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Maria Luzia Paiva de Andrade DISCIPLINA: LINGUAGENS E PESQUISA AULAS REMOTAS – AULA NÚMERO 7 Seções 16 a 20 Bem-vindos! SEGUNDA ETAPA DE AVALIAÇÕES CONTEÚDOS PARA: T2 , V2, 2CHV2, VS. CONTEÚDO das avaliações: SEÇÕES DE 16 A 20. VEJA TAMBÉM A AULA REMOTA 6 PARA ESSAS AVALIAÇÕES. SEÇÃO 16: Oralidade: Exposições orais, debates, seminários e dramatizações. ✓ Uma característica essencial da Linguagem é a de que ela pode ser falada ou escrita. ✓ É comum darmos uma importância extraordinária à linguagem escrita, no entanto, a mais antiga forma de comunicação é a expressão oral ou fala. ✓ Para que a linguagem seja boa e a comunicação se estabeleça de forma eficiente, quem fala deve ficar atento à impostação da voz, ao timbre, à altura da emissão vocal, à entoação da frases e um perfeito jogo de corpo, que inclui mãos, braços e boca num conjunto harmonioso que prenda a atenção do seu ouvinte. ✓ O processo comunicativo é acima de tudo uma interação. ✓ Muitas situações comunicativas em que estamos envolvidos, cotidianamente, exigem de nós habilidades em usar argumentos para defender nossos pontos de vista: reclamação no órgão de defesa do consumidor, em uma reunião de trabalho, numa assembleia de condomínio, uma reclamação a uma prestadora de serviço etc. ✓ A aquisição de uma técnica bem elaborada de linguagem oral e escrita deve ser cuidadosamente adquirida para você estar preparado para debates, seminários e apresentações em geral. ✓ Uma exposição oral nada mais é do que uma produção de texto. ✓ Falar em público significa expor-se ao julgamento alheio. ✓ Pode parecer, à primeira vista, que a exposição oral, devido a natureza espontânea da linguagem falada, deva ser de improviso a fim de causar uma boa impressão ao auditório, mas apesar de estimulante e bem aceito pela empatia que pode causar, deve ser cuidadosamente preparado e possuir um plano de exposição. • Eventos de exposição oral: debates, conferência seminários, palestras e dramatizações. • A característica mais marcante de uma exposição oral é a bipolaridade, isto é, embora reunidos em uma espécie de conversa, o expositor ou expositores e a plateia não ocupam posições equivalentes. • O primeiro representa um especialista no assunto ou alguém que tenha algum conhecimento específico sobre uma temática; e a plateia, na maioria das vezes, uma é formada por leigos. DEBATE ✓ O debate é um evento comunicativo em que existe, pelo menos, três polos: dois debatedores, que defendem pontos de vista divergentes sobre o tema, e a plateia que, em geral, ocupa uma posição inferior ao dos debatedores, por não seres autoridades no assunto debatido. ✓ A realização de um debate no espaço acadêmico requer: uma definição dos objetivos: para quê? qual a finalidade? ✓ O estabelecimento de normas: os debatedores devem conhecer e concordar com as regras do debate. A presença do moderador, que é aquele que coordena o debate, sendo responsável pela sua progressão e a presença dos debatedores, que podem utilizar documentos e anotações para fundamentar o seu ponto de vista ou comprovar suas colocações. ENTREVISTA ✓ A entrevista é definida como uma situação de comunicação em que estão envolvidos um entrevistador e o entrevistado. É um tipo de exposição oral que se organiza com base na apresentação dos motivos, na sequência de perguntas e respostas e no fechamento. ✓ Pode ser de vários tipos: entrevista jornalística, médica, empresarial, científica, política e etc. ✓ A entrevista deve estar adequada ao suporte, ou seja, ao meio utilizado para a sua divulgação. ✓ A entrevista possui finalidades diversas: esclarecer a população sobre determinado assunto, divulgar conhecimentos científicos, colher dados para uma pesquisa, selecionar candidatos a emprego etc. SEMINÁRIO ✓ O seminário é um gênero expositivo oral em que participantes expõem e debatem um tema. ✓ Apresenta como características principais: • uma certa formalidade; • a exploração de diversas fontes de informação; • a seleção dessas informações em função de tema; • a elaboração de um esquema destinado a auxiliar a apresentação oral. ✓ Objetivo principal: a transmissão de conhecimentos específicos de determinada área científica ou técnica. ✓Portanto, é a exposição oral de um tema, com apresentação de argumentos por um ou mais oradores, seguida de debate entre os participantes. ETAPAS DE PREPARAÇÃO DE UM SEMINÁRIO: 1 – Definição do tema e dos participantes do grupo, caso o trabalho seja coletivo; 2 – Escolha da linguagem e da abordagem, tendo em vista o público- alvo. Deve-se observar, portanto, a faixa etária e o nível de interesse do público; 3 – Seleção de informações obtidas com pesquisas em livros, jornais, revistas e na Internet. 4 – Organização de um roteiro escrito com base em anotações feitas durante a pesquisa; 5 – Recursos audiovisuais, tais como retroprojetor, slides, filmes, microfone, Datashow etc. 6 – Elaboração de um resumo para ser entregue ao público assistente, a fim de que as pessoas possam acompanhar melhor a exposição oral; 7 – Ensaio de apresentação para verificar o tempo reservado a cada participante. ✓ Apresentação do Seminário: observe como se realiza um seminário: a) Introdução: um dos componentes do grupo cumprimenta o público, esclarece qual é o tema, justifica a escolha e diz como será a apresentação e o tempo de duração do seminário. b) Desenvolvimento: cada componente expõe sua parte, numa sequência lógica, dando continuidade à fala do colega anterior, e mantendo a coesão e a coerência das ideias. c) Conclusão: deve ser feita por um dos componentes, a partir de um resumo das principais ideias expostas e do destaque do ponto de vista do grupo. Em seguida, deve-se agradecer a participação da plateia e oferecer o espaço para perguntas a serem respondidas. DRAMATIZAÇÕES ✓Esse gênero textual é escrito para ser representado. ✓ Em geral, esses textos apresentam os elementos básicos do texto narrativo: fatos, personagens, tempo e lugar. ✓Os diálogos constituem o elemento básico por meio do qual muitas vezes se estabelece o conflito entre protagonistas e antagonistas. ✓ Os textos para as dramatizações apresentam dois tipos de rubrica. ✓ As de interpretação, que indicam o tom de voz e os gestos que os atores devem empregar; ✓ E as de movimento, que informam ao diretor e à equipe quais atores que devem entrar no palco, como devem estar trajados, como devem estar