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Terapia Nutricional na DRC

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AULA 14 
Rikeciane Brandão - @nutri_concursada
Nutricionista - UNIFOR, Especialização em Assistência
em Transplante de órgãos - HUWC/UFC, Pós-graduada
em Nutrição, Clínica Ambulatorial e Hospitalar
#NUTRIÇÃO CLÍNICA
Doenças renais 
(parte 2)
Conteúdo licenciado para Amanda Oliveira - 702.646.526-06
O que você vai
aprender nesse
conteúdo:
Terapia nutricional na fase não dialítica da
DRC;
Terapia nutricional na fase dialítica da DRC;
Recomendações em situações especiais.
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TRATAMENTO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)
Tratamento conservador;
Terapia renal substitutiva - Hemodiálise, diálise peritoneal e transplante. 
TN NA FASE NÃO DIALÍTICA OU TRATAMENTO CONSERVADOR
Retardar o ritmo de progressão da disfunção renal;
Prevenir as complicações;
Tratar as comorbidades;
Preparar o paciente para a TRS.
 Nessa fase, o tratamento da DRC tem como principais objetivos:
RECOMENDAÇÕES DE PROTEÍNA:
 O efeito protetor da redução na quantidade de proteína dietética é multifatorial
e inclui, entre outros fatores, diminuição da pressão intraglomerular e proteinúria,
redução na geração de produtos nitrogenados tóxicos, redução de íons inorgânicos
responsáveis pelos distúrbios clínicos e metabólicos característicos da uremia e
aumento do tempo para a entrada em diálise em comparação à dieta não
controlada em proteínas. 
 Pacientes com DRC nessa fase, da mesma forma que indivíduos saudáveis, são
capazes de ativar mecanismos adaptativos que possibilitam a manutenção do
balanço nitrogenado e do estado nutricional, mesmo com uma ingestão mais
reduzida de proteínas, desde que as necessidades de energia sejam atendidas.
(Cuppari, 2019). AAE = aminoácidos essenciais.
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 Em todos os estágios, 50% do total deve ser de alto valor biológico. Para
pacientes com muita dificuldade em aderir a maior restrição, é recomendado a
utilização do intervalo maior da tabela. Deve-se utilizar o peso desejável ou ajustado
para o cálculo caso a adequação do peso seja > 115% ou < 95%. 
 Na nefropatia diabética, a restrição proteica com 0,6 g/kg/dia retarda o ritmo
de progressão da doença particularmente nos pacientes com DM tipo 1. 
 Para pacientes com TFG < 30 mL/min, uma opção é a dieta com restrição
proteica mais acentuada contendo 0,3 g proteína/kg/dia suplementada com uma
mistura de cetoácidos e aminoácidos essenciais (1 comprimido para cada 5 kg). Os
cetoácidos são análogos de aminoácidos essenciais sem o nitrogênio, de forma que,
no fígado, através da via da transaminação, ocorre incorporação do nitrogênio
disponível à cadeia carbônica do aminoácido, formando o aminoácido essencial
correspondente. Dessa forma, ao mesmo tempo em que supre as necessidades de
aminoácidos essenciais do organismo, os cetoácidos promovem diminuição da
disponibilidade de nitrogênio, reduzindo assim a formação de compostos
nitrogenados tóxicos. Entre os possíveis benefícios dessa terapia em relação à
restrição proteica convencional estão a diminuição mais acentuada de sintomas
urêmicos, da acidose metabólica, da carga de fósforo e da resistência à insulina. No
entanto, para que se obtenham resultados satisfatórios, é necessário que a oferta de
energia seja suficiente para atender às necessidades e que a adesão à dieta seja
adequada, pois no caso de ingestão proteica mais elevada, os cetoácidos e os
aminoácidos serão oxidados. Outra grande limitação é o seu elevado custo.
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RECOMENDAÇÕES DE ENERGIA:
TN NA FASE DIALÍTICA 
 A HD e a DP constituem as terapias dialíticas empregadas para substituição da
função renal, quando não é possível, ou até que seja possível, a realização de
transplante renal.
 Durante o procedimento dialítico, diversos nutrientes são perdidos, tais como
aminoácidos, pequenos peptídios e vitaminas. Além disso, o procedimento ativa o
processo inflamatório crónico que, por sua vez, eleva o catabolismo e pode reduzir o
apetite e aumentar a proteólise muscular. Consequentemente, os pacientes em
diálise estão em grande risco de depleção das reservas corporais de proteína,
havendo, portanto um aumento nas recomendações proteicas. 
 Os objetivos da TN na fase dialítica são: Recuperar e/ou manter o estado
nutricional; assegurar a ingestão proteica recomendada; minimizar o catabolismo
proteico.
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RECOMENDAÇÕES DE PROTEÍNA E ENERGIA:
RECOMENDAÇÕES EM SITUAÇÕES ESPECIAIS (BRASPEN)
 Energia: Na DRC G1-5 é de 35 kcal/kg/dia, com uso do peso pré-
gestacional. Devem ser acrescentadas 85 kcal/dia no primeiro, 275kcal/dia
no segundo e 475 kcal/dia no terceiro trimestre de gestação. Na DRC G5 em
HD é de 25-35 kcal/kg/dia, e em DP, é de 25 kcal/kg/dia. 
 Proteínas: Na DRC G1-2 é semelhante às mulheres saudáveis. Para DRC
G3-4, a recomendação é de 0,6-0,8 g/kg/dia, com 6-10 g adicionais de
proteína, aminoácidos ou cetoanálogos. Para pacientes com DRC 5D, a
recomendação é de 1,2 g/kg/dia para HD e 1,4 g/kg/dia para DP.
RECOMENDAÇÃO 1: GESTANTES.
 As recomendações de energia e proteínas para crianças com DRC G2-
5 são semelhantes àquelas saudáveis, para a idade cronológica, mas no
limite mais alto recomendado. Não é recomendada restrição proteica para
crianças e adolescentes com DRC 3-5D.
RECOMENDAÇÃO 2: CRIANÇAS.
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 Energia: 25-35kcal/kg/dia. Proteínas: Na DRC G4-5 é de 0,6-0,8g/kg/
dia. A dieta muito baixa em proteína (0,3 g/kg/dia), associada à
suplementação com cetoanálogos, parece segura. A recomendação na DRC
G5D, em HD ou DP, é de 1,2-1,5 g/kg/dia.
RECOMENDAÇÃO 3: IDOSOS.
 A recomendação de energia e nutrientes depende do período do
transplante renal (TR). A recomendação média de energia é de 25-35 kcal/
kg/dia. No TR imediato e em caso de rejeição aguda do enxerto, a
recomendação de proteínas é de 1,3-1,5 g/kg de peso atual ou ideal. No pós-
TR tardio, a recomendação é em torno de 0,8 g/kg/dia. A restrição de 0,6
g/kg/dia pode ser considerada em caso de rejeição crônica.
RECOMENDAÇÃO 4: TRANSPLANTE.
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ANOTAÇÕES:
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Referências bliográficas:
Alimentos, Nutrição e Dietoterapia (KRAUSE, 2O22). 
Diretriz BRASPEN de Terapia Nutricional no paciente com doença renal (BRASPEN,
2021).
KDOQI Clinical Practice Guideline for Nutrition in CKD: 2020 Update (KDOQI, 2020).
Nutrição Clínica no Adulto (CUPPARI, 2019).
Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica (DAN WAITZBERG, 2017).
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