origem a espinha nasal posterior. Posteriormente aos dentes incisivos centrais está a fossa 
incisiva. Na região posterolateral estão situados os forames palatinos maior e menor. 
Superiormente à margem posterior do palato situam-se os cóanos, separados pelo vômer, que 
constitui uma grande parte do septo nasal ósseo (Fig. 5). 
Encaixado entre o frontal, o temporal e o occipital está o esfenoide. As asas maiores e 
menoresdo esfenoide estendem-se lateralmente a partir das faces laterais do corpo do osso. As 
asas maiores têm faces orbital, temporal e infratemporal observadas nas vistas facial, lateral e 
inferior do exterior do crânio e as faces cerebrais são observadas nas vistas internas da base do 
crânio. 
A parte posterior da base do crânio é formada pelo occipital, que se articula com o esfenoide 
anteriormente, e suas quatro partes estão dispostas ao redor do forame magno. As principais 
estruturas que atravessam esse grande forame são: a medula espinal, as meninges, as artérias 
vertebrais, as artérias espinais anteriores e posteriores e a raiz espinal do nervo acessório (NC XI). 
Nas partes laterais do occipital há duas grandes protuberâncias, os côndilos occipitais, por 
intermédio dos quais o crânio articula-se com a coluna vertebral. 
 8/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
A grande abertura entre o occipital e a parte petrosa do temporal é o forame jugular, por 
onde emergem do crânio a veia jugular interna e vários nervos cranianos (NC IX ao NC XI) (Fig. 5). 
A entrada da artéria carótida interna no canal carótico situa-se imediatamente anterior ao forame 
jugular. 
Os processos mastoides são locais de fixação muscular. O forame estilomastóideo, que dá 
passagem ao nervo facial (NC VII) e à artéria estilomastóidea, situa-se posteriormente à base do 
processo estiloide. 
 
Figura 5. Vista inferior da base do crânio. Fonte: Anatomia Orientada para a Clínica, 2014. 
 
 9/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
Vista superior da base do crânio 
 
A face superior da base do crânio possui as fossas anterior, média e posterior, que formam 
seu assoalho côncavo da cavidade do crânio (Fig. 6). 
A fossa anterior do crânio é formada pelo frontal anteriormente, o etmoide no meio, e o 
corpo e as asas menores do esfenoide posteriormente. É ocupada pelas partes inferior e anterior 
dos lobos frontais do encéfalo. Essa superfície tem impressões sinuosas dos giros (cristas) orbitais 
dos lobos frontais. A crista frontal apresenta em sua base o forame cego do frontal, que dá 
passagem a vasos durante o desenvolvimento fetal, mas se torna insignificante depois do 
nascimento. A crista etmoidal, situa-se posteriormente ao forame cego, e de cada lado dessa crista 
está a lâmina cribriforme do osso etmoide, a qual apresenta forames pequenos que dão passagem 
aos nervos olfatórios (NC I) (Fig. 6). 
A fossa média do crânio tem uma parte central, formada pela sela turca no corpo do 
esfenoide, e grandes partes laterais deprimidas de cada lado (Fig. 6). Situa-se póstero-
inferiormente à fossa anterior do crânio, separada dela pelas cristas esfenoidais salientes 
lateralmente e o limbo esfenoidal no centro. Os ossos que formam as partes laterais da fossa são 
as asas maiores do esfenoide e as partes escamosas dos temporais lateralmente, e as partes 
petrosas dos temporais posteriormente. As partes laterais da fossa média do crânio sustentam os 
lobos temporais do encéfalo. 
A fossa posterior do crânio aloja o cerebelo, a ponte e o bulbo. É formada principalmente 
pelo occipital, mas o dorso da sela do esfenoide marca seu limite anterior central, e as partes 
petrosa e mastóidea dos temporais formam as “paredes” anterolaterais. A partir do dorso da sela 
há uma inclinação acentuada, o clivo, no centro da parte anterior da fossa que leva ao forame 
magno. Posteriormente a essa grande abertura, a fossa posterior do crânio é parcialmente dividida 
pela crista occipital interna em fossas cerebelares. A crista occipital interna termina na 
protuberância occipital interna formada em relação à confluência dos seios, uma fusão dos seios 
venosos durais. Na base da crista petrosa do temporal está o forame jugular, que dá passagem a 
vários nervos cranianos além do seio sigmóideo que sai do crânio como a veia jugular interna (Fig. 
6). 
Antero-superiormente ao forame jugular está o meato acústico interno para os nervos facial 
(NC VII) e vestibulococlear (NC VIII) e a artéria do labirinto. O canal do nervo hipoglosso (NC XII) 
situa-se superiormente à margem anterolateral do forame magno. 
 
