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1 UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA Serviços Jurídicos Cartorários E Notariais EAD Aluna: Glauco Zacharias de Melo Matrícula: 1230105414 Disciplina: Direito Político Professora: Renata Bahia de Lacerda Soberania nacional e globalização Rio de janeiro/RJ 2024 2 O Estado, entidade fundamental na organização social e política das nações, detém a prerrogativa da soberania, atributo que lhe confere poder supremo para governar interna e externamente. No entanto, a globalização, fenômeno multifacetado que intensifica a interconexão entre os países, impõe desafios à concepção tradicional de soberania nacional. Este trabalho tem como objetivo analisar os efeitos da globalização sobre o Estado Nacional e o conceito de Governo Soberano, buscando compreender as implicações dessa complexa relação no cenário internacional contemporâneo. 2. O Estado Nacional e a Soberania: Conceitos Fundamentais O Estado Nacional, conforme definição clássica de Jellinek, caracteriza-se por três elementos constitutivos: população, território e governo. A soberania, atributo essencial do Estado, reside no poder supremo de autodeterminação, ou seja, na capacidade de exercer sua autoridade sem subordinação a qualquer poder externo. Essa prerrogativa garante ao Estado a autonomia para estabelecer suas leis, políticas públicas e relações com outros países. 3. A Globalização e seus Impactos na Soberania Nacional A globalização, intensificada nas últimas décadas, caracteriza-se pela crescente interconexão entre os países nos âmbitos econômico, político, social e cultural. Esse processo, impulsionado pelo avanço das tecnologias de comunicação e transporte, redefine as relações de poder no cenário internacional e impõe desafios à concepção tradicional de soberania nacional. 3.1 Desafios à Soberania Estatal A globalização apresenta diversos desafios à soberania nacional, dentre os quais podemos destacar: • Interdependência Econômica: A intensificação do comércio internacional e a integração em blocos econômicos limitam a autonomia dos Estados na definição de suas políticas econômicas. • Migração Internacional: O fluxo crescente de pessoas entre fronteiras coloca em questão o controle estatal sobre o território e a população. 3 • Influência de Atores Não-Estatais: Empresas multinacionais, organizações internacionais e grupos de interesse transnacionais exercem influência significativa nas decisões políticas e econômicas dos Estados. • Ameaças Transnacionais: Crimes como tráfico de drogas, terrorismo e crimes cibernéticos exigem cooperação internacional, limitando a capacidade dos Estados de lidar com esses problemas de forma autônoma. 3.2 Repensando a Soberania na Era Global Diante dos desafios impostos pela globalização, torna-se necessário repensar o conceito de soberania nacional. Autores como Bobbio e Held defendem a ideia de "soberania compartilhada", na qual os Estados dividem o poder com outros atores em questões que transcendem suas fronteiras. Essa perspectiva reconhece a interdependência dos países e a necessidade de cooperação internacional para solucionar problemas globais. 4. O Governo Soberano na Era Global: Adaptação e Cooperação Para manter sua relevância na era global, o Governo Soberano precisa se adaptar às novas realidades e buscar alternativas para exercer seu poder de forma eficaz. A cooperação internacional assume um papel fundamental nesse contexto, permitindo aos Estados trabalhar em conjunto para enfrentar desafios comuns e defender seus interesses. A globalização impõe desafios à soberania nacional, mas também abre novas oportunidades para a cooperação entre os Estados. O Governo Soberano, na era global, precisa ser adaptável, flexível e capaz de trabalhar em conjunto com outros atores para defender os interesses nacionais e promover o bem-estar da população. Repensar a soberania e buscar novas formas de exercê-la é fundamental para garantir a efetividade do Estado no cenário internacional contemporâneo. A soberania nacional é um conceito dinâmico que deve ser adaptado às realidades da globalização. Embora a globalização apresente desafios significativos para a soberania dos Estados, ela também oferece oportunidades para a cooperação e o desenvolvimento. O Brasil, como um Estado soberano, deve navegar essas complexidades de forma a proteger seus interesses nacionais e promover o bem-estar de sua população. A soberania, portanto, 4 não é um obstáculo à globalização, mas um componente essencial para a negociação das novas realidades globais. 5 REFERÊNCIAS : BOBBIO, Norberto. O Estado e o Governo. Brasília: Editora da UNB, 1982. HELD, David. Globalização e Transnacionalização: perspectivas críticas. São Paulo: Editora da UNESP, 1999. RANIERI, Nelson. Teoria do Estado: do Estado de Direito ao Estado Democrático de Direito. 2.ed. Barueri: Manole, 2019.