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DIREITO PENAL ESPECIAL
Dos crimes contra a 
pessoa
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Sumário
Dos crimes contra a pessoa ������������������������������������������������������������������������������������������3
1� Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação ������������������������������������������������������������������������� 3
1.1 Formas qualificadas ............................................................................................................................................................ 4
1.2 Causas de aumento de pena ............................................................................................................................................ 4
1.3 Questões peculiares envolvendo o § 6º e § 7º ............................................................................................................... 4
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Dos crimes contra a pessoa
1. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação (Redação dada pela Lei nº 13.968, de 2019)
Art� 122� Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para 
que o faça:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, nos 
termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
§ 3º A pena é duplicada:
I – se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;
II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, de rede social 
ou transmitida em tempo real.
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual.
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e é cometido 
contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o 
agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código.
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem 
não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer 
resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 121 deste Código.
A Lei nº 13.968/2019 trouxe importantes inovações para o art. 122, cuja redação anterior não era capaz de atender à 
modernidade das técnicas de induzimento ao suicídio ou automutilação. Porém, com todo respeito, o legislador errou 
ao inserir um crime contra a vida e um crime contra a integridade física dentro de um mesmo dispositivo, considerando, 
inclusive, o mesmo quantum de pena para as duas condutas, o que se revela desproporcional, já que os resultados 
oriundos da conduta podem ser distintos. Inclusive, a distinção é importante, pois a instigação, o induzimento ou o auxílio 
ao suicídio serão de competência do tribunal do júri, enquanto a instigação, o induzimento ou o auxílio à automutilação 
serão de competência do Juizado Especial Criminal (somente a figura do caput).
Nas condutas que direcionam ao suicídio (art. 122, 1ª parte, CP), qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime, admi-
tindo-se concurso eventual. Já o sujeito passivo deve ser apenas a pessoa capaz, uma vez que, se o “suicida”, incapaz de 
entender o significado de sua ação e de determinar-se de acordo com seu próprio entendimento, o agente responderá 
por homicídio, pois a incapacidade da vítima é um instrumento daquele que lhe provocou a morte (art. 122, § 7º, CP).
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Já na figura das condutas que direcionam à automutilação (art. 122, 2ª parte), qualquer pessoa pode ser sujeito ativo. 
Quanto ao sujeito passivo, deve ser pessoa capaz, tendo em vista que, sendo a vítima menor de quatorze anos ou que 
não tenha capacidade de oferecer resistência, se da automutilação resulta morte (culposa, pois não era o resultado 
querido pelo agente), o agente responde por homicídio. Porém, in factu, este dispositivo sofre severas críticas, por não 
pode o agente responder por crime doloso contra a vida, sendo que a morte ocorreu de forma culposa. A doutrina tem 
caminhado no sentido de que, nesses casos, o agente deve responder por lesão corporal seguida de morte.
Pela atual sistemática, não se exige nenhum resultado lesivo, bastando a prática do núcleo do tipo para que a ação se 
consume.
O crime é classificado como formal, na medida em que inexiste necessidade de resultado naturalístico para sua 
consumação.
As condutas aqui previstas consistem em instigar (fomentar ideia existente), induzir (construir a ideia) ou auxiliar 
(prestação de auxílio). Este crime só é punido a título de dolo.
A conduta aqui praticada deve recair sobre uma pessoa específica ou grupo determinado de pessoas. Por esta razão, 
a disseminação ou a apologia da prática de suicídio, para um grupo indistinto de pessoas, não será considerada crime.
1.1 Formas qualificadas
Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resultar lesão corporal grave ou gravíssima, haverá a punição do agente 
que induziu, instigou ou auxiliou em reclusão de um a três anos. Noutro giro, se o suicídio se consuma ou se da auto-
mutilação resultar morte, haverá pena de reclusão de dois a seis anos.
1.2 Causas de aumento de pena
A pena para o crime será duplicada se o fato for praticado por motivo egoístico (interesses pessoais), torpe (motivo 
desprezível, repugnante) ou fútil (desproporcional), ou se a vítima é menor de idade ou tem diminuída, por qualquer 
causa, a capacidade de resistência.
A pena será aumentada também até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, de rede 
social ou transmitida em tempo real. Ademais, poderá ocorrer o aumento da pena em até metade se o agente é líder ou 
coordenador de grupo ou de rede virtual.
1.3 Questões peculiares envolvendo o § 6º e § 7º
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e é cometido 
contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o 
agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código.
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem 
não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer 
resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 121 deste Código.
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Aqui temos duas situações inusitadas, que merecem destaque pela redação adotada. Se do crime previsto no § 1º do 
art. 122 ocorrer lesão corporal gravíssima e for praticado contra menos de 14 anos ou pessoa que, por enfermidade ou 
falta de discernimento para compreender os seus atos, o agente que instiga auxilia ou induz, responderá diretamente 
pela lesão corporal gravíssima, na medida em que a vulnerabilidade da vítima foi explorada para a prática do crime.
O mesmo raciocínio se aplica ao crime do art. 122, § 2º. Na hipótese, se praticado contra menor de 14 anos ou con-
tra quem não tenha o necessário discernimento para a prática do ato, ou quem por qualquer outra causa não possa 
oferecer resistência, o agente que induz, instiga ou auxilia, responderá pelo crime de homicídio, ante a exploração da 
vulnerabilidade da vítima.
	Dos crimescontra a pessoa
	1. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação
	1.1 Formas qualificadas
	1.2 Causas de aumento de pena
	1.3 Questões peculiares envolvendo o § 6º e § 7º

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