 10/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
 
 
Figura 6. Vista superior da base do crânio. Fonte: Anatomia Orientada para a Clínica, 2014. 
 
REGIÕES DA CABEÇA 
 
Com exceção da região auricular, que compreende a orelha externa, os nomes das regiões 
neurocranianas da cabeça correspondem aos ossos ou acidentes ósseos subjacentes: regiões 
frontal, parietal, occipital, temporal e mastóidea. 
A parte viscerocraniana inclui a região facial, que é dividida em cinco regiões bilaterais e 
três medianas associadas aos elementos superficiais (regiões oral e da bochecha), passando por 
estruturas de tecidos moles mais profundas (região parotideomassetérica), até as estruturas 
ósseas (regiões orbital, infraorbital, nasal, zigomática e mentual). 
 
Face 
A face é a superfície anterior da cabeça, da fronte ao queixo e de uma orelha à outra. Os 
ossos da face crescem por mais tempo do que os da calvária. O crescimento do etmoide, das 
cavidades orbitais e das partes superiores das cavidades nasais está quase completo aos 7 anos 
de idade. 
 11/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
Couro cabeludo 
 
O couro cabeludo é formado por pele, pelos e tecido subcutâneo, que cobrem o neurocrânio 
desde as linhas nucais superiores no occipital até as margens supraorbitais do frontal. 
Lateralmente, o couro cabeludo estende-se sobre a fáscia temporal até os arcos zigomáticos. 
 
Apresenta cinco camadas: 
-Pele: Fina, exceto na região occipital; contém muitas glândulas sudoríferas e sebáceas, 
além de folículos pilosos. A irrigação arterial é abundante e há boa drenagem venosa e linfática; 
-Tecido conectivo: Forma a tela subcutânea espessa, densa e ricamente vascularizada, bem 
suprida por nervos cutâneos; 
-Aponeurose epicrânica: A lâmina tendínea larga e forte que cobre a calvária e é o local de 
fixação dos ventres musculares que convergem da fronte e do occipúcio e dos temporais de cada 
lado. Todas as partes do epicrânio (músculo e aponeurose) são inervadas pelo nervo facial. 
-Tecido conectivo frouxo: Uma camada esponjosa contendo espaços virtuais, que podem 
ser distendidos por líquido em caso de lesão ou infecção. Essa camada permite o livre movimento 
do couro cabeludo propriamente dito (as três primeiras camadas — pele, tecido conectivo e 
aponeurose epicrânica) sobre a calvária; 
-Pericrânio: Uma camada densa de tecido conectivo que forma o periósteo externo do 
neurocrânio. 
 
MÚSCULOS DA FACE E DO COURO 
CABELUDO 
 
Os músculos da face estão na tela subcutânea da parte anterior e posterior do couro 
cabeludo, face e pescoço. A maioria dos músculos se fixa ao osso ou fáscia e atua mediante tração 
da pele. 
 
 12/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
 
Músculos do Couro Cabeludo, da Fronte e dos Supercílios 
O músculo occipitofrontal é digástrico e plano, e seus ventres occipital e frontal têm um 
tendão comum, a aponeurose epicrânica (Fig. 7). Agindo simultaneamente, o ventre occipital e o 
ventre frontal são sinérgicos e elevam os supercílios e produzem rugas transversais na fronte. 
 
Músculos da Boca, dos Lábios e das Bochechas 
O formato da boca e dos lábios é controlado por um grupo tridimensional complexo de alças 
musculares, que incluem (Fig. 7): Músculos elevadores, afastadores e eversores do lábio superior; 
Músculos depressores, afastadores e eversores do lábio inferior; Músculo orbicular da boca; 
 
Músculo bucinador. 
O músculo orbicular da boca controla a entrada e a saída através da rima da boca, e também 
é importante durante a articulação da fala. O músculo bucinador, ativo ao sorrir, também mantém 
as bochechas tensas, evitando seu pregueamento e lesão durante a mastigação. O músculo 
platisma ajuda a abaixar a mandíbula e abaixa os ângulos da boca. 
 