dispostos os elementos do cenário etc. ✓ Enfim, um roteiro teatral é um texto escrito para ser representado no teatro. ✓ É construído por meio de diálogos entre personagens, em discurso direto e traz rubricas para orientar diretores, atores e equipe técnica. SEÇÃO 17: PROCESSOS SIMBÓLICOS: LINGUAGEM E SOCIEDADE I - Desde o momento em que começamos a participar do mundo à nossa volta, passamos a usar a linguagem como processo simbólico de comunicação. II - Em todas as situações do dia a dia, estamos interagindo com o outro (interlocutor) através da linguagem - conjunto de signos verbais e não verbais que possibilitam a comunicação de um povo, uma nação ou de uma tribo. III - Alguns conhecimentos prévios do leitor: os linguísticos, que correspondem ao vocabulário e regras da língua e seu uso; os textuais, que englobam o conjunto de noções e conceitos sobre o texto; e os do mundo, que correspondem ao acervo pessoal do leitor. IV - Percebemos que a leitura é um processo interativo. V - Já dissemos que ler é, acima de tudo, compreender. Para que isso aconteça, além dos já referidos processamentos cognitivos da leitura e conhecimentos prévios necessários a ela, é preciso que o leitor esteja comprometido com sua leitura. VI – É por meio da leitura que, além de adquirirmos mais conhecimento e cultura. VII - Deve-se “enxergar” todo o contexto denotativo (sentido real) e conotativo (figurado). VIII - É necessário compreender o assunto principal,suas causas e consequências, críticas, argumentações, polissemias, ambiguidades e ironias. IX - Neste contexto, entendemos a linguagem como um sistema de sinais usados para indicar a função comunicativa entre pessoas e para a expressão de ideias, valores, intenções e sentimentos. X - Quanto às características, podemos extrair as seguintes afirmações em relação à linguagem: a) É um sistema estruturado com princípios próprios; b) Possui signos ou sinais; c) Possui palavras que têm função de apontar coisas que elas significam – função indicativa ou denotativa; d) Tem uma função comunicativa – estabelecemos relações com os outros seres humanos; e) Exprime pensamentos, sentimentos e valores – função conotativa ou de conhecimento e expressão. f) Permite a compreensão e interpretação do contexto social, econômico e cultural. XI - Linguagem Simbólica e Conceitual: A linguagem simbólica opera por analogias e por metáforas. • Analogia: é sinônimo de semelhança, similaridade, correspondência, conformidade. • Metáfora: é uma figura de linguagem que produz sentidos figurados através de comparações implícitas. É a designação de um objeto ou qualidade mediante uma palavra que designa outro objeto ou qualidade que tem com o primeiro uma relação de semelhança (p.ex., ele tem uma vontade de ferro, para designar uma vontade forte, como o ferro). XII - Já a linguagem conceitual procura dar às palavras um sentido direto e não figurado, evitando analogia e metáfora, evitando uso de palavras carregadas de múltiplos sentidos. Principais recursos estilísticos: XIII- Níveis de Linguagem: A linguagem pode ser classificada em relação a seu contexto social e cultural. Certamente, você não escreveria da mesma forma um texto para um adulto e para uma criança. XIV- Linguagem formal, culta ou padrão: utilizam- na as classes intelectuais da sociedade, mais na forma escrita e menos na oral. • É de uso nos meios diplomáticos e científicos; nos discursos e sermões; nos tratados jurídicos e nas sessões do tribunal. • O vocabulário é rico e são observadas as normas gramaticais em sua plenitude. XV- Linguagem coloquial, oral ou informal: utilizada pelas pessoas que falam e (ou) escrevem com mais espontaneidade. • É a linguagem do rádio, da televisão, meios de comunicação de massa tanto na forma oral quanto na escrita. • Emprega-se o vocabulário da língua comum, e a obediência às disposições gramaticais é relativa, permitindo-se até mesmo construções próprias da linguagem oral. XVI- Síntese das principais diferenças entre oralidade e escrita: • Oralidade: O momento de produção e o de recepção do texto são simultâneos. • Escrita: Há defasagem entre o momento de produção e o de recepção. • Oralidade: É possível negociar o sentido com o interlocutor e também corrigir-se se for o caso. • Escrita: O autor deve antecipar possíveis dúvidas do leitor e tratar de esclarecê-las ainda no momento de produção. • Oralidade: O texto é construído, pois para comunicar-se melhor, os interlocutores interagem o tempo todo, usando tanto a linguagem verbal quanto a não verbal. • Escrita: O autor produz o texto solitariamente e, depois, o leitor deve reconstruir seus significados também sozinho. • Oralidade: É impossível voltar atrás no que foi dito. • Escrita: É possível revisar o texto quantas vezes for necessário. XVII- Variação linguística, registro e norma padrão: • Vimos anteriormente que língua é uma das principais expressões da identidade de um povo. • Dessa forma, as línguas mudam, ao longo do tempo, com as sociedades que a utilizam. Essa mudança acontece do ponto de vista diacrônico (ao longo do tempo) e sincrônico (realidades diferentes em um mesmo momento histórico). • Essas mudanças recebem o nome de variações linguísticas. XVIII - Tipos de Variação Linguística • As variações estão agrupadas em várias categorias, tais como: variações históricas, variações sociais, variações regionais, variações ligadas ao meio: oralidade ou escrita, variações ligadas ao registro: formal ou informal. • Veremos um pouco agora das variações históricas, sociais e regionais. XIX- Variação histórica: • A língua muda sob vários aspectos: grafia (letras dobradas e o uso do ph em phamarcia, por exemplo); acentuação (várias reformas quanto ao uso dos acentos gráficos na língua portuguesa); uso de palavras (muitas palavras deixaram de ser usadas e/ou foram substituídas por outras. • Exemplos: cortejar = paquerar / botica = farmácia / teteia = moça bonita e atraente. • As formas de tratamento (o uso da segunda pessoa do singular e do plural não são mais usadas praticamente; foram substituídas pelo pronome de terceira pessoa: você, vocês. XX - Variação regional: essas variações estão ligadas às regiões onde moram os falantes. • Temos muitas variações regionais no Brasil devido à sua dimensão territorial. • Elas se manifestam principalmente: na pronúncia das palavras, o famoso “sotaque”. • Em São Paulo, Paraná e sul de Minas, por exemplo, o “r” bem puxado, como