Prévia do material em texto
16 Alexandre Peixoto de Mello Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ciências da Saúde Faculdade de Medicina Departamento de Radiologia 2 2 Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ciências da Saúde Faculdade de Medicina Departamento de Radiologia Dor e alinhamento sagital da coluna vertebral em pacientes obesos elegíveis para cirurgia bariátrica UFRJ 2021 UFRJ 2020 UFRJ 2020 Dor e alinhamento sagital da coluna vertebral em pacientes obesos elegíveis para cirurgia bariátrica Alexandre Peixoto de Mello Tese submetida ao Corpo Docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do Grau de Doutor em Medicina (Radiologia). Área de Concentração: Radiodiagnóstico (ou Medicina Nuclear). Orientadores: Prof. Dr. Antonio Carlos Pires Carvalho Prof. Dr. Antonio Vitor de Abreu Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ciências da Saúde Faculdade de Medicina Departamento de Radiologia 2 ii UFRJ 2021 Rio de Janeiro 2021 FICHA CATALOGRÁFICA iii ( Mello, Alexandre Peixoto de Dor e alinhamento sagital da coluna vertebral em pacientes obesos elegíveis para cirurgia bariátrica / Alexandre Peixoto de Mello. -- Rio de Janeiro: UFRJ / Faculdade de Medicina, 2021. vii, 21 f.: il.; 31 cm. Orientadores: Antonio Carlos Pires Carvalho e Antônio Vitor de Abreu Tese (doutorado) – UFRJ / Faculdade de Medicina / Radiologia, 2021. Referências bibliográficas: f. 39 -59 1. Obesidade. 2. Dor cervical. 3. Dor lombar. 4. Parâmetros de alinhamento sagital. 5. Parâmetros Espinopélvicos. - Tese. I. Carvalho, Antonio Carlos Pires. II. Abreu, Antônio Vitor de. III. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina, Radiologia . IV. Título ) Dor e alinhamento sagital da coluna vertebral em pacientes obesos elegíveis para cirurgia bariátrica Alexandre Peixoto de Mello Orientadores: Prof. Dr. Antonio Carlos Pires Carvalho Prof. Dr. Antonio Vitor de Abreu Banca Examinadora: Prof. Dr. Prof. Dr. Prof. Dr. Prof. Dr. Prof. Dr. iv Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ciências da Saúde Faculdade de Medicina Departamento de Radiologia Rio de Janeiro 2021 DEDICATÓRIA vi Esta Tese é dedicada ao meu Pai: Antônio Carlos Peixoto de Mello. Meu primeiro professor, meu maior amigo, meu maior fã, mas, principalmente, o exemplo que eu sempre quis seguir. Nada seria se não fosse por ele e seus ensinamentos. Que Deus o tenha em sua imensa misericórdia! AGRADECIMENTOS A quantidade de pessoas a agradecer é enorme. Peço perdão antecipado se porventura esquecer alguém. Primeiro agradeço ao meu orientador, o Professor Antônio Carlos Pires Carvalho, que me acolheu e orientou como a um filho. Em seguida agradeço ao meu amigo de muitos anos, irmão espiritual e grande incentivador, Dr. Glaucus Cajaty dos Santos Martins. Ele foi o idealizador e o meu grande incentivador neste trabalho. Sem a sua preciosa ajuda nada teria acontecido. Agradeço ainda ao Dr. Luiz Felippe dos Santos Martins Filho, então Chefe de Serviço de Ortopedia do Hospital de Ipanema, meu amigo pessoal, que abriu as portas do seu hospital e trabalhou duro para conseguíssemos executar o trabalho. Também não posso esquecer dos doutores André Raposo Heringer e Raphael Barbosa Gamallo, então residentes do Hospital de Ipanema, por sua imensa ajuda na coleta dos dados. Agradeço muitíssimo ainda ao Professor Maurício de Pinho Gama, estatístico, pela ajuda inestimável na análise dos dados. Em seguida agradeço ao meu mentor desde a graduação, o Professor Antônio Vítor de Abreu. Ele sempre me orientou e incentivou na carreira acadêmica. Como egresso da Faculdade Nacional de Medicina fico muito feliz de concluir mais este passo da formação acadêmica nesta instituição bicentenária que sempre foi meu paradigma de Academia. Agradeço ainda a paciência e abnegação de minha família pelos momentos de ausência que este trabalho provocou. Agradeço demais ao meu filho Henrique pela fonte de inspiração. E a minha mãe Tereza, sempre presente para me ajudar em situações de apuros do quotidiano. À minha irmã Isabela pelas figuras feitas gentilmente. À minha irmã Fabiana pela ajuda na redação. Enfim, a lista de todos a agradecer é enorme, mas agradeço a todos aqueles com quem pude conviver durante este período intenso da vida e que me ajudaram e incentivaram. LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS cSVA ‒ Cervical Sagital Vertical Axis CL ‒ Cervical Lordosis EVA ‒ Escala Visual Analógica IMC ‒ Índice de Massa Corporal LL ‒ Lumbar Lordosis NDI ‒ Neck Disability Index ODI ‒ Oswestry Disability Index OMS ‒ Organização Mundial de Saúde PI ‒ Pelvic Incidence PIB ‒ Produto Interno Bruto PT ‒ Pelvic Tilt SS ‒ Sacral Slope TK ‒ Thoracic Kyphosis VAS ‒ Visual Analog Scale WHO ‒ World Health Organization RESUMO O objetivo desta pesquisa foi avaliar a prevalência de dor cervical e lombar em pacientes obesos elegíveis para cirurgia bariátrica e investigar possíveis alterações no alinhamento da coluna sagital nesses pacientes. Os seguintes parâmetros foram comparados em 30 pacientes obesos e um grupo controle de 25 voluntários não obesos: índice de massa corporal (IMC), prevalência de dor cervical e lombar avaliada por escala visual analógica (EVA), índice de incapacidade cervical (Neck Disability Index – NDI) e índice de incapacidade de Oswestry (Oswestry Disability Index – ODI), bem como os parâmetros radiográficos da coluna vertebral e da pelve medidos com o software Surgimap. A EVA cervical e lombar e o NDI e ODI foram significativamente piores em pacientes obesos. Em comparação com o grupo controle, o eixo vertical sagital cervical (cSVA) do grupo obeso apresentou maior variância (p-valor = 0,0025) e a lordose cervical foi diminuída (p-valor = 0,0023). Cifose torácica, lordose lombar e os parâmetros pélvicos não foram significativamente diferentes entre os grupos. Pacientes obesos demonstraram menor desempenho funcional em comparação com seus homólogos não obesos, enquanto a lordose cervical foi diminuída e a cSVA foi aumentada em pacientes obesos. ABSTRACT The objective of this research was to evaluate the prevalence of cervical and lumbar pain in obese patients eligible for bariatric surgery, and to investigate possible changes in sagittal spine alignment in these patients. The following parameters were compared in 30 obese patients and a control group of 25 non-obese volunteers: body mass index (BMI), prevalence of cervical and lumbar pain assessed by visual analog scale (VAS), Neck Disability Index (NDI) and Oswestry Disability Index (ODI), as well as radiographic parameters of the spine and pelvis measured with Surgimap software. The cervical and lumbar VAS and the NDI and ODI were significantly worse in obese patients. Compared with the control group, the cervical sagittal vertical axis (cSVA) of the obese group had higher variance (p-value = 0.0025) and the cervical lordosis was diminished (p-value = 0.0023). Thoracic kyphosis, lumbar lordosis, and the pelvic parameters were not significantly different between the groups. Obese patients demonstrated lower functional performance compared with their nonobese counterparts, while cervical lordosis was diminished and the cSVA was increased in obese patients. SUMÁRIO Ficha catalográfica ---------------------------------------------- iii Dedicatória ---------------------------------------------- vi Agradecimentos ---------------------------------------------- vii Lista de abreviaturas siglas e símbolos ---------------------------------------------- viii Resumo ---------------------------------------------- ix Abstract ---------------------------------------------- x Sumário ---------------------------------------------- xi 1. Introdução ---------------------------------------------- 1 2. Revisão de Literatura---------------------------------------------- 3 3. Pacientes, Material e Método ---------------------------------------------- 7 4. Resultados ---------------------------------------------- 18 5. Discussão ---------------------------------------------- 37 6. Conclusões ---------------------------------------------- 41 7. Referências Bibliográficas ---------------------------------------------- 42 8. Anexo 1 ---------------------------------------------- xx 1. Introdução A obesidade é um dos mais importantes problemas de saúde pública, atualmente responsável por aproximadamente 7,1% de todas as mortes globais1. Em 2016, de acordo com os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), 13% da população adulta era obesa, incluindo 11% dos homens e 15% das mulheres. A prevalência mundial da obesidade quase triplicou entre 1975 e 20162. Entre 3 e 5 de junho de 1997, o Grupo de Estudo sobre Obesidade da OMS reuniu-se em Genebra. Nesta data a OMS reconheceu a obesidade como uma epidemia global3. O impacto econômico global da obesidade é de cerca de US $ 2,0 trilhões, ou 2,8% do produto interno bruto mundial (PIB), aproximadamente equivalente ao impacto global do tabagismo ou da violência armada, da guerra e do terrorismo4. A incidência de distúrbios musculoesqueléticos5,6, incluindo a dor nas costas7,8, é alta em pacientes obesos. Entretanto, ainda não existe uma definição na literatura sobre a associação de causa e efeito entre a obesidade e a dor nas costas. Classicamente, a obesidade está associada à doença articular degenerativa devido ao estresse mecânico colocado na cartilagem pelo aumento da pressão local, estresse, tensão, forças de cisalhamento e/ou aumento da pressão hidrostática dentro da cartilagem9, e é natural acreditar que o mesmo aconteceria nas estruturas vertebrais. No entanto, estudos mais recentes envolvendo proteínas de gordura visceral apontam que as adipocinas desempenham um papel importante no desenvolvimento de lesões articulares10. As adipocinas são um grupo de proteínas produzidas pelo tecido adiposo branco que, acredita-se, induzem um estado de inflamação sistêmica de baixo grau11,12. Uma revisão recente da literatura que avaliou o sobrepeso e a obesidade revelou que havia custos substanciais devido à perda de produtividade entre os trabalhadores afetados13,14. A dor nas costas é um importante problema de saúde pública. É a segunda principal causa de absenteísmo no trabalho15–17. Além disso, é responsável por uma proporção significativa de absenteísmo de longo prazo, com uma estimativa de 32% de pacientes que não retornam ao trabalho dentro de um mês18. Estima-se que 54% a 80% da população adulta tenha pelo menos um episódio de dor nas costas durante a vida19. Existe uma relação aparente entre obesidade e dor nas costas, mas os detalhes permanecem pouco compreendidos20–22. Além disso, a alteração nas curvas sagitais fisiológicas da coluna vertebral (lordose cervical e lombar e cifose torácica)23,24 e a diminuição da mobilidade da coluna vertebral25 estão relacionadas tanto à obesidade quanto à dor nas costas. Atualmente, um valor é atribuído ao equilíbrio vertebral sagital na gênese da dor23. Embora não haja equilíbrio sagital normal, é importante manter um equilíbrio adequado entre as curvaturas da coluna e da pelve26. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de dor cervical e lombar em pacientes obesos elegíveis para cirurgia bariátrica, investigar as possíveis alterações dos parâmetros de alinhamento sagital nesses pacientes e o papel dessas mudanças na origem da dor. 2. Revisão da Literatura Em 1995 Stansfeld e cols.16 analisando dados do questionário da primeira fase do estudo Whitehall II, que foi um importante estudo coorte de população empregada no Reino Unido, observaram que a lombalgia e a cervicalgia são a segunda maior causa de absenteísmo ao trabalho. Neste estudo observaram também que a afetividade em relação ao ambiente de trabalho poderia explicar parcialmente os achados. Em 2000 Lake e cols.22 em um estudo coorte de crianças nascidas em 1958 na Escócia, Gales e Inglaterra encontrou uma correlação entre obesidade e dor lombar em mulheres. Sugerindo que a obesidade aumentaria o risco de dor lombar em mulheres. No mesmo estudo esta relação não conseguiu ser estabelecida para homens. Em 2000 Leboeuf-Yde27 em uma revisão sistemática da literatura epidemiológica, avaliaram 56 artigos publicados entre 1965 e 1997. Concluíram que, por falta de evidência, o peso corporal deveria ser considerado como um fraco indicador de risco para a dor lombar. Em 2002 Tsuritani e cols.28 em um estudo de 709 mulheres japonesas, com idades entre 40 e 69 anos observaram que a obesidade aumenta as queixas de dores musculoesqueléticas e dificulta as atividades quotidianas. Neste estudo a dor lombar foi o sintoma mais frequente. Em 2003 Peltonen e cols.29 em um estudo de dor musculoesquelética que restringisse o comparecimento ao trabalho avaliaram 6.328 obesos. Acharam uma prevalência de 57,9% para os obesos do sexo masculino, sendo de 32,2% no grupo controle de não obesos, e 68% para aqueles do sexo feminino, sendo de 37% no grupo controle de não obesos. Após 02 anos da cirurgia bariátrica os valores dos obesos aproximaram-se dos do grupo controle. Em 2009 Khoueir e cols.30 em um estudo de 38 pacientes submetidos a cirurgia bariátrica avaliaram o IMC e escalas funcionais de dor. Observaram que a substancial perda de peso após a cirurgia bariátrica estava associada com uma moderada melhora da dor lombar no curto prazo. Em 2010 Wright e cols.31 em um estudo de 3.471 gêmeos de uma comunidade dos EUA avaliaram, através de questionários o peso, altura e dores nos membros superiores, inferiores e região dorsal. Observaram que o sobrepeso e a obesidade aumentavam a chance de dor crônica. Em 2011 Chaléat-Valayer e cols.23 em um estudo com 198 pacientes com dor lombar crônica e 709 voluntários assintomáticos observaram que: 1) o alinhamento espinopélvico sagital foi diferente entre os pacientes com lombalgia crônica e os controles; 2) houve uma proporção maior de pacientes com dor lombar crônica com diminuição da inclinação sacral (SS), lordose lombar (LL) e incidência pélvica (PI), sugerindo uma relação entre esse padrão específico e a presença de dor lombar crônica. Em 2011 Schuller e cols.32 publicaram um estudo comparando 49 pacientes com espondilolistese degenerativa em L4-L5 e 77 controles. Encontraram um índice de massa corporal significativamente mais alto no grupo com espondilolistese degenerativa. Em 2012 Deere e cols.5, em um grande estudo coorte populacional feito no Reino Unido, avaliaram 3.376 pessoas, com idade média de 17,8 anos, através de questionários sobre dor e medição do peso e altura. Observaram que a obesidade aumenta as chances de dores musculoesqueléticas. Em 2013 Brooks e cols.33 em um estudo com 128 pacientes que apresentavam dor lombar crônica, observaram os efeitos de um regime de exercícios físicos durante 08 semanas. Concluíram