Músculos da Abertura da Órbita 
A função das pálpebras é proteger os bulbos do olho contra lesões e luz excessiva. As 
pálpebrastambém distribuem as lágrimas e mantêm a córnea úmida. 
 
O músculo orbicular do olho fecha as pálpebras e enruga a fronte verticalmente (Fig. 7). 
Suas fibras formam círculos concêntricos em torno da margem orbital e das pálpebras, e a 
contração dessas fibras estreita a rima das pálpebras. Este músculo apresenta três partes: 
-Parte palpebral: fecha suavemente para evitar o ressecamento da córnea; 
-Parte profunda: movimenta as pálpebras medialmente, auxiliando a drenagem das 
lágrimas; 
-Parte orbital: fecha as pálpebras com firmeza. 
 
 
 13/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
Músculos do Nariz e das Orelhas 
Os músculos do nariz sinalizam comportamentos respiratórios, porém apresentam 
importância relativamente pequena nos seres humanos, exceto em termos de expressão facial. Os 
músculos das orelhas são ainda menos importantes nos seres humanos. 
 
 
Figura 7. Músculos da face e do couro cabeludo. Fonte: Anatomia Orientada para a Clínica, 2014. 
 
 
NERVOS DA FACE E DO COURO CABELUDO 
 
O nervo trigêmeo (NC V) é o principal responsável pela inervação cutânea (sensitiva) da 
face e da parte anterossuperior do couro cabeludo; e o nervo facial (NC VII) é o responsável pela 
inervação motora dos músculos faciais. 
 
 
 
 14/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
Nervos Cutâneos da Face e do Couro Cabeludo 
O nervo trigêmeo (NC V) é o nervo sensitivo da face e o nervo motor dos músculos da 
mastigação e de vários pequenos músculos (Fig. 8). Apresenta três divisões: o nervo oftálmico (NC 
V1), o nervo maxilar (NC V2) e o componente sensitivo do nervo mandibular (NC V3). As duas 
primeiras divisões são apenas sensitivas, já o nervo mandibular é principalmente sensitivo, mas 
também recebe as fibras motoras e supre principalmente os músculos da mastigação. 
 
 
Figura 8. Distribuição do nervo trigêmeo (NC V). Fonte: Anatomia Orientada para a Clínica, 2014. 
 
Nervos do Couro Cabeludo 
A inervação do couro cabeludo anterior às orelhas é feita por ramos de todas as três 
divisões do NC V. Na região posterior às orelhas, a inervação provém dos nervos cutâneos espinais 
(C2 e C3). 
 
Nervos Motores da Face 
Os nervos motores da face são o nervo facial para os músculos da expressão facial e a raiz 
motora do nervo trigêmeo (nervo mandibular) para os músculos da mastigação. 
 
 15/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
O NC VII, o nervo facial, tem uma raiz motora e uma raiz sensitiva/parassimpática. A raiz 
motora supre os músculos da expressão facial, inclusive o músculo superficial do pescoço 
(platisma), músculos auriculares e músculos do couro cabeludo (Fig. 9). Apresenta cinco ramos 
terminais: temporal, zigomático, bucal, marginal da mandíbula e cervical. 
O ramo temporal supre os músculos auricular superior e auricular anterior; o ventre frontal 
do músculo occipitofrontal; e a parte superior do músculo orbicular do olho. O ramo zigomático 
supre a parte inferior do músculo orbicular do olho e outros músculos faciais inferiores à órbita. O 
ramo bucal supre o músculo bucinador e os músculos do lábio superior. O ramo marginal da 
mandíbula supre os músculos risório e do lábio inferior e do queixo. O ramo cervical supre o 
músculo platisma (Fig. 9). 
 
 
Figura 9. Ramos do nervo facial (NC VII). Fonte: Anatomia Orientada para a Clínica, 2014. 
 
VASCULATURA SUPERFICIAL DA FACE E 
DO COURO CABELUDO 
 
Artérias Superficiais da Face 
A maioria das artérias superficiais da face é ramo ou derivada de ramos da artéria carótida 
externa (Fig. 10), sendo que a artéria facial é a principal responsável pelo suprimento sanguíneo 
da face. 
 
