Hábitos de Leitura e Aprendizado

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Ín
di
ceÍndice
1. O QUE É UM HÁBITO?
2. POR QUE LER, AFINAL?
3. COMO CONSEGUIR LER TODOS OS DIAS?
4. LENDO UM LIVRO EM 7 DIAS 
5. CONCLUSÃO: CONSTRUINDO A SUA NOVA VERSÃO
EXTRAS
6. SUGESTÕES DE LEITURA
03
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NOTA IMPORTANTE: APROVEITE OS LINKS PARA AMPLIAR A SUA EXPERIÊNCIA DURANTE A LEITURA DESSE
EBOOK. CADA CLIQUE É UMA DESCOBERTA. 
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“Os hábitos são a vitória do tempo sobre a vontade.”
Michel de Montaigne
Segundo o autor James Clear, do livro Hábitos Atômicos, os hábitos são 
como as partículas atômicas que compõem as pessoas que somos.
Assim como os átomos são as unidades fundamentais da matéria, hábitos 
são os blocos de construção das realizações humanas maravilhosas e dos 
progressos de vida. São os processos diários que acrescentam-se e podem 
levar a resultados que a gente sequer imaginou.
Todo mundo, inclusive eu e você, já teve dificuldade em inserir algo novo 
na rotina, seja começar na academia ou escrever todos os dias. Um hábito 
não é algo que nasce com a gente, mas é fruto de uma escolha real nossa.
A verdade é que começar algo novo, colocar isso na sua rotina todos os 
dias não é a coisa mais fácil do mundo. 
Mas posso dizer, com certeza, que não é a mais difícil.
Afinal, eu estou aqui lendo todos os dias há uns bons anos e indo para aca-
demia de segunda a sexta há, pelo menos, um ano. E bom, se eu consigo, 
você também consegue. 
O hábito é rotina. É aquilo que você faz todos os dias. E cada dia que você 
faz vai se tornando mais fácil, automático. 
Um estudo realizado pela Universidade de Sussex mostrou que ler ajuda 
a reduzir em até 68% os níveis de estresse. Além disso, o hábito da leitura 
https://portal.pucrs.br/blog/habito-de-leitura/
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tem tudo a ver com a saúde mental, pois envolve imaginação, mentaliza-
ção e antecipação e o nosso cérebro precisa desse exercício para continuar 
funcionando bem. 
Observe que não é difícil você escovar os dentes antes de dormir ou confe-
rir se colocou o alarme para a hora certa justamente porque é um hábito. 
Então, quando estamos falando de leitura, é o mesmo raciocínio: se quere-
mos ler todos os dias, temos que… ler todos os dias. São aquelas paginazi-
nhas todos os dias que vão fazer de você um grande leitor. 
Se hoje eu consigo ler grandes obras, como Crime e Castigo de Dostoiévski, 
é porque em outro momento eu li outras coisas mais simples e fui cons-
truindo repertório. 
E sendo sincera, só dá para construir um bom repertório se expondo a di-
versos livros diferentes e eles, não necessariamente, serão mais fáceis. 
Ter um repertório não é só sobre ler grandes obras, mas entender como 
aquelas histórias - que ultrapassaram a barreira do tempo - moldam a nos-
sa humanidade. 
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Poderia ser a pergunta de um milhão de reais. 
Eu comecei a ler porque gostava de ouvir histórias e, depois, passei a que-
rer conhecê-las como elas são. Então, comecei com livros mais simples. 
Naquela época era algo como Desventuras em Série ou Minha vida fora de 
série. E aos poucos, fui aprofundando a minha leitura, conhecendo autores 
de outros lugares do mundo, como russos, suíços, franceses… 
Eu também comecei a ler porque eu queria escrever melhor. Quando eu ti-
nha uns 16 anos, comecei a escrever um conto e que, anos depois, em 2021, 
foi publicado pela editora Penalux. 
Mas acredito que o motivo mais forte para eu começar a ler foi o simples 
fato de querer conhecer mais. Dentro da faculdade, li livros que não esta-
vam na bibliografia da matéria, mas que me deram uma visão mais com-
pleta do que os textos que o professor passou. 