que: 1) não havia relação entre o IMC, a dor autorrelatada e a incapacidade nos pacientes com dor lombar crônica; 2) o IMC não era um preditor das mudanças na dor e na incapacidade induzidas pelo exercício; 3) não se deve confiar apenas no IMC como forma de medir a obesidade em pacientes com dor lombar crônica e sugere para tal a medida do tecido adiposo por ultrassonografia. Em 2015, Dario e cols.34 em uma revisão de estudos sobre dor lombar e obesidade em gêmeos não observaram uma relação direta entre a obesidade e a dor lombar. Em 2015, Koulischer e cols.35 em um estudo com 65 pacientes obesos submetidos a cirurgia bariátrica observaram uma diminuição estatisticamente significativa dos escores de Oswestry e na dor lombar após a cirurgia. No entanto alertam que não foi possível estabelecer uma relação causal entre o excesso de peso e a dor lombar. Em 2015, Koyanagi e cols. em um enorme estudo multinacional de bases de dados englobando Finlândia, Polônia, Espanha, China, Gana, Índia, México, Rússiae África do Sul encontraram uma correlação positiva entre a dor nas costas e o índice de massa corporal maior do que 35 kg/m2. Em 2018, Hiyama e cols.36 publicaram um estudo com 313 pacientes, avaliando a massa muscular esquelética e as medidas radiográficas de equilíbrio sagital. Os pacientes foram divididos em dois grupos: com doença degenerativa cervical e com doença degenerativa lombar. No grupo com doença degenerativa lombar, os autores encontraram correlação entre a massa muscular esquelética e: os parâmetros pélvicos; a lordose lombar e o eixo sacral vertical. No grupo cervical apenas a inclinação pélvica apresentou correlação negativa com a massa muscular esquelética. Em 2019, Tatsumi e cols.37 analisaram a prevalência de dor lombar em um grupo de 68 pessoas em uma escola no Kilimanjaro e correlacionaram com as medidas antropométricas e medidas da curvatura vertebral medidas com dois aparatos não invasivos e não emissores de radiação X. A prevalência de dor lombar foi de 20%. Foi encontrada uma correlação positiva entre o índice de massa corporal e o grupo com dor lombar. Em 2020, Buckland e cols.38 publicaram um estudo que analisou a correlação do índice de massa corporal com os parâmetros de equilíbrio sagital da coluna vertebral em um grupo de 466 pacientes submetidos a estudos pré-operatórios para artroplastia total do quadril. Não encontraram correlação entre o índice de massa corporal e os parâmetros de equilíbrio sagital da coluna vertebral quando na posição de pé. Observaram diferença apenas nos parâmetros entre obesos e normais quando avaliados na posição sentada. Em 2020, Deane e cols.39 em um estudo com 70 indivíduos, tentaram caracterizar uma curvatura lombar como mais propensa à degeneração discal. Observaram uma associação estatisticamente significativa entre o índice de massa corporal e a dor lombar. Em 2020, González-Gálvez e cols.40 em um estudo com 273 adolescentes de uma escola de segundo grau na Espanha, observaram uma correlação entre a dor lombar e o índice de massa corporal. A medida das curvaturas vertebrais foi feita com um aparato não emissor de raios X. Também não foi observado diferenças significativas entre pacientes com e sem dor com respeito às curvaturas vertebrais. 3. Pacientes, Material e Método Este foi um estudo transversal, do tipo caso-controle, registrado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (66439416.1.0000.5646), realizado com o consentimento informado dos participantes. Um grupo de 30 pacientes do Ambulatório de Cirurgia Bariátrica do Hospital de Ipanema foi selecionado aleatoriamente para o estudo. Este grupo foi selecionado entre os pacientes eleitos para cirurgia bariátrica atendidos no ambulatório entre janeiro e junho de 2017. Um outro grupo de 25 voluntários da equipe de saúde foi selecionado para servir como grupo controle, sendo aqueles obesos ou com histórico de dor nas costas excluídos. O grupo controle foi estruturado para ser semelhante na composição de gênero e idade média com o grupo de estudo. Indivíduos que já haviam sido submetidos a procedimentos cirúrgicos para problemas na coluna vertebral ou que tiveram fraturas nos membros inferiores foram excluídos. A obesidade foi medida pelo índice de massa corporal (IMC), conforme idealizado por Adolphe Quételet41, confirmado por Ancel Keys42 e recomendado pela OMS43. A fórmula do IMC é dada por: , onde é o peso do indivíduo medido em quilogramas e é a sua altura medida em metros. Os participantes foram questionados sobre a presença de dor cervical e lombar e foram apresentados a uma régua representando uma escala visual analógica de dor (EVA), conforme representado na Figura 1. A resposta foi classificada como 0 (sem dor) a 10 (dor mais intensa possível); com dor leve sendo 1 a 3, dor moderada entre 4 e 6 e dor intensa entre 7 e 944. ( Figura 1 – Escala Visual Analógica de Dor ) O comprometimento funcional e as limitações associadas à dor nas costas foram avaliados pelo índice de incapacidade cervical (Neck Disability Index – NDI)45 e pelo índice de incapacidade de Oswestry (Oswestry Disability Index – ODI)46,47. Essas escalas avaliam o impacto da dor na vida do paciente, avaliando as principais atividades da vida diária. Cada questão recebe um valor, resultando em uma pontuação para cada atividade (domínio) e uma pontuação geral (soma de itens). As radiografias da coluna vertebral foram feitas na posição ortostática, a fim de melhor avaliar a influência do peso nas curvaturas da coluna vertebral e a situação funcional normal. Utilizando o software Surgimap Spine produzido pela empresa Nemaris Inc. (Nova York – NY, EUA)48, os seguintes parâmetros foram medidos nas radiografias digitalizadas dos grupos (Figura 2): · a lordose cervical (Cervical Lordosis – CL) foi medida como a angulação em graus entre o platô inferior da segunda vértebra cervical (C2) e o platô inferior da sétima vértebra cervical (C7); · a cifose torácica (Thoracic Kyphosis – TK) foi medida como a angulação em graus entre o platô superior da quarta vértebra torácica (T4) e o platô inferior da décima segunda vértebra torácica (T12); · a lordose lombar (Lumbar Lordosis – LL) foi medida como a angulação em graus entre o platô superior da primeira vértebra lombar (L1) e o platô superior da primeira peça sacral (S1); · a incidência pélvica (Pelvic Incidence – PI) foi medida como o ângulo, medido em graus, entre uma linha perpendicular ao platô superior de S1, traçada pelo seu ponto médio, e uma linha conectando este ponto ao eixo central da cabeça femoral, em uma radiografia lateral da pelve; · a inclinação pélvica (Pelvic Tilt – PT) foi medida como o ângulo, medido em graus, entre uma linha perpendicular ao solo e uma linha vertical ligando o ponto médio do platô superior de S1, ao ponto médio da linha que conecta o centro das cabeças femorais, em um ponto lateral radiografia da pelve; · inclinação sacral (Sacral Slope – SS) foi medida como o ângulo, medido em graus, entre o platô superior de S1 e uma linha paralela ao solo, em uma radiografia lateral da pelve; · eixo vertical sagital cervical (cervical Sagittal Vertical Axis – cSVA) foi medido como a distância, medida em milímetros, entre a linha perpendicular ao solo passando pelo centro de C2 e a borda superior posterior de C7, em uma radiografia lateral da coluna cervical. A classificação de Roussouly e cols.49,50, que