em “porta”. • No vocabulário, as palavras que têm nomes diferentes, mas significam as mesmas coisas. • Exemplos: tangerina (no Sudeste), bergamota (no Sul), mimosa e laranja-cravo (no Nordeste), pocan ou mexerica, (em Goiás). Outros exemplos bastante conhecidos: I. Mandioca, aipim e macaxeira. II. Pão francês, cacetinhos (Rio Grande do Sul e Bahia); III. Pão carequinha, pão de sal. III. Abóbora, jerimum (Nordeste) IV. Fruta do conde, pinha (Nordeste) V. Batata Baroa, mandioquinha (São Paulo), batata salsa (Paraná). XXI -Variação Social: essas variações estão relacionadas à camada ou grupo social a que pertence o falante. Elas podem ser quanto: • ao nível de escolaridade, • à faixa etária, • ao sexo, • à profissão • aos grupos sociais (jovens, surfistas, fãs de música sertaneja, fãs de quadrinhos japoneses etc.) SEÇÃO 18 – PRODUÇÃO DE TEXTOS: PLANEJAMENTO, ESTRUTURA E CONSTRUÇÃO I - Para compreender bem um texto o leitor deve estabelecer objetivos para a sua leitura, selecionar as informações mais importantes e relevantes, levantar hipóteses, fazer inferências e, finalmente, verificar se as suas hipóteses se confirmam no texto, sempre mantendo seus conhecimentos prévios ativados. II - O que é uma leitura analítica? A leitura analítica corresponde a uma leitura reflexiva, pausada, com possíveis releituras, que visa a apreender e a criticar toda a montagem orgânica do texto, sua coerência informativa e seu valor de opinião. • Esse tipo de leitura compreende as seguintes estratégias simultâneas. I. Relações Textuais: engloba toda a organização do texto, ou seja, compreende o título, os subtítulos (se houver), a estrutura dos parágrafos, os destaques, boxes, gráficos, imagens, legendas, sumário, notas de rodapé, as relações de coesão e coerência entre as partes, enfim, todo o conteúdo lógico-semântico do texto. II. Relações Contextuais ou Pragmáticas: sintonia entre sua produção e o contexto comunicativo. Compreendem as intenções explícitas ou implícitas do autor e as convenções socioculturais que repercutem na produção do texto. III- Relações Intertextuais: Todo texto possui antecedentes em relação ao qual se posiciona. Muitas vezes, essa correlação com outro texto vem explícita, como nos seguintes casos. Alusão Citação Epígrafe Paráfrase Paródia • Alusão: uma referência rápida ao pensamento de um autor bem conhecido. Ex.: “Veni, vidi, vici.” (Vim, vi, venci), supostamente proferida pelo general e cônsul romano Júlio César em 47 a.C. • Citação: passagem tomada de um autor, ou pessoa célebre, para ilustrar ou apoiar o que se diz. Ex.: Soares (2009, p. 16) diz que numa sociedade que se divide em classes, a ideologia que domina, de acordo com a ideologia marxista, é a ideologia da classe dominante. • Epígrafe: é uma citação especial, de autor também conhecido, que antecede um artigo, um livro, uma monografia ou umatese acadêmica. • Ex.: “As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos.” (Rubem Alves) • Paráfrase: é a reprodução das ideias de um texto em outro texto, isto é, com outras palavras, com as palavras de quem está produzindo o novo texto. Uma paráfrase normalmente explica ou esclarece o texto que está sendo parafraseado. • Exemplo: Texto Original Canção do Exílio Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá. [...] Gonçalves Dias Paráfrase Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’. Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? Eu tão esquecido de minha terra… Ai terra que tem palmeiras Onde canta o sabiá! [...] • Paródia: apropriação de um texto primitivo com intenções críticas, humorísticas ou apelativas. Exemplos: MEUS OITO ANOS Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! [...] (Casimiro de Abreu) MEUS OITO ANOS Oh que saudades que eu tenho Da aurora de minha vida Das horas De minha infância Que os anos não trazem mais Naquele quintal de terra! Da rua de Santo Antônio Debaixo da bananeira Sem nenhum laranjais [...] Oswald de Andrade ➢ Sintetizar: Sintetizar significa reunir elementos relevantes de um conjunto e fundi-los num todo coerente, ou seja, retirar os fatos secundários, o acessório, em relação às ideias principais que constituem o núcleo semântico do texto. ➢ A síntese ajuda os estudantes, nos seus trabalhos acadêmicos, a identificar ideias principais de um texto e, ainda, colabora no fichamento de capítulos de livros, constantemente solicitado na vida universitária. • O processo de síntese abrange o esquema, o fichamento, o resumo e a resenha que, embora ligados à síntese, têm características distintas. • Veremos as principais diferenças a seguir. • Esquema: Trata-se de um processo de redução radical para a compreensão de um texto ou para orientação numa exposição oral, já que detém apenas tópicos essenciais de um assunto. • Corresponde à forma mais reduzida dos processos de síntese. Compõe-se somente de palavras ou abreviaturas ou fórmulas, a partir das quais se resgatam as ideias principais. • Fichamento: Para o autor de um trabalho acadêmico, a ficha apresenta-se como um instrumento de trabalho importante, uma vez que manipula material bibliográfico que, em geral, não lhe pertence. • Utiliza- se, também, nas mais diversas instituições, para serviços administrativos, e nas bibliotecas, para consulta do público. As fichas permitem a identificação das obras, o conhecimento de seu conteúdo, a utilização de citações, a análise do material e a elaboração de críticas. • Têm-se, então, fichas bibliográficas de resumo ou conteúdo, de citações, de análise crítica ou comentário, expressando sua opinião pessoal sobre o tema. • Os fichamentos seguem a seguinte estrutura: cabeçalho, referência bibliográfica e o texto com o conteúdo principal. • Fichamento de citação: frases mais importantes que foram citadas no texto. Devem ser transcritas entre aspas. • Fichamento textual ou de resumo: Neste fichamento, o aluno transcreve as ideias principais do texto com suas palavras, expressando sua opinião e elaborando seu esquema de estudo. • Pode-se incluir também algumas citações. • Fichamento Bibliográfico: Neste tipo de fichamento as ideias são transcritas dividas pelo tema. Deve-se indicar a localização da página. • Resumo: Para resumir qualquer texto, é fundamental que, antes de fazê-lo, observe-se a diferença entre uma informação central e os detalhes referentes a ela. • Resumir significa dar forma mais reduzida a um texto anteriormente mais