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ava 2- CURRICULO E CULTURA

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA 
CURSO – LETRAS PORTUGUES & INGLÊS 
POLO REALENGO - RJ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO AVA 2 
DA DISCIPLINA 
CURRÍCULO E CULTURA 
EDUCACIONAL 
Aluna: Sarah Rodrigues de Melo 
Matrícula: 1220202914 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro - RJ 
 2023 
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O CURRÍCULO PARA O ENSINO MÉDIO E A FORMAÇÃO 
CRÍTICA 
 
A Base Nacional Comum Curricular (BNNC) é um documento de cunho 
normativo que estabelece as aprendizagens essenciais para os alunos na Educação 
Básica brasileira visando o desenvolvimento de dez competências gerais. Esse 
documento, ao estabelecer essas competências, admite que: 
 
A educação deve afirmar valores e estimular ações que contribuam para a 
transformação da sociedade, tornando-a mais humana, socialmente justa e, 
também, voltada para a preservação da natureza (BRASIL, 2013) 
 
A finalidade da BNCC é orientar as escolas (públicas e privadas) a montar seus 
currículos em consonância ao nivelamento do ensino nacional, que visa a formação 
integral e o desenvolvendo das competências dos estudantes. Para isso, ela está em 
constante mudanças e no final de 2017 foi aprovado, a partir de uma medida provisória 
precária, um novo modelo curricular voltado para o Ensino Médio. Dentre a mudanças 
encontram-se: a ampliação gradual (até 2024) da carga horária escolar de 800 horas 
para 1,4 mil horas anuais; a flexibilização da grade curricular, ou seja, o estudante tem 
o direito de escolher a área de conhecimento que deseja aprofundar seus estudos e 
a criação dos itinerários formativos. 
 
 Nesse novo modelo, disciplinas clássicas como História, Filosofia, Sociologia 
Química e Biologia, que são essenciais para o entendimento e desenvolvimento da 
sociedade, tornam-se facultativas e apenas Língua Portuguesa e Matemática são 
obrigatórias nos três anos consecutivos do Ensino Médio. Isso é um retrocesso para 
a educação, pois as outras disciplinas contribuem fortemente para a autonomia e 
formação crítica dos alunos, uma vez que elas tratam de temas fundamentais como 
ética e política. Esse modelo desconsidera a própria BNCC, que aspira a formação 
crítica e integral do aluno. Segundo o próprio documento: 
 
Para formar esses jovens como sujeitos críticos, criativos, autônomos 
e responsáveis, cabe às escolas de Ensino Médio proporcionar 
experiências e processos que lhes garantam as aprendizagens 
necessárias para a leitura da realidade, o enfrentamento dos novos 
desafios da contemporaneidade (sociais, econômicos e ambientais) e 
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a tomada de decisões éticas e fundamentadas. (BRASIL. Ministério da 
Educação, 2018, p. 463) 
 
Esse currículo, portanto, representa uma perda do pensamento crítico, o que 
significa que ele deixa de atender às necessidades de formação geral indispensáveis 
ao exercício da cidadania e distancia os estudantes de inserir-se de forma autônoma, 
responsável e até criativa, que são de suma importância, para o mercado de trabalho. 
Segundo os autores, Celina Tenreiro-Vieira e Rui Vieira (2014, p,43), o pensamento 
crítico ajuda “[...] a potenciar a formação de cidadãos livres, racionais e autónomos, 
capazes de pensar por si próprios, não ficando dependentes de que outros o façam 
por si”. Visto isso, o descrédito de disciplinas que fomentam a maneira de posicionar-
nos sobre o mundo de forma consciente pode ser entendido como uma maneira 
arbitraria do governo para manipulação da população e mantê-la na ignorância. 
 
Logo, é necessário que as reformas do currículo escolar levem em 
consideração as atuais demandas para a educação em consonância com a identidade 
e realidade dos alunos brasileiros, ao invés de oferecer uma educação que 
desconsidera o pensamento crítico e só se preocupa em favorecer o mercado com 
profissionais mecanizados. Em suma, a fim de se obter uma sociedade mais igualitária 
e democrática, deve-se propiciar aos estudantes/cidadãos brasileiros uma educação 
que os possibilite e os encoraje a posicionarem-se criticamente frente a realidade do 
país e do mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências 
 
BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Caderno de 
Educação em Direitos Humanos. Educação em Direitos Humanos: Diretrizes 
Nacionais. Brasília: Coordenação Geral de Educação em SDH/PR, Direitos 
Humanos, Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, 2013. 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 
2018. 
 
VIEIRA, R. M.; TENREIRO-VIEIRA, C. Investigação sobre o pensamento crítico na 
educação: contribuições para a didática das ciências. In: VIEIRA, R. M.; et. al 
(Org.). Pensamento crítico na educação: perspectivas atuais no panorama 
internacional, Universidade de Aveiro, 2014, p. 41-55.

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