Dentro da faculdade, consegui bolsas de estudos em Literatura e Filologia 
justamente porque eu lia muito e os professores viram valores nisso. Tam-
bém fui convidada para publicar meus artigos em duas revistas da facul-
dade.
E mesmo depois que saí da faculdade, a leitura me ajudou e me guiou para 
bons empregos. E em menos de três anos, dupliquei o meu salário. 
Eu não posso e nem consigo imaginar que eu conquistaria tudo isso sem 
o hábito da leitura. Sem aprender com os livros, seja um livro técnico que 
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me ensinou alguma habilidade no trabalho, ou um livro ficcional que me 
ensinou sobre o ser humano e me deu a capacidade de me comunicar e 
pensar melhor. 
Mas, então, a resposta é relativamente simples: devemos ler para conhecer 
o mundo, pensar melhor, tomar melhores decisões e ser mais inteligentes. 
Pense comigo: pessoas como Thiago Nigro ficaram ricas do nada ou a leitu-
ra teve um papel constante e importante? É só você olhar a biblioteca dele. 
Há diversos livros sobre negócios, finanças e ações. 
Ou o Gaveta, que fala de cinema no Youtube. Será que ele sabe tanto ape-
nas assistindo aos filmes e séries? Não. Ele tem uma base teórica porque 
ele leu e continua lendo para fazer os vídeos para o canal. 
Até o nadador recordista mundial, Cesar Cielo, leu um livro de outro cam-
peão mundial (de xadrez) e tirou diversas lições de disciplina e superação. 
As pessoas que têm bons resultados leem. Elas sabem que o conhecimento 
que há no livro não mudará em 24 horas e sabem também que o conteúdo 
denso, o que ensina de verdade, está nos livros e não em um vídeo de 30 
segundos. 
Não, não está proibido se divertir.
Tanto é que sempre digo: continue assistindo aos blockbusters, curta o 
Espetacular Homem Aranha e até mesmo a Colleen Hoover. Quer ler Dan 
Brown? Vá em frente! 
https://www.facebook.com/CesarCielo/photos/a.376205325732123/2225552324130738/?type=3
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Mas é preciso ter consciência de que há uma literatura que te ensinará 
coisas sobre a vida que você não aprenderá com os que citei ali em cima. 
A literatura – por exemplo, os livros clássicos – ensina a ter empatia, a en-
tender melhor as outras pessoas e até a se entender melhor. 
Os livros te levam a lugares que você nunca foi, te coloca para viver ou-
tras vidas as quais não é a sua, te expõe a situações que você nunca viveu 
e nem viveria, mas vai aprender como lidar. Você vive o personagem, mas 
não é ele. 
Quando eu li Anna Kariênina parece que de dia eu era uma pessoa normal, 
trabalhava e resolvia problemas, mas à noite – na hora da minha leitura 
diária – eu já não era mais a Anna e sim uma observadora da vida da Anna 
Kariênina e do Liév. Eu andei de cavalo com o Vrónski. Eu senti a raiva 
pulsar com a Anna. 
É isso que uma única leitura me permitiu. Viver uma vida que não é a mi-
nha. Rir, me emocionar e aprender. 
Então, por que ler? Porque eu não tenho tempo para conhecer tudo, mas 
através dos livros eu posso conhecer muito mais do que eu conheceria 
apenas sendo a Anna. 
Mas você deve pensar que ler é apenas para pessoas talentosas, ou que 
têm horas e horas livres ao dia.
Esse é um mito.
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Você pode ler mesmo com uma rotina muito ocupada.
Vamos voltar para o livro que acabei de citar – Anna Kariênina. É um livro 
clássico de umas 800 páginas. Se você ler 15 páginas ao dia, dedicando uns 
10 a 20 minutos, sabe quando terminaria o livro?
Em apenas 6 semanas. Um mês e meio. 
Se bobear, você vai terminar lendo por uma ou duas horas de supetão. En-
tão vamosdizer que um mês e meio, lendo por 10 a 20 minutos ao dia, se-
ria suficiente para você concluir uns dos maiores livros da literatura russa 
clássica.
É impossível? Não, não é. A gente passa nas redes sociais umas 3 a 4 horas. 
Dedicar 10 a 20 minutos para reforçar a inteligência não deveria ser pesa-
do – é uma obrigação.