longo, preservando-se, contudo, o significado geral. • Exige-se, inicialmente, no trabalho de resumo, a compreensão clara da mensagem do texto, o que significa um trabalho preliminar de análise: • Enfim, o RESUMO é um tipo de texto que exige do discente: 1 -Conhecimento dos termos desconhecidos (a utilização do dicionário sempre que for necessário); 2 - Apreensão do encadeamento semântico (significado das palavras); 3 - Registro das ideias-chave e das palavras ou expressões que servem de articulação entre duas ideias (coesão e coerência entre as partes); 4 - Hierarquização das ideias, separando as principais das secundárias, eliminando ou reduzindo o que for secundário na apresentação do texto original. (seleção). • Resenha: a resenha assemelha-se a um processo de síntese, semelhante ao resumo, no entanto, dele se diferencia por possuir um caráter crítico e/ou avaliativo em relação ao texto original. • As resenhas são resumos comentados de qualquer tipo de texto, a saber: de trabalhos artísticos, literários, didáticos ou científicos. • O objetivo da resenha é informar sobre o conteúdo e, ao mesmo tempo, apontar os principais problemas do texto, da argumentação do autor, apresentando críticas ou elogiando as qualidades do texto. • Resenha crítica: A resenha crítica consiste em leitura, resumo e comentário crítico de um livro ou texto. • Caracteriza-se como descrição exaustiva dos fatos. • Para a elaboração do comentário crítico, utilizam-se em opiniões de diversos autores da comunidade científica relação às defendidas pelo autor e se estabelece todo tipo de comparação com os enfoques, os métodos de investigação e as formas de exposição de outros autores em relação àquele assunto. • Quatro são as fases de uma resenha crítica: leitura, resumo, crítica e formulação de juízo de valor. • Exigências para a elaboração de uma resenha crítica: 1. Conhecer a obra profundamente; 2. Conhecedor do assunto a ser resenhado; 3. Juízo crítico – separar o essencial do supérfluo; 4. Correção e urbanidade, ou seja, respeitar o autor e suas ideias e intenções; 5. Independência intelectual, ou seja, o que importa não é saber se as ideias do autor coincidem com as nossas, mas se foram apresentadas corretamente; 6. Fidelidade ao pensamento do autor, analisar cuidadosamente suas posições; • Estrutura da resenha crítica: 1 – Capa 2 – Sumário 3 – Introdução 4 – Descrição do assunto 5 – Apreciação crítica 6 – Considerações finais 7 – Referências 8 – Anexos (se for o caso) • Dissertação: • A Dissertação corresponde ao gênero de redação em que se opina sobre determinado tema, de maneira crítica e persuasiva. • É o tipo de discurso em que se faz exposição de ideias. • As características principais de uma dissertação são: conjunto de juízos sobre um assunto, temas abstratos, textos críticos, teses e explanação de uma argumentação. • A dissertação baseia-se nessa fundamentação lógica: Encontrar ideias e concatená-las. • Caracteriza- se, portanto, por obedecer a duas exigências básicas: a exposição e a argumentação. • Em razão disso, utiliza-se esse tipo de texto em trabalhos científicos ou acadêmicos, como monografia, dissertação de mestrado, tese de doutorado, artigos e editorais de jornais. • Sua estrutura é, em geral, fixa, e compreende: introdução, desenvolvimento e conclusão. • Introdução – O autor diz a que veio; apresenta o assunto e seu posicionamento sobre ele. Além disso, delimita a abordagem, caso necessário, e define qual o argumento básico a ser usado para a defesa de seu ponto de vista. • A introdução engloba o objeto, objetivo e justificativa do texto. • Desenvolvimento – Expõe fatos, argumentos e provas. O autor trata do tema de forma analítica e lógica; desenvolve a tese introduzida no início do texto e expõe os argumentos necessários para persuadir o leitor. • Conclusão – Resume-se a exposição apresentada e chega-se a uma dedução ou indução. O autor reafirma, confirma a tese inicial ou, então, propõe soluções parao problema que foi discutido no texto. • Raciocina-se por meio de argumentos. Os principais registram-se a seguir: 1 - O argumento indutivo: parte do registro de fatos particulares para chegar à conclusão ampliada, que estabelece uma proposição geral. • Trata-se, portanto, de uma generalização: um, dois, três... logo, todos. • Caminha-se do efeito para a causa. • Ex.: Cobre conduz energia (premissa). Ouro conduz energia (premissa). Todo metal conduz energia (conclusão). • Note que, no raciocínio indutivo, se as premissas (afirmações) são verdadeiras, a conclusão provavelmente será verdadeira, mas não necessariamente verdadeira, e a conclusão encerra informação que não constava das premissas. 2. O argumento dedutivo parte de uma verdade estabelecida, geral, para provar a validade de um fato particular. • Caminha-se da causa para o efeito. • Ex.: Todo homem é inteligente (premissa maior). • João é homem (premissa menor). • João é inteligente (conclusão). • Já no raciocínio dedutivo, se as premissas são verdadeiras, a conclusão só pode ser verdadeira, e as informações contidas na conclusão já estão implícitas nas premissas. As declarações exigem argumentos, sejam eles justificativos, comprobatórios ou exemplificativos, para torná-las consistentes. • O argumento causal: busca compreender a relação de causa e efeito em um fato ou processo; ou seja, isso é causa disto; aquilo é efeito disto. • Causa é motivo ou razão; • Consequência é o resultado. • Assim, por exemplo, vamos pensar na causa do trânsito caótico das grandes cidades do país e quais as consequências disso na vida das pessoas daquele lugar. • Causa do trânsito: excesso de veículos nas ruas. • Consequência disto: estresse, queda do padrão de vida, problemas sociais. SEÇÃO 18: • A META DA ATIVIDADE CIENTÍFICA É, POR MEIO DA COMPROVAÇÃO DE HIPÓTESES – EXPLICAR A REALIDADE. • É o método científico que nos irá permitir, com segurança e economia, alcançar nossos objetivos – conhecimentos válidos e verdadeiros. MONOGRAFIA, TCC, DISSERTAÇÕES E TESES I – A monografia é um estudo minucioso que pretende esgotar determinado tema relativamente restrito. II – No meio universitário, a monografia designa trabalhos que envolvam alguma forma de investigação, geralmente no final de cursos de graduação e de pós-graduação, constituindo os chamados TCC – Trabalho de Conclusão de Curso. III – Dessa forma, o trabalho científico de final de graduação ou pós-graduação lato senso – só poderá atender