avalia os diferentes padrões de lordose lombar, foi utilizada para melhor avaliar o padrão postural sagital. Baseia-se na inclinação sacral e no número de vértebras na lordose lombar. Os autores descreveram inicialmente quatro tipos: · Tipo 1. A inclinação sacral é menor que 35°, o que geralmente está associado a uma baixa incidência pélvica. O ápice da lordose lombar está no centro do corpo vertebral L5. O arco inferior da lordose é mínimo, diminuindo em direção a zero à medida que a inclinação sacral se aproxima da horizontal. O ponto de inflexão é baixo e posterior, criando uma lordose curta com um ângulo de inclinação da lordose negativo. A parte superior da coluna tem uma significativa cifose da junção toracolombar e do tórax. · Tipo 2. A inclinação sacral é menos de 35°. O ápice da lordose lombar está localizado na base do corpo vertebral de L4. O arco inferior da lordose é relativamente plano. O ponto de inflexão é maior e mais anterior, diminuindo o ângulo de inclinação da lordose, mas aumentando o número de corpos vertebrais incluídos na lordose. A coluna inteira é relativamente hipolordótica e hipocifótica. · Tipo 3. A inclinação sacral é entre 35° e 45°. · Tipo 4. A inclinação sacral é maior que 45°. Usamos o teste D'Agostino-Pearson para acessar a normalidade dos grupos. Usamos então o teste t de Student ou o teste U de Mann-Whitney para avaliar a diferença entre os grupos, usando o primeiro para grupos normalmente distribuídos e o segundo para os outros. Os valores de p foram considerados significativos quando inferiores a 0,05. A correlação entre os grupos foi avaliada com os coeficientes de correlação: r de Pearson, para distribuiçãonormal, e ρ de Spearman, para variáveis não normalmente distribuídas. As correlações foram classificadas conforme preconizado por Dancey e Reidy51 e mostrado no Quadro 1 abaixo. Quadro 1 Correlação Valor do Coeficiente Nula 0 Fraca 0.1 – 0.3 Moderada 0.4 – 0.6 Forte 0.7 – 0.9 Perfeita 1 Usamos o software BioEstat 5.3 para as análises estatísticas. Figura 2 – Lordose Cervical medida no Surgimap Figura 3 – Cifose torácica medida no Surgimap Figura 4 – Lordose lombar medida no Surgimap Figura 5 – Parâmetros pélvicos medidos no Surgimap Figura 6 – cSVA medido no Surgimap Figura 7 – Medidas do Equilíbrio Sagital 4. Resultados Os grupos não foram significativamente diferentes em sua composição em relação ao gênero, com cinco (17%) homens no grupo de pacientes obesos e cinco (20%) no grupo controle, conforme pode ser visto no Gráfico 1. Embora não tenham sido distribuídos normalmente, sua distribuição foi equivalente, conforme mostrado pelo teste t de Student. Entre os grupos não houve diferença estatisticamente significativa, como mostrou o teste de Mann-Whitney, com valor-p de 0,833. Gráfico 1 – Sexo × Grupos Os grupos também foram bastante equivalentes em relação à idade. A média de idade foi de 51 anos no grupo obeso e de 50 anos no grupo controle, conforme mostrado no Gráfico 2. O teste t de Student mostrou não haver diferença significativa entre os grupos com relação a este parâmetro. Gráfico 2 – Idade × Grupos Apenas o IMC apresentou diferença estatisticamente significativa, conforme esperado e desejado, pois os controles não eram obesos. Os resultados estão apresentados na Tabela 1. Tabela 1 – Resultados Antropométricos Grupo Obeso Controle Sexo Masculino Total 5 5 Porcentagem 17% 20% Feminino Total 25 20 Porcentagem 83% 80% D'Agostino-Pearson p-valor < 0,0001 < 0,0001 Mann-Whitney p-valor 0,833 Idade Média 51 50 Desvio padrão 7 13 D'Agostino-Pearson p-valor 0,451 0,281 Teste t de Student p-valor 0,784 IMC Média 39,5 23,5 Desvio padrão 4,6 3,3 D'Agostino-Pearson p-valor 0,009 0,004 Teste t de Student p-valor < 0,0001 Em relação às medidas de curvatura vertebral, houve uma diferença significativa na lordose cervical (CL). O grupo obeso apresentou uma média de 13°, enquanto o controle foi de 24°. A diferença foi significativa, com um valor p de 0,023. Como mostra o Gráfico 3. Gráfico 3 – Lordose Cervical × Grupos O eixo vertical sagital cervical (cSVA) também apresentou diferenças significativas entre os grupos, com os obesos apresentando uma média de 22,85 mm de deslocamento anterior e os controles de 11,50 mm, conforme podemos ver no Gráfico 4. Gráfico 4 – cSVA × Grupos A cifose torácica não apresentou diferenças significativas entre os grupos, conforme podemos ver no Gráfico 5. Gráfico 5 – Cifose Torácica × Grupos A lordose lombar também não apresentou alterações significativas entre os grupos, conforme podemos ver no Gráfico 6. Gráfico 6 – Lordose Lombar × Grupos Os parâmetros pélvicos também não apresentaram variação em relação aos grupos, conforme podemos ver nos gráficos Gráfico 7, Gráfico 8 e Gráfico 9. Gráfico 7 – Inclinação Pélvica × Grupos Gráfico 8 – Incidência Pélvica × Grupos Gráfico 9 – Inclinação Sacral × Grupos A Tabela 2 mostra todas estas diferenças, bem como os valores p associados a elas. Tabela 2 – Medidas Radiográficas e Questionários Grupo Obeso Controle Diferença Média DP N Média DP N p-valor CL -13,30 12,02 0,10 -24,08 12,25 0,49 0,0023 cSVA 22,85 12,47 0,43 11,50 9,88 0,46 0,0025 TK 30,63 9,62 < 0,0001 31,92 9,80 0,08 0,6274 LL -46,47 11,94 0,18 -47,48 12,90 0,22 0,7628 PT 15,13 6,25 0,67 12,10 8,38 0,47 0,1305 PI 49,97 8,38 0,16 50,00 11,03 0,57 0,9911 SS 35,00 9,32 0,26 37,85 11,35 0,38 0,3106 NDI 0,50 0,11 0,42 0,16 0,07 0,49 < 0,0001 ODI 0,48 0,11 0,52 0,08 0,06 0,35 < 0,0001 EVA cervical 4,20 1,69 0,65 0,40 0,82 < 0,0001 < 0,0001 EVA lombar 4,40 1,92 0,94 0,40 0,82 < 0,0001 < 0,0001 Apesar da lordose cervical (CL) e do cSVA serem significativamente diferentes entre si, os coeficientes de correlação de Pearson não conseguiram estabelecer uma relação definida entre eles e o IMC. Ou seja, embora os grupos de obesos e controles fossem diferentes entre si, quando comparados ao IMC diretamente não se conseguiu estabelecer uma relação direta. Todos os escores de incapacidade mostraram diferenças estatisticamente significativas (p <0,05) entre os dois grupos, mas não foi possível estabelecer uma correlação definida entre o IMC e esses escores pelos coeficientes de correlação de Pearson (p <0,05). Ou seja, os grupos são diferentes entre si, mas não se estabelece uma relação direta com o IMC. Esses resultados são mostrados na Tabela 3. Tabela 3 – Medidas Correlacionadas com o IMC Correlação com o IMC Parâmetro Grupo r ρ Lordose Cervical Obeso -0,0687 0,7181 Controle 0,0851 0,6859 cSVA Obeso -0,0897 0,6375 Controle 0,0163 0,9383 NDI Obeso 0,1631 0,3890 Controle -0,0989 0,6381 ODI Obeso 0,2627 0,1607 Controle 0,0796 0,7051 EVA cervical Obeso 0,0237 0,9012 Controle 0,1423 0,4973 EVA lombar Obeso 0,0810 0,6704 Controle 0,4270 0,0332 Em relação ao índice de incapacidade cervical (NDI), os obesos fizeram uma média de 50%, enquanto os controles fizeram 16%, com um valor-p menor do que 0,0001. O Gráfico 10 ilustra bem esta diferença. Gráfico 10 – Índice de Incapacidade Cervical × Grupos Em relação ao índice de incapacidade de Oswestry (ODI), que mede a incapacidade em relação à dor lombar, os obesos fizeram 48%, enquanto os controles apenas 6%. Também o valor-p foi menor do que 0,0001. No Gráfico 11 podemos apreciar esta diferença. Gráfico 11 – Índice de Incapacidade de Oswestry × Grupos Para os valores de dor relatados na escala visual analógica de dor, tivemos, na região cervical uma