Logo, eu acredito que se uma mãe solteira com 3 filhos consegue terminar 
uma leitura como Anna Kariênina, acredito que você também consegue.
Sei disso porque tenho visto mães, maridos, funcionários públicos e free-
lancers adotando cada vez mais o hábito da leitura mesmo com uma roti-
na ocupada.
E se o problema é a preguiça?
Olha, daqui a pouco vou responder essa pergunta no próximo capítulo, 
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mas saiba que a preguiça é um sinal de um cérebro acostumado com altas 
doses de dopamina.
É normal querer descansar e tirar uma soneca. É bom e sadio buscar o des-
canso. Mas se você quer ler e bate a preguiça, esse é seu corpo resistindo-
-se a sair do hábito ruim que foi criado nele.
Não dá para tirar um hábito de raiz do nada. Tem que substituir um hábito 
por outro.
Logo, quando você olhar o capítulo de Como Ler, vai perceber que as ações 
são bem mais simples do que você pensava.
Confie.
A leitura é para você, seja uma pessoa ocupada ou uma pessoa preguiçosa.
—
Não entende o que lê?
Precisamos reconhecer onde estamos e para onde queremos ir. Não dá 
para, por exemplo, corrermos uma maratona de 5km se nós nem sequer 
corremos 3 minutos na esteira e nem temos tênis de corrida. 
Para treinar a nossa capacidade de absorver e entender o conteúdo, temos 
que começar com pequenos passos. Livros mais simples nos ajudam a en-
tender não só nosso próprio ritmo de leitura, mas nos acostumar com a 
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linguagem literária.
Os livros, em maioria, não têm gírias e nem jargões (a não ser que seja um 
livro contemporâneo e específico brasileiro). Então, precisamos nos acos-
tumar até mesmo com um português anterior ao nosso. 
E sim, a língua é viva. O português de Machado de Assis ou Eça de Queirós 
não é igual ao nosso e aqui mora a beleza de conhecer e ler outras obras. 
Você aumenta o seu vocabulário e conhece o seu próprio idioma também. 
Então, a partir do livro simples, vamos aumentando a complexidade e com 
isso a nossa absorção de conteúdo e o entendimento dele vão amadure-
cendo. É como se aqui já corrêssemos 2km e temos a gana de conseguir os 
5km. 
Por isso, vai ter um momento em que livros como Crime e Castigo ou
Memórias Póstumas de Brás Cubas vão se tornar tranquilos para você ler. 
Mas como diria Yoda: Desaprender o que aprendeu você deve. 
Ou seja, desaprender a ficar no celular em todo lugar e todo o tempo e 
aprender a ler todos os dias. 
É o que falaremos no próximo capítulo. 
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Falando de verdade: disciplina e vontade. 
Isso faz parte do hábito. No início, vai ser chato mesmo. “Pô, cheguei can-
sada do trabalho e ainda tenho que ler?”. Sim, eu sei que você pensou isso. 
Mas eu prometo que vai chegar um momento que o seu pensamento vai 
ser “Ainda bem que tenho uma história maravilhosa para ler em casa”. 
Cada vez será mais fácil de conseguir vencer a vontade de ver aquela noti-
ficação do… Whatsapp. Ou qualquer notificação aleatória que certamente 
você poderá ver depois. 
O que eu percebi é realmente que no início parece que não vai dar certo. 
Às vezes, é o livro que é chato mesmo ou você não consegue se envolver 
com a leitura. 
Eu estava super animada para ler O apanhador no campo de centeio, do J. 
D. Salinger. Quando comecei a ler, achei o livro um saco. Eu me arrastei 
para terminar só porque eu tinha esperança que no final fosse ficar bom. 
E tá tudo bem achar um livro chato. Ainda que todo mundo goste. Ainda 
que seja um clássico. Para algumas pessoas, Dom Casmurro é chato. Benti-
nho é um pé no saco e Capitu só tem olhos de cigana oblíqua e dissimulada. 
Dom Quixote pode ser só um maluco que alucinou e saiu por aí, atrás de 
aventuras, gigantes e moinhos de vento. 
Tá tudo certo. Ninguém é obrigado a gostar de um livro só porque ele é 
clássico ou só porque dizem que é bom. Você não está diminuindo a obra, 
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e sim delimitando o seu gosto pessoal.