pelo nome de monografia se versar sobre um único tema. IV – O mesmo se aplica às dissertações e Teses. TIPOS DE TRABALHO MONOGRÁFICO I – O grau de qualidade exigido nos trabalhos monográficos, acabou por criar classificações diferenciadas no meio acadêmico. II – Na graduação ou pós-graduação lato sensu, trata-se de Monografias; III – Na pós-graduação stricto-sensu – Mestrado – denomina-se Dissertação. III – Na pós-graduação stricto-sensu – Doutorado – chama-se Tese. • VARIAÇÕES: I – O que diferencia os trabalhos monográficos de cursos de graduação dos de pós-graduação é: a, qualidade, a finalidade; a profundidade, a extensão das exposições e das interpretações, a originalidade do tema, a originalidade das conclusões. • TIPOS DE DISCURSO: I – Em relação ao tipo de discurso utilizado nos trabalhos monográficos, uma monografia pode ser: a) EXPOSITIVA: quando reúne e relaciona material obtido de diferentes fontes, expõe o assunto com fidedignidade e demonstra habilidade não só no levantamento como também na organização do material. b) ARGUMENTATIVA: quando requer a interpretação das ideias apresentadas e o condicionamento científico do pesquisador. c) Em geral, o discurso monográfico é expositivo-argumentativo, ou seja, ao mesmo tempo em que trabalha com a exposição do assunto, o texto traz ainda interpretações do pesquisador. d) Uma monografia não é: respostas a questionários, exposição e ideias demasiadamente abstratas, manifestação de opiniões pessoais, sem dados comprobatórios, manifestação de uma erudição livrescas, com frases irrelevantes, mal-contextualizadas, perífrases sem conteúdo, repetição do que já foi dito por outro, sem nada novo em relação ao enfoque, ao desenvolvimento e às conclusões. TIPOLOGIA E CARACTERÍSTICAS GERAIS A partir das tipologias dos trabalhos monográficos, os tipos de análise e de discurso apresentam as seguintes características: a) Abordam um só tema, problema ou assunto; b) São escritos com rigor, lógica e sistematicidade; c) Utilizam tratamento metodológico apropriado, normalizado e científico; d) Tratam, exclusivamente, o OBJETO DE ESTUDO, de acordo com o grau acadêmico a que se destina; e) Observam, acumulam e organizam informações, procurando, entre elas, relações e regularidades. f) Tem como suporte a investigação científica, na forma de pesquisa bibliográfica, referencial e teórica. SEÇÃO 19: TÉCNICAS BÁSICAS DO DISCURSO E DA ORATÓRIA • O texto verbal é um espaço de diálogo, de interlocução. E, como todo diálogo, necessita de condições para sua existência. Entre essas condições se destacam: a coesão e a coerência, conforme estudado anteriormente. • COESÃO, depende a organização interna entre as partes do texto; da COERÊNCIA, depende o sentido histórico do texto, o seu conteúdo, que poderá ser ponto de partida e de chegada para o conhecimento de mundo. • Assim... um TEXTO resulta das relações de COESÃO e COERÊNCIA que se juntam para constituir uma unidade de sentido. • Interlocução: conversação entre duas ou mais pessoas. Todo aquele que produz um texto tem em mente uma pessoa a quem se dirige quando fala, escreve, gesticula, desenha, ou seja, o seu interlocutor. • Textos acadêmicos: um conjunto de textos com os quais lidamos, no dia a dia de nossos estudos na universidade, com o objetivo de ampliar nossos conhecimentos científicos sobre determinados assuntos, ou que produzimos para registrar o estudo que realizamos. • Comunicações orais: em Tribunal de Júri, Debates, Seminários etc. Quem participa de atividades onde são necessárias técnicas de sustentação oral usa ARGUMENTOS para defender um PONTO DE VISTA sobre determinado ASSUNTO e quer levar o seu interlocutor e o público ouvinte a PENSAR como ele, ou, pelo menos, a conhecer as razões que o levam a pensar daquela maneira sobre o tema em questão. • Na Comunicação verbal, a escolha do gênero textual considera: I. Locutor: quem está produzindo o texto (seus interesses, seus sentimentos e sua capacidade de expressão). II. Interlocutor: para quem o texto está sendo produzido. III. Finalidade: com que finalidade o texto deverá ser produzido: convencer, persuadir. IV. Situação: em que momento: em um Seminário? No Tribunal? V. Intencionalidade: relatar, registrar, informar, tornar público, fundamentar. • Alguns elementos de que não devemos abrir mão quando nos encontramos em uma situação de comunicação no exercício de uma profissão. • Esses elementos podem e devem ser identificados nos textos ORAIS e ESCRITOS que produzimos. São eles: I. A objetividade e a concisão: não há excesso de palavras, maior precisão, evita-se informações ou recomendações repetitivas e desnecessárias. II. A clareza e a coesão: é preciso que as informações sejam organizadas de tal forma que o leitor ou o ouvinte possam identificar a ordem dos fatos, dos acontecimentos e ações ou, ainda, a construção de um raciocínio. • Podemos afirmar que quando o encadeamento dos enunciados é significativo, existe coesão. • A coesão permite ao ouvinte e ao leitor agilidade na compreensão das ideias. • Muitos são os elementos que marcam esses encadeamentos: A entonação, as pausas, os silêncios, muitas vezes associados à expressão facial e aos gestos, quando a comunicação é face a face, muito comum em um Tribunal de Júri, por exemplo. São elementos de coesão na comunicação oral. • A comunicação jurídica: Processo comunicativo que visa à promoçãodo Direito. Comunicação marcada pela linguagem jurídica. Desafios da comunicação jurídica: 1. Dominar recursos verbais e não verbais (para) 2. Transformar ideias em texto (a fim de) 3. Apresentá-las de forma clara (e) 4. Convencer e persuadir o receptor (debatedor/plateia/banca examinadora). • O que deseja a comunicação jurídica? • Intencionalidade: relatar, registrar, informar, tornar público, fundamentar etc. (no âmbito da legalidade). • Finalidade: Convencer e persuadir – • Convencimento: através da racionalidade. (razão) • Persuasão: através da emoção. • A comunicação jurídica é uma construção lógica. • Lógica formal e raciocínio dedutivo; • Coesão e coerência: • I - Na expressão escrita; • II - Na expressão oral. • Conceito de boa linguagem em seu sentido lato: I- Adequação ao assunto pensado; II. Predicado estético que nos convida a encarar com boa vontade o pensamento exposto; III. Uma adaptação inteligente e sutil ao ideal linguístico coletivo, o que importa no problema da correção gramatical em seu sentido estrito. IV. Nitidez