média de 4,2 nos obesos e 0,4 nos controles, também com um valor-p menor do que 0,0001. O Gráfico 12 mostra a diferença no EVA cervical. Gráfico 12 – EVA Cervical × Grupos Para a dor relatada na região lombar, a média dos valores foi de 4,4 para os obesos e 0,4 para os controles, com valor-p menor do 0,0001. O Gráfico 13 mostra a diferença no EVA lombar entre os grupos. Gráfico 13 – EVA Lombar × Grupos Em relação à conformação da lordose lombar, avaliada de acordo com a classificação de Roussouly, não observamos alterações significativas entre os grupos, como podemos ver no Gráfico 14. Gráfico 14 – Classificação de Roussouly × Grupos No grupo obeso, a correlação de Pearson mostrou uma relação inversa moderada entre a lordose lombar e o IMC (-0,3897). Como podemos ver no Error! Not a valid bookmark self-reference.. Gráfico 15 – Lordose Lombar × IMC No mesmo grupo também foi estabelecida uma relação moderada entre o cSVA e a cifose torácica (0,3897), como ilustrado no Error! Not a valid bookmark self-reference.. Gráfico 16 – cSVA × Cifose Torácica A correlação observada entre o cSVA e a PI também foi moderada (0,3805), como fica claro pelo Error! Not a valid bookmark self-reference.. Gráfico 17 – cSVA × PI Os coeficientes de correlação de Pearson estabeleceram uma forte correlação entre o NDI e o ODI (0,848) no grupo de obesos assim como no grupo controle (0,6857). O Error! Not a valid bookmark self-reference. mostra a clara relação entre as duas escalas de incapacidade. Gráfico 18 – NDI × ODI 5. Discussão Indivíduos do grupo obeso apresentaram sintomas dolorosos na coluna cervical e lombar mais frequentemente do que aqueles no grupo controle. Além disso, o grupo de indivíduos obesos apresentou pior desempenho funcional da coluna cervical e lombar nas atividades de vida diária, conforme avaliado pelo NDI e ODI, respectivamente, em comparação ao grupo controle. Embora alguns estudos5,28 tenham indicado que indivíduos obesos apresentam maiorincidência de dor musculoesquelética, incluindo a lombalgia, ainda não foi definido se o aumento de peso tem relação direta com a prevalência e o surgimento de dor nas costas22,52. Alguns estudos mostraram uma correlação entre a obesidade e a dor nas costas7,19,22, sugerindo que a obesidade é um fator de risco para causar dor nas costas. Outros estudos determinaram que essa relação é fraca ou mesmo inexistente, levantando a possibilidade de que outros fatores estejam causando a dor, incluindo fatores ambientais e genéticos21,27,53. Alguns estudos também observaram uma relação direta entre obesidade e lombalgia21,53. O presente estudo mostrou um aumento da dor relatado no grupo de pacientes obesos em comparação com os pacientes controle. Da mesma forma, os pacientes obesos também tiveram piores desfechos funcionais em comparação com os pacientes controles, medidos pelo NDI e ODI. Esse resultado não concorda com outros estudos33,52,54,55, sugerindo que outros fatores podem estar relacionados à dor nas costas. Uma forte correlação foi evidenciada entre as classificações ODI e NDI. Esse resultado está de acordo com as maiores taxas de dor e incapacidade cervical e lombar evidenciadas em nosso estudo e em outros7. É possível que o processo de adaptação da lordose cervical e lombar na compensação global do equilíbrio sagital possa estar relacionado a essa relação funcional de incapacidade. Há poucas publicações sobre alterações no equilíbrio sagital da coluna vertebral associadas à obesidade. Em um levantamento bibliográfico, identificamos poucos artigos que descrevem os valores angulares em curvas fisiológicas na coluna cervical, torácica e lombar em indivíduos obesos, e ainda menos em pacientes com obesidade mórbida. González-Sánchez e cols.52 não encontraram diferença na curvatura sagital da coluna vertebral entre obesos e não obesos, mas usaram um aparelho eletromagnético para a medida e não utilizaram nenhum exame radiográfico. Até onde sabemos, não tem sido descrito na literatura como as curvas da coluna se comportam e seus mecanismos compensatórios na obesidade grave (IMC > 40). Um achado importante do nosso estudo foi a existência de valores significativamente menores de lordose cervical em indivíduos obesos em comparação com o grupo controle. Também encontramos uma cSVA significativamente maior em indivíduos obesos. O valor médio da cSVA foi de 2,2 cm no grupo obeso, que é significativamente maior do que o do grupo controle (0,63 cm). Entretanto, esse valor não indicou desequilíbrio sagital cervical grave (maior que 4 cm)54. No presente estudo, uma leve correlação inversa foi estabelecida entre a lordose lombar e o IMC no grupo obeso. Um aumento no IMC foi relacionado a valores mais baixos de lordose lombar nos indivíduos obesos. Boulay e cols.56 também encontraram uma correlação entre o IMC e a lordose. Uma correlação leve foi estabelecida entre cSVA e cifose torácica (TK) e cSVA e incidência pélvica (PI) no grupo obeso. Essas correlações podem indicar um processo de adaptação na coluna vertebral para obter equilíbrio sagital. Esse processo pode levar muitos anos e pode estar relacionado ao maior IMC nos primeiros anos de vida se considerarmos os valores do PI20,26,57. Estes resultados são originais e merecem mais estudos. O estudo do alinhamento sagital da coluna cervical vem ganhando maior importância no que se refere aos mecanismos de compensação postural após grandes cirurgias de deformidades toracolombares e mielopatia cervical. A importância da coluna cervical na compensação global do equilíbrio sagital também tem sido cada vez mais valorizada58,59. A diferença nas medidas cervicais que observamos entre os grupos obeso e controle não foi demonstrada na literatura. A importância desses achados exige mais pesquisas com um grupo maior de pacientes e merece uma reavaliação e análises adicionais no futuro. Não foram observadas diferenças entre os valores médios das medidas pélvicas entre os grupos obeso e controle. Guigui e cols.60 também não mostraram correlação entre o IMC e os parâmetros pélvicos. Isso conflitou com os resultados de Kulcheski e cols.61, que observaram valores aumentados de incidência pélvica e inclinação pélvica em pacientes obesos. Entretanto, esses autores não possuíam um grupo controle e compararam seus resultados com valores da literatura, o que pode ter criado viés na comparação e análise dos dados Roussouly e cols.62 e Romero-Vargas e cols.63 reforçaram a importância desse tema, dada a ausência de achados definitivos e a importância do tema. A classificação de Roussouly tem a intenção de auxiliar na compreensão da distribuição das forças de contato para diferentes tipos de alinhamento lombar: 1 a 449. Embora tenha havido uma prevalência de 50% do tipo 2 no grupo obeso, não alcançou significância estatística. Chanplakorn e cols.26 relataram uma distribuição similar de padrões posturais entre as categorias de IMC. Araújo e cols.64 descreveram que a obesidade (IMC > 30) estaria relacionada ao tipo 1 de Roussouly, enquanto os tipos 2 e 4 estariam associados ao sobrepeso (IMC entre 25 e 29,9). Além disso, a perda de peso em pacientes com obesidade grave (ou seja, IMC entre 35 e 40) e uma redução nas complicações clínicas relacionadas à obesidade, como diabetes, apneia obstrutiva do sono e outros fatores de risco cardiovascular, podem ser alcançados com tratamento cirúrgico65. No entanto, um benefício claro em relação à dor na região cervical ou lombar ainda não foi demonstrado. Este estudo, como em todos os estudos transversais, não pode determinar inequivocamente causa e efeito, e os resultados não podem ser extrapolados para a população em geral devido ao pequeno tamanho da amostra. Um estudo maior com maior número de indivíduos é necessário para validar nossos resultados. No entanto, a originalidade da abordagem de avaliação dos padrões radiográficos dos segmentos da coluna, assim como a dor e parâmetros funcionais em indivíduos gravemente obesos, faz com que este estudo seja uma valiosa contribuição para a literatura. Esta pesquisa buscou avaliar a prevalência de dor cervical e lombar e analisar se haveria anormalidades no alinhamento da coluna sagital em pacientes obesos. Estes resultados podem ser úteis na orientação do tratamento de pacientes obesos com dor nas costas. 