A leitura pode não te conquistar no primeiro encontro. Vai precisar daque-
le esforço diário de, talvez, puxar assunto, sabe? Pega o livro, lê 5 páginas… 
Mas tem que ser todos os dias. 
É igual a um bom casamento. Todos os dias, as duas partes precisam culti-
var a companhia um do outro, não é? Por isso, você precisa cultivar todos 
os dias a companhia de um bom livro.
Então, como conseguir ler todos os dias? Lendo todos os dias. Isso tem que 
se manter até nos dias mais caóticos. E quando não der mesmo para ler, 
não é como se você tivesse cometendo um crime. Apenas retome o seu rit-
mo e vida que segue. 
Algo que pode lhe ajudar é colocar uma meta de minutos ou páginas lidas 
para conseguir sentir o progresso.
Você vai descobrir no próximo capítulo como ler um livro em 7 dias, então 
se prepare que no final deste guia prático você saberá como ler em uma 
semana o que não conseguiu ler em todo um ano.
Bora lá?
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Pegue qualquer livro da sua estante. 
Ah, Anna, não tem nenhum livro aqui e eu nem sei o que ler. 
Calma, padawan. No final do e-book tem algumas sugestões de leitura para 
você. 
Mas enfim, antes de pegar qualquer livro da sua estante, vamos pegar um 
qualquer que seja realmente bom. Para isso, você vai fazer 3 passos sim-
ples:
 1. Escolha o livro (aqui você pode ir pelo feeling):
 Achou o título curioso? Ou a capa e chamou atenção?
 Vai selecionando…
 2. Folheei o livro: leia o título, subtítulo (se tiver), dá uma olhada em 
 como são os capítulos.
 Observe com atenção essas informações porque elas são o mapa
 do livro. 
 3. Lê a contracapa e até o prefácio, se for o caso. Por último, dá uma 
 lidinha em algum capítulo (normalmente, eu escolho o primeiro)
 Com isso, você estará escaneando o livro. Entendendo o assunto e como 
 ele é tratado. 
Com esses 3 passos, você já vai com outra cabeça para o livro. Você desco-
brirá sobre o que é o livro e se ele te interessa. Às vezes, você prefere algo 
do gênero fantasia do que um romance histórico, por exemplo. 
Ok, você está com o livro em mãos. Tá sentindo a animação? Ansiedade? 
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Eu sempre fico quando alguém está começando a ler… É tipo uma irmã 
mais velha apresentando aquele jogo que o irmão mais novo não podia jo-
gar… ainda. 
Com essa planilha aqui [acesse aqui] você vai conseguir saber exatamente 
quantas páginas precisa ler por dia para completar o desafio de ler um li-
vro em 7 dias. 
Então, seja realista, e escolha um livro mais curto. Talvez Anna Kariênina 
ou Musashi não sejam boas opções. 
Depois de descobrir quantas páginas você precisa ler por dia, é hora de se 
preparar para a leitura e você pode fazer isso de uma maneira muito sim-
ples:
1. Coloque o celular no silencioso ou, se for muito viciado, em outro cômo-
do. Isso vai te ajudar a ter menos vontade ou, pelo menos, não ver a notifi-
cação chegando. 
 Já aconteceu de eu estar lendo e o simples bip do celular
 me desconcentrou. Então, quando eu estou no mood de leitura, o celu-
 lar sempre estará silencioso para não atrapalhar o meu ritmo.
2. Ambientesilencioso: isso aqui é muito importante, viu? Não só para você 
entender o que está lendo, mas também para se envolver com a história.
 Mas vamos dizer que você não tenha um ambiente silencioso. Vamos 
https://docs.google.com/spreadsheets/d/1pOiuB_5BzcWOsPqCbmL0ora-qyTtD0vIJ1W23e_pL2E/edit?usp=sharing
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 dizer que você vai ler no busão, ou tem filhos em casa, ou só tem a hora 
 do almoço. 
 Calma, ainda há esperança. 
 Para ler no ônibus, você precisa tomar cuidado, primeiro, com sua vi-
 são. Se você já tem costume, tudo bem, senão tome cuidado, ok?
 No caso das crianças, ou você pode ler uma história junto com elas, ou 
 quando elas foram dormir, naqueles fatídicos 10 minutos de respirar 
 fundo, um livro pode ser o sopro de energia que te faltava. 