e o rigor da expressão do pensamento; V. Precisão lógica da exposição linguística; VI. Qualidade que empolga ou seduz, predispondo a razão a se fixar no que lhe é exposto e a se deixar convencer, ou seja, o efeito retórico. VII. Finalmente a correção gramatical, pois evita que se afronte um sentimento linguístico enraizado. • Marcas de oralidade desejáveis: I- Mudanças de entonação e ritmo da fala. II- Repetição de palavras a favor de uma ideia. III- Recorrência a vocabulário e formas verbais mais simples. IV- Presença de pausas retóricas. Em cada situação de comunicação podemos ressaltar que existem inúmeros fatores que interferem na escolha do modo de falar da pessoa e de grupos sociais: (profissionais liberais, religiosos, políticos, educadores, artista, jovens, idosos, cientistas, desportistas, acadêmicos entre outros). Planejamento de uma exposição oral: É a etapa mais importante de uma exposição oral. O primeiro passo é levantar informações sobre todos os fatores envolvidos no evento. Busque respostas para as seguintes perguntas: 1 – Quanto ao público: qual é o nível de conhecimento sobre o tema? São leigos ou sabem tanto quanto você? Que motivações eles têm para assistir à sua exposição? Quais tópicos são mais relevantes? 2 – Quanto ao tema: o que você já sabe sobre o tema? Quais informações falta levantar? Que recorte deve ser feito levando em conta o perfil e os interesses do público? 3 – Quanto ao momento e ao lugar da apresentação: de quanto tempo você disporá? De que tipo de evento se trata? Você é o único expositor ou há outros? Em que momento será sua exposição – no início, quando o público ainda precisa ser “aquecido”, ou no final, quando ele já está um pouco cansado? Será possível usar materiais de apoio, tipo PowerPoint ou vídeos? 4 – Quanto à abordagem: deve ser mais descontraída ou séria? Mais profunda ou superficial? Mais emocional ou técnica? As etapas de uma exposição oral: A exposição oral costuma ter sete etapas: 1 – Abertura: cumprimenta-se o público; 2 – Introdução: apresentação do assunto a ser tratado, o recorte e a abordagem, justificando o porquê de cada escolha. Pode-se indicar quais informações serão apresentadas e em que ordem, ou seja, fornecer à plateia um plano geral da exposição que será feita. 3 – Desenvolvimento: esta é a fase mais longa, em que o expositor discorre sobre o assunto ou tema. 4 – Recapitulação e síntese: ao fim da explanação, o expositor deve retomar os principais pontos abordados e formular uma síntese. 5 – Conclusão: este é o momento para o expositor deixar sua “mensagem” final ao público. 6 – Participação do público: nesta etapa (que nem sempre ocorre), abre-se espaço para a audiência manifestar suas dúvidas e comentários. 7– Encerramento: Agradecimento e despedida cordial Ensaio para a apresentação oral: Ensaiar é bom para todos que vão falar em público. Quando tiver decidido o plano geral da exposição, verifique os seguintes pontos: 1 – A altura da voz: não pode ser alta nem baixa demais. 2 – O ritmo e a entonação: de maneira geral, você não deve falar devagar demais, a ponto de parecer hesitante ou disperso, nem rápido demais, a ponto de se tornar ininteligível. 3 – O tempo: cronometre a gravação para certificar-se de que está dentro dos limites de tempo. Se sua apresentação estiver muito mais curta ou longa do que o tempo disponível, talvez seja necessário repensar a quantidade de informações apresentada. 4 – A linguagem corporal: este é um dos pontos cruciais na apresentação oral. Não mantenha as mãos no bolso nem atrás do corpo; elas devem ficar livres e relaxadas e acompanhar o ritmo da apresentação. 5 – A fala em si: é fundamental evitar os cacoetes ou vícios linguísticos, tais como: “né?”, “tá?”, “veja só” etc. Veja se está conseguindo elaborar frases completas e bem articuladas. A falta de linearidade, as repetições e as hesitações são admissíveis na oralidade, mas não podem ser frequentes a ponto de deixar sua apresentação desconexa e difícil de acompanhar. Outro aspecto essencial é a obediência à norma padrão: lembre-se de que deslizes nesse sentido podem comprometer a credibilidade da apresentação. Do mesmo modo, evite gírias ou expressões coloquiais (cara, legal, maneiro, tipo assim, etc.) pois elas denotam imaturidade. 6 – Referências ao material de apoio: Avalie se está fazendo um bom uso do material de apoio. O ensaio é um bom momento para avaliar se há informações demais ou de menos nos slides. 7 – A coesão entre as partes: não é só o texto escrito que precisa de “costuras”. Todos aqueles mecanismos coesivos que estudamos anteriormente devem estar presentes também na exposição oral. SEÇÃO 20: TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS • Por gêneros textuais entende-se, assim, as ações discursivas, inseridas em um contexto social, que permitem que as pessoas atuem no mundo de forma direta ou indireta. • Os gêneros surgem pela necessidade de comunicação de um grupo social, por isso podemos dizer que todo texto que circula socialmente em nosso contexto de vida, de trabalho, social etc., é um gênero textual. • Ele é uma espécie de “ferramenta” que utilizamos em determinadas situações de comunicação. • Gêneros textuais digitais: praticados na WEB, tais como os blogs, as redes sociais, como o Facebook, o Twitter, entre outros. • Os gêneros textuais envolvem inúmeras situações concretas de comunicação que são definidas pelos elementos da comunicação humana que estudamos no início deste material de estudo. • São elementos que permitem a comunicação: o emissor, o receptor ou destinatário, o canal, o referente, o código, a mensagem; bem como finalidade e a intencionalidade do usuário da língua. • Como as situações de comunicação em nossa vida são inúmeras, inúmeros também são os gêneros textuais a que temos acesso. • São eles: bilhete, carta, e-mail, receita, horóscopo, piada, romance, conto, crônica, poesia, revistas, editoriais de jornais, propaganda, texto didático, resenha, bula de remédio, aula expositiva, ata de reunião, lista de compras, telefonema, entre outros. • Um dos primeiros passos para uma competente leitura do texto é a identificação do gênero textual em questão. • Veja alguns exemplos: a) Carta pessoal: o texto deve ser breve e pessoal. Sua estrutura é composta de local e data, vocativo, corpo e assinatura. A linguagem pode variar de acordo com a intimidade dos interlocutores, podendo ser formal, culta ou