 16/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
A artéria temporal superficial é o menor ramo terminal da artéria carótida externa; o outro 
ramo é a artéria maxilar. Ela merge na face entre a articulação temporomandibular (ATM) e a 
orelha, entra na fossa temporal e termina no couro cabeludo dividindo-se em ramos frontal e 
parietal. 
A artéria facial transversa origina-se da artéria temporal superficial e divide-se em muitos 
ramos que suprem a glândula parótida e seu ducto, o músculo masseter e a pele da face. 
Anastomosa-se com ramos da artéria facial. 
Diversar artérias, tais como as temporais superficiais, acompanham nervos cutâneos na 
face. As artérias supraorbitais e supratrocleares, ramos da artéria oftálmica, acompanham nervos 
do mesmo nome através dos supercílios e da fronte. A artéria supraorbital continua e supre a parte 
anterior do couro cabeludo até o vértice. A artéria mentual, o único ramo superficial derivado da 
artéria maxilar, acompanha o nervo do mesmo nome no queixo. 
 
Artérias do Couro Cabeludo 
O couro cabeludo tem uma rica vascularização (Fig. 10). As artérias seguem em sua 
segunda camada, a camada de tecido conectivo subcutâneo entre a pele e a aponeurose 
epicrânica. 
A irrigação arterial provém das artérias carótidas externas por intermédio das artérias 
occipital, auricular posterior e temporal superficial e das artérias carótidas internas por intermédio 
das artérias supratroclear e supraorbital. As artérias do couro cabeludo levam pouco sangue para 
o neurocrânio, que é suprido basicamente pela artéria meníngea média. 
 
 
Figura 10. Artérias Superficiais da Face e do Couro Cabeludo. Fonte: Anatomia Orientada para a 
Clínica, 2014. 
 17/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
Veias Externas da Face 
A maioria das veias externas da face é drenada por veias que acompanham as artérias da 
face (Fig. 11). As veias faciais, que seguem com as artérias faciais, são veias avalvulares 
responsáveis pela drenagem superficial primária da face. As tributárias da veia facial incluem a 
veia facial profunda, que drena o plexo venoso pterigóideo da fossa infratemporal. A veia facial 
drena direta ou indiretamente para a veia jugular interna (VJI). 
A veia retromandibular é um vaso profundo da face formado pela união da veia temporal 
superficial com a veia maxilar, e se divide em um ramo anterior, que se une à veia facial, e um ramo 
posterior, que se une à veia auricular posterior para formar a veia jugular externa. Essa veia segue 
em direção inferior e superficial no pescoço e deságua na veia subclávia. 
 
Veias do Couro Cabeludo 
A drenagem venosa das partes superficiais do couro cabeludo é feita através das veias 
acompanhantes das artérias do couro cabeludo, as veias supraorbitais e supratrocleares. As veias 
temporais superficiais e veias auriculares posteriores drenam as áreas do couro cabeludo 
anteriores e posteriores às orelhas, respectivamente. 
As veias occipitais drenam a região occipital do couro cabeludo. A drenagem venosa de 
partes profundas do couro cabeludo na região temporal se faz por meio das veias temporais 
profundas, que são tributárias do plexo venoso pterigóideo. 
 
 
Figura 11. Veias da face e do couro cabeludo. Fonte: Anatomia Orientada para a Clínica, 2014. 
 18/19 
 
 
Anatomia da Cabeça 
 
 
Drenagem Linfática da Face e do Couro Cabeludo 
O couro cabeludo não tem linfonodos e, com exceção das regiões parotideomassetérica e 
da bochecha, a face também não tem linfonodos. A linfa do couro cabeludo, da face e do pescoço 
drena para o anel superficial de linfonodos (submentual, submandibular, parotídeo, mastóideo e 
occipital), localizado na junção da cabeça e pescoço (Fig. 12). 
Os vasos linfáticos superficiais acompanham as veias, e os linfáticos profundos 
acompanham as artérias. Todos os vasos linfáticos da cabeça e do pescoço drenam direta ou 
indiretamente para os linfonodos cervicais profundos (Fig. 12), uma cadeia de linfonodos 
localizada ao longo da VJI no pescoço. A linfa desses linfonodos profundos segue até o tronco 
linfático jugular, que se une ao ducto torácico. 
 
Figura 12. Drenagem linfática da face e do couro cabeludo. Fonte: Anatomia Orientada para a 
Clínica, 2014. 
 
REFERÊNCIAS 
 
MOORE, Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2014. 
 
 19/19 
 
 
Anatomiada Cabeça