 E na hora do almoço, ao invés de se cansar vendo vídeos inúteis, uma 
 boa leitura pode ser o respiro que você precisava para voltar à rotina 
 de trabalho. 
 E em todos os casos, um fone de ouvido com uma música instrumen
 tal (clássica, jazz ou ruído branco) pode te ajudar a se concentrar. O ruí-
 do branco, principalmente, ajuda demais na concentração. 
 Quando eu estava na faculdade, eu tinha pouco tempo para ler o que
 eu queria. Sempre era nos intervalos das aulas, ou antes das aulas 
 começarem. 
 Então, eu lia no ônibus também ou sempre estava com um livro perto 
 (junto com um fone de ouvido) para ler nos intervalos das aulas. 
3. Não ultrapasse a quantidade de páginas diária: por mais que você esteja 
hiper mega ultra animado (a) com a escolha do livro e queira muito ler, se 
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você ainda não tem ritmo, pode ser que no dia seguinte, você se sinta mais 
cansado do que deveria e acabe abandonando a leitura. 
 Por exemplo, imagine que você começou a academia hoje e já quer pe-
 gar 50kg no supino. Você pode conseguir? Claro que pode. Mas no outro 
 dia vai estar tão cansado que é capaz de nem aparecer mais na acade-
 mia. Então, pegue pouca carga, quer dizer, leia poucas páginas, mesmo 
 sabendo que você pode ler mais. Vá aos poucos. 
Agora vem a parte mais complicada de todas…
4. Pegar um marcador e fazer marcações.
Na verdade, isso seria um passo opcional. E nesse caso, temos duas opções:
 4.1 Se o livro for técnico (tipo um Trabalhe 4 horas por semana ou Mais 
esperto que o diabo) considere fazer marcações nele. Com um marcador de 
texto ou lápis, selecione o que for mais importante – mesmo –, um insight 
ou algum raciocínio do autor. 
 4.2 Se não for um livro técnico e mesmo assim sentir vontade de marcar 
uma passagem literária que você gostou, marque com o lápis ou marque a 
página com aqueles post-its de página. Eu faço isso e depois volto para ler 
aquela cena de novo. 
Foi assim que fiz com A sombra do vento, de Carlos Ruiz Zafón
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Vou aproveitar e inserir um bônus 
agora porque é relevante para você 
saber como fazer boas marcações.
Não esperava isso, mas já
que estamos aqui…
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Como fazer boas marcações?
—
Para fazer boas marcações, é preciso que a gente marque o que de fato é 
importante. Não dá para ter um texto assim, por exemplo: 
Se tudo é importante, nada é importante. Durante a sua leitura, destaque 
partes ou passagens do livro que você achou importante, anote suas opini-
ões e dúvidas sobre aquele trecho. Mas lembre-se de marcar só o que for 
mesmo importante!
Para te ajudar na hierarquia da informação, você pode utilizar duas cores, 
como eu fiz no livro Ultra-aprendizado, do Scott Young. As cores diferentes 
ajudam a guiar quais informações são mais importantes do que outras.
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Eu sei a cor amarela para informações importantes, como as opiniões e 
insights do autor, e a cor verde para informações estatísticas, exemplos ou 
algum alguém que o autor do livro citou. 
Nesse mesmo livro, eu também utilizei um método mais complexo, mas 
não é difícil de fazer. Nesse caso, entrou a caneta para escrever as minhas 
opiniões e discordâncias com o autor (segue na próxima página).
24C O M O L E R E E N T E N D E R U M L I V R O E M 7 D I A S E L E M B R A R T U D O D E P O I S D E U M M Ê S
Utilizo a caneta ou o lápis para conversar com o livro. Com isso, eu tenho 
uma leitura ativa e me mantenho em diálogo com o autor. 
Fazer anotações, principalmente à mão, nos ajuda a amplificar o aprendi-
zado, acelerando o processo de internalização do conhecimento. Por isso, 
eu faço e recomendo que você também faça anotações sobre o livro. Essas 
anotações podem ser no Notion, em um caderno ou em um documento de 
word. 