coloquial. b) Bula de remédio: este texto apresenta partes bem definidas. Geralmente traz a composição do medicamento, informações ao paciente, informações técnicas, indicações, contraindicações, precauções e advertências, reações adversas, posologia, o nome do médico responsável e do laboratório. c) Texto instrucional: é aquele encontrado nos manuais de instrução, o qual prescreve etapas e indicaprocedimentos para a realização de tarefas. d) Biografia: é o texto que conta a história de vida de uma pessoa. e) Verbete de dicionário: o texto de um verbete, enciclopédia e glossário traz o conjunto de definições, exemplos e abonações relativas a um vocábulo. f) Entrevista: é aquele que procura registar o depoimento de uma pessoa que esteja relacionada a algum acontecimento importante ou atual. h) Crônica jornalística: o objetivo de uma crônica jornalística é, geralmente, criticar a sociedade e a política com humor e ironia. Seus temas são acontecimentos do cotidiano. i) Carta do leitor: esse tipo de texto é encontrado em jornais ou revistas. Nele, o leitor manifesta seu ponto de vista falando sobre os acontecimentos do dia a dia. j) Divulgação científica: o texto de divulgação científica tem por finalidade divulgar as grandes descobertas no campo da ciência. Seu texto deve conter um vocabulário preciso, frases curtas e objetividade. k) Twitter: uma rede social em que os participantes relatam mensagens bastantes curtas, compartilhando com seus seguidores o que estão pensando ou fazendo. l) Chat: é uma conversa em tempo real, por meio da escrita, com interlocutores localizados em diversas regiões do mundo. Este tipo de texto possibilita uma rápida comunicação sem que haja necessidade de deslocamento. Assim, é possível trocar informações, fazer cursos, promover debates, participar de eventos ou mesmo realizar consultas nos setores de atendimento ao consumidor. m) Hipertexto: é uma espécie de texto multidimensional em que, numa página, trechos de textos se intercalam com referências a outras páginas. • Agrupamentos dos gêneros textuais: a) relatar: volta-se à documentação e memorização de ações humanas. Mostra experiências vividas, situadas no tempo (relato, notícia, diário, reportagem, crônica esportiva, biografia etc.) b) narrar: representa uma recriação do real. Isso pode ser visualizado na literatura ficcional (conto, conto fantástico, conto maravilhoso, romance, fábula, apólogo etc.) c) argumentar: diz respeito à discussão de problemas controversos. O que busca é a sustentação de uma opinião ou sua refutação, tomando uma posição (debate, editorial, carta argumentativa, artigo de opinião, discurso de defesa, carta de leitor etc.) d) expor: refere-se à apresentação e construção de diferentes formas dos saberes (texto explicativo, artigo científico, verbete, seminário, palestra, entrevista de especialista etc.) e) descrever ações ou instruir / prescrever ações: diz respeito às normas que devem ser seguidas para atingir algum objetivo (instruções e prescrições). Indica a regulação mútua de comportamentos (receita, manual de instruções, regulamentos, regras de jogo etc. Há uma classificação que, por revelar-se útil, tanto para a produção quanto para a leitura, enraizou-se na tradição escolar. • Trata-se do AGRUPAMENTO dos textos nos seguintes tipos: • Narrativos; Descritivos; Dissertativos (argumentativo, expositivo, explicativo); Injuntivos ou instrucionais; Textos dialogais/conversacionais. • É preciso deixar claro que esses tipos de textos não são encontrados em estado puro, ou seja, essencialmente, descritivos, narrativos e dissertativos. • Esses tipos de textos podem alternar-se num mesmo texto. • Tipologia Textual: I - A narração: Basicamente, um relato de ações praticadas vividas por personagens durante um período de tempo, em algum lugar: ações reveladoras de um conflito. • Basicamente, um relato de ações praticadas, vividas por personagens durante um período de tempo, em algum lugar: ações reveladoras de um conflito. • 1. Narrador: é aquele que narra alguma coisa; • 2. Personagens: quem participou do ocorrido ou o observou; • 3. Tempo: quando o fato ocorreu; 4. Lugar, espaço ou ambiente: lugar onde a trama se desenvolve; 5. Fato: aquilo que se vai narrar; 6. Causa: o motivo que determinou a ocorrência; para se achar a causa, pergunta-se por quê? 7. Modo: como se deu o fato; 8. Consequência: o que aconteceu em razão disso. Observação: Assim, depois de escolher o tipo de narrador (em 1ª pessoa), narrador-personagem, que participa da ação, que se inclui na narrativa, ou narrador (em 3ª pessoa), narrador-observador, que não participa da ação, ou seja, não se inclui na narrativa; qualquer texto narrativo conta um fato que se passa em determinado tempo e lugar, pois a narração só existe na medida em que há ação; esta ação é praticada pelos personagens. II- A Descrição: é o tipo de texto em que se expõem características, de seres concretos (pessoas, objetos, situações, etc.) consideradas fora da relação de anterioridade e de posterioridade. A descrição representa cenas, objetos, paisagens, pessoas etc., mostrando seus traços característicos. As características do texto descritivo são: a) é figurativo – artístico, imagético; b) não relata mudanças de situação, mas propriedades e aspectos simultâneos dos elementos descritos, considerados, pois, numa única situação. c) como o que se reproduz numa descrição é simultâneo, não existe relação de anterioridade e posterioridade entre seus enunciados. • A característica fundamental de um texto descritivo é a inexistência de progressão temporal, isto é, que o que se expõe seja simultâneo e que não se possa, portanto, considerar um enunciado anterior a outro. • Uma das marcas linguísticas da descrição é o predomínio de verbos no presente ou no pretérito imperfeito do indicativo. • O texto descritivo “representa cenas, objetos, paisagens, pessoas mostrando seus traços característicos. Na descrição de pessoas, procura-se focalizar a maneira de vestir, andar, os traços fisionômicos, gestos, palavras, caráter, pensamento”. Havendo, assim, uma mistura de descrição objetiva e descrição subjetiva. • Se o sujeito da descrição tentar passar a imagem do objeto mais pelo objeto em si, temos a descrição objetiva (objetividade relativa). Há, neste caso, certo distanciamento entre o sujeito e o objeto. Se o sujeito incorpora o objeto e o absorve em sua visão pessoal, temos a descrição