6. Conclusões Pacientes obesos demonstraram menor desempenho funcional em comparação com seus homólogos não obesos, enquanto a lordose cervical foi diminuída e a cSVA foi aumentada em pacientes obesos. 7. Referências bibliográficas 1. Kushner RF, Kahan S. Introduction: The State of Obesity in 2017. Med Clin North Am [Internet]. 2018 [cited 2017 Dec 17];102:1–11. Available from: https://ac.els-cdn.com/S002571251730127X/1-s2.0-S002571251730127X-main.pdf?_tid=f78bb63c-e335-11e7-bc17-00000aab0f02&acdnat=1513520838_612ae0375ee963bb212dbe48ab321ad2 2. WHO. Obesity and overweight [Internet]. World Health Organization; [cited 2020 Sep 28]. Available from: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight 3. WHO - Consultation. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO consultation. [Internet]. Vol. 894, World Health Organization - Technical Report Series. 2000. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11234459 4. Dobbs R, Sawers C, Thompson F, Manyika J, Woetzel J, Child P, et al. Overcoming obesity : An initial economic analysis. McKinsey Global Institute. 2014. 5. Deere KC, Clinch J, Holliday K, McBeth J, Crawley EM, Sayers A, et al. Obesity is a risk factor for musculoskeletal pain in adolescents: findings from a population-based cohort. Pain. 2012;153:1932–8. 6. Martins GC, Martins Filho LF, Raposo AH, Gamallo RB, Menegazzi Z, Abreu AV de. Avaliação radiográfica e de sintomatologia dolorosa do joelho em indivíduos com obesidade grave – estudo controlado transversal. Rev Bras Ortop [Internet]. 2018 [cited 2018 Dec 11];53:740–6. Available from: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S2255497118301204 7. Nilsen TIL, HoltermannA, Mork PJ. Physical exercise, body mass index, and risk of chronic pain in the low back and neck/shoulders: Longitudinal data from the Nord-Trøndelag health study. Am J Epidemiol [Internet]. 2011 [cited 2017 Dec 21];174:267–73. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21633119 8. Heuch I, Heuch I, Hagen K, Zwart J-A. Body mass index as a risk factor for developing chronic low back pain: a follow-up in the Nord-Trondelag Health Study. Spine (Phila Pa 1976). 2013;38:133–9. 9. Wearing SC, Hennig EM, Byrne NM, Steele JR, Hills AP. Musculoskeletal disorders associated with obesity: A biomechanical perspective. Obes Rev [Internet]. 2006;7:239–50. Available from: http:https://doi.org/10.1111/j.1467-789X.2006.00251.x 10. Gegout PP, Francin PJ, Mainard D, Presle N. Adipokines in osteoarthritis: friends or foes of cartilage homeostasis? Jt Bone Spine [Internet]. 2008 [cited 2018 Apr 27];75:669–71. Available from: https://ac.els-cdn.com/S1297319X08002303/1-s2.0-S1297319X08002303-main.pdf?_tid=b56dbbe4-9c78-43ae-b35d-0396a5ef25a2&acdnat=1524865375_e8fd5bbd234f5ebe3337c6daaaedd315 11. Conde J, Scotece M, Gómez R, López V, Gómez-Reino JJ, Lago F, et al. Adipokines: Biofactors from white adipose tissue. A complex hub among inflammation, metabolism, and immunity. BioFactors. 2011;37:413–20. 12. Thijssen E, van Caam A, van der Kraan PM. Obesity and osteoarthritis, more than just wear and tear: pivotal roles for inflamed adipose tissue and dyslipidaemia in obesity-induced osteoarthritis. Rheumatology [Internet]. 2015;54:588–600. Available from: https://academic.oup.com/rheumatology/article-lookup/doi/10.1093/rheumatology/keu464 13. Goettler A, Grosse A, Sonntag D. Productivity loss due to overweight and obesity: a systematic review of indirect costs. BMJ Open [Internet]. 2017;7:e014632. Available from: http://bmjopen.bmj.com/lookup/doi/10.1136/bmjopen-2016-014632 14. Di Cesare M, Bentham J, Stevens GA, Zhou B, Danaei G, Lu Y, et al. Trends in adult body-mass index in 200 countries from 1975 to 2014: A pooled analysis of 1698 population-based measurement studies with 19.2 million participants. Lancet [Internet]. 2016;387:1377–96. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(16)30054-X 15. Buchbinder R, Blyth FM, March LM, Brooks P, Woolf AD, Hoy DG. Placing the global burden of low back pain in context. Best Pract Res Clin Rheumatol. 2013;27:575–89. 16. Stansfeld SA, North FM, White I, Marmot MG. Work characteristics and psychiatric disorder in civil servants in London. J Epidemiol Community Heal [Internet]. 1995;49:48–53. Available from: http://jech.bmj.com/cgi/doi/10.1136/jech.49.1.48 17. Hoy D, March L, Brooks P, Woolf A, Blyth F, Vos T, et al. Measuring the global burden of low back pain [Internet]. Vol. 24, Best Practice and Research: Clinical Rheumatology. 2010 [cited 2017 Dec 17]. p. 155–65. Available from: https://ac.els-cdn.com/S1521694209001259/1-s2.0-S1521694209001259-main.pdf?_tid=de49da78-e330-11e7-bf22-00000aab0f02&acdnat=1513518649_7b9a2505ba053a459016b36244c36a3c 18. Wynne-Jones G, Cowen J, Jordan JL, Uthman O, Main CJ, Glozier N, et al. Absence from work and return to work in people with back pain: a systematic review and meta-analysis. Occup Environ Med [Internet]. 2014;71:448–56. Available from: http://oem.bmj.com/lookup/doi/10.1136/oemed-2013-101571 19. Manchikanti L, Singh V, Datta S, Cohen SP, Hirsch JA. Comprehensive review of epidemiology, scope, and impact of spinal pain. Pain Physician. 2009;12:E35-70. 20. Araújo F, Lucas R, Alegrete N, Azevedo A, Barros H. Individual and contextual characteristics as determinants of sagittal standing posture: a population-based study of adults. Spine J [Internet]. 2014 [cited 2018 Aug 31];14:2373–83. Available from: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S152994301400117X 21. Dario AB, Loureiro Ferreira M, Refshauge K, Luque-Suarez A, Ordoñana JR, Ferreira PH. Obesity does not increase the risk of chronic low back pain when genetics are considered. A prospective study of Spanish adult twins. Spine J [Internet]. 2017 [cited 2017 Dec 17];17:282–90. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.spinee.2016.10.006 22. Lake JK, Power C, Cole TJ. Back pain and obesity in the 1958 British birth cohort: cause or effect? J Clin Epidemiol. 2000;53:245–50. 23. Chaléat-Valayer E, Mac-Thiong J-M, Paquet J, Berthonnaud E, Siani F, Roussouly P. Sagittal spino-pelvic alignment in chronic low back pain. Eur Spine J [Internet]. 2011;20:634–40. Available from: http://link.springer.com/10.1007/s00586-011-1931-2 24. Chun S-W, Lim C-Y, Kim K, Hwang J, Chung SG. The relationships between low back pain and lumbar lordosis: a systematic review and meta-analysis. Spine J [Internet]. 2017 [cited 2017 Dec 20];17:1180–91. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.spinee.2017.04.034 25. Vismara L, Menegoni F, Zaina F, Galli M, Negrini S, Capodaglio P. Effect of obesity and low back pain on spinal mobility: a cross sectional study in women. J Neuroeng Rehabil [Internet]. 2010;7:3. Available from: http://jneuroengrehab.biomedcentral.com/articles/10.1186/1743-0003-7-3 26. Chanplakorn P, Sa-ngasoongsong P, Wongsak S, Woratanarat P, Wajanavisit W, Laohacharoensombat W. The correlation between the sagittal lumbopelvic alignments in standing position and the risk factors influencing low back pain. Orthop Rev (Pavia) [Internet]. 2012 [cited 2018 Nov 22];3:11. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3348686/pdf/or-2012-1-e11.pdf 27. Leboeuf-Yde C. Body weight and low back pain. A systematic literature review of 56 journal articles reporting on 65 epidemiologic studies. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25:226–37. 28. Tsuritani I, Honda R, Noborisaka Y, Ishida M, Ishizaki M, Yamada Y. Impact of obesity on musculoskeletal pain and difficulty of daily movements in Japanese middle-aged women. Maturitas [Internet]. 2002;42:23–30. Available from: http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0378512202000257 29. Peltonen M, Lindroos AK, Torgerson JS. Musculoskeletal pain in the obese: A comparison with a general population and long-term changes after conventional and surgical obesity treatment. Pain. 2003;104:549–57. 30. Khoueir P, Black MH, Crookes PF, Kaufman HS, Katkhouda N, Wang MY. Prospective assessment of axial back pain symptoms before and after bariatric weight reduction surgery. Spine J [Internet]. 2009;9:454–63. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.spinee.2009.02.003 31. Wright LJ, Schur E, Noonan C, Ahumada S, Buchwald D, Afari N. Chronic Pain, Overweight, and Obesity: Findings from a Community-Based Twin Registry. J Pain. 2010;11:628–35. 32. Schuller S, Charles YP, Steib JP. Sagittal spinopelvic alignment and body mass index in patients with degenerative spondylolisthesis. Eur Spine J. 2011;20:713–9. 33. Brooks C, Siegler JC, Cheema BS, Marshall PWM. No Relationship Between Body Mass Index and Changes in Pain and Disability After Exercise Rehabilitation for Patients With Mild to Moderate Chronic Low Back Pain. Spine (Phila Pa 1976) [Internet]. 2013;38:2190–5. Available from: http://content.wkhealth.com/linkback/openurl?sid=WKPTLP:landingpage&an=00007632-201312010-00011 34. Dario AB, Ferreira ML, Refshauge KM, Lima TS, Ordoñana JR, Ferreira PH. The relationship between obesity, low back pain, and lumbar disc degeneration when genetics and the environment are considered: a systematic review of twin studies. Spine J [Internet]. 2015;15:1106–17. Available from: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1529943015000996 35. Koulischer S, Cadière B, Cadière G-B, Fabeck L. Evolution des douleurs lombaires après chirurgie bariatrique. Rev Med Brux [Internet]. 2015;36:147–51. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26372975 36. Hiyama A, Katoh H, Sakai D, Sato M, Tanaka M, Nukaga T, et al. Correlation analysis of sagittal alignment and skeletal muscle mass in patients with spinal degenerative disease. Sci Rep [Internet]. 2018;8:15492. Available from: http://dx.doi.org/10.1038/s41598-018-33867-0 37.Tatsumi M, Mkoba EM, Suzuki Y, Kajiwara Y, Zeidan H, Harada K, et al. Risk factors of low back pain and the relationship with sagittal vertebral alignment in Tanzania. BMC Musculoskelet Disord. 2019;20:1–5. 38. Buckland AJ, Burapachaisri A, Stekas N, Vasquez-Montes D, Protopsaltis T, Vigdorchik J. Obesity Alters Spinopelvic Alignment Changes From Standing to Relaxed Sitting: the Influence of the Soft-tissue Envelope. Arthroplast Today. 2020;6:590-595.e1. 39. Deane JA, Pavlova A V., Lim AKP, Gregory JS, Aspden RM, McGregor AH. Is intrinsic lumbar spine shape associated with lumbar disc degeneration? An exploratory study. BMC Musculoskelet Disord. 2020;21:1–10. 40. González-Gálvez N, Vaquero-Cristóbal R, López-Vivancos A, Albaladejo-Saura M, Marcos-Pardo PJ. Back pain related with age, anthropometric variables, sagittal spinal curvatures, hamstring extensibility, physical activity and health related quality of life in male and female high school students. Int J Environ Res Public Health. 2020;17:1–16. 41. Eknoyan G. Adolphe Quetelet (1796-1874) - The average man and indices of obesity. Nephrol Dial Transplant. 2008;23:47–51. 42. Blackburn H, Jacobs D. Commentary: Origins and evolution of Body Mass Index (BMI): Continuing saga. Int J Epidemiol. 2014;43:665–9. 43. World Health Organization. Obesity and overweight [Internet]. [cited 2019 Feb 14]. Available from: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight 44. Haefeli M, Elfering A. Pain assessment. Eur Spine J. 2006;15:17–24. 45. Vernon H. The Neck Disability Index: J Musculoskelet Pain [Internet]. 1996;4:95–104. Available from: http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1300/J094v04n04_09 46. Fairbank JCT, Davies JB, Couper J, O’Brien JP, Davies JB, O’Brien JP. The Oswestry Low Back Pain Disability Questionnaire. Physiotherapy [Internet]. 1980;66:271–4. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6450426 47. Fairbank JC, Pynsent PB. The Oswestry Disability Index. Spine (Phila Pa 1976) [Internet]. 2000;25:2940–52; discussion 2952. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11074683 48. Lafage R, Ferrero E, Henry JK, Challier V, Diebo B, Liabaud B, et al. Validation of a new computer-assisted tool to measure spino-pelvic parameters. Spine J [Internet]. 2015 [cited 2017 Dec 20];15:2493–502. Available from: https://ac.els-cdn.com/S152994301501373X/1-s2.0-S152994301501373X-main.pdf?_tid=c88e42a6-e58c-11e7-af71-00000aab0f6c&acdnat=1513778028_0063f87aadac12b39ea93eb41a4a88f3 49. Roussouly P, Gollogly S, Berthonnaud E, Dimnet J. Classification of the normal variation in the sagittal alignment of the human lumbar spine and pelvis in the standing position. Spine (Phila Pa 1976) [Internet]. 2005 [cited 2018 Aug 31];30:346–53. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15682018 50. Laouissat F, Sebaaly A, Gehrchen M, Roussouly P. Classification of normal sagittal spine alignment: refounding the Roussouly classification. Eur Spine J [Internet]. 2017 [cited 2018 Jan 1];1–10. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28455623 51. Dancey C, Reidy J, Rowe R. Statistics for the Health Sciences. SAGE Publications; 2012. 584 p. 52. González-Sánchez M, Luo J, Lee R, Cuesta-Vargas AI. Spine Curvature Analysis between Participants with Obesity and Normal Weight Participants: A Biplanar Electromagnetic Device Measurement. Biomed Res Int. 2014;2014. 53. Segar AH, Urban JPG, Fairbank JCT, Judge A. The Association Between Body Mass Index (BMI) and Back or Leg Pain in Patients With Spinal Conditions. Spine (Phila Pa 1976) [Internet]. 2016 [cited 2018 Jan 1];41:E1237–43. Available from: http://insights.ovid.com/crossref?an=00007632-201610150-00018 54. Tang JA, Scheer JK, Smith JS, Deviren V, Bess S, Hart RA, et al. The Impact of Standing Regional Cervical Sagittal Alignment on Outcomes in Posterior Cervical Fusion Surgery. Neurosurgery [Internet]. 2012 [cited 2017 Dec 22];71:662–9. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22653395 55. Heuch I, Heuch I, Hagen K, Zwart J-A. A Comparison of Anthropometric Measures for Assessing the Association between Body Size and Risk of Chronic Low Back Pain: The HUNT Study. PLoS One [Internet]. 