Você pode estar se perguntando como fazer para selecionar essas partes 
importantes ou até mesmo como fazer uma hierarquia do que é mais ou 
menos importante.
Para selecionar as partes importantes, você precisa estar atento ao texto. 
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Conceitos, exemplos, descobertas, referências bibliográficas, datas… Tudo 
isso pode ser importante para você. Vai depender do tipo de livro que você 
está lendo. 
Quando estava lendo o livro Ultra-aprendizado foquei em saber quais mé-
todos o autor utilizou e a sua opinião sobre a educação padrão que recebe-
mos. Quais foram os passos que ele fez? Qual a sua opinião sobre isso? Por 
isso, grifei as partes em que ele falava sobre isso. 
Esse processo cinestésico da escrita ajuda na absorção do conteúdo, pois 
você está lendo, mas também escrevendo e refletindo.
Depois da leitura, ainda há outra coisa, outro mecanismo, que vai elevar o 
seu nível de compreensão ainda mais, além de te dar referências para ex-
plorar outras obras: o resumo.
O resumo é resultado da sua conversa, suas anotações, estendidas, junto 
ao conteúdo do livro e também as suas pesquisas. Então, utilize o ChatGPT, 
artigos, outros livros e autores para compreender o livro que você está 
lendo.
Com esse processo você está se tornando uma pessoa que busca informa-
ções, ao invés de apenas recebê-las.
Você está buscando e construindo referências. Conforme você aprende no-
vas coisas, você está desbloqueando a sua capacidade de aprender. Ou seja, 
a cada livro que você lê, você está desbloqueando a sua capacidade de 
ler outros livros.
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Um exemplo de resumo que fiz do livro Ultra-aprendizado:
https://annafreire.notion.site/Ultra-aprendizado-9ea5d86da7fd43bbb4da-
b8fa3b53a66a?pvs=4
Por isso, risque os seus livros, destaque as frases que te marcaram, que 
refletem coisas importantes dos livros e assim você construirá um grande 
aprendizado.
https://annafreire.notion.site/Ultra-aprendizado-9ea5d86da7fd43bbb4dab8fa3b53a66a?pvs=4
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Parece simples? É simples. Mas você vai fazer isso durante 7 dias. Ou seja, 
durante 7 dias, você vai colocar o seu celular no silencioso, se concentrar 
em um ambiente silencioso, abrir o livro e ler. 
Tipo Karate Kid. Eu sou Miyagi-san e você vai fazer o mesmo exercício to-
dos os santos dias.
Pode ser que nesse período, você queira fazer anotações, então não esque-
ça de manter um bom lápis ou caneta e um pedacinho de papel ou um blo-
co de notas perto de você, como o seu companheiro na leitura.Uma coisa que eu faço e que me ajuda – na maior parte, em livros técnicos 
– é explicar o conceito com as minhas próprias palavras. 
Ou também tentar encontrar situações para colocar em prática logo em 
seguida alguns conceitos do livro.
O importante é começar e terminar em 7 dias.
Mas enfim, você leu durante 7 dias. Você terminou um livro em 7 dias. 
E como lembrar desse conteúdo daqui a um mês? Como memorizar essa 
informação?
Escrever sobre esse conteúdo já é uma ótima forma de você lembrar dele 
depois. Afinal, além de ter lido, você escreveu sobre esse conteúdo, e mais: 
28C O M O L E R E E N T E N D E R U M L I V R O E M 7 D I A S E L E M B R A R T U D O D E P O I S D E U M M Ê S
você poderá consultar quando quiser e saberá os seus pensamentos na-
quele momento, podendo até comparar com uma releitura depois. 
Mas se você conversar sobre esse assunto com outras pessoas e também 
relacionar com coisas da sua vida, ficará ainda mais fácil de memorizar. 
Quando eu li o livro Design do dia a dia, comecei a ver design em tudo o que 
estava ao meu redor. Olhava para uma torneira ou uma pia e pensava: ok, 
isso aqui tem um bom design ou isso aqui tem um mau design. Eu apliquei o 
que eu li na minha realidade. 
E acabei treinando o meu olhar para perceber boas práticas de design e 
isso me ajudou a criar coisas com um bom design. 
E quanto aos livros ficcionais, Anna?