subjetiva. III- A Dissertação: A dissertação é um tipo de discurso em que o enunciador delimita um tema dentro de uma questão ampla (assunto), para defender seu ponto de vista, apoiando-se em dados convincentes. • Ao defender seu ponto de vista, o enunciador analisa, questiona, critica ideias que expressam visões a respeito do mundo, da realidade em que todos estão inseridos. • Parágrafo Argumentativo: Nos textos argumentativos, os parágrafos são estruturados em torno de uma ideia normalmente apresentada em sua introdução, desenvolvida e reforçada por uma conclusão. • A ideia-núcleo ou tópico é apresentada logo no início e desenvolvida por meio de ideias complementares ou argumentos. • A estrutura dissertativa que possui introdução, desenvolvimento e conclusão é conhecida como ortodoxa, ou seja, conformidade absoluta com um certo padrão, norma ou dogma. A Construção do parágrafo • Os textos em prosa, sejam eles narrativos, descritivos ou argumentativos são geralmente estruturados em unidades menores chamadas de parágrafos. • Parágrafo padrão: “O parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela”. GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. Editora FGV, 2006, p. 219 O parágrafo padrão é formado por três partes: 1 – A Introdução, constituída por um ou dois períodos curtos, iniciais, em que se expressa a ideia-núcleo ou tópico frasal. 2 – O desenvolvimento que é a exposição da ideia-núcleo. 3 – A conclusão, que reforça o que foi dito na introdução. • Atenção! É bom você atentar ao “tópico frasal”, que geralmente contém “dois períodos curtos iniciais”. • O tópico frasal sintetiza a ideia-núcleo do parágrafo. • Vejamosagora a técnica da construção do tópico frasal I- DECLARAÇÃO INICIAL: O produtor de texto nega ou afirma alguma coisa logo ao iniciar o texto, apresentando seus argumentos, confrontos, analogias ou exposição de ideias de fatos da atualidade. O autor abre o parágrafo com uma declaração breve. II- ALUSÃO HISTÓRICA: Acontece quando ao iniciar um parágrafo o autor faz referência a um fato acontecido real ou fictício. III- PARÁGRAFO EXPLICATIVO: (definição) - O texto apresenta explicitamente uma definição de caráter didático sendo muito comum nos textos em que ocorrem a dissertação. IV- PARÁGRAFO ARGUMENTATIVO: Nos textos argumentativos, os parágrafos são estruturados em torno de uma ideia normalmente apresentada em sua introdução, desenvolvida e reforçada por uma conclusão, ou seja, início, meio e fim. V- OS PARÁGRAFOS NOS TEXTOS ARGUMENTATIVOS ESCOLARES: Os textos argumentativos escolares costumam ser estruturados em quatro ou cinco parágrafos (um para a introdução, dois ou três para o desenvolvimento e um para a conclusão). VI - O PARÁGRAFO NARRATIVO: Nas narrações, a ideia central do parágrafo é um incidente, isto é, um episódio curto. Nos parágrafos narrativos predominam os verbos de ação, que se referem a personagens e indicam as circunstâncias relativas ao fato que se está sendo narrado, ou seja, onde ele ocorreu, quando ocorreu, por que ocorreu. Nas narrações existem também parágrafos que servem para reproduzir as falas dos personagens. No caso do discurso direto (em geral introduzidos por dois-pontos e travessão) cada fala da personagem corresponde a um parágrafo. (Fonte: Terra, Ernani. Português de olho no mundo do trabalho) VII- O PARÁGRAFO DESCRITIVO: A ideia central do parágrafo descritivo é um quadro, ou seja, um fragmento daquilo que está sendo descrito (uma pessoa, um ambiente, uma paisagem etc.), visto sob determinada perspectiva. Alterado esse quadro, abra-se um novo parágrafo. Observação: O parágrafo descritivo apresenta as mesmas características da descrição: predomínio de verbos de ligação, emprego farto de adjetivos que caracterizam o que está sendo descrito, frequência de orações apenas justapostas, coordenadas. VIII- O USO DA INTERROGAÇÃO NO TÓPICO FRASAL: O parágrafo inicia-se com uma interrogação, direcionando-se ao desenvolvimento a partir da resposta ou esclarecimento do produtor ou aluno. Cabe ao produtor de textos atentar para a coerência dos argumentos de sua resposta ou esclarecimento. Exemplo: Tema: Dengue: De que maneira uma cidade pode combater a dengue? IX - TRABALHANDO O PARÁGRAFO Resumindo: A composição de um texto é constituída de três partes: • Introdução: é um texto introdutório ao assunto a ser tratado, constituído por um ou dois períodos curtos, que expressa a ideia- núcleo ou tópico frasal. • Desenvolvimento: é a exposição, argumentação ou explanação da ideia principal, (ideia-núcleo / tópico frasal), do parágrafo. • Conclusão: é a reafirmação do tema apresentado no tópico frasal e realiza as inferências a partir dos fatos apresentados e interpretados. • Dentre as formas mais usuais de expressão inicial no parágrafo conclusivo temos: Dessa forma, ... Portanto, Em vista dos fatos expostos, Em virtude dos fatos apresentados, Dado o exposto,... Conforme os argumentos expostos,... e etc. • X- TÍTULO E TEMA TÍTULO: É uma referência vaga a um assunto. É uma expressão mais curta que o tema. Na maioria das vezes, não contém um verbo. TEMA: É uma afirmação sobre determinado assunto, em que se percebe uma tomada de posição. É uma oração que apresenta um começo, meio e final. Por ser uma oração, deve apresentar ao menos um verbo. Resumindo: CARACTERÍSTICAS DOS TIPOS TEXTUAIS • São exemplos de gêneros em que prevalece a sequência narrativa: relato, crônica, conto, romance, fábula, contos de fada, piada, etc. • São exemplos de gêneros em que prevalece a sequência descritiva: autorretrato, folheto turístico, anúncio de classificado, cardápio, lista de compras, etc. • São exemplos de gêneros em que prevalece a sequência explicativa ou expositiva: textos de divulgação científica, textos de revistas especializadas, textos de cadernos de jornais, textos de livros didáticos, textos de verbetes de dicionários, de manuais, de enciclopédia etc. • São exemplos de gêneros em que prevalece a sequência injuntiva ou instrucional: propaganda, receita culinária, contendo o modo de fazer, manual de instrução de aparelhos eletrônicos, horóscopo, livros de autoajuda etc. REFERÊNCIA • SILVEIRA, Elisabeth. Metodologia do Ensino Superior. FGV-Online. • AQUINO, Renato; & DOUGLAS, William. Manual de português e redação jurídica. 6ª edição – Niterói: Impetus, 2017. • ANDRADE, Maria Luzia Paiva de. Linguagens e Pesquisa. 1ª edição – Niterói: Universidade Salgado de Oliveira, 2019.