2015 [cited 2017 Dec 17];10:e0141268. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4623972/pdf/pone.0141268.pdf 56. Boulay C, Tardieu C, Hecquet J, Benaim C, Mouilleseaux B, Marty C, et al. Sagittal alignment of spine and pelvis regulated by pelvic incidence: Standard values and prediction of lordosis. Eur Spine J [Internet]. 2006 [cited 2017 Dec 22];15:415–22. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3489325/pdf/586_2005_Article_984.pdf 57. Bao H, Lafage R, Liabaud B, Elysée J, Diebo BG, Poorman G, et al. Three types of sagittal alignment regarding compensation in asymptomatic adults: the contribution of the spine and lower limbs. Eur Spine J [Internet]. 2018 [cited 2018 Aug 31];27:397–405. Available from: http://link.springer.com/10.1007/s00586-017-5159-7 58. Smith JS, Lafage V, Ryan DJ, Shaffrey CI, Schwab FJ, Patel AA, et al. Association of Myelopathy Scores With Cervical Sagittal Balance and Normalized Spinal Cord Volume. Spine (Phila Pa 1976) [Internet]. 2013 [cited 2017 Dec 22];38:S161–70. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23963001 59. Lee S-H, Son E-S, Seo E-M, Suk K-S, Kim K-T. Factors determining cervical spine sagittal balance in asymptomatic adults: correlation with spinopelvic balance and thoracic inlet alignment. Spine J [Internet]. 2015 [cited 2017 Dec 17];15:705–12. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24021619 60. Guigui P, Levassor N, Rillardon L, Wodecki P, Cardinne L. [Physiological value of pelvic and spinal parameters of sagital balance: analysis of 250 healthy volunteers]. Rev Chir Orthop Reparatrice Appar Mot [Internet]. 2003;89:496–506. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14593286 61. Kulcheski AL, Soler i Graells X, Benato ML, Baretta G. Avaliação angular do equilíbrio sagital em pacientes obesos. Coluna/Columna [Internet]. 2013;12:224–7. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-18512013000300010&lng=pt&tlng=pt 62. Roussouly P, Pinheiro-Franco JL. Biomechanical analysis of the spino-pelvic organization and adaptation in pathology. Eur Spine J [Internet]. 2011 [cited 2018 Aug 31];20 Suppl 5:609–18. Available from: http://link.springer.com/10.1007/s00586-011-1928-x 63. Romero-Vargas S, Zárate-Kalfópulos B, Otero-Cámara E, Rosales-Olivarez L, Alpízar-Aguirre A, Morales-Hernández E, et al. The impact of body mass index and central obesity on the spino-pelvic parameters: a correlation study. Vol. 22, European Spine Journal. Berlin/Heidelberg; 2013. p. 878–82. 64. Araújo F, Lucas R, Alegrete N, Azevedo A, Barros H. Sagittal standing posture, back pain, and quality of life among adults from the general population: A sex-specific association. Spine (Phila Pa 1976). 2014; 65. Consensus Development Conference Panel. Gastrointestinal Surgery for Severe Obesity. Ann Intern Med [Internet]. 1991 [cited 2017 Dec 21];115:956. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1952493 image2.png image3.png image4.png image5.jpeg image6.png image7.png image8.png image9.png image10.png image11.jpeg image12.png oleObject1.bin Chart1 Obeso Obeso Controle Controle Sexo Feminino Sexo Masculino Sexo 0.8333333333 0.1666666667 0.8 0.2 Planilha1 Obeso Controle Sexo Feminino 83% 80% Sexo Masculino 17% 20% image13.png image14.png image15.png image16.png image17.png image18.png image19.png image20.png image21.png image22.png image23.png image24.png image25.emf ObesoControle0%10%20%30%40%50%12345 Classificação de Roussouly Distribuição da Lordose Lombar oleObject2.bin Chart1 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 Obeso Controle Classificação de Roussouly Distribuição da Lordose Lombar 0 0.04 0.5 0.36 0.3333333333 0.36 0.1666666667 0.24 0 0 Planilha1Roussouly Obeso Controle 1 0% 4% 2 50% 36% 3 33% 36% 4 17% 24% 5 0% 0% image26.emf -70°-60°-50°-40°-30°-20°-10°0°303540455055 ÂnguloIMC Lordose Lombar пIMC oleObject3.bin Chart1 39.5197410516 51.4233241506 38.8559525717 37.8071833648 41.8900049547 50.7804370447 42.7198291207 39.8961195378 38.2956573468 33.0475885275 36.8480725624 43.5555555556 47.5395558136 41.3808870599 38.6674598453 36.5797896662 37.7229080933 38.3687354139 44.0558802045 34.2857142857 34.0189132674 40.0091449474 39.8961195378 34.5679012346 37.3418686176 42.6078971534 37.0155320075 38.4083044983 35.4978665424 33.196080309 Lordose Lombar IMC Ângulo Lordose Lombar × IMC -44 -56 -58 -57 -51 -53 -62 -51 -52 -39 -59 -46 -65 -38 -28 -26 -50 -21 -52 -33 -37 -51 -40 -21 -49 -46 -48 -45 -65 -51 Planilha1 IMC Lordose Lombar 39.52 -44.00 51.42 -56.00 38.86 -58.00 37.81 -57.00 41.89 -51.00 50.78 -53.00 42.72 -62.00 39.90 -51.00 38.30 -52.00 33.05 -39.00 36.85 -59.00 43.56 -46.00 47.54 -65.00 41.38 -38.00 38.67 -28.00 36.58 -26.00 37.72 -50.00 38.37 -21.00 44.06 -52.00 34.29 -33.00 34.02 -37.00 40.01 -51.00 39.90 -40.00 34.57 -21.00 37.34 -49.00 42.61 -46.00 37.02 -48.00 38.41 -45.00 35.50 -65.00 33.20 -51.00 image27.emf 0102030405060700°05°10°15°20°25°30°35°40°45°50° Distância em milímetrosÂngulo cSVA пCifose Torácica oleObject4.bin Chart1 10.65 1.54 45.88 29.58 25.14 12.03 36.2 27.91 15.09 8.68 21.67 25.63 29.68 31.59 8.82 20.33 23.46 3.26 44.33 15.63 28.52 15.46 9.77 19.95 10.34 25.77 49.71 29.12 19.51 40.3 Cifose Torácica Ângulo Distância em milímetros cSVA × Cifose Torácica 24 32 63 27 44 34 40 40 22 28 36 37 32 40 24 38 36 23 28 18 31 31 14 23 29 27 21 18 27 32 Planilha1 cSVA Cifose Torácica 10.65 24.00 1.54 32.00 45.88 63.00 29.58 27.00 25.14 44.00 12.03 34.00 36.20 40.00 27.91 40.00 15.09 22.00 8.68 28.00 21.67 36.00 25.63 37.00 29.68 32.00 31.59 40.00 8.82 24.00 20.33 38.00 23.46 36.00 3.26 23.00 44.33 28.00 15.63 18.00 28.52 31.00 15.46 31.00 9.77 14.00 19.95 23.00 10.34 29.00 25.77 27.00 49.71 21.00 29.12 18.00 19.51 27.00 40.30 32.00 image28.emf 35404550556065700°05°10°15°20°25°30°35°40°45°50° Distância em milímetrosÂngulo cSVA пPI oleObject5.bin Chart1 10.65 1.54 45.88 29.58 25.14 12.03 36.2 27.91 15.09 8.68 21.67 25.63 29.68 31.59 8.82 20.33 23.46 3.26 44.33 15.63 28.52 15.46 9.77 19.95 10.34 25.77 49.71 29.12 19.51 40.3 PI Ângulo Distância em milímetros cSVA × PI 42 47 42 53 49 52 65 66 44 39 52 49 59 43 39 41 50 39 62 44 47 61 48 45 43 64 43 55 59 57 Planilha1 cSVA PI 10.65 42.00 1.54 47.00 45.88 42.00 29.58 53.00 25.14 49.00 12.03 52.00 36.20 65.00 27.91 66.00 15.09 44.00 8.68 39.00 21.67 52.00 25.63 49.00 29.68 59.00 31.59 43.00 8.82 39.00 20.33 41.00 23.46 50.00 3.26 39.00 44.33 62.00 15.63 44.00 28.52 47.00 15.46 61.00 9.77 48.00 19.95 45.00 10.34 43.00 25.77 64.00 49.71 43.00 29.12 55.00 19.51 59.00 40.30 57.00 image29.emf 25%30%35%40%45%50%55%60%65%70%75%25%30%35%40%45%50%55%60%65%70%75% ODINDI NDI пODI oleObject6.bin Chart1 0.44 0.58 0.38 0.38 0.62 0.64 0.52 0.56 0.42 0.5 0.32 0.38 0.62 0.36 0.52 0.36 0.42 0.42 0.3 0.5 0.6 0.52 0.4 0.58 0.48 0.7 0.6 0.66 0.58 0.54 ODI NDI ODI NDI × ODI 0.42 0.6 0.32 0.44 0.6 0.6 0.48 0.46 0.44 0.3 0.38 0.36 0.58 0.36 0.58 0.4 0.42 0.38 0.32 0.48 0.6 0.48 0.52 0.52 0.5 0.7 0.58 0.7 0.5 0.46 Planilha1 NDI ODI 0.44 0.42 0.58 0.60 0.38 0.32 0.38 0.44 0.62 0.60 0.64 0.60 0.52 0.48 0.56 0.46 0.42 0.44 0.50 0.30 0.32 0.38 0.38 0.36 0.62 0.58 0.36 0.36 0.52 0.58 0.36 0.40 0.42 0.42 0.42 0.38 0.30 0.32 0.50 0.48 0.60 0.60 0.52 0.48 0.40 0.52 0.58 0.52 0.48 0.50 0.70 0.70 0.60 0.58 0.66 0.70 0.58 0.50 0.54 0.46 image1.png