Prestar atenção nos detalhes dos personagens, seus pensamentos, motiva-
ções e sentimentos é um ótimo caminho porque você pode até não se lem-
brar muito da história em si, mas se lembrará de como o personagem se 
sentiu e como ele fez você se sentir. 
Um exemplo disso, eu terminei de ler Anna Kariênina em janeiro. Pode ser 
que eu não lembre os pormenores da história, mas eu lembro do sentimen-
to de desespero e raiva de Anna. Lembro do nervosismo de Liévin com o 
nascimento do filho e os sentimentos ambíguos em relação a ele. Também 
lembro do sofrimento da Kitty por um amor não correspondido e a sua 
alegria ao descobrir o verdadeiro amor. 
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Então, uma leitura atenta, anotações e fazer isso por vários dias vai fazer 
com que você memorize e daqui a um mês esse conteúdo ainda estará fres-
co ou você terá mecanismos para refrescar a sua memória. 
Entendeu, padawan? Será que você tem o que é preciso para se tornar 
um Jedi?
E agora, Anna, o que eu faço?
Continua. Agora, você pode pegar outro livro, aumentar o número de dias… 
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Um resumo do que você viu: 
1. Escolha um livro com os 3 passos simples; 
2. Utilize a tabela para saber quantas páginas você terá que ler para
terminar o livro em 7 dias (lembre-se: seja realista com a escolha do livro);
3. Ative o modo vou ler: celular desligado, ambiente silencioso
e concentração;
4. Faça anotações, marcações, caso queira;
5. Repita isso por mais 7 dias. 
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Sabe aquela obra da sua casa que parece que não vai terminar nunca? 
Sempre, magicamente, surge algo para ser feito… A sua nova versão
é assim. 
Tá, brincadeira. 
Mas a construção do conhecimento é contínua. A gente está sempre apren-
dendo coisas novas e há sempre algo para se aprender. 
Não é para ficar com F.O.M.O (Fear of Missing Out), até porque a gente não 
é um robô para conseguir saber de tudo ao mesmo tempo e em todo lugar. 
Pelo contrário: precisamos escolher o que queremos saber e aí poderemos 
saber bem daquele assunto. 
Eu, por exemplo, escolhi saber muito bem sobre UX Design e Marketing 
Digital, que é a minha profissão, mas também sobre Literatura Estrangeira 
(clássicos e contemporâneos). 
O principal é: os seus interesses podem te render excelentes leituras!
E entenda, de uma vez por todas, que não vão existir condições perfeitas 
para você começar algo. O caminho para construir uma versão sua mais 
inteligente é agora, é hoje. 
Você e eu precisamos do desejo e da disciplina de mudar o nosso ser para 
melhor. Simples assim. 
Leia. 
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Leia, mesmo que o mundo ao seu redor esteja barulhento. Leia, mesmo 
que você ache que não vai entender. Leia, não porque alguém te disse para 
fazê-lo, mas porque dentro de você existe o desejo ardente de ser a sua me-
lhor versão. 
Leia. 
Quando eu leio me sinto sempre desenvolvendo a minha melhor versão… 
É o que acontece comigo. 
Anna. 
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Sugestões de leitura
—
O alienista, Machado de Assis
Depois de uma temporada colhendo bons frutos para a sua carreira médi-
ca, o Dr. Simão Bacamarte volta ao Brasil para se dedicar ainda mais à sua 
profissão. 
Chegando na cidade, casou-se com uma moça na intenção de que ela lhe 
desse filhos e logo depois abriu um empreendimento chamado Casa Verde, 
um manicômio. 
O problema é que esse manicômio vai ficando cada vez mais cheio e o dou-
tor se vê cada vez mais obcecado pelo trabalho. E bom, você vai ver que 
nem tudo pode ser encaixado em um padrão. 
Nesse livro, vemos a maestria da análise psicológica e a crítica social de 
Machado de Assis em um livro curto e tranquilo de ler. 
(Sugestão: ~10 páginas/dia em ~15 dias para as 150 páginas)
O alienista na Amazon
A metamorfose, Franz Kafka
A metamorfose é uma novela que conta a história de Gregor Samsa. Ele era 
um caixeiro-viajante até que em um belo dia se tornou um inseto monstru-
oso. 
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Ele que, outrora, era bem-visto e bem-querido pela família, pois a susten-
tava, agora só recebia olhares de horror e desprezo. 
