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A ATUAÇÃO DO PROGRAMA COM-VIDA NO MUNICÍPIO DE JI-
PARANÁ 
 
 
Rhayanna Kalline do Nascimento, Kismara Butzke, Vinicius Alexandre Sikora de Souza 
 
 
RESUMO 
 
O trabalho realizado tem por objetivo pesquisar a atuação do programa COM-VIDA 
(Comissão do Meio Ambiente e Qualidade de Vida), um programa institucional de gestão 
ambiental do MEC, que promove ações e projetos na área da Educação Ambiental. Este busca 
a conscientização dos estudantes envolvidos, uma melhor gestão dos recursos naturais, a 
diminuição dos impactos ambientais gerados pelas atividades, e também, suprir inúmeros 
problemas enfrentados pelas escolas. Foram, portanto, coletados dados na REN-SEDUC, 
além de uma breve análise e entrevistas feitas nas escolas com os coordenadores responsáveis. 
E através disso conclui-se que o programa necessita se mais estruturado e convidativo para as 
escolas. 
 
Palavras-chaves: COM-VIDA, educação ambiental, escolas estaduais. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A solução para os problemas ambientais de uma comunidade ou até mesmo do planeta 
pode começar através de simples gestos como o de não jogar uma bolinha de papel no chão 
ou quem sabe, até um grande movimento em favor do meio ambiente. Para que isso aconteça 
a sociedade deve estar conscientizada e atraída para a solução de inúmeras problemáticas 
ambientais. 
Em uma cidade, a escola, além de outros meios de comunicação é responsável pela 
educação do indivíduo e conseqüentemente da sociedade, uma vez que há o repasse das 
informações recebidas através dos alunos multiplicadores, isso gera um sistema dinâmico que 
abrange toda comunidade. Sendo assim, a educação ambiental nas escolas se torna 
fundamental para o processo de conscientização, já que formará cidadãos participativos e que 
tenham conhecimento de seus deveres para com o meio ambiente. Pois, de acordo com Mauro 
Guimarães (1995, p.14), a educação ambiental apresenta-se como um processo educativo que 
requer a participação das pessoas na construção de uma melhor qualidade de vida, podendo 
ser um agente dos processos de transformação social, promovendo conhecimento dos 
problemas ligados ao ambiente, vinculando-os a uma visão global. 
Em todo o país há muitos programas e projetos relacionados à Educação Ambiental. E 
como todo projeto que engloba a população, há dificuldades de atuação e desenvolvimento do 
mesmo. Um dos grandes problemas encontrados além da falta de interesse por parte das 
escolas, é a pressão que há sobre os professores em relação ao progresso do projeto ou 
programa ambiental. Isso muitas vezes não é culpa do corpo docente, pode-se dizer que essa 
dificuldade ocorre pelo fato de que há muitos projetos e poucos recursos para desenvolvê-lo 
principalmente humanos. Recursos esses que variam da disponibilidade de tempo para uma 
melhor execução até de meios para a manutenção da proposta, segundo Guerra e Gusmão 
(2004). 
 
“... nas escolas, o que torna o trabalho de implementação de um projeto de Educação 
Ambiental e de outros projetos de uma maneira geral, quase que impossível de ser realizado, 
são professores que acham que já estão velhos para mudar os seus métodos de trabalho, é a 
falta de apoio do corpo técnico, que não discute com os professores o que está se passando nas 
salas de aula etc. Os professores recebem apenas cobranças por parte do corpo técnico e dos 
pais, exigências do governo que impõe cursos de “reciclagem” mas depois não fornece meios 
para a manutenção das propostas abordadas no curso. Muitas destas propostas de trabalho são 
únicas, não levando em conta que cada escola possui uma identidade própria o que as 
inviabiliza.” 
 