Nessa novela, vamos ver como Gregor lida com a sua nova forma e como 
as pessoas passam a vê-lo.
(Sugestão de leitura: ~8 páginas/dia em ~15 dias para as 120 páginas.)
A metamorfose na Amazon
O estrangeiro, Albert Camus
O estrangeiro é um livro… estranho. Isso porque a gente entra em contato 
com Meursault, um cara que é alheio e aparentemente não liga para nada, 
mas conforme vamos lendo a história, percebemos que ele não é tão alheio 
assim e que algumas atitudes suas, ainda que sejam tanto faz ainda há um 
fio de escolha por Meursault. 
É como se ele fosse estrangeiro da própria vida, ao mesmo tempo em que 
vive uma vida repleta de escolhas impensadas e até mesmo culpando o 
calor do sol. 
Vale lembrar que Camus foi um filósofo e teve influência do existencialis-
mo de Sartre para criar a sua teoria do absurdismo. 
(Sugestão de leitura: ~12 páginas/dia em ~20 dias para as 240 páginas.)
O estrangeiro na Amazon
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Carrie, a estranha, Stephen King
Prepare-se para uma descida às profundezas do terror adolescente. 
Carrie White, uma jovem tímida e constantemente humilhada, descobre 
possuir poderes telecinéticos assustadores. Cansada de anos de bullying e 
repressão, Carrie agora vai começar a sua vingança.
Stephen King é um chefe do mistério e nesse livro ele entrega uma exce-
lente história. 
(Sugestão de leitura: ~15 páginas/dia em ~20 dias para as 300 páginas.)
Carrie na Amazon
A sombra do vento, Carlos Ruiz Zafón
Em uma Barcelona pós-guerra, o jovem livreiro Daniel Sempere descobre 
um volume esquecido de um autor enigmático e inicia uma busca obceca-
da por respostas, revelando uma trama envolvendo amor proibido, traição 
e segredos sombrios.Zafón cria um verdadeiro tributo à literatura em um 
livro que fala sobre livros esquecidos e também misteriosos. 
(Sugestão de leitura: ~20 páginas/dia em ~20 dias para as 400 páginas.)
A sombra do vento na Amazon
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Um último aviso…
—
Eu sei que ler sozinho é um saco. Às vezes, assistimos ou lemos algo muito 
legal e não temos ninguém com quem compartilhar. 
Agora, imagine, você ler Crime e Castigo e querer discutir sobre o Raskol-
nikov e por não ter ninguém o assunto e a lembrança dele some da sua 
cabeça. 
Pensando nisso, eu quero te apresentar o Clube Leia Mais. E não, você 
não vai gastar 400 ou 500 reais nele. Você poderá participar por apenas 
R$19,90 ao mês. 
É como uma assinatura na Netflix, mas você lerá bons livros, – clássicos e 
contemporâneos – poderá conversar com eles em uma comunidade e tam-
bém terá acesso ao meu acervo de emails com histórias e dicas para apri-
morar a sua leitura sempre. 
Quando eu me formei em Letras Vernáculas lá na UFBA, eu entrei em um 
dilema muito forte: “Gosto de ensinar, mas não isso que a escola quer que eu 
ensine e nem do jeito que a escola quer que eu ensine… Uma história é muito 
mais do que um amontoado de características de um período literário ou de 
frases subordinadas e coordenadas. O que eu faço?”
Eu queria ensinar leitura. A beleza que existe dentro de um livro que me 
conquistou e me levou a lugares que eu nunca imaginei, tanto na minha 
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vida pessoal quanto profissional. 
E então surgiu o projeto da minha vida, o Leia Mais. 
Convido você, leitor (a), que quer ser mais inteligente e interessante atra-
vés dos livros, a ler um livro por mês comigo, receber meus emails e parti-
cipar de uma comunidade com o mesmo objetivo. 
Clique AQUI e saiba mais.
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Então, é isso, pessoal! 
P.S: antes de ir, não deixe de ler o poema 
de Fernando Pessoa (sob o codinome
Alberto Caeiro) na última página. 
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.
Se soubesse que amanhã morria
E a primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
A L B E R T O C A E I R O ( F E R N A N D O P E S S O A )