Entre os projetos e programas ambientais destaca-se o COM – VIDA, criado durante a 
I Conferência Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente no ano de 2003, é um Programa 
Institucional de Gestão Ambiental do MEC que visa a melhor gestão dos recursos naturais e a 
diminuição dos impactos ambientais gerados pelas suas atividades. Em outras palavras, é uma 
nova forma de organização na escola e baseia-se na participação de estudantes, professores, 
funcionários, diretores e a comunidade. 
Diante da proposta do programa, fez-se necessário saber quais as escolas públicas do 
município de Ji-Paraná no Estado de Rondônia participam do programa, relatando assim a 
atuação do mesmo na cidade e exemplificando os resultados obtidos para uma melhor 
interpretação do estudo. 
 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
 A pesquisa foi realizada nos dias 15 e 16 de abril de 2008, através de dados fornecidos 
pela REN-SEDUC. 
 Com base nos dados foi possível relatar o desenvolvimento do programa e enfatizar a 
participação existente nas 30 escolas públicas estaduais, das quais foram realizados 
entrevistas em 3, E.E.E.F. Beatriz Ferreira da Silva, E.E.E.F.M. Lauro Benno Prediger e 
E.E.E.F. São Pedro, onde houve comprovação da execução do programa. 
 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 Constatamos que no ano de 2007, 26 escolas estaduais totalizando 86,7%, 
participavam do programa (Figura 1). Mas, segundo a coordenação o número de escolas 
decaiu para 17 (Figura 2) no ano de 2008. 
 
Escolas 
que não 
Participam
13%
Escola que 
Parcitipam
87%
 
Figura 1. Participação das escolas estaduais no COM-VIDA, em Ji-Paraná no ano de 2007. 
Escola que 
Parcitipam
57%
Escolas que 
não 
Participam
43%
 
Figura 1. Participação das escolas estaduais no COM-VIDA, em Ji-Paraná no ano de 2008. 
 
Observa-se que essa decadência se deve a não obrigatoriedade, a falta de incentivo e 
de premiações. 
 A entrevista feita com a coordenação do programa mostrou que o programa não está 
atendendo a maioria dos seus objetivos. Pois não há comunicação entre as escolas, não existe 
coleta dos resultados obtidos e tão pouco conferências do COM-VIDA. Mas, a SEDUC está 
preparando uma conferência para sanar essas problemáticas, onde haverá o recolhimento dos 
resultados e a avaliação do mesmo no município. 
 Através da entrevista na escola E.E.E.F.M. Lauro B. Prediger verificou-se a existência 
de projetos embasados no programa, como o “VIVA MELHOR”, que visa o plantio de 
árvores e canteiros no ambiente escolar (Figura 3, Figura 4 e Figura 5) e a criação de vigias 
ambientais, onde cada dia, um grupo de alunos do ensino fundamental se responsabilizam 
pela fiscalização e limpeza do pátio. Nota-se que tais projetos estão mudando a visão 
ambiental de muito alunos, enfocando-os para a preservação do meio ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3. Bacuri do “Teixerão”. Figura 4. Canteiro Lauro Benno. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Através dos dados observou-se que 26 das 30 escolas participam do programa. 
A partir das coletas de dados e das entrevistas desenvolvidas, nota-se que o projeto 
como um todo alcançou de forma regular aos seus objetivos. 
 Observa-se que as escolas não se sentem atraídas em participar do projeto e, que não 
há controle dos resultados e diálogo entre os participantes. 
 Porém, nas escolas que executam projetos embasados no programa, os professores 
observaram uma diferença considerável nos alunos que participam, onde os mesmos 
desenvolveram uma consciência ambiental e a passam para a sociedade. 
 Portanto, acreditamos que o programa necessita ser mais estruturado e convidativo 
para as escolas. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
GUERRA, Rafael Angel Torquemada; GUSMÃO, Christiane Rose de Catro. Implementação 
da Educação Ambiental numa escola de ensino fundamental. In: AZEIDEIRO, U. M. et al 
(Org.) Tendências actuais em Educação Ambiental. Discursos : língua, cultura e sociedade, 
Número Especial, Lisboa: Universidade Aberta, 2004. 
 
GUIMARÂES, Mauro. A Dimensão Ambiental na Educação. Campinas, SP:Papirus, 1995.

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